Cientistas usam detector câncer de pele para analisar obras de arte

Jornal GGN – Uma equipe formada por químicos universitários, ambientalistas e pesquisadores de arte, em parceria com a National Gallery of Art, em Washington DC, descobriu uma nova maneira de revelar detalhes tridimensionais de pinturas sem causar danos à obra. Em artigo publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências, o grupo descreve como eles aplicaram uma técnica a laser, normalmente usada para detectar câncer de pele, em pinturas e como ela permitiu visualizar sua natureza 3D, sem comprometer a pintura.

Profissionais de conservação de obras de arte tentam manter quadros antigos longe de qualquer coisa que possa causar danos utilizando uma variedade de técnicas. Muitas vezes, para aplicar certas técnicas de conservação, é necessário saber a composição física da pintura – o que pode, em muitos casos, resultar na destruição de uma parte pequena da pintura a fim de saber de sua composição 3D. Mas neste novo trabalho, os pesquisadores aplicaram uma técnica de laser de detecção de câncer de pele na análise de pele para pinturas artísticas, permitindo descobrir a mesma informação, mas sem causar danos.

A técnica é chamada microscopia de bomba. Uma sonda faz uso de uma técnica de laser com base em “disparo” de feixes de luz muito curtos. A explosão excita os átomos que compõem as tintas utilizadas para criar uma pintura. A segunda explosão é usada para medir a forma como os átomos retornam para o seu estado normal. Como os átomos que compõem os diferentes tipos de pintura relaxam em diferentes taxas, a técnica permite a construção de uma imagem 3D de uma seção de uma pintura, o que mostra todos os diferentes pigmentos usados.

Para testar a ideia, os pesquisadores primeiro criaram pinturas novas utilizando duas técnicas. A primeira envolveu a criação de uma terceira cor da pintura pela mistura de duas outras cores juntas. O segundo envolveu a criação da ilusão de uma terceira cor, algo criado por uma camada muito fina de uma cor por cima da outra. A sonda revelou exatamente o que havia sido feito, confirmando que ela foi capaz de criar representações 3D reais das pinturas. Satisfeitos, os pesquisadores tentaram a técnica em uma pintura do período do Renascimento, resultando em uma renderização 3D precisa de um pequeno pedaço da pintura.

Infelizmente, os lasers utilizados no exercício são muito maciços, tornando o uso complicado no dia a dia dos técnicos de conservação de arte. Mas como a técnica mostrou-se precisa, os pesquisadores afirmam que será possível e viável a criação de lasers especificamente para esse fim, permitindo que pinturas em todo o mundo possam ser analisadas.

Com informações do Phys.org

Redação

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