Bolsa de iniciação à docência sob ataque

Enviado por Djalma dos Santos Pereira

Do Fórum Nacional do Pibid

Pedido de um filho sobre o ataque ao Pibid

“Pai, dá uma ajuda, se puder mandar para aqueles blogs que você sempre manda”: 

O Pibid, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, está sofrendo um grave ataque, a portaria nº 046/Capes modifica o enfoque do Programa, estabelecendo regras que precarizam as ações que vem sendo realizadas com grande efetividade pelas Instituições de Ensino Superior em parceria com as Escolas de Educação Básica.

Com esse retrocesso, os estudantes de licenciatura não só perdem a bolsa que também serve como auxilio à permanência estudantil, mas também uma base que vinha trazendo resultados inestimáveis à sua formação que contribui significativamente para uma mudança na educação que se encontra cada dia mais deteriorada. 

O novo edital redesenha o Pibid, deixando-o com o intuito de “foco na aprendizagem e reforço escolar em língua portuguesa e matemática” somente para as escolas com IDEB menor que o estabelecido, no caso de Rio Claro nenhuma escola estaria no padrão, extinguindo o PIBID da cidade.

Além de dar uma falsa impressão que o ensino em Rio Claro, por exemplo, estaria muito bem, ainda coloca os estudantes que vierem a serem contemplados em outras cidades, como São Paulo, numa encruzilhada, em que chegariam como solução para os problemas das escola, o que não seria bem visto entre os professores, além disso seria como cavar a própria cova, pois caso o IDEB não aumentasse depois de certo tempo daria margem suficiente para encerrar o projeto. 

Toda ajuda é bem vinda para que chegue aos ouvidos do Ministro da Educação Aloizio Mercadante e o Presidente do CAPES, Fundação que financia o PIBID, Carlos Nobre. 

Nota de Repúdio: 

Excelentíssima Senhora Presidente da República,

Vimos manifestar com veemência o nosso repúdio à Portaria nº 046/2016, publicada no DOU de 15 de abril, por decisão arbitrária do Presidente da CAPES, Dr. Carlos Afonso Nobre, com vistas a alterar a estrutura do Programa Institucional de Bolsa de  Iniciação à Docência – PIBID.  

Essa Portaria modifica o enfoque do Programa, estabelecendo regras que precarizam as ações que vem sendo realizadas com grande efetividade pelas Instituições de Ensino Superior em parceria com as Escolas de Educação Básica, tendo amplo reconhecimento de entidades educacionais.

Essa decisão desconsiderou o processo de diálogo do que foi chamado pelo MEC de “grupo de trabalho”, com a participação de parlamentares, representantes dos coordenadores institucionais do PIBID e PIBID Diversidade, entidades que representam reitores, estudantes, redes de ensino e sociedade. 

Sem transparência, desrespeitando decisões tomadas em audiências públicas no Congresso Nacional e tirando proveito das circunstâncias da crise política que mobiliza o país, a CAPES atua para desestruturar um Programa legítimo, que está produzindo resultados significativos para a formação de professores e para a melhoria da qualidade da escola pública. 

Com anuência do Ministro, Dr. Aloísio Mercadante, a postura assumida pela CAPES coloca a Agência na contramão da proposta de governo democrático, comprometido com a educação em todos os níveis. É grave o nível de desrespeito e incontornável o grau de indignação entre os educadores e educandos do PIBID e PIBID Diversidade frente a mais uma ameaça ao trabalho em andamento, orientado pelo compromisso firmado pelo governo de continuidade dos projetos aprovados nos Editais 061/2013 e 066/2013 até 2018, prorrogáveis por mais quatro anos.

Assim, em nome dos profissionais em educação comprometidos com o fortalecimento do PIBID e PIBID Diversidade, solicitamos a imediata revogação da Portaria da Capes nº 046/2016, pois é inaceitável que o significativo trabalho em construção pelo PIBID nas IES e escolas públicas seja desfeito. 

FÓRUM NACIONAL DO PIBID

Redação

6 Comentários

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  1. Isso é apenas um lado da questão. …
    É o maior problema do ensino básico é justamente português e matemática, a base de tudo.

    Tem certeza que não estavam abusando. Sabe aquela galera das humanas que viaja na maionese de nossos problemas educacionais. …
    Então, ….tem certeza de que não quer escutar o outro lado?

    1. O outro lado são estatísticas burras

      Prezado,

      Sou professor de Português e, te garanto, não se aprende português só com aulas de português. Para aprender a usar a língua é preciso história, geografia, ciências, artes. Para usar a língua tem que ter o que dizer, matéria para pensar, modelos de estrutura para elaborar o pensamento. Achar que se aprende português só com aulas de português é tacanho.

      Sua insinuação sobre o “abuso” é absolutamente leviana. Você sabe de algum abuso? Que tipo de abuso? Ou só está dizendo isso para desqualificar os professores e defender o indefensável Mercadante, de longe o pior ministro da Educação que vi na era democratica.

      Na tal portaria, opõem “alfabetização” e “letramento”; tornam licenciaturas específicas (Letras, História, Matemática) “articuladoras” dos 4º e 5º anos que, qualquer mané sabe, estão a cargo da Educação/Pedagogia. Resumo, não entendem NADA de educação e muito de estatísticas. Eles, sim, “viajam na maionese”

      Transformam o PIBID, um programa seríssimo de formação de professores, planejado por quem entende de educação, na excelente gestão Haddad, em um plano de aulas de reforço para melhorar notas nas provinha e prova Brasil. Veja bem, não é para melhorar o nível educacional das escolas, é melhorar notas e alimentar estatísticas; não é formar professores para promover uma qualificação consistente e de longo prazo, é pegar estudantes em início de graduação e, por um preço barato, dar aulinhas de reforço.

