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Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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As matérias para serem lidas e comentadas.

Lourdes Nassif

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  1. Janio: Temer perdeu a compostura ao apelar para o uso do próprio

    Brasil 247

    Janio: Temer perdeu a compostura ao apelar para o uso do próprio filho

     

    :

    ‘A notícia recente de que um em cada três brasileiros não sabem quem ele é, ou nem sabem que existe, provocou-lhe a ideia obsessiva de ser popular. Mas apelar para o uso do próprio filho, convocando a imprensa para vê-lo buscar o menino na escola, por uma vez, ultrapassa muito a falta de compostura’, diz Janio de Freitas sobre o golpe publicitário do interino Michel Temer  

    28 de Julho de 2016 às 05:46

    247 – O interino Michel Temer disse, certa vez, que “a governabilidade não depende só de base parlamentar, sem apoio popular não existe”, como lembrou o colunista Janio de Freitas.

    “A notícia recente de que um em cada três brasileiros não sabem quem ele é, ou nem sabem que existe, provocou-lhe a ideia obsessiva de ser popular. Já está em execução a planejada série de aparições suas em TV, internet e em eventos, ainda que nada tenha com o motivo deles (como a inauguração de nova linha do metrô carioca).

    Mas apelar para o uso do próprio filho, convocando a imprensa para vê-lo buscar o menino na escola, por uma vez, ultrapassa muito a falta de compostura”, critica Janio (leia aqui).

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/246289/Janio-Temer-perdeu-a-compostura-ao-apelar-para-o-uso-do-pr%EF%BF%BDprio-filho.htm

     

  2. A defesa final de Dilma, na Comissão em que não se ouve nada

    Tijolaço

    A defesa final de Dilma, na Comissão em que não se ouve nada

     

    dilmapb

    O jornalista Tales Faria, ontem, deu a melhor definição do que será a apreciação da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff na comissão do impeachment: Defesa de Dilma vai falar para surdos.

    Porque, disse ele, digo eu e dirá qualquer um, ” a maioria dos senadores já não presta qualquer atenção aos argumentos da defesa.”

    A ordem é matar e quem vai confirmá-la sabe que participa de um assassinato político.

    Pode ser – já eu duvido muito de tudo e muito mais ainda da mixórdia que se transformou a representação parlamentar – crises de consciência, mas é improvável.

    E Dilma optou pelo papel digno, que pode ser um erro no momento mas sempre é um acerto na história.

    Não li – seria impossível, são 536 páginas, que podem ser acessadas aqui – mas correndo os olhos separei um dos trechos finais que retrata esta indiferença e ressalta a dignidade de quem vai à morte sem súplicas ou sem por-se de joelhos:

    Nesse momento, estas páginas são escritas para o julgamento que se trava no parlamento e também para a história. Ao serem lidas hoje e no futuro, os leitores darão o seu veredictum.

    O julgamento que será feito pelo parlamento brasileiro dará a sua sentença. Ela poderá ser coincidente ou não com a sentença que, no futuro, será dada pela história.

    Qualquer pessoa isenta que venha a compulsar estes autos não terá a menor dúvida acerca de qual será o veredictum histórico acerca deste processo de impeachment.

    As acusações dirigidas contra a Sra. Presidenta da República, Dilma Rousseff, são pífias e manifestamente improcedentes. São meros pretextos retóricos utilizados para que ela seja retirada do mandato que lhe foi outorgado pelo povo brasileiro.

    Os decretos de abertura de crédito suplementar são atos comuns praticados dentro de uma rotina que existe há mais de uma década. Desde a entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal (2001), todos os governos os praticaram, com as mesmas características com que foram editados pela nossa atual Presidenta da República. Nunca nenhum técnico ou jurista levantou a mais leve suspeita de que seriam ofensivos à lei. O próprio Tribunal de Contas da União aprovou as contas dos Presidentes que os praticaram. Por isso, todos os pareceres técnicos que fundamentavam estes atos administrativos afirmavam que eram absolutamente válidos.

