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Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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As matérias para serem lidas e comentadas.

Lourdes Nassif

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  1. Fernando Brito do Tijolaço peita o Moro

    Sergio Moro, o acervo de Lula e a revista na bolsa da empregada

    POR  · 23/09/2016

    http://www.tijolaco.com.br/blog/sergio-moro-o-acervo-de-lula-e-revista-na-bolsa-da-empregada/

     

    Alguém precisa, com todos os riscos que isso traz na fragilíssima ordem jurídica do Brasil, começar a falar português claro.

    E se o juiz Sérgio Moro quiser agir como um moleque, merecerá  que seja respondido como a um moleque.

    Que diabos têm a ver com o caso da corrupção na Petrobrás – que é o “pedaço” jurídico de Sua Excelência – com a natureza dos bens que compõem o acervo pessoal de Lula na Presidência com a Petrobras?

    Qual é a ligação da estatueta dada pelo Sultão do Benin (o Benin tem sultão?) a Lula ou a carta da dona Josefa, de Quixeramobim com o cartel das empreiteiras?

    Nenhuma, a não ser o desejo mórbido de dizer que “Lula roubou”.

    Sérgio Moro vai agir como uma “patroa” que manda revistar a bolsa da empregada, achando que esta, uma “pobre”, “ignorante” e sem valores morais deve, claro, ter roubado algum talher da mansão?

    Vai-se fazer a mesma investigação sobre o acervo de Fernando Henrique, que igualmente inclui – aliás, por definição de um decreto dele próprio, FHC –  objetos presenteados como parte do acervo pessoal de um ex-presidente?

    As atitudes de Sérgio Moro se tornaram escandalosas.

    É o “staff” de temer que irá definir o que é ou não parte do acervo, ou será que alguém é tolo o suficiente para achar que foi Lula quem selecionou, pessoalmente, o que ia e o que não ia na mudança?

    Qual seria a vantagem auferida por Lula, ainda que possa haver discussão sobre se tal ou qual objeto deveria ser acervo presidencial ou patrimônio estatal?

    Acaso Lula montou uma banquinha em Santo Amaro para vender as quinquilharias?

    Saiu apregoando; “olha freguesa, veja que maravilha essa adaga do Skeik de Agadir, uma pechincha, toda cravejada de pedras, por apenas 99 reais?”

    E quando chegava o “rapa”, juntava tudo na lona , guardava numa portinha e ficava assobiando, como se nada tivesse acontecido.

    O problema, porém, não é Moro ter perdido a noção do ridículo.

    É não haver, na elite jurídica e midiática deste país mais nenhuma noção do ridículo.

    Se o doutor Moro quiser me processar pelo que digo, esteja à vontade.

    Mas não há nada de tão caro que ele possa me tomar que não valha a pena perder para poder dizer que um juiz tem de se dar ao respeito.

      

  2. Até Gilmar está torando aço. Manda prende-lo, Moro

    GILMAR CRITICA LAVA JATO: PAÍS QUE BUSCA SALVADOR NÃO MERECE

    SER SALVO

    http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/256818/Gilmar-critica-Lava-Jato-pa%C3%ADs-que-busca-salvador-n%C3%A3o-merece-ser-salvo.htm

     

     

    Ministro do Supremo Tribunal Federal faz críticas aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, cujas ações vêm sendo questionadas com mais força recentemente; “Sou cético quanto a salvadores, sejam políticos ou promotores públicos. Como já se disse antes, um país que precisa de salvadores não merece ser salvo”, declarou Gilmar Mendes, depois da prisão do ex-ministro Guido Mantega nesta quinta-feira 22, enquanto acompanhava a esposa em cirurgia contra um câncer; para ele, a medida foi “um tanto indevida”; ontem, o ministro já havia dito que a prisão, que foi revogada horas depois, “constrangeu a todos”

     

    23 DE SETEMBRO DE 2016 ÀS 15:09 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM Telegram

     

     

    247 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes fez críticas aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, que nesta quinta-feira 22 prendeu o ex-ministro Guido Mantega em um hospital na capital paulista.

