Jornal GGN – O desempenho da indústria paulista cresceu 1,2% em maio na comparação com abril, segundo dados com ajuste sazonal divulgados pela Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). Embora o resultado seja considerado positivo, ele não muda a perspectiva das entidades de baixo dinamismo da indústria neste ano.
A indústria paulista registrou uma piora de 3,6% em seu desempenho no período de janeiro a maio, enquanto as perdas no acumulado de 12 meses chegam a 4,8%, números da leitura sem ajuste sazonal. Além da baixa base de comparação registrada em abril, a variável Total de Vendas Reais também ajudou a puxar o resultado do mês, com variação positiva em 2,5%.
“Comparamos maio com um outro mês que foi muito fraco. Mas se compararmos com o mesmo mês em outros anos, vemos que o crescimento de maio é muito modesto, porque este costuma ser um bom mês”, diz Paulo Francini, diretor da Fiesp/Ciesp. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a atividade industrial apresenta uma queda de 7,7%. “Não podemos interpretar a pequena alta como, talvez, um processo inicial de recuperação, ou que o pior já passou. Não. Seria ledo engano. Nossa perspectiva para o ano mantém-se muito ruim, com o aprofundamento da crise no segundo semestre”, afirma Francini.
O setor de produtos químicos se destacou na pesquisa, com ganho de 0,7% em maio versus abril, impulsionado por aumento de 3,1% na variável Total de Vendas Reais. As exportações do setor também corroboram o desempenho positivo do segmento – de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), as vendas externas da indústria de produtos químicos registraram alta de 20,6% nos cinco primeiros meses do ano na comparação com igual período de 2014.
No campo das perdas, a pesquisa destacou o desempenho da indústria de minerais não metálicos, que registrou queda de 1,5% em maio com relação a abril, influenciado pelo saldo negativo de 1,9% da variável Horas Trabalhadas na Produção. O setor está fortemente ligado à indústria da construção civil, que, por sua vez, registrou uma queda de 4,7% no Índice de Confiança da Construção, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo o levantamento, a percepção do setor produtivo em relação ao mercado apresentou ligeira melhora em junho, de 44,3 pontos em maio para 46,7 pontos em junho, com ajuste. A variável Mercado também aumentou – foi para 47,2 pontos em junho, ante 41,9 pontos em maio. O item Estoque chegou a 41,8 pontos no mês de junho, ante 45,5 pontos no mês anterior. E a percepção quanto ao Emprego melhorou para 48 pontos, contra 43 pontos em maio.
Além disso, a variável Investimento ficou estável em 47,3 pontos versus 46,4 pontos em maio. As leituras em torno dos 50 pontos indicam percepção de estabilidade do cenário econômico. Abaixo dos 50 pontos, o Sensor sinaliza queda da atividade industrial para o mês; acima desse nível, expansão da atividade. No caso da variável Estoque, leituras superiores a 50 pontos indicam estoque abaixo do desejável, ao passo que inferiores a 50 pontos indicam sobrestoque.
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