Chico Mendes, Marina Silva e a rede de ONGs

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Em entrevista ao Jornal Nacional, nesta quarta-feira (27), a candidata à presidência Marina Silva (PSB) ressuscitou a “turma de Chico Mendes”, base que usou para construir suas principais relações políticas e das causas ao meio ambiente.  

“Eu venho de uma trajetória política que, desde os meus 17 anos, eu tive que confrontar muitos interesses no meu estado do Acre ao lado de Chico Mendes, ao lado de pessoas que se posicionaram ao lado da Justiça, da defesa dos índios, dos seringueiros, da ética na política”, disse Marina.

Mas esse lado leva a um histórico de relações de Marina que vai além da luta pelos seringueiros ou dos índios. O emaranhado de relações de Marina Silva com ONGs remete à uma complexidade que se confunde com a própria história de relações políticas, que a trazem hoje ao palanque da candidatura.

Chico Mendes era ícone da luta dos seringueiros – principal fator que estreitou a relação com Marina Silva, então professora de história e sindicalista, ligada às Comunidades Eclesiais de Base, importantes para a resistência dos seringueiros. Participaram, juntos, da criação da CUT e do PT no Acre.

A partir de então, a rede com lideranças ativistas do meio ambiente e ONGs se propagou. Chico Mendes lhe apresentou a antropóloga Mary Allegretti, que posteriormente ajudou na criação do Conselho Nacional dos Seringueiros, e Steve Schwartzman, antropólogo norte-americano, ligado à ONG Environmental Defense Fund (EDF).

Os objetivos de mudanças políticas que guiaram a trajetória de Chico Mendes foram, aos poucos, se alterando, com ápice na sua morte. Esses atores políticos dissociaram o seu nome das lutas sindical e pela reforma agrária, e demais reivindicações com forte cunho na teoria marxista.

Por sua vez, Mary Allegretti estabeleceu relações e construiu carreira como consultora de projetos para a Amazônia financiados por instituições e agências internacionais. Interlocutora nas negociações para implantação do PPG7 (Programa Piloto do G7, com foco na proteção das florestas tropicais do Brasil, gerido pelo Banco Mundial e orientou várias políticas do Ministério do Meio Ambiente) e ajudou a articular o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), um grupo de ONGs que acompanharia os projetos do PPG7.

O Grupo de Trabalho Amazônico foi criado em 1993 e teve, três anos depois, como secretário-executivo Fábio Vaz de Lima, marido de Marina Silva, até 1999.

Assim que Chico Mendes foi assassinado, grupos de esquerda do Acre fizeram alianças e tornaram a principal liderança do PT Jorge Viana, de família de tradição aliada à ditadura militar e filho de Wildy Vianna – deputado estadual pela ARENA, entre 1967 e 1979, e deputado federal de 1979 a 1987. Foi Jorge Viana que conseguiu ajudar a eleger Marina Silva ao Senado em 1994. Viana foi prefeito de Rio Branco em 1992.

Em 1998, Marina comemorou a chegada da Frente Popular, uma aliança de 12 partidos, incluindo o PSDB, ao governo do Acre, com a eleição de Viana. O marido de Marina assessorava os irmãos, Jorge e Tião, e ocupou cargos de confiança na gestão dos governadores.

“Foi-se o tempo em que a ‘turma do Chico Mendes’ e empresários – principalmente madeireiros – eram como água e óleo. As coisas amadureceram nos últimos 15 anos, o mundo girou, o Acre está mudando, a ‘turma do Chico’ chegou ao poder e pôde concretizar suas ideias. Aplacaram-se radicalismos. Viu-se que é possível negociar diferentes interesses com ética e conhecimento técnico. (…) Por incrível que pareça, há madeireiros, pecuaristas e petistas sentados à mesma mesa”, disse um dos materiais de divulgação do gabinete da senadora, em 2001.

Marina Silva comemorava o governo de Jorge Viana.

Assumiu o Ministério do Meio Ambiente em 2003, durante o governo Lula. O espaço não era novo. Mary Allegretti já ocupava a Secretaria de Coordenação da Amazônia na pasta durante o governo FHC.

Nesse período, três figuras fortes apareceram na rede de Marina: Carlos Antônio Vicente, Tasso Azevedo e João Paulo Capobianco.

Vicente foi Secretário de Florestas e Extrativismo do estado do Acre, no governo de Jorge Viana, e trabalhou para a promoção do manejo madeireiro nas florestas acrianas. Virou assessor direto de Marina e acompanhou-a na sua volta ao Senado, e na campanha eleitoral pelo PV, em 2010. Tem ligação com a ONG IMAZON (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), promotora do manejo madeireiro na Amazônia.

Azevedo foi diretor executivo do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) e ajudou a pressionar o Congresso para aprovar a polêmica Lei de Gestão de Florestas Públicas, que autoriza a concessão para exploração pelo setor privado e cria o Serviço Florestal Brasileiro, do qual foi diretor geral. Também tem relação com a ONG IMAZON.

Capobianco foi Secretário de Biodiversidade e Florestas e, depois, Secretário Executivo do Ministério. João Paulo Capobianco é uma das cabeças da separação do IBAMA, com a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). Alguns servidores do IBAMA chegaram a acusar Marina e Capobianco de sucatearem a fiscalização ambiental no Brasil.

Ele também presidiu a ONG Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), da qual Marina também faz parte; do conselho consultivo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e do conselho de administração da Bovespa Social; pesquisador associado do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que defende o sistema de vendas de serviços ambientais na Amazônia, como o mercado de créditos de carbono.

Marina também fez parte do Conselho Consultivo do IPAM, ao lado de Steve Schwartzman, vice-presidente do conselho deliberativo.

Com informações do Centro de Memória das Lutas e Movimentos Sociais da Amazônia.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. AMBIGUIDADE

    AMBIGUIDADE

    Uma palavra – a ambigüidade – define Marina,  com total clareza.

    É uma vida, agora,  de duplo sentido.

    Primeiro, a ambientalista extremada, o que o texto mostrou.

    Alçada a Ministra do Meio Ambiente,  lutou, principalmente, contra as hidrelétricas e termoelétricas ( hoje, sem elas, estaríamos sem energia – uma catástrofe que foi evitada pelo pulso forte de Dilma ), além de muita infra-estrutura que se deixou de realizar por questões que lesionaram o pogresso do governo Lula.

    Saiu do governo Lula porque perdeu a queda de braço.

    Agora, sua nova face do duplo sentido: Maria tornou-se uma conservadora.

    Os banqueiros já entenderam. Restam os pecuaristas, os industriários e comerciantes. Eles precisam entenderem tudo isto.

    E a natureza? A sementinha ? As seringueiras de seu pai?

    E o PSB e os trabalhadores?

    Eles que se danem. Um paradoxo. Grandes incerteza, tanto para os socialistas de seu partido PSB, como dos novos aliados da direita extremada.

    Ora, o futuro, se ela vencer, irá nos responder.