    “Sou cético quanto a salvadores, sejam políticos ou promotores públicos. Como já se disse antes, um país que precisa de salvadores não merece ser salvo”, declarou. Para Gilmar, a medida contra Mantega foi “um tanto indevida”, segundo a coluna da jornalista Sonia Racy.

    A prisão do ex-ministro da Fazenda do governo Lula e Dilma, após um depoimento do empresário Eike Batista, de que ele teria pedido uma colaboração de R$ 5 milhões para o PT, sem qualquer contrapartida com contratos da Petrobras, foi duramente questionada por vários juristas.

    Ontem, Gilmar Mendes já havia dito que a prisão, que foi revogada pelo juiz Sérgio Moro horas depois, “constrangeu a todos”. Quando foi abordado pela equipe da Polícia Federal, no âmbito da 34ª fase da Operação Lava Jato, Mantega acompanhava a esposa em cirurgia contra um câncer.

    Gilmar lembrou ainda que há hoje no País 700 mil pessoas presas, metade delas por ordem provisória, e que isso é muito grave e injusto. “Se eu tivesse autoridade e alguma missão, eu começaria por uma reforma na Justiça criminal”, afirmou, destacando, porém, a importância da Lava Jato.

     

  3. Que mais esperar?

    Brasil 247

    Que mais esperar?

     

    Por Tereza Cruvinel

     

     

    22 de Setembro de 2016

     

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    Tudo o que está acontecendo e vai acontecer no Brasil já estava anunciado desde abril de 2006, quando o então procurador-geral Antonio Fernando, sem esperar pelo fim da CPI dos Correios, apresentou sua denúncia contra 40 pessoas envolvidos no chamado mensalão. Ali começou a caçada ao PT e a Lula. O então presidente da República não foi citado mas as insinuações do texto alimentaram o chiste “Ali-Babá e os 40 ladrões”. Na semana passada os procuradores retomaram o fio da narrativa e o acusaram de “comandante máximo” de um esquema criminoso que seria a “outra face” do mensalão. O juiz Sergio Moro aceitou a denúncia com rapidez que espantou o mundo. Hoje o ex-ministro Guido Mantega foi preso no hospital em que sua mulher era operada. Tudo estava escrito e vai se cumprindo: Lula será condenado por Moro, ficará inelegível e talvez seja preso. Enquanto respirar politicamente, o PT não terá trégua. Que mais vai esperar o Brasil para se dar conta do estado de exceção judicial-policial. Hoje a seletividade é contra os petistas, amanhã contra qualquer um. 

    Na denúncia de Antonio Fernando, o Ministério Público forçou os limites de seu poder e arrombou a cerca. Com a “faca no pescoço”, como confessou inadvertidamente o ministro Lewandowski falando ao celular num restaurante, o STF acolheu a denúncia, apesar das evidências de que o texto esculpia os fatos e contornava a falta de provas para chegar a uma dramaturgia com alvo político,  sulforosa o bastante para indignar a opinião publica. De lá para cá, o poder do Ministério Público, associado à Polícia Federal e apoiado pela mídia, foi contando como quis a história política das últimas duas décadas.

    O texto de mais de 120 páginas da denúncia dos procuradores contra Lula é isso: a versão dos procuradores, à guisa de “contextualizar” seus crimes, reconstitui o período de governo, analisando questões que nada têm a ver com a acusação: como foi montado o governo, como era a coordenação política, como foi constituída a base parlamentar, quantos votos tinha cada partido, como eram feitas as nomeações no segundo escalão, tudo para concluir: no governo, Lula nada mais fez a não ser montar um esquema de corrupção para garantir uma governabilidade corrompida e o enriquecimento próprio e de outros. O irrisório valor das supostas “propinas” recebidas por Lula diante do volume dos contratos da OAS que as teriam ensejado (0,005%) é detalhe. A falta de provas, remedia-se com a convicção e a dedução a partir da análise política e do “contexto”.

    Contradições não faltam mas isso também não importa. A peça indica, a partir das delações, o valor das propinas pagas ao diretores e executivos de cada “núcleo” atuante na Petrobrás. Uma diretoria controlada pelo PP,  outra pelo PT e outra pelo PMDB. Mas só os “agentes públicos ligados ao PT estão sendo processados, condenados e presos. Cadê os presidentes e tesoureiros de outros partidos na Lava Jato?

