Brasil 2015: os novos passos da política industrial

A partir de 2004 o país passou a reaprender a fazer política industrial. Uma falsa ideia de liberalismo havia deixado para segundo plano um elemento central de desenvolvimento, ao qual recorrem todos os países, dos Estados Unidos à China.

A primeira experiência foi a PITCE (Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior), de 2004.

Desinterditou o debate, ensaiou as primeiras ações concatenadas dentro do governo, levantou as novas áreas da fronteira tecnológica, as chamadas áreas portadoras de futuro, como biotecnologia, nanotecnologia, energia renovável. Ajudou a dar consistência à ação da Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas), até então mergulhada em um conjunto de editais soltos.  

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O PICTE não tinha metas. E mostrou a necessidade de uma organização interna do setor público.

Lançado em março de 2008, o PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo) avançou nessa direção e no relacionamento com o setor produtivo.

Inaugurou uma nova formação de relação público-privado, com a criação da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial).

O CNDI é composto por 12 representantes, entre empresários de alto nível, representantes sindicais e Ministros. As reuniões eram no Palácio do Planalto e não se aceitava que Ministros enviassem suplentes.

Foi responsável por alguns programas relevantes, como a Lei da Inovação, a Lei do Bem, o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural), o programa de Banda Larga entre outros.

As metas acabaram atropeladas pela crise mundial daquele ano. Mas as ações do PDP ajudaram a minorar seus efeitos sobre a economia.

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Lançado em 2011,  após a crise, o PBM (Plano Brasil Maior) visou preparar o país para o pós-crise. Ampliou a visão moderna de política industrial, combinando políticas setoriais e medidas sistêmicas – como desoneração da folha, isenção de IPI.

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O amadurecimento do conceito levou, no momento seguinte, ao lançamento do Inova Empresas e das Plataformas de Conhecimento.

O Plano Inova Empresa, com diversas ramificações setoriais, tem R$ 33 bilhões para financiamento em inovação.

Trouxe avanços, como definir uma única porta de entrada para a empresa ter acesso aos recursos e ao apoio.

Na outra ponta, passou a condicionar incentivos setoriais a contrapartidas de inovação. É o caso do Inovar Auto. Para ter direito a incentivos fiscais, a indústria automobilística precisa cumprir uma série de requisitos de eficiência energética e segurança veicular – inclusive para poder competir em mercados maduros – e índices de conteúdo local crescentes.

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Faltam dois passos agora para completar o ciclo.

O primeiro, o desenvolvimento de um sistema para avaliar a incorporação de tecnologia e de conteúdo nacional nessas cadeias produtivas. A ABDI já desenvolveu o modelo que foi lançado recentemente por Dilma.

O segundo, o do governo “emponderar” essas políticas. Na sabatina na CNI (Confederação Nacional da Indústria), Dilma informou que trará o CNDI para dentro do Palácio do Planalto, para participação direta na elaboração dos próximos passos da política industrial.

Luis Nassif

27 Comentários

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  1. Esse é o debate!

    Fazer política com falso moralismo, subjetivismo e emocionalismo por morto (como todo respeito a Eduardo Campos, que aliás os seus parem não tem tido), não levará o Brasil a lugar nenhum. Tenho certeza que a Dilma tem muito a falar e demonstrar como o Brasil esta sendo construído será o seu maior desafio. Por isso, por mais que ela tenha dificuldades de comunicar tudo, percebi que a Dilma exprime autoridade para falar do Brasil, pois ela se posiciona como líder e não como escolhida que deve favores e explicações aos mídiaticos que não tem nada a debater. Por isso a dificuldade do Bonner em tentar domá-la. Chamar o discurso para o lado objetivo de políticas públicas que definirão o futuro do país é o forte dela. Daí sua vantagem sobre a Marina, que fica no mundo subjetivo, e de Aécio, que falhou por preguiça ou imcopetência mesmo.