  2. falta o resto

    A Rede de Marina

    CM Amazônia

    No último dia 16 de fevereiro, Marina Silva anunciou o lançamento da Rede Sustentabilidade, seu partido em construção. Muitos questionamentos já têm sido feitos às propostas apresentadas nessa ocasião pela ex-senadora acriana, que vem defendendo uma “nova forma de fazer política”, um “novo tipo de partido”, assim como um “novo tipo de militância”. As críticas têm conseguido demonstrar que Marina abusa de conceitos vazios para elaborar um discurso que tenta agradar ao maior número de eleitores. Também já se destacou a presença, nessa rede, de empresários como Guilherme Leal e Maria Alice Setúbal, apoiadores da campanha eleitoral de Marina à presidência da república em 2010, e a integração de outros políticos, como Heloísa Helena, a esse movimento de “renovação ética”.

    Mas a verdadeira rede de Marina é muito mais ampla e foi sendo construída ao longo de sua trajetória política. Alguns dos elementos centrais dessa trama não farão parte do seu novo partido, mas foram fundamentais para a construção do projeto político que dá sustentação à atuação pública de Marina Silva e à criação da Rede Sustentabilidade.

    Nesse mapa de relações pessoais de Marina, Chico Mendes é a primeira pessoa que deve ser destacada. Afinal, foi a luta dos seringueiros, da qual Chico era uma das principais lideranças, que deu maior projeção à então professora de história e sindicalista, que havia feito parte do movimento estudantil na Universidade Federal do Acre. Ligada às Comunidades Eclesiais de Base que, assim como os movimentos sociais urbanos de Rio Branco, foram importantes para fortalecer a organização e a resistência dos seringueiros na floresta, Marina também participou da criação da CUT e do PT no Acre, ao lado de Chico Mendes e tantos outros.

    A partir dessa relação com Chico, outras duas figuras centrais entraram na rede de Marina: a antropóloga Mary Allegretti, que colaborou com a criação do Conselho Nacional dos Seringueiros, e Steve Schwartzman, antropólogo norte-americano, ligado à ONG Environmental Defense Fund (EDF). Eles foram os principais responsáveis pela projeção internacional da imagem de Chico Mendes (a partir de sua famosa viagem a Washington para denunciar os impactos das obras da BR 364 ao Banco Mundial) e pela tentativa de transformação de seu legado político radicalmente anticapitalista – com fundamentação teórica marxista – apenas em uma luta pela preservação da floresta. Em um extremo quase caricato, chegou-se a apresentá-lo como uma versão amazônica do “pacifismo” de Mahatma Gandhi.

    A promoção desta “metamorfose” ocorreu logo após o assassinato de Chico, momento em que esses atores que haviam se aproximado do movimento dos seringueiros, especialmente Mary Allegretti, intencionalmente buscaram dissociá-lo das lutas sindical e pela reforma agrária. A partir das relações que estabeleceu enquanto atuava como “apoiadora” dos povos da floresta nos anos 1980, a antropóloga construiu na década seguinte uma carreira como consultora de projetos para a Amazônia financiados por instituições e agências internacionais. Figura dos bastidores do movimento ambientalista, Allegretti foi elemento importante nas negociações para implantação do PPG7 (Programa Piloto do G7 para proteção das florestas tropicais do Brasil, gerido pelo Banco Mundial, que orientou várias políticas do Ministério do Meio Ambiente). Entre outras coisas, contribuiu para a articulação do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), um grupo de ONGs e movimentos da Amazônia que deveria acompanhar as discussões e negociações dos projetos do PPG7 (essa articulação de ONGs, criada em 1993, teve Fábio Vaz de Lima, marido de Marina Silva, como seu secretário-executivo entre 1996 e 1999).

    Essa imagem de um Chico Mendes “ambientalista” também foi habilmente apropriada ao longo dos anos 1990 pela Frente Popular no Acre (PT e partidos aliados), assim como por Marina Silva. (Especialmente quando foi eleita para o Senado, ela assumiu nacionalmente a identidade de ecologista e “seringueira”, embora já vivesse há vinte anos na cidade de Rio Branco). Depois do assassinato de Chico, além de adotar o discurso da sustentabilidade, os grupos que então eram considerados as organizações de esquerda do Acre fizeram uma aliança fundamental para suas conquistas políticas posteriores: tornaram Jorge Viana, jovem herdeiro de uma tradição política familiar associada à ditadura militar, a principal liderança do PT no estado. Candidato a governador em 1990, quando levou a disputa ao segundo turno, foi eleito prefeito de Rio Branco em 1992. Nessa época era ainda comumente reconhecido como “filho do Wildy” (Wildy Vianna das Neves foi deputado estadual pela ARENA entre 1967 e 1979, e deputado federal entre 1979 e 1987. Seu cunhado, Joaquim Falcão Macedo, tio de Jorge, foi governador do estado entre 1979 e 1983, indicado pelo general Ernesto Geisel).

    O desempenho eleitoral de Jorge Viana conseguiu ajudar a eleger Marina ao Senado em 1994, o que o faz figurar como um elemento de destaque em sua rede de relações políticas. Em pronunciamento de 1998, quando comemorava a chegada da Frente Popular ao governo do Acre (uma aliança entre 12 partidos, entre eles o PSDB), assim como a eleição de Tião Viana, irmão de Jorge, para o Senado, Marina demonstrou sua admiração pela capacidade de articulação do novo governador: “Carismático, convincente e seguro, ele foi capaz de buscar aliados e apoiadores até mesmo em setores historicamente hostis à esquerda e ao Partido dos Trabalhadores” [1].

    Em 2001, o material de divulgação elaborado pelo gabinete da senadora comemorava as realizações dos primeiros anos de governo de Jorge Viana (no qual seu marido, Fábio Vaz, possuía cargo estratégico), destacando que: “Foi-se o tempo em que a ‘turma do Chico Mendes’ e empresários – principalmente madeireiros – eram como água e óleo. As coisas amadureceram nos últimos 15 anos, o mundo girou, o Acre está mudando, a ‘turma do Chico’ chegou ao poder e pôde concretizar suas ideias. Aplacaram-se radicalismos. Viu-se que é possível negociar diferentes interesses com ética e conhecimento técnico. (…) Por incrível que pareça, há madeireiros, pecuaristas e petistas sentados à mesma mesa.” [2]. Com esse tipo de declaração, Marina Silva ajudou a legitimar – utilizando levianamente o nome de Chico Mendes – um governo que conseguiu agradar tanto parte da antiga esquerda quanto a direita acriana, não tendo representado nenhuma ruptura significativa com a ordem política anterior.

    Defendendo essa atuação da Frente Popular, Marina foi reeleita senadora em 2002 (quando Jorge Viana foi reeleito governador) e, em 2003, assumiu o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula. Nesse período passam a se destacar em sua rede outros atores, que já vinham atuando no Acre e se relacionavam com Marina em seu mandato anterior no Senado. Assim, esse momento não marca o início, mas a consolidação de um projeto, o fortalecimento de uma proposta específica de desenvolvimento para a Amazônia, defendido por esses indivíduos e organizações desde o início da década de 1990.