    Foram, por isso, assinados pela Sra. Presidente da República, sem dolo ou mesmo culpa. Assinou o que todos os que a antecederam assinaram. Assinou amparada na opinião de todos de que aqueles atos não tinham nada de irregular ou ilícito. (…)

    E, por isso, estas mesmas páginas responderão à pergunta feita logo ao início destas alegações: é possível um impeachment presidencial ser um golpe de Estado?

    Sim, é possível, responderão as páginas deste processo. Demonstrarão para os cidadãos de hoje e para a história, independentemente do seu resultado, que é possível sim.

    Basta que pessoas que temem as urnas se unam com pessoas que perderam nas urnas, unindo seus objetivos, à revelia do povo, para que se possamos montar a farsa de uma destituição ilegítima de um governo legítimo. Uma farsa que teme ser desvelada e por isso não aceita ser chamada pelo nome que melhor a identifica na linguagem dos povos: golpe de Estado”.

     Creio que não estamos assistindo o martírio de uma inocente, mas o comportamento estóico de uma mulher digna.

    São seis os votos que precisa e mais de 20 os ministérios que teria a oferecer como nacos de sua eventual volta ao Governo.

    Mas a “cintura” que faltou a Dilma em seus cinco anos de governo é, agora, a espinha dorsal que não se dobra.

    O velho Getúlio Vargas não desprezava a política.

    Mas houve uma hora em que teve a coragem de dar-se um tiro no coração.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/defesa-final-de-dilma-na-comissao-em-que-nao-se-ouve-nada/

     

  3. De caixa baixa, Meirelles quer tirar o talão de cheques das mãos

    Tijolaço

    De caixa baixa, Meirelles quer tirar o talão de cheques das mãos de Temer

     

    chequemeirelles

    Deve ter tido gente que achou que o que venho falando aqui desde segunda-feira sobre o conflito entre Henrique Meirelles e Temer estar se aguçando poderia ser  intriga de “blogueiro sujo” , achando que se pode ver discórdia onde só há harmonia.

    Pois então olhem essa do Estadão, hoje:

    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pediu que a Secretaria do Orçamento, hoje no Ministério do Planejamento, seja transferida para sua pasta. A mudança, que ainda é tratada de forma reservada, está sendo discutida diretamente entre a equipe econômica e o presidente em exercício Michel Temer. Com mais poderes, Meirelles passaria a ter controle maior sobre os gastos da União.

    Porque, explica a matéria, “a equipe de Meirelles quer evitar o chamado controle na “boca de caixa”, que é tradicionalmente feito pelo Tesouro quando precisa frear o pagamento das despesas. ”

    Ou seja, o Ministério do Planejamento autoriza a execução da despesa e a Fazenda adia o pagamento, por não ter – 0u estar ficando sem – caixa para honra-los.

    É como se o primeiro emitisse o cheque e o segundo o pagasse no caixa.

    Se passar ao controle de Meirelles, nem o cheque sai.

    O contingenciamento, negado em tese, fica aplicado na prática, porque os órgãos públicos terão orçamento mas não poderão empenhá-lo e, assim, contratar despesas planejadas.

    O Planejamento, como se sabe, continua sob o mando indireto de Romero Jucá, através do seu auxiliar Dyogo de Oliveira. E, portanto, cumpre sem discutir o que vem do Palácio do Jaburu.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/de-caixa-baixa-meirelles-quer-tirar-o-talao-de-cheques-de-temer/

     

  4. Esse porco sempre agrediu o Lula

    A hipocrisia brutal de Villa para fugir de Lula. Por Paulo Nogueira

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-hipocrisia-brutal-de-villa-para-fugir-de-lula-por-paulo-nogueira/

        inShare  OBS: A foto do porco foi  postada por mim, Garoto

     Postado em 28 Jul 2016por :  Empulhação no grau máximo

    Empulhação no grau máximo

    A plutocracia brasileira não é apenas corrupta, predadora e compulsivamente golpista.

    É também brutalmente hipócrita.

