Bolsa acompanha setor externo e fecha em queda de 2,43%

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Cotação do dólar sobe 2,33%, e chega a R$ 3,571; Banco Central realiza leilão
 
Jornal GGN – A bolsa brasileira fechou em queda pelo quarto pregão consecutivo, em dia marcado pelo noticiário corporativo e a publicação de uma série de balanços corporativos, além da desaceleração dos mercados internacionais. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou as operações do dia em queda de 2,43%, aos 52.260 pontos e com um volume negociado de R$ 6,837 bilhões. Essa foi a quarta baixa seguida do índice, além da maior queda percentual diária em um mês – em 4 de abril, o índice recuou 3,52%. Mesmo assim, a Bolsa ainda acumula valorização de 20,55% no ano.
 
“O índice doméstico se alinhou ao mau humor que tomou conta das bolsas internacionais, que caíram nos principais mercados bursáteis pelo mundo, na esteira de previsões de menor crescimento global e apoiadas em fracos balanços corporativos na zona do Euro, além das quedas dos preços do petróleo e do minério de ferro”, diz o BB Investimentos, em relatório.
 
Em termos acionários, a queda do Ibovespa foi puxada pelo desempenho negativo das ações de empresas como Vale (a ação VALE5 caiu 6,53%, a R$ 14,61), Itaú Unibanco (ITUB4 caiu 2,75%, a R$ 31,95 – embora o papel tenha chegado a perder mais de 5% ao longo do dia), Bradesco (BBDC4 perdeu 2,17%, a R$ 24,84) e Petrobras (PETR4 fechou em baixa de 3,83%, a R$ 9,78).
 
No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em alta de 2,33%, a R$ 3,571 na venda – o maior valor de fechamento em duas semanas, além de ser o a maior alta percentual diária desde 15 de março, quando a moeda havia subido 3,03%. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 3,58. Ontem (20), a moeda norte-americana teve alta de 1,45%, fechando a R$ 3,49, após o governo anunciar o aumento de 0,38% para 1,1% da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Com a medida, comprar dólar e outras moedas estrangeiras em espécie ficou mais caro. O aumento passou a valer nesta terça-feira.
 
De acordo com informações da Agência Brasil, o movimento da moeda seguiu a piora do cenário externo, com os mercados reagindo à divulgação de dados econômicos na China piores do que o esperado. Internamente, o Banco Central (BC) também realizou um leilão de swaps cambiais reversos (compra de dólares no mercado futuro).
 
Na China, a atividade industrial encolheu pelo 14º mês seguido em abril. Segundo levantamento realizado pelas empresas privadas Caixin e Markit, o índice que mede a atividade nas fábricas, oficinas e usinas recuou para 49,4 pontos. Quando o índice está acima dos 50 pontos, considera-se que há expansão na produção. O resultado da pesquisa privada difere do divulgado pelo gabinete nacional de estatísticas chinês, que indica 50,1 pontos. Os números do governo são extraídos do registro da atividade de 3 mil empresas grandes, enquanto a análise da Caixin e Markit usa como amostra 420 pequenas e médias empresas.
 
Os investidores também acompanhavam os desdobramentos do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Na véspera, Henrique Meirelles, ex-presidente do BC e já indicado para comandar o ministério da Fazenda num eventual governo de Michel Temer, disse que é preciso reverter a trajetória da dívida pública. Temer também deu sinais de que manterá o “pacote de bondades” anunciado por Dilma no domingo, que inclui um aumento de 9% no Bolsa Família.
 
A agenda de indicadores na quarta-feira será movimentada no cenário internacional, com a publicação dos dados da balança comercial, custo da mão de obra, PMI (índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês) de serviços e composto, e variação de empregos no setor privado nos Estados Unidos; PMI de serviços e composto na Alemanha e na França; PMI do setor de construção na Inglaterra; PMI composto e de serviços e vendas a varejo na zona do euro; e o PMI de serviços e composto na China. No Brasil, são esperados os números do PMI composto e de serviços.
 
 
(com Reuters e Agência Brasil).
 
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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