    O principal pressuposto dessa abordagem é o de que a floresta precisa ter um valor econômico para ser preservada e incentivos financeiros devem ser criados para que os indivíduos se abstenham de destrui-la. Propõe-se uma “economia verde”, em que as forças de mercado (com suas “falhas” devidamente corrigidas) proporcionem um uso sustentável dos recursos naturais. Trata-se de uma clara ofensiva do capitalismo neoliberal sobre a Amazônia. E essa é a lógica de fundo dos projetos do PPG7 (mencionado anteriormente), que definiram as principais políticas para a região nos últimos vinte anos, numa atuação integrada entre financiadores internacionais (Banco Mundial, USAID e agências europeias de “auxílio ao desenvolvimento”) e ONGs. Estes agentes trabalharam em “parceria” com o governo da Frente Popular no Acre (mas também em outros estados da Amazônia Legal) e com o Ministério do Meio Ambiente, antes mesmo da gestão de Marina Silva. Afinal, Mary Allegretti já era Secretária de Coordenação da Amazônia no MMA no governo FHC, durante a gestão de Sarney Filho.

    Marina deu continuidade a esse trabalho, em conjunto com sua equipe. Nela destacam-se ao menos três pessoas, que ainda hoje possuem função estratégica na rede de Marina: os engenheiros florestais Carlos Antônio Vicente e Tasso Azevedo e o biólogo João Paulo Capobianco. O primeiro foi Secretário de Florestas e Extrativismo do estado do Acre, no governo de Jorge Viana, cargo que tinha importância central na proposta de desenvolvimento sustentável da Frente Popular: a promoção do manejo madeireiro nas florestas acrianas. No MMA foi, primeiramente, diretor do Programa Nacional de Florestas (cargo que depois veio a ser assumido por Tasso Azevedo) e passou a ser assessor direto da ministra. Quando Marina voltou ao Senado, Carlos Vicente a acompanhou como assessor parlamentar. Foi exonerado do cargo em 2010 para se dedicar à campanha eleitoral de Marina, pelo PV. Ao fim do mandato da senadora, foi destacado para trabalhar na criação do Instituto Marina Silva.

    Tasso Azevedo, antes de entrar no MMA, era diretor executivo do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA), trabalhando com a atribuição de um “selo verde” (o FSC) aos produtos provenientes do manejo florestal. Como Diretor do Programa Nacional de Florestas, fez parte da equipe que conseguiu fazer com que o Congresso aprovasse, em poucos meses, a polêmica Lei de Gestão de Florestas Públicas, que autoriza a sua concessão para exploração pelo setor privado e cria o Serviço Florestal Brasileiro, do qual Tasso Azevedo foi o primeiro Diretor Geral[3]. Tanto Carlos Vicente quanto Tasso Azevedo possuem relação com a ONG IMAZON (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia), uma das principais promotoras do manejo madeireiro na Amazônia (incluindo o Acre), que defendeu a aprovação da referida lei.

    O terceiro elemento importante na equipe de Marina no Ministério do Meio Ambiente é João Paulo Capobianco, que foi Secretário de Biodiversidade e Florestas e, ao final, Secretário Executivo do MMA. Capobianco é tido como um dos “mentores” da divisão do IBAMA, que levou à criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), órgão do qual ele foi o primeiro presidente. Servidores do IBAMA chegaram a acusar Marina e Capobianco de promoverem o sucateamento da fiscalização ambiental no Brasil. Quem acompanha a atuação do ICMBIO na Amazônia pode dar razão a essas denúncias.

    Atualmente, Capobianco preside a ONG Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), da qual também fazem parte Marina, Maria Alice Setúbal, Guilherme Leal e Ricardo Young. Foi o coordenador da campanha de Marina à presidência em 2010. Faz parte do conselho consultivo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e é membro do conselho de administração da Bolsa de Valores Sociais (Bovespa Social). É também pesquisador associado do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), uma das principais ONGs responsáveis pela defesa da criação de sistemas de venda de serviços ambientais na Amazônia (como exemplo, o mercado de créditos de carbono por desmatamento evitado, conhecido pela sigla REDD).

    O vice-presidente do conselho deliberativo do IPAM é Steve Schwartzman, aquele que, junto com Mary Allegretti, levou Chico Mendes aos Estados Unidos. Schwartzman segue atuando no Environmental Defense Fund (EDF), onde trabalha com o tema das florestas tropicais “e incentivos econômicos para proteção florestal em larga escala”. E também Marina Silva, desde 2011, faz parte do Conselho Consultivo do IPAM. Essa ONG, contudo, já estava integrada à sua rede enquanto era ministra de Meio Ambiente, tendo ela participado de debates organizados pelo IPAM nas reuniões da ONU sobre o clima. A parceria com a organização é fundamental também para o estado do Acre, que aprovou em 2010 uma legislação pioneira para promover a venda de serviços ambientais, quando Binho Marques, amigo de Marina desde os tempos da faculdade de História, era governador. Ainda mais interessante é observar que, enquanto Marina participava dessas conferências da ONU como ministra, Binho participava como representante do Acre e era acompanhado por Fábio Vaz de Lima, coordenador da área de desenvolvimento sustentável do governo estadual depois de ter deixado o cargo de assessor parlamentar do senador Sibá Machado.

    Nesse período o governo do Acre não só criou uma legislação extremamente avançada para a comercialização de “serviços ambientais”, como ainda estabeleceu um importante acordo para a venda de créditos de carbono com o governo da Califórnia, nos EUA. Neste processo, Fábio Vaz também é uma figura fundamental, do mesmo modo que Steve Schwartzman, já que sua ONG americana, o EDF, aparece nas negociações como “representante da sociedade civil”. Tendo permanecido no governo de Tião Viana como secretário adjunto da SEDENS (Secretaria de Estado, de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis), atualmente o marido de Marina é o principal responsável pela estruturação da agência criada para promover a venda de créditos de carbono no Acre. Observando a trajetória política de Fábio Vaz é possível perceber que sua atuação, realizada nos bastidores, sempre foi estratégica para o governo da Frente Popular do Acre, mesmo depois do afastamento de Marina Silva do PT.

    Assim, embora a ex-senadora acriana possa buscar dissociar sua imagem da herança deixada ao Acre pelos governos de Jorge e Tião Viana e Binho Marques – especialmente em um momento no qual a Frente Popular e sua proposta de desenvolvimento sustentável passam por um grande desgaste –, a rede de relações que os aproxima demonstra a artificialidade dessa tentativa. É bastante estranho que Marina venha anunciar que seu partido em construção optará por um novo tipo de política quando laços tão fortes a unem à velha forma oligárquica de governar.

    As críticas que Marina tem feito a Jorge Viana, pelo fato de este ter sido relator no Senado da proposta de alteração do Código Florestal e não ter atendido as solicitações dos ambientalistas, não parecem tão duras. E, se olharmos com calma, a “turma de Marina” acabou sendo beneficiada por alguns dos dispositivos da nova lei. Pouca gente percebeu a aprovação do que Gerson Teixeira, presidente da ABRA (Associação Brasileira de Reforma Agrária), chama de “armadilha fundiária e territorial contida no Novo Código Florestal”, resultado da articulação entre setores ambientalistas – esses da rede de Marina – e o capital financeiro, “com reverência da bancada ruralista” [4].