    Como “anjos do bem”, os procuradores podem tudo. Com a aura de justiceiro destemido, Sergio Moro vai condenar Lula pois, se fizer o contrário, estará desconstruindo toda o enredo que vem sendo escrito desde 2006, o do saneamento do país pela extirpação do PT e o banimento de Lula. Do mesmo agiam e  pregavam a UDN, Carlos Lacerda e toda a imprensa da época, com exceção da Última Hora de Samuel Wainer,  contra Getúlio Vargas e o trabalhismo. “Um cancro que precisa ser extirpado”, dizia Lacerda. Quando o povo acordou e saiu às ruas, foi para chorar o presidente que se matara para evitar o golpe, prorrogado para dez anos depois, quando começou a ditadura de 21 anos.

    Com a diferença de que Lula, agora, é apenas um cidadão, não mais um presidente, que acossado por caçadores só tem os braços do povo como refúgio, como fez ontem. Que mais será preciso para o despertar da consciência democrática, para que mesmo os que se decepcionaram com ele ou com o  PT,  entendam o que se está passando no Brasil dos procuradores e de Moro?

    Podendo tudo, e não enfrentando resistências, em algum momento o Ministério Público vai trombar com os outros poderes e teremos o colapso completo da democracia. Ou, antes uma repactuação que restabelecerá os freios e contrapesos necessários ao equilíbrio hoje rompido entre os poderes.

    Mas agora, estamos esperando passivos pela próxima vítima. Quem será, depois de Guido Mantega, que o empresário Eike Batista delatou sem provas e por isso foi poupado de ser preso? Mantega teria comparecido para prestar depoimento se convocado mas estamos em outro tempo, de desprezo por princípios como a presunção da inocência e o direito de defesa.

    Estamos como na abertura da “Crónica de uma morte anunciada”, de Gabriel Garcia Marquez: “No dia em que ia ser morto, Santiago Nasar levantou-se às 5hs30m da manhã e foi esperar o navio em que o bispo chegaria”. Seguimos todos cuidando de nossas pequenas tarefas, divertindo-nos com pequenas coisas, silenciosos enquanto alguns são abatidos por esta onda que, incontida, depois arrastará outros e mais outros.

    http://www.brasil247.com/pt/blog/terezacruvinel/256560/Que-mais-esperar.htm

  4. Eu acredito em mula sem cabeça, Saci Pererê e na Lava Jato
     

    Boulos: ‘Já foi o tempo em que acreditar na isenção da Lava Jato era caso de ingenuidade. Agora é pura má-fé’

    Postado em 23 de setembro de 2016 às 6:21 am  

    De Boulos, no Facebook:

    Lava Jato teve uma atividade intensa até o impeachment de Dilma. Operações semanais. Na prática, seus alvos políticos foram só petistas, apesar de várias citações de políticos de outros partidos em delações.

    Depois do impeachment, a Lava Jato tirou férias de alguns meses. Parecia ter um certo sentimento de dever cumprido. Neste meio-tempo veio a delação de Sérgio Machado, a implicação de Temer, Jucá, Renan e novas citações a Serra e Aecio. Cunha perdeu o foro privilegiado, podendo agora ser julgado por Moro.

    Então, a Lava Jato volta à cena:
    E os procuradores de Curitiba indiciam… Lula!
    E Moro mandou prender hoje… Guido Mantega!

    Já foi o tempo em que acreditar na isenção da Lava Jato era caso de ingenuidade. Agora é pura má-fé.

     

  5. De quem é a culpa pela queda do viaduto em BH?

    A primeira pessoa ouvida foi a arquiteta e então diretora de projetos da Sudecap, Maria Cristina Novais, que alertou por e-mail os diretores da empresa sobre erros no projeto dois anos antes do acidente e, em 2013, relatou a incapacidade da diretoria em dar resposta aos problemas.

