Câmara aumentou arsenal para confrontos em manifestações

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foram gastos  R$ 454,3 mil em 2014 em equipamentos de segurança, spray de pimenta, gás lacrimogênio e munições
 
Manifestação em frente ao Congresso contra projeto de terceirização
 
Jornal GGN – A Câmara dos Deputados está ampliando o arsenal usado por seguranças em confrontos com manifestantes. Um levantamento solicitado pelo Psol mostra que, em 2014, a Casa Legislativa comprou 200 escudos, 200 capacetes, 200 cassetetes, 50 trajes policiais antitumulto, 100 protetores de joelho, canela e pé, 700 unidades de spray de pimenta e gás lacrimogênio e 26 mil munições calibre 38 e 40, em um gasto de R$ 454,3 mil.
 
Na lista do arsenal também estão 1.800 distintivos para o Departamento de Polícia Legislativa por R$ 4.140,00.
 
Diante da grande compra de equipamentos de segurança, nomeados pelos PSOL como “bélicos”, o partido fez um requerimento à direção da Câmara dos Deputados com regras básicas de segurança que devem ser adotadas em votações polêmicas, previstas para os próximos meses, como o ajuste fiscal e a reforma política.
 
“Toda matéria polêmica mobiliza segmentos sociais a virem à Câmara e isso deve ser motivo de alegria democrática, não de medo, tensão e proteção dos parlamentares”, disse o líder do PSOL Chico Alencar (RJ).
 
O requerimento pede que o deputado Beto Mansur (PP-SP) esclareça as regras de acesso à Casa, e o que sustenta a proibição da entrada de faixas, camisetas de categorias, e outras normas internas. O documento também questiona se há algum treinamento de “cunho humanista, com disciplinas como ética, direitos humanos” aos policiais legislativos.
 
Chico Alencar disse que é normal a preparação para evitar que manifestações saiam do controle, mas que não se justifica o “exagero” no aparato de segurança. “Onde tem muita polícia, em geral, na realidade brasileira, tem pouca política. Na dita Casa do povo não se justificam galerias fechadas, como aconteceu na terceirização [foto acima] e agora no Paraná”, defendeu.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Aberração

     Mais uma asneira, das muitas, cometidas pelos constituintes de 1988, a criação e manutenção desta ” Policia Legislativa” , um cargo nominado de “Técnico Legislativo ” com “funções policiais”, com o exigido nivel médio de instrução, e o “parco” salário inicial de R$ 12.286,61

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