    Um pequeno grande exemplo é o de pseudo-historiador Marco Antônio Villa. Villa foi um dos nomes recrutados pelas companhias de mídia em seu jornalismo de guerra contra o PT.

    PUBLICIDADEDo nada a que pertencia por mérito Villa se tornou um comentarista multimídia: rádio, tevê, jornal, internet. Sempre com uma função: agredir o PT, particularmente Lula. 

    Villa se tornou uma fábrica de injúrias e difamações, com sua vozinha fina como a de Moro e sua completa inconsequência em acusar sem provas.

    Depois de uma eternidade, Lula fez o que deveria ter feito há muito tempo: processou Villa. Onde as provas?

    Soube hoje que Villa recorreu a uma manobra jurídica para escapar de Lula. Até aí, tudo bem.

    O extraordinário, pelo despudor canalha, é a argumentação de Villa na peça. Ele afirma que não teve a intenção de “enxovalhar” a imagem de Lula.

    Quem acredita nisso acredita em tudo, na grande frase de Wellington.

    Um juiz sensato deveria rechaçar o pleito de Villa apenas por causa daquela mentira cínica.

    Qual foi sua intenção ao chamar Lula cotidianamente de barbaridades como chefe de quadrilha e réu oculto do Mensalão? Promover Lula? Melhorar sua estoestima? Elevar o nível do debate político nacional?

    Villa só não destruiu Lula porque é insignificante.

    É o farisaísmo o que mais incomoda em Villa e na direita. Seria mais honesto e transparente a Globo, a Veja, a Folha dizerem: “Perseguimos Lula porque ele se preocupa com os pobres e, se depender dele, nossas mamatas estão em risco.”

    Esta é a verdade real.

    Eduardo Cunha, por exemplo, sempre foi um conhecido larápio na política. Mas a mídia jamais se incomodou com isso, mesmo quando ele ganhou o vital posto de presidente da Câmara. Um ladrão na linha de sucessão presidencial: e daí?

    Mas ele foi preservado e protegido pela imprensa porque é um fâmulo da plutocracia. Roubou para si, mas muito mais para os plutocratas.

    Por isso teve vida mansa, e ainda hoje está aí livre, oferecendo churrasco numa mansão em Brasília paga pelo contribuinte que já deveria ter abandonado há muito tempo.

    Com Lula é o extremo oposto.

    Tipos como Villa, contratados em massa pelo jornalismo de guerra pós-2003, chacinam Lula ininterruptamente.

    É uma coisa indecente, e ainda mais quando somos forçados a ouvir de fâmulos dos barões da mídia como Villa que a intenção não era “enxovalhar”.

    Repito: apenas por isso, a mentira no grau máximo de empulhação, o pleito de Villa deveria ser rasgado em pedaços, em praça pública.

     (Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).Paulo Nogueira

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  5. O que perguntam dois debiloides a um homem inteligente
      Redação PragmatismoEditor(a)  Compartilhar57 mil  SÃO PAULO19/FEB/2015 ÀS 17:37 116COMENTÁRIOS

     

     

    Fernando Haddad enfrentou Rachel Shehezarade e Marco Antonio Villa

    A apresentadora Rachel Sheherazade e o historiador tucano Marco Antonio Villa sabatinaram o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A entrevista foi marcada por um festival de gafes, falta de informação e despreparo

    A entrevista em vídeo você encontra aqui: https://soundcloud.com/codex-politicae/sets/entrevista-haddad-jovem-pan-120215

    fernando haddad rachel sheherazadeFernando Haddad foi entrevistado em programa de Rachel Sheherazade. Entrevista foi abafada pelo feriado de carnaval (Imagem: Pragmatismo Político) 

    Na quarta-feira da semana passada (12/02), Fernando Haddad esteve no programa “Jornal da Manhã”, da rádio Jovem Pan. Para entrevistá-lo foram convocados dois antipetistas assumidos, o historiador tucano Marco Antonio Villa e a apresentadora de telejornal do SBT Raquel Sheherazade (ouça a íntegra da entrevista aqui).