    Leia mais, em

    http://www.otempo.com.br/cidades/diretora-da-sudecap-diz-que-%C3%B3rg%C3%A3o-sabia-dos-erros-do-projeto-1.1375736

     

  6. Dr. Rosinha a Moro: O senhor e sua turma agem como justiceiros,

    Do Viomundo

    Dr. Rosinha a Moro: O senhor e sua turma agem como justiceiros, assassinos de reputações, a serviço de interesses contra os brasileiros

     

    23 de setembro de 2016 às 13p3

     

     

    Rosinha e Moro 2

    Uma carta aberta a Sérgio Moro     

    Dr. Rosinha, especial para o Viomundo

    Confesso, estou triste. Diria até que estou deprimido. Tão triste e deprimido que talvez não consiga escrever exatamente o que estou pensando. De qualquer maneira, preciso tentar escrever.

    Normalmente, não me considero uma pessoa triste, muito menos deprimida. E tampouco os que convivem comigo me consideram dessa forma. O que tem me deixado assim, em parte, são as suas ações, Doutor Sérgio Moro.

    Sinceramente, esperava que o senhor fosse um homem que, através de seus atos, buscasse uma aplicação justa da lei, e não a mera perseguição, ou o fazer justiça com as próprias (mãos) leis.

    Triste dizer isso, mas é este o meu sentimento. O sentimento de quem vive em busca da justiça, não de justiceiros. Geralmente, todo justiceiro causa mais danos sociais e humanos do que os que são levados às barras da justiça.

    Meu sentimento é de que o senhor e, se não todos, pelo menos a maioria dos membros da operação lava jato (assim mesmo, em minúsculas) agem como assassinos de reputações, e estão a serviço de interesses de determinados setores da sociedade, mas especificamente da burguesia (palavra fora de moda) financeira e econômica, brasileira e mundial. Estão contra os brasileiros e as brasileiras, principalmente os mais pobres.

    Estou triste e deprimido porque me sinto incapaz, no momento, de fazer algo concreto em defesa dos que sofrem injustiças. Incapacitado e desencantado com o ser humano. Está esvaindo-se em mim a esperança de um dia ver um mundo melhor. Tenha certeza de que o senhor está contribuindo com isso.

    A espécie humana, Dr. Moro, sei que o senhor sabe disso, é a única que tem capacidade de destruir todas as demais espécies animais, inclusive a própria. E, na maioria das vezes, faz isso em nome do capital, do acúmulo de riquezas, do poder.

    Digo isto porque o senhor está poderoso. O senhor e a turma que atua na lava jato. Tão poderosos que vários juízes, procuradores e policiais os imitam na truculência.

    São muitos os homens, mulheres e crianças que vivem sem saber por que vivem, sem ter razão de viver. Sem saber o que esperam do amanhã. E aqueles que, como Lula, procuram construir a dignidade para essas pessoas, são perseguidos por quem sempre teve a mesa farta e a cama confortável. Sempre foram perseguidos por aqueles que viram as costas quando veem na rua um pedinte ou uma criança carente de pão, carinho e amor. Mas correm passar a mão na cabeça dos cachorrinhos das madames. Às vezes, até de cachorros vadios.

    São perseguidos por aqueles que não têm vergonha de, mesmo com altos salários, decidir em causa própria, mesmo tendo sua própria casa, para receber auxílio-moradia. Auxílio, diga-se de passagem, de valor superior à renda de mais da metade dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.

    Com tudo isso na minha frente e com tudo que há de perseguição patrocinada pela lava jato, quer o doutor que eu acredite na justiça? Quer que eu acredite que as ações da chamada ‘República de Curitiba’ são imparciais?

    Todo e qualquer homem ou toda e qualquer mulher que pensa um pouco sabe que a maioria, senão todos que participam da operação lava jato, age política e ideologicamente a favor de uns, e contra outros. Como justificar que em quase todas as delações (premiadíssimas) aparece o nome do Aécio, e praticamente nada sobre ele é investigado?

    Como explicar que o oficial de Justiça não consegue achar a casa de Cláudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, para entregar uma intimação para ela ir depor? No entanto, a esposa de João Santana, Monica Moura, foi encontrada com tanta facilidade. Sim, o marido fez a campanha do PT.

    Como um helicóptero é apreendido com 450 quilos de cocaína e o único detido é o piloto? E o dono, amigo de Aécio, sequer é investigado?