    Assisti uma palestra do Nassif, onde ele explica a proposta do GGN de organizar informações com analistas qualificados para que então o jornalista passe a transcrever isso para o debate público. Bem, até agora missão cumprida! Sonho com candidatos debatendo o Brasil que está se organizando e é notícia aqui no Blog.

  2. Como é que é caro Nassif? “A

    Como é que é caro Nassif? “A partir de 2004 o país passou a reaprender a fazer política industrial.”

    Tem certeza que você não quis dizer “a partir de 2004 o país passou a reaprender a fazer política voltada para o agronegócio”?

    Estamos importando até chapas de aço! E não são da China (para aqueles que acham que é por causa da exploração do trabalho), mas sim de países da Escandinávia.

    1. Argumento bobo. Pinçar um

      Argumento bobo. Pinçar um produto ou outro para concluir acerca de políticas industriais das duas uma: ou quer apenas enrolar, fazer proselitismo ou então má fé.

       

  3. Contra fatos não há argumentos

    Os Fatos:

    Crescimento baixo e PIB baixo com projeções medíocres em relação a outras economias

    Inflação em crescimento e taxas de juros altas

    Estagnação no crescimento industrial e demissões já ocorrendo (como explicar “pleno emprego” com o aumento de quase 100% na procura do seguro desemprego nos últimos seis meses)

    Má gestão de órgãos e estatais públicas

    Crise energética batendo a porta tanto no setor elétrico como combustíveis (Petrobrás quebrada e o governo pagando Bilhões as concessionárias de energia elétrica devido à defasagem das tarifas)

    Não quero nem falar dos bilhões gastos para copa e agora vêm Olimpíadas

    Por favor, me explique qual é o “plano” que este governo tem para que a economia deste país avance de forma sustentável?

    A mídia não inventa os fatos que estão ai para todos verem. Culpar o mensageiro não resolve nenhum problema.

    1. De bom no seu comentário é dar motivos para lembrar de Noel Rosa

       

      Robson Moraes (terça-feira, 19/08/2014 às 09:05),

      Sou leigo em economia e, portanto, a minha avaliação que se segue do seu comentário não pode ser tomada como de autoridade, mas ainda assim me pareceu que o que eu tenho a dizer lhe pode ser útil dado o primarismo das suas alegações.

      Você inicia apresentando como fato:

      “Crescimento baixo e PIB baixo com projeções medíocres em relação a outras economias”.

      Quando falo do primarismo das suas alegações, eu não me refiro ao fato de que há projeções mais medíocres para outras economias, mas sim a você ter colocado no início as duas expressões “crescimento baixo” e “PIB baixo” que mais revelam que você não sabe o que diz.

      E há mais ditos desarrazoados no seu comentário. Na sequência, por exemplo, você afirma:

      “Inflação em crescimento e taxas de juros altas”.

      Ora, as taxas de juros no Brasil são altas, mas para uma inflação passada anualizada que temos esta é uma das taxas mais baixas desde a introdução do real em 1994, ainda mais se considerarmos como relevante para a análise do juros no momento atual a taxa de juros que vigorava há um ano. Só não são mais baixas quando comparadas com o período mais recente de 2012 a 2013.

      Agora o problema da sua frase é escrever “Inflação em crescimento”. Se você for conversar com bons economistas eles lhe informarão que o problema atual do Brasil é a inflação em queda. Aliás, eu mais bem faria em dizer inflação baixíssima com alguns índices apresentando mesmo deflação. É bem verdade que inflação baixa revela problema econômico, mas como a maioria dos eleitores estão mal informados é provável que a inflação baixa é que vai permitir a reeleição da presidenta Dilma Rousseff.

      Em relação à má gestão das estatais não esqueça que duas boas fontes de renda do governo federal são os lucros sempre altos da Petrobras e da Vale. Lucros que também mostram que ou você não tem nenhum compromisso com o que diz ou está muito mal informado ao dizer que a Petrobras está quebrada.

