Banco Central projeta queda de 3,3% para o PIB em 2016

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Comportamento dos preços refletem ajustes efetuados ao longo de 2015, segundo BC

Jornal GGN – O Banco Central projeta uma retração econômica de -3,3% e inflação de 6,9% para o Brasil em 2016, segundo o relatório trimestral de inflação elaborado pela autoridade monetária. Na projeção anterior, publicada em março, falava-se em inflação de 6,6% e encolhimento de 3,5%. Diante da expectativa de uma inflação elevada, o BC sinalizou que não há espaço para que se inicie um ciclo de corte de juros.

Caso a projeção se confirme, a inflação deste ano ficará acima da meta – a projeção considera o centro da meta em 4,50%, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Para 2017, a tolerância é de 1,5 ponto, com o teto da meta a 6%. Para o ano que vem, a projeção do BC é de que a inflação chegue a 4,7%, abaixo dos 4,9% traçados anteriormente. O BC mostrou ainda que vê a inflação a 4,2% no segundo trimestre de 2018.

“Nesse contexto (…) o Comitê considera, conforme antecipado, que o ainda elevado patamar da inflação em doze meses é reflexo dos processos de ajustes de preços relativos ocorridos em 2015, bem como do processo de recomposição de receitas tributárias observado nos níveis federal e estadual, no início deste ano, além dos choques temporários de oferta no segmento de alimentação. Ao tempo em que reconhece que esses processos têm impactos diretos sobre a inflação, o Comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode, deve e está contendo os efeitos de segunda ordem deles decorrentes”, explica o BC.

Ainda segundo estimativa do BC, o dólar deve fechar este ano em R$ 3,45, projeção menor que a de março, de R$ 3,70. A previsão para a taxa básica de juros foi mantida em 14,25%.

O Banco Central destaca no relatório os efeitos da inflação elevada, como o impacto sobre o orçamento e no consumo de famílias, empresas e governos, a diminuição da confiança de empresários e a redução do poder de compra dos salários, da geração de empregos e da renda. Segundo o órgão, foram registrados avanços no combate à inflação, mas “sua continuidade depende de ajustes –principalmente fiscais– na economia brasileira”. O BC também chamou a atenção para os problemas climáticos que afetaram a produção mundial de alimentos, em especial o de grãos, e os efeitos sobre os preços no país.

Ainda sobre atividade interna, o Comitê avalia que, no médio prazo, mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada, ao mesmo tempo em que os investimentos tendem a ganhar impulso e o consumo tende a crescer em ritmo moderado. “Na visão do Copom, essas mudanças, somadas a outras ora em curso, antecipam uma composição do crescimento da demanda agregada no médio prazo mais favorável ao crescimento potencial”, diz o relatório de inflação.

“O Comitê ressalta, contudo, que a velocidade de materialização dessas mudanças e dos ganhos delas decorrentes depende, fundamentalmente, da implementação de medidas fiscais estruturais que consolidem a percepção de sustentabilidade do balanço do setor público, além da redução de incertezas que cercam o ambiente doméstico e internacional”, diz o documento

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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