    Como não consegue, agora sem mandato de deputado federal, prender Eduardo Cunha? E, no entanto, prende Guido Mantega, que, no hospital, acompanhava a cirurgia da esposa?

    Com tudo isso e muito mais coisas, não dá para dizer que o Ministério Público (representado pelo fundamentalista religioso Deltan), a Polícia Federal, com o seu Japonês, e o Poder Judiciário, representando no momento pela figura do senhor, é imparcial.

    Estou triste.

    Na minha tristeza, penso nas crianças. Sou sincero, não nos filhos e filhas dos que atuam na operação lava jato. Estes receberão uma gorda herança. Talvez um dia, ao estudar a história do Brasil, sintam vergonha do que fizeram seus pais e mães.

    Penso nas crianças que, nesta época de campanha, mesmo inocentes, são objeto de uso e abuso das promessas da maioria dos candidatos. Prometem creche e melhor educação. No entanto, patrocinaram, junto com o senhor, um golpe de Estado que lhes rouba o futuro.

    Digo isto porque as propostas para a educaçao dos usurpadores do poder é de destruição de todo processo libertário de educação que vinha sendo construído até então. Também, pudera: o que esperar de um ministro que ouve e acata as propostas de Alexandre Frota para a educação.

    Estou triste. Estou triste pelas crianças pobres e pelas injustiças que o poder Judiciário comete. Hoje, o maior inimigo da justiça é o judiciário. Pelo método de atuação da lava jato, como esperar justiça?

    Estou triste.

    Penso nas crianças que não terão a formação adequada para saber porque vivem. Para, pelo menos, ter o discernimento de que não serão objeto de manipulaçao dos Aécios, Deltans, Anselmos, pregadores religiosos e de justiça pelas “próprias (leis) mãos”.

    Estou triste.

    Dr. Moro, o senhor disse que lamenta ter tornado Marisa Letícia, esposa de Lula, ré. Mesmo sabendo o significado da palavra ‘lamento’, fui ao Dicionário Aurélio. Lá encontrei que lamento significa “lamentação, voz lamentosa, gemido”. Não satisfeito, fui ao Dicio (Dicionário Online de Português), segundo o qual a palavra significa “ação de lamentar. Expressão de pesar, de mágoa face do infortúnio. Portanto, queixa, gemido; lamentação”. Informa também que lamento é sinônimo de plangor, gemido, vagido.

    Plangor, de acordo com o mesmo dicionário, é quando “há lágrima(s) e/ou lamentação; choro, lástima ou gemido”. Vagido é “choro de criança recém-nascida”.

    Com esses conceitos, sinceramente não compreendi por que o senhor disse lamentar por uma ação praticada pelo senhor. A vítima da ação é que tem que lamentar pelo infortúnio.

    Não ouvi, não vi e tampouco tive qualquer informação de que, após assinar esta ação, o senhor tenha embargado a voz, gemido, ter sido magoado ou sofrido algum infortúnio. Vagido o senhor teve há muitos anos atrás, quando veio à luz. E, como a maioria dos recém-nascidos, naquele momento, alegria do pai e da mãe e a certeza deles de que fariam de tudo para que recebesse uma boa educação e que fosse um homem justo.

    Mas o senhor não tem sido justo. O senhor confunde justiça com justiçamento.

    Dr. Moro, assim como o senhor, sou contra a corrupção. Creio que esta é a única coisa que nos une. No mais, faço algumas observações:

    1) O combate à corrupção não se faz com ideologia político-partidária. O senhor sabe disso, mas não se comporta assim. Digo isto porque a operação lava jato, inclusive o senhor, age de maneira distinta no que diz respeito à caça aos corruptos. Se é petista, por antecipação, é corrupto. Se é do PSDB, por principio, é inocente. Exemplo: quando algum premiado delator diz que a corrupção começou na Petrobras no governo de FHC, o senhor, ou se quiser, a lava jato, ignora a informação. Quantos são os tucanos investigados?

    2) Como consequência do ponto anterior, o que se busca não é justiça, mas fazer política partidária. Exemplo: as principais e espetaculares ações da operação lava jato, que o senhor comanda, são feitas em momentos que influem na conjuntura política ou eleitoral.