      Quanto aos bilhões gastos com a Copa e também com a Olimpíada que agora se inicia pense nisso como o esforço do governo para ir em direção ao pleno emprego. E salvo a sua demanda cobrando uma explicação sobre o pleno emprego, lembro-o que ninguém o quer explicar, mas sim o atingir.

      Quanto a sua demanda sobre o plano do governo para o país avançar de forma sustentável é bom saber que o crescimento é insustentável quando ele é muito elevado, mas dentro do que o governo está fazendo, o crescimento é sustentabilíssimo.

      E é verdade que a mídia não inventa fatos. Ela apenas os distorce para que os leitores dela fiquem na obscuridade. E, perdendo tempo em analisar o que você disse, é fácil constatar que ela – a mídia – atingiu o objetivo dela.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 19/08/2014

    2. Fora essa escatologia de

      Fora essa escatologia de fundo político, o que tens a oferecer acerca do tema do post, ou seja, Política Industrial? 

      Feio não é não saber, mas não admitir isso e ainda por cima depreciar, ou ousar, criticar que sabe e tentar discutir/elucidar o tema. 

  4. Não funciona e não funcionará estas políticas de gabinete

    O inovar auto é o exemplo pronto e acabado de que estas políticas de gabinetes a ar refrigerado de Brasília, com tecnocratas que sabem fazer leis, mas não entendem a diferença de uma porca sextavada rosca fina de uma com rosca soberba criam.

    A indústria automobilistica voltou a produzir carroças com tecnologia obsoleta e defasada e destruiu o parque industrial dos fornecedores de peças nacionais.

    O que funciona na indústria, não só na automobilistica, é a vontade de lucrar do empresário que investe talento, tempo e capital em um empreendimento de risco, com a esperança de lucrar.

    O exemplo dos fabricantes de cigarros do Paraguay, com suas indústrias modernas fornecendo o contrabando para o Brasil está ai para não me deixar mentindo sozinho nesta.

    Para os que não fazem idéia da força desta industria hoje, façam o teste por si mesmo, vão ao jornaleiro da esquina e peçam cigarro Paraguayo, no maço ou picado, todas as bancas têm, ou seja, é a desmoralização total da política comercial e industrial do Brasil.

    A Dilma é totalmente despreparada para gerir o processo industrial, para ela essas leis e uma receita de bolo devem significar a mesma coisa, letras no papel.

    Vai ser preciso comçar do zero aqui. Tudo que foi feito, existe, como o texto acima demonstra, para criar barreiras e dificuldades para quem quer empreender no Brasil, ficando só empresas já montadas criando dificuldades que só elas podem superar, para terem acesso a vantagens indecorosas.

    Acorda, Dilma!

    1. Esse “endeusamento” da

      Esse “endeusamento” da produção nacional de automóveis dá nó no estômago.

      Verifique na página 13 do documento abaixo a queda quanto à criação de empregos no setor de “peças e acessórios para veículos automotores”.

       

      Composição do emprego formal por setor 2000-2012 (RAIS)

      http://www.integracao.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=6afae514-9189-4c40-b850-6963505fcd1d&groupId=10157

       

      Os dados da balança comercial também mostram isso:

      Em 2006:

      481.494.266 superávit para a posição 8708 “partes e acessórios dos veículos automóveis das posições 87.01 a 87.05”

      6.672.118.045 superávit para o capítulo 87 “veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios”

       

      Em 2007:

      -386.640.533 déficit para a posição 8708

      5.090.711.950 superávit para o capítulo 87

       

      Em 2008:

      -1.473.147.238 déficit para a posição 8708

      1.796.927.652 superávit para o capítulo 87

       

      Em 2009:

      -1.235.636.645 déficit para a posição 8708

      -2.992.778.584 déficit para o capítulo 87

       

      Em 2010:

      -1.808.232.367 déficit para a posição 8708

      -5.137.807.051 déficit para o capítulo 87

       

      Em 2011:

      -2.331.148.103 déficit para a posição 8708

      -8.860.625.356 déficit para o capítulo 87

       

      Em 2012:

      -2.991.322.129 déficit para a posição 8708

      -8.737.513.673 déficit para o capítulo 87

       

      Em 2013:

      -4.990.231.101 déficit para a posição 8708

      -8.329.330.305 déficit para o capítulo 87

       

      Para janeiro a maio de 2014:

      -2.094.399.034 déficit para a posição 8708

      -4.212.830.815 déficit para o capítulo 87

       

       

       

      1. Carregou o piano sozinho, parabéns pela pesquisa

        Se 0,001% da população brasileira lesse e entendesse o que estes dados significam, o país mudava.

        Falta vergonha na cara de quem é responsável pelo fim dos bons empregos nas indústrias, para impedir que este desmonte do parque industrial brasileiro continue.

        O Povo não lê e não entende de déficit em conta corrente, nem dos pornográficos lucros remetidos pelas montadoras como royalties para suas matrizes, ou em outras verbas dissimuladas. Mas o Povo intui que têm algo de muito errado aqui acontecendo. 

        Os cigarros Paraguayos estão ai para provar o que digo.

        Mais uma vez Leandro, parabéns pelos dados garimpados nestes relatórios esotéricos.

    2. Democracia + reeleição ≠ real desvalorizado => não há Pol. Ind.

       

      Alexandre Weber –Santos –SP (terça-feira, 19/08/2014 às 10:15),

      Vi o seu comentário enviado terça-feira, 19/08/2014 às 09:05, para junto do comentário de Leandro_O, enviado terça-feira, 19/08/2014 às 08:41, aqui para este post “Brasil 2015: os novos passos da política industrial” de terça-feira, 19/08/2014 às 06:00, de autoria de Luis Nassif e fiquei em dúvida em concordar com você sobre a ironia que você acusar para os elogios que Luis Nassif faz a política econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff que na sua avaliação seria muito ruim.

      Sei não, mas acho que o Luis Nassif está um tanto perdido em uma eleição que agora se divide entre Dilma Rousseff, Marina Silva e Aécio Neves. Embora neste post “Brasil 2015: os novos passos da política industrial” ele fale mais do passado, no post em que ele inicia esta série de 2015 e no qual ele se propõe a falar mais do futuro ele apresenta um post com uma leitura da realidade industrial não muito favorável ao governo. Trata-se do post “Brasil 2015: rumos da política industrial” de terça-feira, 15/07/2014 às 06:00, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/brasil-2015-rumos-da-politica-industrial

      Eu discordo dessas análises de Luis Nassif sobre política industrial ou de modo até genérico sobre política econômica do governo, quando elas omitem o ponto central da discussão e que se chama câmbio. Ainda mais que as análises de Luis Nassif muitas vezes pecam pela imprecisão da informação repassada como pode ser observado aqui neste post “Brasil 2015: os novos passos da política industrial” a partir das informações constantes do comentário de Daniel Krein enviado na terça-feira, 19/08/2014 às 10:40, supondo que Daniel Krein fez o trabalho árduo da pesquisa.

      A minha discordância com Luis Nassif não significa, entretanto, que eu considere que ele está sendo irônico aqui como você diz ou que ele tenha feito um post ruim como dá a entender o Daniel Krein. Como eu disse, as análises de Luis Nassif muitas vezes trazem imprecisões nos dados e informações e quando se trata de política industrial elas omitem o problema principal que é a questão cambial, mas ainda assim trazem algo de substancioso. aqui parece que o texto é mais um apanhado discritivo de algumas ações de efeitos mais duradouros adotadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff ou mesmo do governo de Lula.