    Teixeira se refere ao regramento constituído pela lei para amparar e promover o mercado de pagamento por serviços ambientais (PSA), utilizando como principal moeda a chamada “Cota de Reserva Ambiental” (CRA), destinada a “compensar passivos” (áreas desmatadas irregularmente) até julho de 2008. Dito de outra forma, os proprietários de terras com “excedentes” de Reserva Legal estão autorizados a comercializá-los em Bolsa. E os que não possuem área de Reserva Legal suficiente podem recuperá-la através de plantio e regeneração ou adquirir as CRAs no mercado. Além desse esquema, o Código Florestal também prevê a possibilidade de remuneração dos proprietários pela manutenção das APPs (Áreas de Preservação Permanente), das áreas de Reserva Legal e as de uso restrito, que poderá ser feita pelo mercado nacional e internacional de redução de emissões de carbono. Como afirma Teixeira, essa nova legislação, além de ser “mais um golpe contra a reforma agrária no Brasil”, pode transformar o “patrimônio natural do país em alternativa especulativa para o capital financeiro”.

    Pensando de forma distinta, os representantes do IPAM (ONG que tem Marina Silva como associada honorária), no documento que elaboraram com “contribuições para o debate” no Senado, intitulado “Reforma do Código Florestal: qual o caminho para o consenso?”, defendem a adoção desses mecanismos de incentivos econômicos como forma de “recompensar aqueles que buscam a conservação florestal”. E outros parceiros de Marina devem também ter ficado satisfeitos com a criação desses instrumentos de “incentivo positivo”. É o caso, por exemplo, do empresário Guilherme Leal (da Natura Cosméticos, seu vice na chapa da candidatura à presidência em 2010), que é membro do Conselho da Biofílica Investimentos Ambientais, a “primeira empresa brasileira focada na gestão e conservação de florestas na Amazônia a partir da comercialização dos serviços ambientais”. No mesmo Conselho encontram-se figuras como Haakon Lorentzen (presidente do Grupo Lorentzen, fundador da Aracruz Celulose, acionista controlador da Cia de Navegação Norsul, a maior empresa privada brasileira de transporte marítimo) e José Roberto Marinho (vice-presidente das Organizações Globo e presidente da Fundação Roberto Marinho). A Biofílica já trabalha (segundo seu site na internet) na área de compensação de reserva legal criada pelo Novo Código Florestal, realizando a “formatação e transação de instrumentos de compensação de modo a solucionar o passivo de proprietários rurais”.

    Para fomentar o mercado de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs), o país já conta com uma “bolsa de valores ambientais”. Criada em dezembro de 2012 para a negociação de contratos ligados ao meio ambiente, a BVRio é uma ONG que tem em seu Conselho Consultivo a participação dos governos estadual e municipal do Rio de Janeiro. Em sua plataforma de negociação de ativos ambientais, a BVTrade, já estão sendo negociadas as “moedas verdes” do Código Florestal (as CRAs), através de contratos de desenvolvimento e entrega futura, tendo em vista o fato de que a lei ainda necessita de algumas regulamentações. Os criadores da BVRio, os irmão Maurício e Pedro Moura Costa, sócios da empresa E2 Sócio Ambiental, estimam que o “mercado de devedores ambientais pode gerar negócios de R$ 100 bilhões e R$ 500 bilhões, dependendo do custo médio das transações”[5].

    Pedro Moura Costa, presidente executivo da BVRio, tem em seu currículo o desenvolvimento do primeiro projeto de certificação de crédito de carbono do mundo, na Ásia. Em 1997 fundou sua antiga empresa, a EcoSecurities, que se tornou líder mundial na venda desses créditos e foi comprada pelo banco de investimentos JP Morgan em 2009. Além da BVRIO, a E2, nova empresa de Pedro Costa, está desenvolvendo um programa de pagamentos por serviços ambientais no município de Paragominas, no Pará, em parceria com o IMAZON (aquela ONG da qual fazem parte Carlos Vicente e Tasso Azevedo, como relatado anteriormente, e também o próprio Pedro Moura Costa).

    A E2 ainda integra uma “plataforma de investimentos para a região amazônica” denominada Guardiãm, “fundada por um grupo de profissionais que incluem investidores, empresários, executivos e líderes na causa amazônica”, entre os quais se pode destacar Caio Túlio Costa (co-fundador do UOL, secretário de redação e ombudsman da Folha de São Paulo), Henri Philippe Reichstul (que foi presidente da Petrobrás) e dois dos principais integrantes da rede de Marina Silva: Tasso Azevedo e João Paulo Capobianco. Ao que tudo indica, as pessoas desse grupo não apenas conhecem como poucos o caminho para um lobby eficiente no Congresso Nacional e nas Assembléias Estaduais, conseguindo fazer aprovar legislações favoráveis a seus interesses. Eles parecem possuir também a capacidade “admirável” de aproveitar ao máximo as possibilidades criadas por essa estrutura jurídico-institucional que ajudaram a construir.

    As possibilidades de negócios criadas pelos novos mercados de ativos ambientais também têm chamado a atenção do agronegócio, que identifica as vantagens financeiras de adotar essa “fachada verde” proporcionada por iniciativas como a da BVRio. É o que vem deixando claro a própria porta-voz dos ruralistas, a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura. Outro “prócer” do agronegócio, o senador Blairo Maggi, já tinha aderido à defesa do mercado de carbono em 2009, quando ONGs que trabalham em conjunto com o IPAM na divulgação desse mecanismo na Amazônia lhe apresentaram as vantagens econômicas que ele poderia trazer aos latifundiários do Mato Grosso. Talvez um dos maiores expoentes do “agronegócio verde” no Brasil, em 2011 o Grupo Maggi fez sua primeira venda de “soja responsável” (um lote de 85 mil toneladas), com o “selo verde” atribuído pela WWF (num programa de “certificação ambiental” realizado em parceria com Bunge, Cargill, Monsanto, Nestlé, Shell, Syngenta, Unilever, etc) [6].

    É possível que Marina Silva ainda não tenha integrado Kátia Abreu e Blairo Maggi diretamente a sua rede, mas a WWF, ONG certificadora de soja e cana-de-açúcar, está nela há bastante tempo. Em 2008, Marina recebeu do Príncipe Philip da Inglaterra (o marido da Rainha), a Medalha Duque de Edimburgo de Conservação, o prêmio mais importante concedido por essa organização internacional. Em 2012, foi a vez da ONG receber um certificado de reconhecimento do governo da Frente Popular do Acre, “entregue a personalidades e instituições que auxiliaram na construção da história local”, na data em que se celebrou o aniversário de 50 anos do estado[7].