    Lembra da capa da Veja que a operação gerou, as vésperas da eleição de 2014? Lembra das manifestações a favor do golpe de Estado, quando o senhor pedia para “ouvir as vozes das ruas”? Não preciso lembrar porque são fatos recentes: tornar Lula réu e prender Mantega, às vésperas das eleições municipais.

    Talvez o senhor não goste do blogueiro Fernando Brito, mas vou recorrer a ele. No último dia 21, ele chamou a atenção para as manchetes dos maiores jornais brasileiros e as reproduziu. São simbólicas pela repetição das mesmas palavras:

    O Globo: Lula vira réu pela 2ª vez e será julgado por Moro

    Estadão: Lula vira réu na Lava Jato e será julgado por Moro

    Folha: Acusado de corrupção, Lula será julgado por Sérgio Moro.

    Será que a imprensa não quis dizer que o senhor não é um juiz, mas um justiceiro?

    3) Não se faz justiça desrespeitando a lei. São muitos os exemplos. Poderia aqui expor um rosário, mas fico só com dois: a condução coercitiva de Lula e a divulgação da gravação envolvendo o ex-presidente e a então presidente, Dilma Rousseff. Por esta divulgação ilegal, o senhor levou um “puxão de orelha” do ministro Teori Zavascki, e acabou assumindo que errou. Desculpe, mais uma vez, pela sinceridade: o senhor não errou, fez a divulgação propositadamente.

    Por fim, desculpe por esta longa carta. Não sei se o senhor teve conhecimento dela e se conseguiu lê-la até aqui. Se conseguir, peço um pouco mais de paciência. Só mais um comentário.

    Tomei conhecimento, hoje, que o senhor mandou prender Guido Mantega. A mesma noticia informa que quem o delatou, sem provas, foi Eike Batista, mas que ele (Eike) não será preso. Claro, ele não é do PT.

    Preciso fazer algumas perguntas para o senhor:

    1) Mantega nunca se negou a prestar depoimento e é considerado um homem honesto, ao contrário de seu delator. Ele também tem endereço fixo. Por que Mantega precisa ser preso?

    2) Gostaria que o senhor se colocasse no lugar de Mantega. Ele foi preso dentro do Hospital Albert Einstein, enquanto esperava a cirurgia da esposa, que está com câncer. O senhor acha justo que alguém que não é ameaça nenhuma à sociedade, tem endereço fixo e está nesta condição seja preso?

    3) Esta ação não é própria de justiceiros?

    4) Tem certeza o senhor de que esta ação não é desumana? Ou vai dizer que lamenta por ela?

    Desculpe, doutor, pensei que ia terminar a carta, mas tomei conhecimento que um estuprador, no Recife, foi preso em flagrante e em seguida solto. Sei que o senhor não tem nada com isso, mas como o senhor quer que eu acredite na polícia, no Ministério Público, na justiça?

    Estou triste.

    Sinceramente, termino dizendo-lhe que esta manifestação é feita por alguém que um dia, no passado, chegou, sim, a admirá-lo.

    Doutor Rosinha
    22 de setembro de 2016

    PS1 – Acima escrevi que a espécie humana é a única que tem capacidade de destruir todas as demais espécies animais, inclusive a própria. Pense nisso, doutor: quantas esperanças e quantos empregos o senhor já destruiu? Quantas crianças estão, como resultado dessas ações, com o futuro comprometido?

    PS2 – Assim que termino a carta, tomei conhecimento de que um porta-voz da Polícia Federal lamentou a prisão de Guido Mantega e que o senhor a revogou.

    PS3 – Como vê, apesar da tristeza e da depressão consegui escrever alguma coisa. Espero que lhe sirva de reflexão e tenha a certeza: não fiz para agredi-lo e tampouco para dar lições.

    Dr. Rosinha, médico pediatra e servidor público, ex-deputado federal (PT-PR).

