Brasilidade: a democratização do retrato fotográfico através da CLT

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por JNS

Brasilidade: a democratização do retrato fotográfico através da CLT

Mineiro de Diamantina, Assis Horta é pai de dez filhos, fruto de uma união de 71 anos. Até hoje, com 95 anos, ganha seu sustento com a fotografia. É dele a exposição A Democratização do Retrato Fotográfico através da CLT.

Horta conta que retratou o conterrâneo Juscelino Kubitschek, mas que seu trabalho mais relevante é o da fotografia “necessária”, daqueles que precisavam de seu registro. Em 1943, passou a fotografar os trabalhadores de Diamantina que, com a aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho, precisavam de uma fotografia para a carteira de trabalho.

Assis Horta Assis Horta

Assis Horta conta que era muito procurado pelas pessoas, especialmente nessa época em que “só arrumava emprego quem tivesse carteira profissional”. Ele confidencia que possui um acervo de mais de 100 mil chapas de vidro de fotografias e que guarda o nome de todas as pessoas que registrou.

Assis Horta 

Começou a trabalhar aos nove anos de idade. Mas, como fotógrafo profissional, só na época da faculdade. Foi funcionário do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Conta, ainda, que só trabalhou em Diamantina, mas que conhece “o Brasil todo, do Oiapoque ao Chuí. Sempre fotografando”.

A IDENTIDADE PELO TRABALHO

Retratos de operários tirados nos anos 1940, após o surgimento da CLT, democratizaram a imagem, até então um privilégio da elite

por Vitor Nuzzi | JOSÉ CRUZ/ABR/FOTOS ASSIS HORTA | Rede Brasil Atual

Assis Horta: registro de uma época e seus personagens

A carteira profissional trouxe mais do que uma formalização para o emprego no Brasil. Criou uma identidade para o trabalhador. Para muitos, foi o primeiro registro de sua imagem: o artigo 16 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), de 1º de maio de 1943, determinava que a carteira deveria contemplar, entre outros itens, uma “fotografia, de frente, modelo 3 x 4”. Pioneiro nesse registro, Assis Horta, hoje com 95 anos, fez nos anos 1940 centenas de retratos de trabalhadores.

Em 2012, Assis Horta foi tema de um filme de curta-metragem produzido pelas Nitro Imagens em parceria com a Alicate: O Guardião da Memória. “Ele saiu desse formato de fotógrafo de estúdio. Foi para a rua”, diz, no curta, o também fotógrafo Eustáquio Neves. “Você conhece uma sociedade por aquele conjunto de imagens”, comenta a diretora do Museu do Diamante, Lílian Oliveira. Criado em 1954, o museu fica em Diamantina (MG), terra natal de Assis e do presidente Juscelino Kubitschek. Em 1936, o fotógrafo comprou a loja que era do chefe e criou a Photo Assis, que funcionou até 1967, quando ele se mudou para Belo Horizonte.

<img alt="PV Rio de Janeiro (RJ) 02/12/2013 Imagens do fotógrafo Assis Horta
Foto: Divulgação Terceiro / Agência O Globo” height=”356″ src=”http://og.infg.com.br/in/11000040-de0-a90/FT1086A/2013120210165.jpg” style=”border:0px;height:auto;” width=”595″>

Curador de uma exposição que já passou por Ouro Preto e Brasília (Assis Horta: A Democratização do Retrato Fotográfico através da CLT), o também fotógrafo e professor Guilherme Horta – que não é parente do veterano – destaca a técnica e o esmero na produção. “A gente percebe a extrema habilidade do seu Assis na execução do retrato. Ele fazia um clique, sabe? E conseguia extrair essa personalidade (do fotografado) como poucos”, diz Guilherme, que vê similaridade entre fotos de Assis e quadros do pintor brasileiro Alberto da Veiga Guignard.

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Ainda hoje, Assis preserva o cuidado com os detalhes, como testemunha o próprio Guilherme. “Na abertura da exposição em Brasília, ele disse: você precisa arrumar essa gravata…” E, mesmo passados vários anos, lembra de detalhes das fotos: tal pessoa está segurando o terno em tal lugar porque ali faltava um botão, aquele era professor de Educação Física. Um queria aparecer com seus dentes de ouro – “Então, dê um leve sorrisinho”.

Pose para a história

“Muitos provavelmente devem ter sentado diante de uma câmera fotográfica pela primeira vez”, observa Guilherme. Caso de uma fábrica de tecidos na vila de Biribiri,­ na região de Diamantina, desativada há 30 anos e cenário de filmes como A Dança dos Bonecos (de Helvécio Ratton) e Xica da Silva (Cacá Diegues). Há muitos registros de fotos com a mesma data: 1º de julho de 1943. Exatamente dois meses depois do decreto da CLT. “Seu Assis foi lá e fotografou a fábrica inteirinha.” Pelo menos 70% eram mulheres.