    A disparidade de preparo intelectual entre os entrevistadores e o entrevistado ficou escandalosamente evidente. Villa foi quem mais sofreu, apesar de que, em nenhum momento, Haddad o desrespeitou. Apenas mostrou quão desinformado é o historiador sobre os assuntos que pretendeu debater com um administrador que demonstrou dominar cada aspecto da administração que comanda.

    Sheherazade ficou aparentemente intimidada e pegou mais leve. Villa, porém, apesar de muito mais agressivo, ficou tão perdido que começou a apelar à ironia como forma de suprir sua falta de informações e de argumentos.

    Nos primeiros minutos da longa entrevista (foram 80 minutos) que Haddad concedeu, o prefeito já deu um “chega-pra-lá” em Villa. Confira abaixo:

    Marco Antonio Villa – O senhor já percorreu mais da metade do mandato. A última avaliação Datafolha do senhor não foi positiva. Quando é uma avaliação no primeiro mês, no primeiro semestre, no primeiro ano, sempre há uma justificativa do mandato anterior; historicamente é no Brasil assim. Mas o senhor já cumpriu mais da metade do mandato e a avaliação ruim e péssimo é extremamente alta para os padrões inclusive de São Paulo, onde os prefeitos inclusive também foram mal avaliados; é de 44%. Como é que o senhor avalia? Quem é que está errado, a gestão do senhor ou os eleitores.

    Fernando Haddad – Acho que você…

    Marco Antonio Villa – É? Os dados estão errados?!

    Fernando Haddad – Não, você. Vila, você é historiador…

    Marco Antonio Villa – Sim…

    Fernando Haddad – …Então você tem que fazer análise de série histórica…

    Marco Antonio Villa – Sim…

    Fernando Haddad – …Se fosse pegar o primeiro semestre do terceiro ano da gestão da Marta e do Kassab, vai ter, exatamente, a mesma avaliação…

    Marco Antonio Villa – Sei, sei… Eu precisava consultor esses dados… Então o senhor acha normal ter 44% de ruim e péssimo depois de dois anos de gestão?

    Fernando Haddad – Dependendo da conjuntura, sim.

    Marco Antonio Villa – E que conjuntura que o senhor tem que o senhor pode explicar que a gestão… Que os eleitores estão errados, que eu estou errado, que o senhor está certo?

    Fernando Haddad – Não, eu não estou dizendo que os eleitores estão errados…

    Marco Antonio Villa – Sei…

    Fernando Haddad – Estou dizendo que a sua análise está errada. Você falou que é a primeira vez que isso acontece e eu estou dizendo que não…

    Marco Antonio Villa – Sim…

    Fernando Haddad – Estou dizendo que na gestão da Marta aconteceu, na gestão do Kassab, antes da reeleição, aconteceu e, portanto, não é uma novidade em São Paulo…

    Marco Antonio Villa – E por que que isso acontece?

    Fernando Haddad – Olha, tem várias razões. Por exemplo, tarifa de ônibus. É uma coisa que afeta muito a popularidade no Brasil, mas, em São Paulo, em particular…

    Marco Antonio Villa – Sim…

    Fernando Haddad – Se você pegar os quatro anos de mandato da gestão da Marta e os quatro anos de mandato da gestão Kassab – o segundo mandato, porque o primeiro não houve reajuste e, no segundo, um reajuste muito acima da inflação – você vai ver que as pesquisas que foram feitas na sequência dos reajustes de tarifa, deram indicadores [negativos] superiores a esse que você acabou de se referir…

    Raquel Sheherazade – Prefeito Haddad…

    Fernando Haddad – … Em março de 2003, a Marta estava no terceiro ano de mandato, como eu. Teve 45% de ruim e péssimo. Imediatamente depois do reajuste da tarifa. Se você pegar os dois reajustes do Kassab no segundo mandato, chegou a 46% de ruim e péssimo. Basta você [Villa] pegar a série história – você é historiador, sabe fazer leitura de números – e vai ver que a coisa é bem diferente […]

    Ainda no início da entrevista, Rachel Sheherazade ironizou o fato de ter demorado para chegar ao trabalho naquela manhã. A jornalista, que mora em Barueri, afirmou que, por conta do trânsito, leva muito tempo para chegar da sua casa até os estúdios da Jovem Pan.