      Bem, quanto à relação da política industrial com o câmbio eu faço menção aqui a um post mais antigo aqui no blog de Luis Nassif e intitulado “O partido industrial, por Renato Janine Ribeiro” de segunda-feira, 13/02/2012 às 09:56, com a transcrição do artigo “O partido industrial” de autoria de Renato Janine Ribeiro publicado no jornal Valor Econômico. O endereço do post “O partido industrial, por Renato Janine Ribeiro” é:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-partido-industrial-por-renato-janine-ribeiro

      Como se pode ver pelo título não se trata de texto de Luis Nassif, mas sim de Renato Janine Ribeiro. Por sorte, Luis Nassif faz uma boa introdução ao artigo. Vale a pena a leitura, tanto do artigo de Renato Janine Ribeiro como também da introdução feita por Luis Nassif para se fazer uma comparação com este post “Brasil 2015: os novos passos da política industrial”.

      E vale também porque eu recheei o post com muitos comentários sempre alertando para a questão cambial. Quando o post foi lançado, a ordem dos comentários era a contrária da atual. Assim um comentário meu para você que antes ficava no fim da segunda página do post, agora o encabeça e assim fica de fácil visualização. Quanto à leitura, eu não poderia garantir a facilidade.

      Outra crítica frequente que eu faço a Luis Nassif é fazer a análise muito compartimentalizada. Hoje vamos discutir câmbio. Amanhã vamos discutir inflação. Ontem se discutiu o Balanço de Pagamentos. E também não há a interconexões das várias facetas que o tema apresenta. A discussão de inflação dentro do aspecto econômica é bem diferente da discussão da inflação sob um enfoque político.

      Nesse sentido eu remeto aos comentários que eu fiz em dois posts recentes no blog de Luis Nassif. Primeiro indico o post “IPCA desacelera e volta a ficar dentro da meta” de sexta-feira, 08/08/2014 às 09:22, contendo matéria do Jornal GGN. Nele há um comentário meu enviado sexta-feira, 08/08/2014 às 20:25, para Jorge Luis junto ao comentário dele enviado sexta-feira, 08/08/2014 às 11:13. Embora eu trate mais sobre a questão da falta de conhecimento que existe na discussão sobre a inflação, indicando também alguns links que mostram isso, eu aproveito também para salientar que o maior problema da inflação é o político pela relação inversa que se estabelece entre a popularidade de um governante e a taxa de inflação.

      E o segundo post é “As gambiarras com a política de juros” de quarta-feira, 13/08/2014 às 06:00, também aqui no blog de Luis Nassif e desta vez da própria autoria dele. O endereço do post “As gambiarras com a política de juros” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/as-gambiarras-com-a-politica-de-juros

      Fiz dois comentários junto do comentário de Droubi enviado quinta-feira, 14/08/2014 às 21:51, que são bem exaustivos e tentam mostrar as conexões das questões econômicas com a política. Vale também dar uma olhada no comentário que enviei sexta-feira, 15/08/2014 às 19:16, para junto do comentário muito bom de Eduardo Pereira da Silva enviado quarta-feira, 13/08/2014 às 23:46, e que você também comentou.

      Enfim, o que sabemos é que o câmbio tem efeito na inflação. E inflação tem efeito em uma campanha eleitoral. Com reeleição e democracia vai ser muito difícil o Brasil ter um câmbio como o Yuan (Ou Renminbi). E assim se surgir uma política industrial é certo dizer que ela terá surgido a fórceps, mas se não houve a desvalorização se verá que, mesmo que a fórceps, a montanha pariu um rato.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 19/08/2014

  5. Novo industrial com velhos industriais…

    A política deve ser da estimulação da formação de novos industriais a partir de excelentes novos profissionais das diversas áreas. Estes profissionais devem ser selecionados nos diversos cursos de graduação e pós graduação espalhados país afora.

    Os profissionais selecionados terão a disposição recursos do BNDES a juros baixos, período de carência e prestações a perder de vista. Além de serem estimulados a desenvolver seus negócios em empresas formadas por Cooperativas.

  6. Falou de programas, cadê os resultados?

    Esse pode ter sido o pior post que já li do Nassif.