    A rede de Marina é mais complexa do que pode parecer à primeira vista. É menos sustentável do que quer fazer crer o “ambientalismo de mercado” promovido por seus integrantes. Está mais envolvida com as transações políticas tradicionais do que quer deixar transparecer a ex-senadora acriana, com seu discurso em defesa da ética e da novidade. A criação de seu partido, apresentada como a busca pela realização de novos sonhos, não pode apagar o fato de que a ascensão política de Marina e a projeção internacional de seu nome ocorreram à custa de sonhos e projetos de outras pessoas, os quais foram sendo destruídos nesse caminho. Essa profunda transfiguração faz com que Chico Mendes, aquele que apareceu no início dessa história, não tenha mais lugar na rede de Marina, a despeito das tentativas cínicas de associação de seu nome às “soluções” do capital para a crise ecológica, já que o líder seringueiro lutou contra esse sistema até o fim de sua vida. Marina encontrou outro rumo, outra “turma”, só não percebe quem não quer enxergar.

    Fotos (clique no link para ver):Marina e SchwartzmanMarina, Moutinho e Nepstad (IPAM)Marina, Tasso Azevedo e Carlos Vicente (Foto no Facebook)Marina com Beto Borges, da Forest Trends (Foto no Facebook)Acre na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas

    [1] Pronunciamento no Senado Federal, em 15/10/1998. Disponível em:

    http://www.senado.gov.br/atividade/pronunciamento/detTexto.asp?t=232864

    [2] Revista da Marina. Publicação do Gabinete da Senadora Marina Silva, 2001.

    [3] No período em que o tema foi debatido no Congresso, Fábio Vaz de Lima, marido de Marina, era assessor parlamentar de Sibá Machado, suplente de Marina no Senado.

    [4] “Novo código florestal na estrutura agrária brasileira”. Análise de Gerson Teixeira, jornal Brasil de Fato, edição de 28/09/2012. Disponível em: http://www.brasildefato.com.br/node/10733.

    [5] “Eles negociam florestas”, reportagem da Revista Época, edição de 10 de dezembro de 2012, p. 102.

    [6] “Grupo Maggi inicia venda de soja com selo verde”. Jornal Valor Econômico, 16/06/2011. Disponível em:

    http://www.grupoandremaggi.com.br/wp-content/uploads/2012/06/rtrs1.pdf

    [7] Fábio Vaz Lima, marido de Marina, esclarece a importância da WWF para o Acre nesse vídeo, em que apresenta um projeto feito pela ONG em parceria com a SKY Reino Unido:http://www.youtube.com/watch?v=6qQZ0pdZHaQ.

    http://lutasemovimentosamazonia.wordpress.com/biblioteca/textos-cm-amazonia/marina-silva/

     

    1.  Cruz, credo!
       
       O Gunter, em

       Cruz, credo!

       

       O Gunter, em post anterior, vaticinou: tempos melhores virão.

       Parece que é isso mesmo.

       Descubro agora para quem.

       Será que os brasileiros comuns, não tão ambientalistas assim, tb podem se valer da Providência Divina?

       

  3. E o painel da Folha de hoje

    E o painel da Folha de hoje informa que Marina se encontrará com empresários do agronegocio e dirá que “TINHA UMA PAUTA AMBIENTAL A CUMPRIR COMO SENADORA E MINISTRA DE LULA E ESTARÁ  ABERTA AO DIÁLOGO CASO SE ELEJA PRESIDENTE”.

    Então ela não é verde. Foi o PT que a fez verde?

    Lembrando que no Jornal Nacional ela disse não ser contra os transgênicos.

     “Quem fala demais dá bom dia a cavalo”. Sacou, Marina?

  4. Defesa da ética na política?

    Defesa da ética na política? Tendo ao seu lado como principal financiador o Banco Itaú, que deve R$18,7 bilhões ao governo? Terá que explicar melhor isso, Blá, Blá, Blarina.

  5. Tive a felicidade de

    Tive a felicidade de  conhecer pessoalmente Chico Mendes

    e isso prá mim  é o suficiente para não votar em ” Marina” .

    Tambem não  sinto medo algum  na possibilidade dela

    vencer.., mas ai já   é uma outra  discussão.

      1. Nada demais, basta seguir a

        Nada demais, basta seguir a trajetória da “moça Marina” e fazer

        calculos.Como  disse em outro “post” caso ela vença ( o que não

        estou convencido..) vai receber apoio quase irrestrito do PSDB…

         sem citar outros setores ..alguns bem conservadores inclusive,

        mas normalmente  pais não abandonam filhos, nem quando

        os mesmo bradam : Eu não pedi prá nascer ! Saem e batem

        a porta..aprontam, bufando de ódio. Existem muitas coisas que

        gráficos não explicam , sem irracionalismos..mas  a experiência

        na observação da vida e no jogo político.Marina é um perigo para

        ela mesmo antes de tudo, vai levar o barco devagar..a retaguarda

        virá do PT.

  6. Eu não sabia que a Marina

    Eu não sabia que a Marina Silva era professora de história. Agora entendo porque ela é mestre nesse assunto. Conta uma história….

  7. ela´é tão ambígua que seria

    ela´é tão ambígua que seria capaz de andar de tanga na avenida paulista dizendo que é um nova forma de fazer política.

    mas essa de colocar  neca do itau, olipolista  do dinheiro,  e o mártir da floresta chico mendes, assassinado por latinfundiários, foi demais da conta.

    1. Rapaz, se ela for andar de

      Rapaz, se ela for andar de tanga na Paulista, avise o Gabeira para ir junto. Ele não pode perder uma oportunidade como essa!

  8. A viuvinha.

    Marina abusa da figura da viúva, até fisicamente.

    Elegeu-se senadora como a “viúva de Chico Mendes”, chega a sua segunda candidatura à presidência como a “viúva de Eduardo Eampos” e tenta fazer campanha como a “viúva de Lula”.

    Retire-se essas três figuras referenciais e o que vemos de Marina?

    Vemos Neca Setúbal.

    1. E demagoga, Sergio. Uma  nota

      E demagoga, Sergio. Uma  nota do painel da Folha de hoje  diz que Marina agora anda de avião de carreira. Será que é só até ela comprar o dela, como Eduardo Campos? Sabe como é essa nova política…

    2. Concordo

      Concordo. Marina precisa apresentar-se como candidata ela própria, não como viúva de ninguém.

      Ela tem uma trajetória de vida, perfeito. É um patrimônio pessoal.

      MAs precisa apresentar seus compromissos atuais. A quem está ligada? Quem ela representa? Quais compromissos assumiu e terá que cumprir?

      Isso é fundamental. Senão fará jus à imagem de novo Jânio ou novo Collor. Cmpanhas personalistas e vazias, baseada em moralismo e personalismo já não cabem no Brasil atual porque produzem crises profundas e retrocesso.

      A pergunta que se faz agora é: Que forças Marina representa?

      Não acho que é são as mesmas que Chico Mendes representava, ou que Lula representa.

      1. Chico Mends nunca foi

        Chico Mends nunca foi natureba de boutique; depois que foi assassinado é que inventaram essa palhaçada de que ele era ambientalista… Advinha quem brotou do túmulo dele para se lançar como defensora da natureza?