    “Você vem de Barueri? Uma hora até aqui é razoável, não?”, respondeu prefeito, lembrando que Barueri já é uma outra cidade e que a locomoção até a capital passa por rodovias que não são de competência da prefeitura.

    Ouça a íntegra da entrevista: http://soundcloud.com/codex-politicae/sets/entrevista-haddad-jovem-pan-120215

    O jornalista Paulo Nogueira tratou da entrevista do prefeito Haddad ao programa da jovem pan em umtexto publicado no Diário do Centro do Mundo. Leia abaixo:

    Só ouviria a Jovem Pan sob a mira de um revólver. Não seria a presença de Haddad na rádio que me levaria a sintonizá-la.

    Não dou a minha audiência às mídias que entendo fazerem mal ao Brasil. Aproveito melhor meu tempo.

    Acho quase patético que críticos da Globo, por exemplo, não saiam da emissora. Você frequentemente encontra nas redes sociais alguém que ataca o JN, e depois o jornal da noite, e depois a Globonews – e entre tudo isso a CBN.

    Você contribui com o inimigo.

    Mas razões jornalísticas me fizeram ouvir a gravação da entrevista com Haddad. A repercussão foi grande.

    De resto, minha amiga Priscila Sérvulo me mandou o link do programa, com uma recomendação para que visse e comentasse.

    Pensei comigo: vou experimentar.

    Acabei vendo a entrevista toda.

    Duas coisas opostas me chamaram a atenção: o preparo calmo e sereno de Haddad e o despreparo bufão dos entrevistadores Villa e Sheherazade.

    De uma forma geral, foi uma coisa parecida com o Roda Viva em que Piketty passeou diante de uma bancada hostil e inepta comandada pelo economista André Lara Resende.

    As más intenções da Jovem Pan apareceram antes mesmo da entrevista.

    Sherezade disse que demorara duas horas para ir de casa para o trabalho. Culpa de Haddad, naturalmente.

    Logo aí Haddad também mostrou suas armas. Ele quis saber de onde ela vinha, e se era assim sempre.

    Pressionada, ela admitiu que em geral leva uma hora. E disse a Haddad que mora no Barueri. Fora da cidade, portanto. Se morasse em São Paulo, lembrou Haddad, ela perderia menos tempo no trânsito.

    Villa foi logo abatido também.

    Ele falou na taxa de reprovação de Haddad no meio do mandato como se fosse um fato novo na história dos prefeitos de São Paulo.

    Haddad disse a ele que, como historiador, ele deveria consultar o passado. Marta e Kassab passaram por situações semelhantes, e logo depois de aumentar a tarifa dos ônibus, como ele próprio.

    Haddad mostrou a relação entre aumento de tarifa e popularidade do prefeito.

    Pego de surpresa, tudo que Villa conseguiu dizer é que iria pesquisar o assunto.

    Isso quer dizer o seguinte: ele não fez a lição de casa.

    Segundo algumas versões, Patrícia Poeta foi afastada do JN por supostamente não ter se preparado convenientemente para a entrevista com Marina Silva.

    Um editor rigoroso afastaria Villa, mas imagino que isso não vá acontecer por uma razão: espera-se dele, apenas, que fale mal continuamente do PT, e não que se prepare para entrevistas. E ele entrega – em sua maneira caricatural, confusa e frequentemente imbecil — o que esperam dele.

    Numa de suas grandes frases, Euclides da Cunha, ao tratar de Floriano Peixoto, disse que ele chegara à presidência não porque se elevara, mas porque se operara uma depressão em torno dele.

    Haddad se destacou, em parte, pela depressão a seu redor na entrevista na Jovem Pan.

    Imagine alguém que, em pleno 2015, consegue atacar ciclovias numa metrópole como São Paulo.

    É Villa.

    Suas observações, se fossem feitas em cidades como Londres ou Paris, o levariam ao ridículo e ao ostracismo imediatamente.