    Ele lista uma sequência de ações do governo, demonstrando desconhecer até mesmo quando elas de deram. A PITCE foi lençada em 2003, não 2004 a ABDI, que seria a articuladora técnica da PITCE, criada em 2004, não 2008. A PITCE sequer chegou a ser detalhada e a ABDI ficou sem qualquer função. O Luciano Coutinho, posto no BNDES com a missão de financiar a PITCE, perdeu-se em outras aventuras que hoje são oficialmente reconhecidas como fiascos, dentre elas financiar fusões de empresas cujo resultado foi unicamente reduzir a competição, bancar as imposturas do Eike Batista, o xodozinho da Dilma antes de quebrar, etc.

    Quanto aos outros programas mencionados, cite resultados.

  7. programas e mais programas

    Nassif

    sua visão de politica industrial é particular.

    de programa em programa  chegamos na mesma.

    quem vai executar  o planelamento  industrial  não são burocratas  mas empreendedores.

    voce que é contra o liberalismo apresenta nesse  estudo as razões  porque devemos adotar o liberalismo.

    Aqueles que como voce, são conta politica de FHC , se  esquecem que o obketivo do governo é ser atividade meio  e não fim.

    Quero um estado minimo  e  um ambiente onde o merito prevaleça.

    1. Embolou o meio-de-campo. O

      Embolou o meio-de-campo. O “planejamento industrial” ou “política industrial” é encargo do governo porque tal ação requer visal global, sistêmica. . 

      A implementação de políticas industriais, independem, assim, do tipo de sistema econômico. Antes de sacarem  o exemplo dos EUA, onde supostamente falar em “políticas setoriais” ou “globais” pode injuriar aos liberais da gema, advirto: sempre fizeram isso ao longo da sua história econômica. Muitas vezes disfarçadas de políticas comerciais. 

       

    2.  
      Uai Lineu Ignacio! Quem o

       

      Uai Lineu Ignacio! Quem o informou que no âmbito governamental, é proibido vicejar o mérito? Fosse assim, a EMBRAPA, o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), só pra ficar nos dois casos, não teriamos nem um agronegócio bombando, nem uma Embraer, ensaiando altos voos.

      Pelo visto, em seu entendimento, Estados Unidos, França, Inglaterra, Alemanha, ou mesmo a China, o Estado é mínimo, desempenhando apenas o papel de um mero espectador, dando milho pras galinhas, dando banho nas crianças, e repassando a bufunfa para os merítocráticos empresários, empreenderem e gerar emprego…Uh! Entendi.

      . Até gostaria que me orientasse,  onde diabos a Boeing Company iria se tornar a potência empresarial que se tornou, sem as encomendas, projetos, e as guerras desencadeadas pelo Pentágono, e pelas pesquisas da NASA, que por acaso é Estatal.

      A iniciativa privada é importante e muito ágil pra fazer dinheiro, todavia, sem o suporte do conjunto da sociedade, representado por uma burocracia Estatal de alto nível, empreendedor nenhum chegaria em lugar algum. O resto é nhenhenhé de bezerro que berra para monopolizar o acesso ao leite das vacas.

      Orlando

  8. Política Industrial?!!

    Pelo que se vê no texto, a tal Política é uma colcha de retalhos!

    Difícil de entender como um programa dá continuidade a outro etc.

    Verdadeiro Frankstein!

  9. importante nessa discussão

    importante nessa discussão toda foi a criação do conselho de desenovlimento economico  social em maio de 2003 pelo governo lula para discutir com a sociedade as políticas para vários setores inclusive e principalmente para o industrial.

    melhor ainda é que é composto por empressários de variados portes e representantes dos trabalhadores.

    isso mostra que a realidade do setor é  vista pelos setores interessados e não somente de um ângulo enganoso ou sob um ponto de vista único.

    alguns vêem a realidade simplesmente pelo seu ponto de vista único mas é lógico que é preciso ve-la de forma ampla para evitar erros que prejudiquem a sociedade.

    uns preferem imitar a grande mídia pessimista que tem interesses como qualquer outro setor .

    outros veem a realidade com preconceitos de classe, poucos na avenida paulista, muito debaixo da ponte. 

    alguns convivem com isso, outros se rebelam… 

    e assim é vista a realidade.