  9. Ambientalista?

    É uma oportunista que se aliou a quem tem dinheiro porque ama o amarelinho. Seu discurso ambientalista é falso, ele vira e revira conforme viram e reviram os seus interesses pessoais e políticos. O problema claro, claríssimo, é que  muitos desses líderes ambientalistas são muito, muito oportunistas. Marina, depois de ter boicotado a construção de hidrelétricas, a forma mais limpa de gerar energia e qualquer criança ambientalista sabe disso, agora que vai precisar de dinheiro das grandes construtoras vai defender até isso, depois da defesa dos transgênicos. Esperem para ver. Aja estômago para tantas reviravoltas. Só pessoas mal intencionadas, desinformadas, ignorantes e ingênuas podem acreditar nessa representante de outros interesses que não os nacionais.

  10. Meu, não há duvidas, se ela

    Meu, não há duvidas, se ela se eleger vai ser isolada, sem base vai se ferrar e vai ser derrubada para botar o Vice no lugar, tudo dentro da Lei . . . . .

  11. ong – patrocinio
    no meu

    ong – patrocinio

    no meu facebook, so hoje pelo menos umas 15 pag PATROCINADAS com propaganda ou “materias”da marina, ultima com uma foto com suplicy,,,,

    ne por nada nao mas esse novo foi a 3 seculos atras

  12. 27 AGOSTO 2014 (BR-AC)

    27 AGOSTO 2014 (BR-AC) Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri: sobre a declaração de Marina

    Categoria: Movimentos em Luta

    Nota de esclarecimento sobre a declaração da candidata Marina Silva no debate da Rede Bandeirantes
    Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri (Acre)

    Diante da declaração da candidata à Presidência da República para as próximas eleições, Marina Silva, onde esta coloca o companheiro Chico Mendes junto a representantes da elite nacional, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri (Acre), legítimo representante do legado classista do companheiro Chico, vem a público manifestar-se nos seguintes termos:

    Primeiramente, o companheiro Chico foi um sindicalista e não ambientalista, isso o coloca num ponto específico da luta de classes que compreendia a união dos Povos Tradicionais (Extrativistas, Indígenas, Ribeirinhos) contra a expansão pecuária e madeireira e a conseqüente devastação da Floresta. Essa visão distorcida do Chico Mendes Ambientalista foi levada para o Brasil e a outros países como forma de desqualificar e descaracterizar a classe trabalhadora do campo e fortalecer a temática capitalista ambiental que surgia.

    Em segundo, os trabalhadores rurais da base territorial do Sindicato de Xapuri (Acre), não concordam com a atual política ambiental em curso no Brasil idealizada pela candidata Marina Silva enquanto Ministra do Meio Ambiente, refém de um modelo santuarista e de grandes Ong’s internacionais. Essa política prejudica a manutenção da cultura tradicional de manejo da floresta e a subsistência, e favorece empresários que, devido ao alto grau de burocratização, conseguem legalmente devastar, enquanto os habitantes das florestas cometem crimes ambientais.

    Terceiro, os candidatos que compareceram ao debate estão claramente vinculados com o agronegócio e pouco preocupados com a Reforma Agrária e Conflitos Fundiários que se espalham pelo Brasil, tanto isso é verdade, que o assunto foi tratado de forma superficial. Até o momento, segundo dados da CPT, 23 lideranças camponesas foram assassinadas somente neste ano de 2014. Como também não adentraram na temática do genocídio dos povos indígenas em situação alarmante e de repercussão internacional.

    Por fim, os pontos elencados, são os legados do companheiro Chico Mendes: Reforma Agrária que garanta a cultura e produção dos Trabalhadores Tradicionais e a União dos Povos da Floresta.

    Xapuri, 27 de agosto de 2014
    José Alves – Presidente
    Waldemir Soares – Assessor Jurídico

    http://passapalavra.info/2014/08/99081

  13. Especial Chico Mendes
    “Chico
    Especial Chico Mendes
    “Chico Mendes está pulando dentro do túmulo”, diz amigo
    Para companheiro de luta de Chico Mendes, não há o que ser comemorado hoje: “Temos é que protestar. Estamos sendo derrotados pela politica do governo ao lado do agronegócio”
    por Felipe Milanez — publicado 22/12/2013 12:44, última modificação 22/12/2013 14:44

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    Osmarino: uma voz crítica
    Companheiro de luta de Chico Mendes diz que hoje o capitalismo está destruindo a floresta e os rios, “enquanto o nosso movimento mostrou que existe forma de viver que não ameaça o meio ambiente.” No documentário de Miranda Smith, “Chico Mendes: Voice of the Amazon” (de onde foi extraída essa foto, com autorização da diretora), ele lembra outros companheiros mortos, como Wilson Pinheiro.

    Osmarino Amâncio Rodrigues estava na mesma lista da morte que levou Chico Mendes, em 1988. Até hoje, ele continua vivendo na reserva extrativista, junto da floresta. Numa eventual saída para a cidade, consegui contatá-lo por telefone, e ele me relatou o depoimento abaixo. Osmarino é um grande crítico da transformação do sistema capitalista que encontrou um meio mais suave e mais verde de tomar conta das florestas. Para ele, Chico Mendes era libertário, e muitos dos companheiros traíram seus ideais, entre eles, Marina Silva. “Não temos o que comemorar no aniversário da morte de Chico Mendes. Temos é que protestar”, diz.

    Da morte de Chico Mendes aos dias de hoje

    Aconteceu muita coisa depois da morte do Chico Mendes para cá.

    Primeiro, temos que falar das conquistas que tivemos, nos processos dos anos 1980 e 1990. Os conflitos começaram na década de 1970, se estenderam nos anos 1980, e década de 1990 foram conquistas importantes vitórias. Conseguimos fazer com que a historia da Amazônia fosse reconhecida no Brasil e fora do Brasil, fazer saber que a Amazônia estava cheia de gente, chamados de seringueiros, de índios, quebradeiras de coco, extrativistas, populações tradicionais. A história da Amazônia que não era contada pela chamada “descoberta” dos invasores europeus. Depois da morte do Chico Mendes, houve uma série de perdas também.

    Conquistamos as Reservas Extrativistas (Resex) na Amazônia. Com as resex, criamos renda e direitos territoriais. Naquele tempo, era como se 10 pessoas, fossem donas de metade do estado do Acre. Hoje, 80% do estado está preservado, e são basicamente ou terras indígenas ou reservas extrativistas. O modelo depois foi expandido para outras áreas na Amazônia, como as reservas marítimas, para os pescadores tradicionais. Foram conquistas muito grande para nós, seringueiros.

    Depois, a coisa mudou. Tivemos uma ministra do meio ambiente, uma companheira, a Marina Silva, que acabou sendo a nossa grande derrota. Por que? Porque tudo o que tínhamos conquistado, ela conseguiu organizar uma logística para que tudo virasse mercado, transferindo para a iniciativa privada os bens naturais. Ela aprovou a lei dos transgênicos sem garantia de garanta alimentação saudável. Criou uma lei de florestas publicas que privatiza as florestas públicas por 40 anos, podendo ser refeita por 30 anos, no total, privatizadas por 70 anos!. Milhões de hectares foram a leilão, sendo só no Acre mais de 1 milhão. Foi uma grande surpresa, e eu vejo como uma grande traição.

