Aumenta proporção de negros e pardos nas universidades brasileiras

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Enviado por Assis Ribeiro

do Blog do Zé

População negra e parda ultrapassa os 40% de matriculados em universidades

Uma excelente notícia. Pela primeira vez, a PNAD registra um aumento acima de 40% da proporção da população negra matriculada nas universidades brasileiras. Os números são do IBGE (PNAD 2013) e vem sendo divulgados nesta Semana da Consciência Negra – depois de amanhã, 5ª feira, é o Dia Nacional da Consciência Negra.

Os dados são importantes se avaliarmos que a população negra é maioria da população brasileira (54%) e que durante toda a década de 90, o índice permaneceu ínfimo, chegando a 18% de matriculados nas universidades em 1998. O crescimento registrado a partir deste ano se intensifica nos últimos doze anos, com as políticas de cotas, o ProUni e o FIES.

Segundo o IBGE, em números absolutos, pegando o intervalo de 12 anos de PT no governo, o total da população negra e parda quadruplicou nas universidades particulares, saltando de 453 mil para 2,1 milhões. Nas públicas, o número cresceu de 318 mil para 697 mil estudantes. O crescimento acompanha, também, o avanço do total do número de matrículas no ensino superior. Em 1992, o Brasil contava com apenas 1,4 milhão de estudantes universitários. Ano passado, o número atingiu 6,9 milhões.

Importância das cotas

É importante frisar, porém, que os desafios continuam. Apesar de entrarem nas universidades, a população negra e parda ainda é minoria nos cursos mais disputados e que pagam maiores salários aos que deles saem formados. Daí o fundamental papel das cotas neste processo.

Aliás, a extraordinária notícia sobre a presença da população negra nas universidades brasileiras é uma resposta aos que se opõem às cotas e políticas afirmativas, com argumentos risíveis e preconceituosos. Argumentos, inclusive, que vêm sendo desmoralizados pelo bom aproveitamento acadêmico dos alunos do ProUni. Esses dados de agora colocam uma pedra sobre o assunto. Assim esperamos.

Também é importante observarmos que o crescimento do número de matriculados nas universidades brasileiras é outra grande conquista dos nossos governos. Ele explica nossa vitória nas eleições deste ano, graças, em grande parte também, ao FIES, ao ProUni e ao crescimento do emprego e da renda da populaçãonos últimos 12 anos.

 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Estatísticas

    Volto à carga: não basta citar números de alunos de Fies e Prouni. Gostaria muitíssimo que aqueles que simplesmente citam, visse como estão estes alunos em termos de formação de seu segundo grau. Como professor universitário às vezes me assusto. Sem contar que inúmeras faculdades particulares estão se regalando com matrículas de trocentos alunos já sabendo que não terão condições de cursar o pretendido (engenharias- falo pelo que conheço), ou fazendo arranjos quando os que conseguem ir adiante têm de se matricular num curso capenga.

    E as escolas particulares estão se deliciando igualmente com o Pronatec.

  2. esta historia
    Que nao se repita.
    Nem abriram a porteira. Um aumento porporcional.
    A maioria ainda sao os mesmo.
    Quantos negros e pardos se formaram em medicina, em engenharia, nas federais qual eh a proporcao entre latinos e negros.
    Quantos indios estao nas universidades, qtos medicos e indigenista.
    Quanto de mulheres entrou nas universidades.
    quanto ganha um formado negro e mulher em relacao aos outros.
    Quatro vezes nao significa qualificacao mais meritrocracia dos numeros, se melhorou tanto assim me explica se o congresso nacional e o judiciario representa esta mudanca dos 12 anos.
    Abrir as portas como fez o governo progressista do PT nao necessariamente vai se consolidar nas universidades se o padrao e o meritocracia ainda sao dos filhos da ditadura, do padrao classe media olhando comentario abaixo, sem consolidacao nao existe avanco, mudar nao significar concretizar um paradigma social, cultura onde as castas sao invisiveis e administradas por valores diferentes.
    Enfim quantos engenheiros e medicos negros, indios e mulheres se formaram ou estao saindo das universidades federais? Aquelas do tempo integral.

  3. O rendiimentos dos alunos do

    O rendiimentos dos alunos do ProUni combate duas faslsidades dos Brasil: 1) que universidade privada não teria qualidade, sendo hoje uma das mais respeitadas do mundo, até com ações em bolsa. 2)  que ensino privado sempre seria caro, quando hoje aluno ProUni pode se formar com a mesma ou qualiade maior,  custando ao erário apenas  uns 10% do mesmo que custa na rede pública.

     

    Sem levar  ainda em conta que a cara do Brasil que fez  antes  universidade  fica visível nessa gente que hoje investa petrobras e tudo que é repartição publica das mais pura corrupção. Logo, esses  cotistas serão para que um dia quando candidato disser que vai escolher algume  que preste para alguns cargos, o povo não tenha apenas que ri, como foi o caso de Marina, por saber que será absolutmante impossível achar isso, pelo menos entre os que já fizeram curso superior.

     

    ==========

     

    Universidades com a cara do Brasil

    http://www.jornalbeiradorio.ufpa.br/novo/index.php/2014/149-edicao-117-fevereiro-e-marco/1555-universidades-com-a-cara-do-brasil

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