      Ao ver posicionamentos como o seu, leviano em acusar de abusos e “viagens” sem saber NADA do assunto, lembro como a “galera de humanas” tem falhado em ajudar a formar cidadãos mais críticos, que levem mais de dois minutos para refletir sobre questões complexas, que pensem antes de emitir opiniões levianas.

    2. Prezado,
      Sou professor de

      Prezado,

      Sou professor de Português e, te garanto, não se aprende português só com aulas de português. Para aprender a usar a língua é preciso história, geografia, ciências, artes. Para usar a língua tem que ter o que dizer, matéria para pensar, modelos de estrutura para elaborar o pensamento. Achar que se aprende português só com aulas de português é tacanho.

      Sua insinuação sobre o “abuso” é absolutamente leviana. Você sabe de algum abuso? Que tipo de abuso? Ou só está dizendo isso para desqualificar os professores e defender o indefensável Mercadante, de longe o pior ministro da Educação que vi na era democratica.

      Na tal portaria, opõem “alfabetização” e “letramento”; tornam licenciaturas específicas (Letras, História, Matemática) “articuladoras” dos 4º e 5º anos que, qualquer mané sabe, estão a cargo da Educação/Pedagogia. Resumo, não entendem NADA de educação e muito de estatísticas. Eles, sim, “viajam na maionese”

      Transformam o PIBID, um programa seríssimo de formação de professores, planejado por quem entende de educação, na excelente gestão Haddad, em um plano de aulas de reforço para melhorar notas nas provinha e prova Brasil. Veja bem, não é para melhorar o nível educacional das escolas, é melhorar notas e alimentar estatísticas; não é formar professores para promover uma qualificação consistente e de longo prazo, é pegar estudantes em início de graduação e, por um preço barato, dar aulinhas de reforço.

      Ao ver posicionamentos como o seu, leviano em acusar de abusos e “viagens” sem saber NADA do assunto, lembro como a “galera de humanas” tem falhado em ajudar a formar cidadãos mais críticos, que levem mais de dois minutos para refletir sobre questões complexas, que pensem antes de emitir opiniões levianas.

    3. Explicando

      O maior problema do ensino básico é formar cidadaos não só que saibam portugues e matematica, mas sejam seres humanos sensiveis e que saibam conviver na sociedade, para isso precisam de todas as disciplinas e artes. O PIBID é um programa exclusivo para buscar-se novas formas de ensino e pedagogia e estava dando certo. Não dizem que o ensino basico está ultrapassado? Que não funciona? O PIBIBD é um projeto serio no sentido de capacitar mais jovens estagiarios e futuros professores. Ah, e outra coisa: Não é só o pessoal das humanas, ok? Tem PIBID para física, Educação Fisica, Musica, Teatro. A coisa é abrangente. Abraço cordial.

    4. O PIBID não é uma viagem na maionese…

      Prezado Athos,

       

      O PIBID é composto por todas as áreas da licenciatura, das ciências humanas, da natureza e exatas. Todos unânimes em analisar a portaria que modifica o programa, hoje com centralidade na formação do professor, para uma ação de reforço nas escolas com os baixo rendimento em avaliações externas.

       

      Mudar o foco do PIBID é tirar de vista a possibilidade de uma transofrmação efetiva, duradoura, permanente que é a mudança na formação do professor. Atribuir a responsabilidade de elevar os níveis de aprendizagem, leia-se melhorar o resultado nos exames, é paliativo.

      A SBPC tem feito sistemático apoio ao Programa, a ANPED reconheceu que há equívocos na portaria, as diversas associações de Reitores das IES Brasileiras também se manifestarma contra, muitas IES estão lançando notas de repúdio. Portanto, aqui não é uma viagem na maionese, mas talvez venha a ser!

  2. precarização absurda do programa

    Conheço o programa de perto, por ser professor em uma universidade federal do interior de Minas Gerais e por compor o PIBID do curso de Física de nossa instituição, no papel de professor colaborador. 

    A modificação, se confirmada, será absolutamente lastimável. 

    Em que pese a necessidade de ênfase no ensino de Matemática e Português, o PIBID vinha trazendo contribuições ímpares à formação de professores de Física, Química e Biologia.

    No caso específico de Física, é importante dizer que a formação não só é precária, como o número de físicos formados – na licenciatura ou bacharelado, beira o ridículo. Imaginem então uma situação onde você forma poucos alunos e os que são formados são mal formados. 

    O PIBID tem propiciado o contato direto entre a universidade e as escolas de ensino médio, levando inúmeras atividades extra-classe que têm contribuído não só para a melhora, ainda que tímida, da formação dos secundaristas, como o aprimoramento da formação universitária dos alunos das licenciaturas. 

    Foi uma das maiores “bolas dentro” do Ministério da Educação nos últimos anos. Muito mais do que o propagandeado e falacioso Ciência sem Fronteiras, que mandou indiscriminadamente milhares de alunos das graduações brasileiras para o exterior, com tudo pago, mas sem pedir nenhuma contrapartida, nem ao menos de rendimento escolar nas universidades para onde foram. Milhões de reais foram retirados da Ciência e pesquisa brasileiras, através da CAPES, para o envio de tais estudantes para o exterior. Estudantes que, na maioria das vezes, têm problemas seríssimos de formação, e que acabaram optando por fazer turismo com dinheiro público, o que posso provar através de inúmeros relatos e situações que eu mesmo vi na universidade em que leciono. 

    A despeito disso, deixar de investir no PIBID é somente mais uma burrice a ser feita pelo Ministério da Educação nos últimos tempos. Absolutamente lamentável. 

     

     

     

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