    Além disso, hoje ainda há no Acre prospecção de petróleo e agora o REDD+. Com o REDD+ os proprietários arrendam as florestas, poluindo lá fora e protegendo aqui. Hoje não podemos mais pegar nosso peixe artesanal. É tudo certificado “FSC” por uma série de ONGs que entraram na logica da expansão do capitalismo verde. A Amazônia virou motivo de negocio e mercantilização. No Acre, extração de madeira é desordenada e o seringueiro não pode tirar madeira para a sua casa. Madeira só para exportação pelo FSC, aprovado pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), como na Resex Chico Mendes. Esses grandes projetos de expansão do capitalismo na Amazônia vieram para detonar, e todos em nome do Chico Mendes, que agora está pulando dentro do tumulo.

    Chico Mendes não propunha a mercantiilização da floresta. A gente tinha o direito de trabalhar em 10% da área. Veio a Marina, e esse governo, e privatizaram a Amazônia inteira, com a lei do mercado de carbono, o REDD+, hidrelétricas que estão sendo construídas e vão inundar milhares de hectares de floresta e sítios arqueológicos, terras ocupadas por populações tradicionais. Tudo, em nome da sustentabilidade, para dar mais capital para meia dúzia de empresas para continuarem poluindo, depredando e criminalizando o seringueiro.

    Estão propondo bolsa de R$ 100 por mês em nome da “sustentabilidade”, enquanto mineradoras, madeireiros, ONGs, e todo o negócio de exportação de matérias primas estão ficando ricos. Eu mesmo estou sendo vitima de criminalização porque tirava madeira para mim e minha mãe, enquanto as madeireiras tiraram tudo e não sofrem nenhum tipo de criminalização. Nós, índios e seringueiros, estamos sendo criminalizado para sermos submisso à expansão capitalista na nossa região.

    Não temos o que comemorar no aniversário da morte de Chico Mendes. Temos é que protestar. Estamos sendo derrotados pela politica do governo ao lado do agronegócio e grandes madeireiras, construtoras, ruralistas.

    Ao invés de criarem Resex, começaram a criar projetos de assentamento onde não se discute com a comunidade, e permite madeireiros. Assim mataram a irmã Dorothy Stang, em Anapu, no Projeto de desenvolvimento Sustentável (PDS) Esperança, e o Zé Cláudio e a Maria, em Nova Ipixuna, no Projeto de Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira. Nas não há título de propriedade privada, solicitamos direito de usufruto, e há mais proteção e garantia para a comunidade.

    Existia a forma de vida das populações tradicionais que com a criação das Resex foi possível garantir a sobrevivência da população e do bioma da Amazônia, sem ameaças e respeitando as decisões das comunidades. Esse novo projeto expansionista não respeita as populações tradicionais e incentiva depredação e desmatamento para exportar soja, madeira, minério. A Usina Jirau eliminou mais de 50 igarapés! Foram sete mil pessoas expulsas.

    Capitalismo verde e movimento ambiental

    O capitalismo está detonando como a mata e os rios. Enquanto o nosso movimento mostrou que existe forma de viver que não ameaça o meio ambiente.

    Chico mendes abriu a discussão sobre uma parceria com o movimento ambiental, mas a sua preocupação era social e fundiária. A terra era vista por ele com a função social. Ele tinha visão da conjuntura. Criticava o sistema que só implementa a barbárie, a concentração nas mãos de poucas pessoas. Ele colocava isso nas discussões. Nossa vida é de acordo com a natureza, e só temos condições de sobreviver com a floresta em pé. A gente vive da castanha, da pesca, da caça. A gente achava que os ambientalistas podiam ser nossos parceiros. E o Chico Mendes sabia compreender o momento para fazer as parcerias e as alianças.

    Só que hoje, com o FSC, WWF, essas ONGs, a Marina implantando o capitalismo verde, o Chico Mendes está sacudindo. Chico Mendes era um libertário. Um socialista convicto. Queria a reforma agrária, e era acusado de terrorista. Parece que estão assassinando o Chico outra vez pintando ele de um ambientalista desses, porque querem matar a figura do libertário, lutador pela vida, por igualdade social, contra preconceito e discriminação.

    Ele sofreu preconceitos, eu sofro preconceitos. Éramos analfabetos porque não tínhamos diploma, e tratados como objeto de pesquisas por antropólogos. Tive já várias desavenças com intelectuais. O preconceito contra seringueiro e extrativista é muito grande. E muitos intelectuais calaram a boca sobre a politica expansionista da década de 2.000 pra cá. A economia verde vem se alastrando muito na região e a gente vai sofrer as consequências. Vamos ter que organizar empate não só contra os madeireiros, as mineradoras e o latifúndio, mas também contra o estado que está sendo o gerenciador de todo esse processo. É necessário um levante e um novo empate contra essa política expansionista de desenvolvimento insustentável.

    Não levam em consideração as populações tradicionais na construção de barragens, e o que está acontecendo em Belo Monte é um absurdo. Em Jirau, Santo Antonio, no Madeira, e no Tapajós onde querem começar a construir agora. Mas estamos tentando respirar. O Estado é pesado, o sistema é bruto, e as leis hoje garantem a depredação total, com essa lei de florestas públicas, os transgênicos, o Código Florestal. Chico estaria com essas mesmas convições, tenho certeza. Mas hoje, no Acre, ficam tentando modificar o posicionamento dele. Vi coisas absurdas numa exposição agropecuária, a ExpoAcre, de seringueiro junto de madeireiro e fazendeiro.

    Eu tinha um carinho especial, o Chico Mendes era verdadeiro. Foi uma cicatriz em mim que nunca vai sarar. Chico está vivo em cada reunião, no movimento, em cada confronto, nos debates. A lembrança dele não vai ser o que tão pintando ele de ecologista e verde. Chico era revolucionário contra o sistema capitalista. Sonhava com uma sociedade socialista. Era libertário. E um poeta, como aquele poema que escreveu, para os jovens do futuro:

    “Atenção jovem do futuro,

    6 de Setembro do ano de 2120, aniversário ou centenário da Revolução Socialista Mundial, que unificou todos os povos do planeta num só ideal e num só pensamento de unidade socialista que pôs fim a todos os inimigos da nova sociedade. Aqui fica somente a lembrança de um triste passado de dor, sofrimento e morte.

    Desculpem…Eu estava sonhando quando escrevi estes acontecimentos; que eu mesmo não verei mas tenho o prazer de ter sonhado.”

    http://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-milanez/osmarino-amancio-rodrigues-chico-mendes-era-libertario-e-esta-pulando-dentro-do-tumulo-3045.html

  14. Sem provas

     

    É uma história engraçada mas eu não posso provar. Um amigo meu tinha um fax em que apenas o último número diferenciava do fax do Capobianco, quando este era presidente do SOS Mata Atlântica.

    Certa vez meu amigo recebeu um fax, de um banco no Caribe, que tinha como destinatário o nobre ambientalista, solicitando instruções sobre o último envio de dólares.