    Mas no Brasil isso lhe dá microfones como o da Jovem Pan.

    Haddad contou suas conversas com prefeitos de fora do Brasil a respeito das ciclovias.

    Disse que é consenso que elas vem antes dos ciclistas. Sem as ciclovias, as pessoas não vão se arriscar em ruas perigosas.

    Nem Sheherazade e nem Villa tinham a menor ideia sobre o assunto. Sobre nada, aliás – de semáforos quebrados ao preço do metro quadrado de uma ciclovia.

    Ali estava, diante de Haddad, a ignorância enciclopédica personificada em dois entrevistadores sem a menor condição jornalística de sabatinar alguém.

    Villa, a certa altura, jogou o Petrolão para cima de Haddad. Chegou a citar Gilmar Mendes, como se a opinião do meritíssimo valesse alguma coisa.

    Haddad desarmou-o imediatamente. Afirmou que, como todo mundo, anseia pela punição de quem quer que tenha desviado dinheiro público na Petrobras.

    E devolveu a Villa: “Você não quer que os corruptos do Tremsalão sejam presos? Você não quer que o conselheiro do TCU de São Paulo indicado pelo Covas sofra consequências pela conta na Suíça com dinheiro da corrupção?”

    Villas balbuciou apenas, a voz mortiça: “Sim.”

    Maluf também foi posto na conversa. Haddad disse que faz aliança não com pessoas, mas com partidos, e à luz do dia. Lembrou que Serra foi buscar o apoio do mesmo Maluf na calada da noite. “E você não disse nada”, completou.

    Fora do campo objetivo, Haddad também enquadrou Villa com bom humor.

    Ao responder a uma colocação, ele foi interrompido abruptamente. E então disse: “Puxa, Villa, vocês me atacam todos os dias. Deixa hoje pelo menos eu me defender.”

    Haddad fez o que se espera de um político que sabe o que quer.

    Villa e Sheherazade fizeram aquilo que é inevitável em entrevistadores que não sabem entrevistar.

    Deu no que deu: nocaute.

     

     

  6. Porque Lula recorreu à ONU

    Por que os advogados de Lula acionaram a ONU? Perguntas e respostas

    28 de julho de 2016 às 19h08

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/por-que-os-advogados-de-lula-acionaram-a-onu-perguntas-e-respostas.html

        

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    JUSTIÇA

    Por que os advogados de Lula acionaram a ONU?

    do Lula.com.br, publicado em 28/07/2016

    O ex-presidente entrou com uma reclamação no Comitê de Direitos Humanos da ONU, denunciando a parcialidade do sistema judicial e investigatório brasileiro, especialmente o juiz e os procuradores da chamada Operação Lava Jato. Aqui vão perguntas e respostas para entender melhor o que isso significa.

    Como funciona o Comitê de Direitos Humanos da ONU? O que ele faz?

    O comitê é o organismo que fiscaliza a garantia dos direitos humanos em todos os países-membros da ONU. Em 1966, foi assinado um acordo internacional que estabelece os direitos humanos e políticos que os países integrantes da ONU devem proporcionar e proteger, chamado “International Covenant on Civil and Political Rights”.  O Comitê de Direitos Humanos da ONU, sediado em Genebra (Suíça), recebe petições individuais a respeito de violações dos direitos humanos e julga os casos.

    Do que Lula reclama?

    Através de seus advogados, Lula mostra que procedimento decididos ou autorizados pelo Juiz Sergio Moro, como a condução coercitiva e a divulgação de grampos dele, de familiares e advogados, foram ilegais e violaram os acordos internacionais de direitos humanos. Ainda, o documento demonstra a falta de imparcialidade do juiz Sérgio Moro para julgar o ex-presidente.

    Quais procedimentos? Por que foram ilegais?