     

     

     

  10. Nassif é preciso dizer

    Nassif é preciso dizer claramente que não houve e que não existirão políticas públicas industriais em um governo de viés neoliberal.  Isso não aconteceu com FHC, e não acontecerá nem com Aécio e nem com Marina. 

  11. Uai

    “A partir de 2004 o país passou a reaprender a fazer política industrial.”

    Então explique como exportavamos celulares e manufaturados nos anos 90 e hoje só exportamos comida….

    O blog criticou um dia e o outro também os incentivos ao IPI dos automóveis e agora o Inovar Auto é a cocada da inovação? Eu hein!

  12. Muitos planos e pouca ação…

    Com informações de 2 mil “usineiros” que tenho cadastrado (metalúrgicas que fabricam/fabricavam peças automotivas), algumas poucas observações coletadas nos últimos anos sobre o Inovar Auto e os tais “índices de conteúdo local crescentes”:

    – não conheço UMA metalúrgica que forneça à Hyundai de Piracicaba, SP;

    – ninguém conhece quem vendeu/vende máquinas e/ou peças para a nova planta da Toyota em Sorocaba;

    – sobe a JAC em Camaçari: ninguém sabe, ninguém viu;

    – rumores dão conta que a PSA de Porto Real (Resende, RJ) está de malas prontas.

    Outra: tem vários casos de fornecedores instalados aqui no Brasil que importam peças de fábricas chinesas do mesmo grupo e trocam suas caixas para faturá-las como “Made in Brazil”.

    Criar planos para ilustrar Power Point qualquer um faz. Colocá-los em prática é que são elas…

  13. Fora de Contexto

    A melhor política industrial que se possa conceber para desenvolver a economia brasileira terá resultados sempre limitados ou até mesmo inócuos se a política econômica stricto sensu (monetária/creditícia, fiscal, cambial, comercial) apontar noutra direção. Quem arriscará planos de investimento que envolvam expansão de capacidade instalada e introdução de inovações tecnológicas quando as taxas de juros reais superam os 5% anuais? Quando não há horizontes estáveis para a expansão da demanda, doméstica ou externa, a ser atendida por esta capacidade ampliada? Quando não há horizontes estáveis para o suprimento de insumos básicos e infra-estrutura requeridos pela produção industrial a ser incrementada? Quando a concorrência, inclusive através de práticas predatórias, de importados é favorecida por fiscalização precária e uma taxa de câmbio efetiva real valorizada? Em suma, enquanto prevalecer a orientação “pró-austeridade”, ou seja, corte de despesas públicas combinado com o aumento de tributos, visando cobrir (parte) dos gastos com encargos financeiros da dívida interna, amplificados pela alta dos juros, qualquer política industrial está fadada a produzir somente mais frustração. Infelizmente.

  14. continuando…

    Por conseguinte, recomenda-se, como pré-condição para maior eficácia de uma política industrial reestruturante: 1) manutenção de taxas de juros reais de no máximo 2% aa; 2) controle inteligente do fluxo de capitais e intervenções que sinalizem para a estabilização, em patamar competitivo, da taxa de câmbio efetiva real; 3) investimentos públicos massivos em infra-estrutura, logística e de insumos básicos (principalmente energia); 4) coibição efetiva de práticas comerciais predatórias, aperfeiçoando-se a legislação e a fiscalização; 5) reforma tributária abrangente, de viés redistributivo e progressivo, com diminuição relativa do gravame sobre a produção/circulação e ampliação sobre altas rendas e patrimônios; 6) política de valorização real do salário mínimo, dos benefícios previdenciários e mecanismos de garantia de renda mínima; 6) política comercial agressiva, direcionada à conquista de novos nichos de mercado no exterior.

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