    Ele guardou o fax e num evento de meio ambiente em que se encontraram entregou-o para o correto destinatário. Saia justa é pouco.

     

  15. Sempre tive grande admiração

    Sempre tive grande admiração por Marina Silva e toda sua história, sua trajetória. Minha decepção começou quando o grande e saudoso professor Aziz Ab’Saber, da Geografia/USP, em entrevista à Revista Forum em 2007, 2008, falou do outro lado de Marina. O conteúdo da postagem, rede de ongs, coincide com o que Aziz disse, resumindo: Marina após nomeação por Lula para o Ministério do Meio Ambiente, levou somente o pessoal ligado à ongs, deixando fora técnicos, pesquisadores ligados à área ambiental; ainda criticou justamente a citada lei de exploração florestal.

    Quem conheceu Aziz Ab’Saber, sabe que ele não tinha papas na língua.

  16. 27 AGOSTO 2014 (BR-AC)

    27 AGOSTO 2014 (BR-AC) Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri: sobre a declaração de Marina

    Categoria: Movimentos em Luta

    Nota de esclarecimento sobre a declaração da candidata Marina Silva no debate da Rede Bandeirantes
    Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri (Acre)

    Diante da declaração da candidata à Presidência da República para as próximas eleições, Marina Silva, onde esta coloca o companheiro Chico Mendes junto a representantes da elite nacional, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri (Acre), legítimo representante do legado classista do companheiro Chico, vem a público manifestar-se nos seguintes termos:

    Primeiramente, o companheiro Chico foi um sindicalista e não ambientalista, isso o coloca num ponto específico da luta de classes que compreendia a união dos Povos Tradicionais (Extrativistas, Indígenas, Ribeirinhos) contra a expansão pecuária e madeireira e a conseqüente devastação da Floresta. Essa visão distorcida do Chico Mendes Ambientalista foi levada para o Brasil e a outros países como forma de desqualificar e descaracterizar a classe trabalhadora do campo e fortalecer a temática capitalista ambiental que surgia.

    Em segundo, os trabalhadores rurais da base territorial do Sindicato de Xapuri (Acre), não concordam com a atual política ambiental em curso no Brasil idealizada pela candidata Marina Silva enquanto Ministra do Meio Ambiente, refém de um modelo santuarista e de grandes Ong’s internacionais. Essa política prejudica a manutenção da cultura tradicional de manejo da floresta e a subsistência, e favorece empresários que, devido ao alto grau de burocratização, conseguem legalmente devastar, enquanto os habitantes das florestas cometem crimes ambientais.

    Terceiro, os candidatos que compareceram ao debate estão claramente vinculados com o agronegócio e pouco preocupados com a Reforma Agrária e Conflitos Fundiários que se espalham pelo Brasil, tanto isso é verdade, que o assunto foi tratado de forma superficial. Até o momento, segundo dados da CPT, 23 lideranças camponesas foram assassinadas somente neste ano de 2014. Como também não adentraram na temática do genocídio dos povos indígenas em situação alarmante e de repercussão internacional.

    Por fim, os pontos elencados, são os legados do companheiro Chico Mendes: Reforma Agrária que garanta a cultura e produção dos Trabalhadores Tradicionais e a União dos Povos da Floresta.

    Xapuri, 27 de agosto de 2014
    José Alves – Presidente
    Waldemir Soares – Assessor Jurídico

    http://passapalavra.info/2014/08/99081

  17. Marina Silva = 2o Fernando Collor = 3o Jânio Quadros

    Marina Silva, se eleita (Deus nos livre), será um 2o Fernando Collor ou um 3o Jânio Quadros: Discurso anti-corrupção, sem maioria no Legislativo, c/ PSDB e PT como oposição, fazendo parte de um partido médio (PSB) q nem quer q ela lá esteja… Aliás, ela voa de lá assim q o Rede Sustentabilidade virar partido.

    O q significa a minha comparação? Ora, só olhar o q aconteceu c/ esses 2 ex-presidentes, na história recente do nosso Brasil.

  18. A história se repete

    Vereadora mais votada em Rio Branco (AC) em 1988, depois da morte do Chico Mendes. Na sequência, foi eleita a senadora mais jovem do Brasil

  19. Nassif,
    Tem muita coisa

    Nassif,

    Tem muita coisa incorreta nesse gráfico. Por exemplo, o Instituto Ethos foi criado por liderança do Oded Grajew, aquele mesmo do Forum Social Mundial. Aquele que criou a Abrinq e a Nossa São Paulo. Colocar o Instituto Ethos na conta da Marina e do Capobianco é ou muito ignorancia, ou muita sacanagem.

    O Instituto Ethos foi criado pelo Oded Grajew junto com outros empresarios que eram do PNBE, aquele movimento de empresarios que queriam mostrar dissidência da FIesp e apoio as diretas. De lá o Oded fundou a Fundação Abrinq, depois o Instituto Ethos (baseado na experiencia do BSR nos estados unidos, nada a ver com Marina). O Instituto Ethos surgiu em 98 com a ideia de responsabilidade social na operação, no negócio e não como filantropia). Depois Oded junto com Whitaker e outros criou o FSM. É reconhecido que o Oded foi o idealizador. Depois de trabalhar no Fome Zero, Oded voltou ao Ethos e depois criou a Nossa São Paulo.

    Ah, esqueci de dizer, junto com outra pessoa o Oded é o inventor do jogo WAR. Sim o jogo veio daqui do Brasil e pouca gente sabe.

    O Oded Grajew é uma baita liderança social. E ai colocam o cara como a reboque de nomes como Marina Silva e Capobianco.

    Fala sério!

     

     

    1. Então, coloca mais uma ai na

      Então, coloca mais uma ai na conta do Oded.
      Ele é dono da empresa de jogos GROW.
      Como o amigo escreveu acima, o Oded e mais 3 amigo ( Gerald Reiss, Roberto Schussel e Valdir Rovai ), em 1972, elaboraram na  Escola Politécnica de São Paulo o jogo WAR ( que na realidade o WAR é uma copia modificada de outro jogo guerra, chamado RISK. Entretanto, o WAR ficou tão bom, que o jogo original, RISK, adotou algumas de suas regras ).
      A empresa funcionava numa garagem no bairro da Mooca e os jogos, produzidos em pequenas quantidades, eram montados manualmente pelos quatro sócios. Eles mesmos batiam nas portas das lojas de brinquedos para vender os produtos. Hoje, a fábrica fica em São Bernardo do Campo e produz cerca de 300 brinquedos diferentes, para crianças e adultos. O nome Grow é uma adaptação da junção das primeiras letras das iniciais dos fundadores – Gerald, Roberto, Oded e Valdir. O “v” foi substituído pelo “w” por uma questão de sonoridade.

       

       

  20. Marina Silva e a passeata de Junho

    Marina  ta achando que os jovens  descontentes   que formaram multidões em Junho nas ruas de SP vão votar nela com absoluta exclusividade . Como pediam mudanças na Politica ela entrou na vibe   !!!!

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