    O pedido de Lula diz respeito aos seguintes acontecimentos: a condução coercitiva do dia 4 de março, a interceptação de suas ligações telefônicas e a divulgação das gravações e o grampo no telefone de seu advogado, Roberto Teixeira. O primeiro foi ilegal porque, para forçar uma pessoa a dar depoimento, a lei brasileira exige que o investigado tenha se recusado a fazê-lo antes. No caso dos grampos, Moro publicou os áudios mesmo sabendo que não havia nenhuma indicação de crime neles; e também porque fez grampos ilegais ao gravar a conversa de Lula com a presidenta da República. Por último, a lei determina que haja confidencialidade nas relações e conversas entre um cliente e seu advogado; ao grampear o escritório e o telefone de Teixeira, Moro infringiu a lei mais uma vez.

    Por que Lula diz que Moro não é imparcial?

    Não só Moro, mas outros integrantes da Força-Tarefa da Lava Jato deram declarações públicas afirmando que o ex-presidente Lula cometeu crimes, embora não haja nenhuma prova disso. Tais fatos mostram que existe um pré-julgamento do ex-presidente. A lei brasileira (e as internacionais) dizem que todo cidadão é considerado inocente até que se prove o contrário; a Lula, este direito está sendo negado.

    O juiz pode ter cometido erros, mas isso é o suficiente para dizer que ele é parcial?

    Sérgio Moro frequentemente participa de eventos promovidos por políticos, pela mídia e outras pessoas que são notórios adversários do ex-presidente Lula. Juízes devem ser imparciais ao julgar um caso e essas aparições públicas mostram que esse não é o caso de Moro.

    Mas a Lava Jato não está usando os mesmos procedimentos contra outros investigados?

    A reclamação não é genérica contra todas as ações da Lava-Jato, mas sim sobre procedimentos específicos e claramente ilegais da Força-Tarefa contra Lula. A reclamação protocolada por Lula enumera alguns: prisão preventiva para forçar pessoas a “confessar” crimes e fazerem acordos de delação premiada (o que, mais uma vez, viola o princípio de presunção da inocência), humilhação pública e destruição de reputação através de vazamentos ilegais de documentos e depoimentos à mídia.

    Se Lula se considera injustiçado, por que não reclamou na justiça brasileira?

    O ex-presidente fez isso diversas vezes, mas a justiça brasileira não tem demonstrado ação contra os abusos. Foram protocolados pedidos em relação a entrevistas com pré-julgamento feita por promotores, contra Sérgio Moro e os procedimentos da Lava Jato. Muitas vezes as reclamações foram arquivadas; em outros casos, a lentidão vai impedir a plena defesa do ex-presidente. Outro problema é que o próprio Sérgio Moro julgou um pedido de suspeição de imparcialidade pedido pelos advogados de Lula. Ele, é claro, rejeitou tal pedido.

    Por que Lula e seus advogados entraram com esse pedido na ONU?

    Porque todos os mecanismos disponíveis no sistema brasileiro já foram usados e Lula e seus representantes querem garantir que os direitos humanos do ex-presidente deixem de ser violados. Por isso, foi feito o pedido para que o Alto Comissariado de Direitos Humanos se pronuncie.

    Esse pedido é uma forma de Lula fugir da justiça?

    Não. Lula nunca fugiu de nada, ao contrário do que se sugere. Sempre que foi convocado a prestar depoimento, a dar esclarecimentos e apresentar documentos, o ex-presidente e seus advogados prontamente atenderam aos pedidos. O que o ex-presidente pede, por meio de seus advogados, é que seus direitos constitucionais e humanos sejam respeitados pela justiça brasileira, o que não vem acontecendo.

    O que vai acontecer agora?

    O Comitê de Direitos Humanos vai analisar a petição dos advogados do ex-presidente. Caso julgue que os direitos humanos de Lula tenham sido violados, o Brasil terá três meses para dar satisfações ao órgão, explicando o fez para que os direitos humanos do ex-presidente sejam garantidos.

    Leia também:

     

  7. Moro e uma mídia psicopatas

    Lula: acusação é manchete; depoimento que inocenta, lá no fim, e olhe lá….

     

    deplula

    Abaixo da manchete do “listão” da Odebrecht, O Globo, como os demais jornais, publica uma laudo da Polícia Federal que demonstraria a participação de empreiteiras na reforma do sítio usado por Lula em Atibaia.