    Leia também:

    Patrus Ananias: A ditadura em marcha

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/dr-rosinha-a-moro-o-senhor-e-pelo-menos-a-maioria-dos-membros-da-lava-jato-agem-como-assassinos-de-reputacoes-e-estao-a-servico-de-interesses-contra-os-brasileiros.html

  7. Dallagnol explica a corrupção no Brasil: Cristãos de verdade …

    Dallagnol explica a corrupção no Brasil: Cristãos de verdade foram para os Estados Unidos

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    “Em razão da minha cosmovisão cristã, eu acredito que nós temos uma janela de oportunidade, que Deus está abrindo para mudanças. Se a igreja luta por isso, Deus está respondendo” — Deltan Dallagnol

    Da Redação do Viomundo

    Em O Maluco Solitário e o Ministério Público, Maria Cristina Fernandes traça um interessante perfil do procurador Deltan Martinazzo Dallagnol nesta sexta-feira, 23, no Valor Econômico.

    A jornalista faz um balanço das palestras que o integrante da Força Tarefa da Lava Jato tem feito pelo Brasil em defesa das 10 medidas anticorrupção propostas pelo MPF ao Congresso.

    “O coordenador da Lava Jato tem uma interpretação culturalista da história. Acha que foi a colonização portuguesa quem legou a corrupção à terra natal. Quem veio de Portugal para o Brasil foram degredados, criminosos. Quem foi para os Estados Unidos foram pessoas religiosas, cristãs, que buscavam realizar seus sonhos, era um outro perfil de colono“.

    A própria jornalista ironiza Dallagnol: “O espírito cristão dos colonizadores americanos não os impediu de dizimar a população nativa, colecionar genocídios em sua política externa e conviver com o pesadelo de uma Casa Branca ocupada por Donald Trump. Mas o ex-estudante de Harvard só trouxe admiração pelas instituições americanas. O mesmo fascínio alimenta em muitos de seus compatriotas a ilusão de que o Brasil seria uma grande Amsterdã se os holandeses não tivessem sido expulsos. Não cogitam o Brasil como uma versão ampliada da África do Sul”.

    O óbvio analfabetismo político e histórico do procurador nos permite, no entanto, localizar o “pecado original” brasileiro que ele pretende remediar: a falta de cristianismo, ou do tipo “certo” de cristianismo.

    Não foi o escravismo, a concentração de terras, a contínua pilhagem da colônia pelos interesses econômicos de Portugal que fez do Brasil o que é: não, foi a falta de “pessoas religiosas, cristãs”.

    Isso apenas confirma que Dallagnol acredita liderar uma cruzada para livrar o Brasil do belzebu.

    Curiosamente, como notamos anteriormente, nenhuma das dez medidas sugeridas pelo MPF ao Congresso trata diretamente da questão da sonegação de impostos, que representa perda de cerca de R$ 500 bilhões anuais aos cofres públicos. Por exemplo, eliminar o Carf, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a instância que permite aos grandes empresários extirpar o diabo dos impostos — ou pelo menos atrasar o pagamento de autuações da Receita

    Por isso, se um dia for feito um powerpoint da Operação Zelotes, aquela que investigou corrupção no Carf, acreditamos que ele terá como figura central a ambulante Débora, recentemente detida pela Polícia Militar de São Paulo por vender bebidas sem licença na avenida Paulista, em São Paulo.

    O “pecado original” mencionado pelo procurador Dallagnol nos remete ao livro A tolice da inteligência brasileira, de Jessé Souza, no qual o autor esculacha intelectuais respeitadíssimos à esquerda e à direita, de extração liberal, por terem naturalizado a ideia de uma hierarquia entre Europa/Estados Unidos e o Brasil, na qual obviamente ficamos por baixo.

    Jessé nota a absoluta imbricação entre Estado e iniciativa privada no Brasil, completamente descartada pelos liberais, que acreditam que todos os pecados são do Estado e todas as virtudes da iniciativa privada.

    Repetimos agora, no Brasil, a “santa aliança” dos anos 80 nos Estados Unidos, entre fundamentalistas cristãos e fundamentalistas do mercado. Nossa jabuticaba é fazer isso através de funcionários públicos de um Estado supostamente laico.

    A fala do coordenador da Lava Jato é assustadora não apenas por revelar ignorância histórica, mas pela proposta de uma solução messiânica calcada num TED “cristão”.

    Ah, e como ele é Martinazzo Dallagnol, não compartilha da “culpa coletiva” dos que herdaram o “sangue ruim” dos portugueses, como os Da Silva.

