Chacina de Unaí completa 12 anos sem prisão dos mandantes

Da Rede Brasil Atual

Chacina de Unaí completa 12 anos com mandantes ainda em liberdade
 
Parentes das vítimas, representantes da sociedade civil, parlamentares e integrantes do governo cobraram celeridade na resolução do caso

São Paulo – Um dos casos mais emblemáticos de trabalho escravo, a Chacina de Unaí completou 12 anos ontem (28), com uma manifestação ocorrida, em Brasília, com a participação de representantes da sociedade civil organizada, parlamentares e integrantes do governo, para da Justiça rapidez no encerramento do caso.

Em 2004, foram assassinados, durante uma ação de fiscalização, os auditores do trabalho Nelson José da Silva, João Batista Lage e Erastótenes de Almeida Gonçalves, além do motorista Aílton Pereira de Oliveira, no município de Unaí, noroeste de Minas Gerais.

Em novembro, os autores do crime foram julgados e considerados culpados. Os assassinos Alan Rocha Rios e Erinaldo de Vasconcelo Silva já estavam presos, mas os mandantes e intermediários, Antério e Norberto Mânica, Hugo Pimenta e José de Castro, estão em liberdade e aguardam julgamento de recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília.

“Receberam uma sentença satisfatória, todos eles, condenados a quase 100 anos de cadeia. Agora nós estamos aqui pedindo aos que compõem esse tribunal que sejam rápidos, porque a gente tem sede de que essa justiça seja feita”, apela Marines Lima, viúva de Erastóstenes, presente à mobilização ocorrida em frente ao TRF1.

O Ministério do Trabalho e Previdência Social também cobra agilidade nas condenações, para que sirvam de exemplo aos que insistem em utilizar mão-de-obra escrava, no Brasil.

“Há um compromisso do governo de realizar, em curto prazo, um concurso para incorporar novos auditores e servidores ao MPT. Nós sabemos que, apesar desse compromisso, ainda tenho muito o que fazer, enquanto país, estado e governo, na luta contra a escravidão”, afirma Manoel Messias, secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Previdência Social, em entrevista ao repórter Uélson Kalinovski, para oSeu Jornal, da TVT.

A chamada “lista suja”, com os nomes das pessoas e empresas envolvidas neste tipo de exploração não pode ser divulgada por causa de uma liminar na Justiça. O governo mantém as ações de fiscalização. Desde a criação dos grupos móveis, em 1995, já foram feitas mais de 1.900 operações pelo país, com 49 mil trabalhadores resgatados.

Redação

9 Comentários

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  1. Vamos implicá-los na Lava-Jato

    Vamos arrumar um delator e citar os mandantes da chacina como operadores da Lava-Jato, ou dizer que receberam propina do Youssef. Aí com certeza serão todos presos no dia seguinte!

  2. O PREFEITO MANDANTE NÃO ERA DO PSDB, NÃO ERA?

    Ninguém do PSDB vai preso, isso é uma triste constatação, quer ficar impune? è só filiar.

  3. dizem  que  existe  o

    dizem  que  existe  o direito  garantista e o seu oposto, o direito do inimigo…

    mas parece que na história brasileira existiu sempre o direito dos amigos dos latifundiários, jamais presos.

  4. Lerdeza e impunidade

    Mais um caso inequívoco da grave situação da nossa Justiça. Com altos salários e vantagens que inexistem para a maior parte dos brasileiros, o Judiciário sempre aparece em fatos que demonstra a sua lamentável e lerda produtividade, colaborando para ampliar a imagem de impunidade que existe na nação.

  5. é tão entusiasmador isso,

    de saber que se tentar fazer desse um país melhor, posso voltar pra minha amada família deitado num caixão. e que ficará por isso mesmo, e fiquem agradecidas se conseguirem uma pensão mixuruca!

    nesse país o crime compensa. eu sempre tive essa dúvida, mas agora com o moro eu tenho certeza!

     

  6. Kakay é advogado de Mânica

    Dizem os jornais que Kakay é o advogado de Norberto Mânica, do caso da Chacina de Unaí, condenado a 100 anos mas recorrendo em liberdade.

    Jornais também disseram que Kakay é  o advogado dos Perrella, gente dos 450 kg de cocaína, no helipóptero.

     

    Kakay (de paletó), ao lado de Mânica.

    Norberto Mânica e o advogado Antônio Carlos de Almeida - o Kakay - chegam ao júri (Foto: Pedro Ângelo/G1)

     

    E Kakay é o advogado de  André Esteves, que foi preso junto com Delcídio, mas rapidamente solto (na Lava-Jato).

    Num texto de entrevista, diz o repórter: 

    A única vez em que Kakay, como todos o chamam, faz uma pausa para medir as palavras é quando a conversa se volta para o seu mais famoso cliente do momento, o bilionário André Esteves. Kakay avisa desde o início: não dará nenhuma explicação sobre as particularidades da defesa, nenhum dos “como” ou dos porquês. Mas ele garante que o processo contra Esteves não será sequer aberto. 

    http://www.novidadenew.com/o-advogado-dos-ricos-e-poderosos-meninos-da-lava-jato-se-intitulam-semideuses-diz-kakay/

  7. Somos um dos países. . .

    Somos um dos países do mundo com maior número de advogados, do mundo, 2% da população brasileira (4.000.000) são advogados ou bacharéis de direito, ao mesmo tempo temos uma justiça lamentável. Não é uma coisa muito esquisita isso.

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