 

E era sempre uma única chapa. “Todos um clique só por pessoa. Até aqueles de estúdio”, conta Guilherme. Câmara de fole, tripé, luz natural vinda de uma janela, fundo pintado e tapete persa. E muito cuidado na produção, além da procura por equipamento importado em tempos de guerra. “Seu Assis pegava trem em Diamantina e ia para o Rio de Janeiro, na rua São José (região central da então capital), comprar material fotográfico.”

“Fotografados para a Carteira de Trabalho, de acordo com as normas legais, eles (os trabalhadores) e suas famílias descobriram, com fascínio especial, o estúdio fotográfico”, diz, na apresentação da exposição, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Angelo Oswaldo de Araujo Santos. “E o atelier, antes frequentado pelas classes abastadas, foi invadido por populares que queriam mostrar sua cara, para além da foto datada para o documento.”

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Assis não fotografou apenas os trabalhadores para tirar a carteira profissional. Fez um registro da sociedade que abrange a própria cidade de Diamantina, fotografada por ele para o processo de tombamento – o conjunto arquitetônico e urbanístico foi tombado em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do qual Assis foi funcionário. Mas as imagens dos operários podem ser vistas também como um começo de democracia do ponto de vista da imagem. Acostumada a retratar a elite, a câmera focalizou a população. “O privilégio que refletira nos incontáveis registros da família imperial e da aristocracia da República Velha tornou-se o espelho do povo”, diz o presidente do Ibram. “A partir da Carteira do Trabalho, seguro de si e da família, cabeça erguida no quadro social, ele faz pose para aparecer na História do Brasil.”

Créditos: Imagens da Internet com informações do site do Palácio do Planalto e Rede Brasil Atual

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

15 Comentários

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  1. So de curiosidade:  alguem

    So de curiosidade:  alguem saberia o que aconteceu com os descendentes desse homem?

    http://photos.com.br/wp-content/uploads/2013/11/AH0043.jpg

    Essa forma em pera de cranio NAO existe no Brasil nem em lugar nenhum nem em povo mundial nenhum que eu conheca por foto, ponto final.  Isso NAO eh genetico (filhos “normais”!).  Eh “provavel” coff coff que tinha a ver com o “descanso” da cabeca dele no utero da mae.  (Gostaria de dizer que ele era um genio, mas ta com cara de um caso leve de hidrocefalia tambem, se eh que ele nasceu assim:  isso nao existe na raca humana!)

    1. Presente

      De: Glória

      Para: Celma

      Projeto vencedor do XII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da FUNARTE

      Glória é mãe do Guilherme (com Assis Horta na foto abaixo) e a Celma é minha irmã (são vizinhas e amigas).

      Caro Ivan, não há, no material impresso, detalhes sobre os personagens retratados por Assis Horta.

  2. ★★★★★★★★
    No olhar, o transbordo, o contido no continente, o rio que passou… Águas turvas, regato, nascente. Na expressão capturada, as dores e as farras.

    Comentei antes e agora só deleite.

    ★★★★★★★★

    1. Ouro

       

      Do Olhavê

      Mineração no rio Paraúna: Apuração de ouro, década de 1930, por Assis Horta – Celuloide, 10×15

      Apuração de ouro

      “No olhar, o transbordo, o contido no continente, o rio que passou… Águas turvas, regato, nascente. Na expressão capturada, as dores e as farras.”

  3. Assis Horta

    Tive o imenso prazer de visitar a exposição de fotos de Assis Horta há dois anos, no salão da FIEMG, na Praça Tiradentes aqui em Ouro Preto. Partindo-se do princípio que eram apenas fotos 3 X 4 para a Carteira da Trabalho, de que se atém a quase totalidade das fotos do acervo, trata-se na verdade do resultado de anos de documentação de um exímio retratista do povo brasileiro.

  4. Fotos antigas e a medicina

    As fotos antigas são testemunhas de como a população tem engordado rapidamente. Vendo fotografias dos alunos(as) universitários(as) da década de 60, pode-se ver como a epidemia da obesidade atacou a todas as classes da sociedade brasileira.  

  5. Viva o povo brasileiro!

    Registro historico do povo brasileiro. Nos anos 90, FHC proclamou num discurso historico – historico pelo erro de sua analise – que era o fim do varguismo, que era o fim do “populismo” no Brasil. Falava em populismo com a boca cheia, de quem nunca se aproximou do povo no sentido largo. E hoje o Congresso espizinha a CLT através de sua pobre Lei de Terceirização. Mais uma vez, tentam colocar fim em avanços conquistados pelos trablhadores, ainda do governo Vargas.