    Não é a única notícia sobre isso, mas a outra quase “não vem ao caso”.

    É que o jornal diz, lá num pé de matéria que as coisas ainda estão difíceis para outra empreiteira, a OAS.

    Uma das razões é o fato de ela não acusar Lula pelo oferecimento de vantagens em troca das tais obraou pelas viagens e palestras que fez após a saída da Presidência da República.

    Transcrevo:

    (Os promotores da Lava Jato) fizeram perguntas a Pinheiro sobre viagens internacionais e palestras do ex-presidente Lula. Queriam saber se haveria vínculos entre as viagens, as palestras e negócios fechados entre a OAS e governos dos países visitados pelo petista. Pinheiro atribuiu ao ex-presidente um papel de relações públicas, mas negou que houvesse correlação direta entre os negócios da empresa e a atuação.

    O executivo teria sido questionado sobre reformas no sítio em Atibaia e num apartamento no Guarujá destinado ao ex-presidente. As respostas do executivo não seriam diferentes do que já foi divulgado até o momento pela empresa em resposta ao noticiário sobre o assunto. Pinheiro reconheceu que fez benfeitorias no sítio e no apartamento, mas não associou os serviços a vantagem obtida pela empresa no governo federal antes ou depois do governo Lula.

    Como foi dito ontem, aqui, tudo o que se pode ter sobre isso é uma discussão ética, sem implicação penal.

    Todo o constrangimento pessoal – e o dano moral e político – que se impõe a Lula, até agora, não conta com indícios materiais, apenas com a suspeita de quem acha que “tem de achar”  algo.

    Depois, a corporação judicial e a mídia que a endeusa faz chiliquinho com o fato de Lula ter ido pedir à ONU – como é direito de qualquer pessoa, sendo o Brasil signatário de um tratado que dá esta possibilidade – verificação do respeito à lei penal no seu caso.

    Não sei se os nossos doutos juízes faltaram à aula onde se explica que é um direito incriticável do acusado pretender ser investigado e processado de acordo com a lei. Mas se faltaram, colo aqui as palavras incontestáveis do Desembargador Néviton Guedes, do TRF-1, em artigo no Conjur:

    Numa época como nossa, em que a sensação de impunidade estimula a presunção de que todos são culpados até que provem o contrário, quando se passa a admitir acusações deduzidas de forma genérica, onde fatos imprecisos se cruzam com provas aceitas de forma aberta e indeterminada (predispostas a provar tudo e nada), pode-se pedir qualquer coisa sobre qualquer coisa, pois, ao final, restará sempre uma certeza difusa no órgão julgador de que, por entre aquela maranha de fatos e provas e diante do apelo público contra a impunidade, alguma condenação deva ser imposta.
    De fato, não é raro que a ausência de precisão, ou a inexistência de congruência lógica entre fatos e pedido, na peça acusatória, acabe por favorecer um ambiente já turvado pelo anseio difuso de quem pretende “fazer justiça a qualquer preço”, não importando para tanto que, numa ou noutra ação, sejam atropelados os postulados do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório. Aqui um bom juiz nunca recusará um pouco mais de cuidado e prudência na análise e interlocução lógica dos fatos e do pedido à luz do que se permitiu ao acusado, diante da delimitação promovida na própria inicial, apresentar como defesa e contraditório. 
    No Estado Democrático de Direito, “justiça a qualquer preço” não passa de desabrida violação aos padrões mínimos de civilização hoje constitucionalizados em todos os países que de fato e de direito podem trazer sem rubor as cores e marcas da democracia. 

    Ou será o desembargador um torpe “lulopetista” por afirmar que se deve ” lutar com todas as suas forças contra o obscurantismo advindo de apelos irracionais daqueles que acreditam que, para saciar nosso desejo de sangue e de justiça, nos tempos que correm, como na inesquecível canção de Cole Porter,  qualquer coisa serve, “qualquer coisa vai” (anything goes)?

       

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