    Mas esse trabalho fenomenal e humanista de Assis Horta prevalecera sobre todos esses ai, que passarão e os quais a historia lhes rendera seu lugar: no radapé. 

    1. Assisinho

      [ Por Moracy Oliveira no Olhavê ]

      Bem que o arquiteto Oscar Niemeyer alertou:

      Assis Horta-moracy-oliveira

      Assis Horta em sua casa, Belo Horizonte, abril de 2014 | Foto: Moracy Oliveira

      – “Assisinho, você vai viver 120 anos”. Hoje, aos 96, o fotógrafo Assis Horta, o Assisinho, como ficou conhecido pelos seus 1,60 de altura, se diverte com a lembrança, ao mesmo tempo em que lamenta que o amigo não esteja mais aqui para ir acompanhando o andamento de sua previsão. Divertido, brincalhão e de riso fácil, costuma repetir que “a vida é boa” em conversas mais longas. É uma espécie de refrão, repetido muitas vezes, e que usa junto com suas histórias para ir desfiando o que fez pela vida de maneira intensa, alegre e responsável. Ao terminar a conversa, você sai completamente convencido de que a frase vem resumindo a sua vida. Dos 80 anos de profissão, não tem do que reclamar. Foi seu ganha-pão. Autodidata, fotografou o patrimônio histórico mineiro durante anos, fez retratos para documentos e de estúdio e registrou festas, costumes, culturas e população, principalmente a de pobres, negros e mulatos na região de Diamantina.

      Fonte: http://olhave.com.br/2014/06/perfil-assis-horta/

  6. São matérias como a do Sr.

    São matérias como a do Sr. Assis Horta que me fazem cada vez mais fiel a este blog. Aqui a gente vê mitas páginas sobre política, mas lê e assiste de tudo sobre arte, poesia, histórias de homens brilhantes, que de repente prestaram grandes serviços ao Brasil, acreditando do Brasil. Na verdade o Sr. Assis, aos 95 anos, é o próprio retrato de um brasileiro que deu sua parcela de contribuição nos anos 40, ao fotografar tantos rostos de gente guerreira, trabalhadora, ansiosa em se ver nas fotos, sentindo que a partir dali teria a sua vida transformada, enquanto sairiam de uma condição de trabalho escravo para a de um trabalhador digno, reconhecido.

    O mais agradável dessa reportagem é a gente vê como esse fotógrafo teve o cuidado de guardar, de preservar todo esse trabalho maravilhoso durante tantas décadas. 

    Que outras matérias nos sejam apresentadas para mostrar como era a vida do trabalhador antes da CLT.

  7. Representação e identidade

    RETRATO E AUTORRETRATO: ENTRE O SER ARTISTA E O SER PROFESSOR

    assis-horta-estudio

    O estúdio de Assis Horta (acima, a esquerda, aos 18 anos) se transformou em ponto de encontro de pessoas e de discussões entre políticos locais. O pessoal da UDN – União Democrática Nacional, velho partido conservador, costumava se encontrar lá. Juscelino Kubitschek, do PSD – Partido Social Democrático, ferrenho adversário da UDN também batia ponto por lá. “Mas eu nunca fui juscelinista”, diz, fazendo questão de ressaltar que a divergência era apenas política pois foi amigo do antigo presidente e o fotografava sempre que ele vinha à cidade

    O retrato pode ser considerado o gênero mais popular da pintura. Potencializa-se no período do Renascimento e do Humanismo, momento da história em que o homem passou a ser o centro de todas as questões que envolviam o pensamento humano, motivo para tornar-se o mais presente e influente gênero na história da arte e simultaneamente o mais mutante. Teixeira Coelho (2008) destaca que: “Na história da arte, o retrato é talvez o gênero no qual mais fortemente se coloca a questão da verossimilhança. De que serve um retrato se ele não se parece com o representado?”, esse tipo de questão põe em discussão aspectos referentes a uma representação rígida, repleta de cânones e regras, frente a qualquer tipo de expressão por parte do artista. Esta discussão se deu com os artistas modernos que expuseram seu ponto de vista em sua produção, onde o artista conquista a sua autonomia, como também destaca Coelho (2008):

    E a resposta do artista moderno foi: quando um retrato não se parece com o retratado, ele serve para fornecer o retrato do retratante, pelo menos seu retrato intelectual, conceitual, estético – e também seu retrato espiritual (COELHO, 2008, p.17).

    Filho na torre do Carmo

    Filhos de Assis Horta na torre da Igreja do Carmo, década de 1950, Celuloide, 6×6

    O artista moderno apresenta um trabalho com seu próprio gesto e modo de pintar expondo assim a sua identidade de artista. Essas mudanças no mundo da arte foram reflexos de uma sociedade que também se modernizou. Conceitos, costumes, modos de vida, filosofias que por tanto tempo deram condições estáveis ao mundo social estão dando lugar às novas tendências que, fragmentam o indivíduo moderno, unificado. Stuart Hall (2006) apresenta relações entre identidades que se sobrepõe, e que, há um modo distinto de mudança estrutural que transformou as sociedades modernas do século XX:

    Isso está fragmentando as paisagens culturais de classe, gênero, sexualidade, etnia, raça e nacionalidade, que, no passado, nos tinham fornecido sólidas localizações como indivíduos sociais. Estas transformações estão também mudando as nossas identidades pessoais, abalando a idéia que temos de nós próprios como sujeitos integrados (HALL, 2006, p.9).

    Filhos do garimpeiro José de Arimatéia

    Família do garimpeiro, bairro da Palha, década de 1940, Vidro, 9×12

    O sujeito global, resultado e reflexo de transformações que ocorreram e ocorrem no mundo social, possui uma identidade cada vez mais fragmentada, descentralizada, de caráter extremamente amplo, aberto e, sobretudo dinâmico e vivo, o que torna problemática a questão das relações de convívio social tendo em vista a multiplicidade dessas identidades conflitantes, como apresenta Hall:

    A identidade plenamente unificada, completa, segura e coerente é uma fantasia. Ao invés disso, à medida em que os sistemas de significação e representação cultural se multiplicam, somos confrontados por uma multiplicidade desconcertante e cambiante de identidades possíveis, com cada uma das quais poderíamos nos identificar – ao menos temporariamente (HALL, 2006, p.13).

    Caixa de Boneca

    Criança vestida de boneca (no estúdio de A. Horta), década de 1940, Vidro, 2x (9×12)

    Essa “crise da identidade” se refere à fragmentação e reflete também no indivíduo social que consiste num duplo deslocamento por parte do sujeito que é a sua descentralização, tanto de um determinado espaço social, como também de si mesmo. Ao analisar as imagens dos retratos nos livros de história e ao estabelecer entre elas uma ordem cronológica, não seria difícil apontar algumas evidências relacionadas às transformações pelas quais o retrato também perpassou. São transformações que ultrapassam os aspectos relacionados aos modos de vida do passado como, vestimentas, mobiliários, utensílios e a forma como as pessoas eram retratadas ou até mesmo do caráter plástico formal relacionado aos materiais utilizados pelos artistas, os suportes, os pigmentos, enfim dentre essas variações de caráter técnico e de aspecto formal, destacam-se às decorrentes alterações no que diz respeito à atitude dos artistas em relação aos seus motivos. Pode se dizer que esse tipo de atitude é a conseqüência de um posicionamento mais crítico por parte dos artistas da época em relação ao seu próprio tempo. Tais produções questionavam o sentido no qual esse projeto de sociedade poderia levar o mundo social e que posteriormente desencadeou no período entre guerras, com os movimentos dadaísta e surrealista. Esses aspectos se desdobraram e obtiveram ressonância na obra de muitos artistas do século XX e contemporâneos, e que trabalham com o retrato como destaca Coelho (2008):

    As personagens de Francis Bacon estão francamente desesperadas e as de Lucian Freud, em decadência física (portanto, em desconstrução espiritual). Olhá-las é uma provação, beirando o insuportável. É difícil aceitar a advertência e a premonição que esses artistas nos fazem. (COELHO, 2008, p.174-175)

    Anjinho

    Velório de criança (“anjinho”), década de 1940, Vidro, 18×24

    O caráter multifacetário, conseqüência das freqüentes mudanças, é um dos principais aspectos do mundo social contemporâneo e favorece o artista em relação à espontaneidade das suas expressões, afinal de contas a sua arte não está mais submissa a nenhuma regra. O artista contemporâneo possui total liberdade para transitar por todas as linguagens, técnicas, conceitos e ideais, e os resultados advindos desse universo, que é versátil, rico e, sobretudo diversificado.

    FONTE

    RETRATO E AUTORRETRATO: ENTRE O SER ARTISTA E O SER PROFESSOR

    http://www.anpap.org.br/anais/2011/pdf/ceav/adriano_bueno.pdf

    IMAGENS DO OLHAVÊ  “ASSIS HORTA”

    http://olhave.com.br/2014/06/perfil-assis-horta/

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