     

    O maluco solitário e o Ministério Público

    por Maria Cristina Fernandes

    do Valor Econômico

    Derek Sivers é um músico californiano de 47 anos radicado em Cingapura. Fez fortuna com uma empresa de transação on-line de CDs que depois se tornaria uma das maiores vendedoras de música independente do mundo. Em 1º de abril de 2010, a plataforma digital de palestras TED colocou no ar um vídeo de três minutos intitulado “Como Iniciar um Movimento”. Nele, Sivers mostra um rapaz de dorso nu dançando freneticamente numa montanha. Uma pessoa se levanta e passa a imitá-lo. Logo todos os jovens que o assistiam se levantam e passam a fazer o mesmo. “É o seguidor que transforma o solitário em um líder. É preciso ter coragem e não ter medo de ser ridicularizado”, diz Sivers.

    O vídeo teve 5,6 milhões de visualizações. Uma delas partiu de Deltan Martinazzo Dallagnol, que resolveu incorporá-lo às palestras que promove em defesa das dez medidas anticorrupção. Em fevereiro deste ano, num encontro com lideranças reunidas pela Primeira Igreja Batista de Curitiba, o procurador do Ministério Público Federal exibiu o vídeo. Ao final, dirigiu-se à sua plateia com a recomendação: “Quando encontrar um maluco solitário com uma boa causa tenha a coragem de segui-lo”.

    O procurador de 36 anos foi, na semana passada, a estrela da denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O terno azul-escuro, os óculos de aros pretos, a dicção que não deixa escapar uma única sílaba e o uso preciso do subjuntivo não sugerem disfunção psíquica.

    A presença de todos os 12 procuradores que, sob sua coordenação, compõem a força-tarefa da Lava-Jato e a anuência do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, também não autorizam a interpretação de que esteja sozinho. Durante a apresentação da denúncia, no entanto, o procurador abusou dos recursos que lançou mão para criar o movimento das dez medidas anticorrupção.

    A apresentação de 1h04 foi pautada pela mesma oratória usada por Dallagnol nas mais de 150 palestras que já fez país afora desde o lançamento da campanha pela subscrição e aprovação das medidas que empoderam o Ministério Público no combate à corrupção. A retórica da persuasão do procurador parte da repetição de construções de fácil compreensão. A retórica da persuasão do procurador parte da repetição de construções de fácil compreensão. A mais recorrente, na apresentação da denúncia foi a de que o país estava diante de uma “propinocracia, governo gerido pela propina” que, segundo o procurador, tem uma dimensão “gigantesca, maior do que muito grande”.

    Seu uso como arma de retórica fica evidente na comparação entre a fala e a denúncia impressa. A construção aparece 12 vezes na apresentação do procurador, mas não está registrada na acusação levada a Moro.

    A retórica de Dallagnol ainda lança mão de figuras de linguagem para nominar o ex-presidente que não foram incorporadas ao texto impresso. O procurador referiu-se a Lula dez vezes como comandante de esquema criminoso, sempre acompanhado dos adjetivos “máximo”, “real”, “supremo”.  A ocorrência do termo “comandante” no documento, além de reduzida à metade, nunca é adjetivada.

    Dallagnol ainda chama Lula de “maestro” e “general”. Nenhuma das denominações aparece na denúncia formal. Nela, o ex-presidente surge com mais frequência como “chefe do Poder Executivo” ou “ocupante do cargo público mais elevado”.

    A descrição da organização criminosa no documento, que ocupa mais da metade de suas 149 páginas, é tão farta quanto na apresentação. A acusação não está no escopo das atribuições da força-tarefa, mas, sim, da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.  Sob a alçada de Curitiba estão o crime de corrupção e lavagem de dinheiro. Procuradores em Brasília avaliam que os 13 procuradores da força-tarefa poderiam ter cumprido melhor sua tarefa se tivessem se limitado aos crimes atinentes. A inclusão do crime organizado no documento e, principalmente, na fala do procurador, no entanto, compõe a narrativa do movimento do qual o procurador natural da Lava-Jato é o principal porta-voz: o projeto, em tramitação no Congresso, das dez medidas anticorrupção.

    O foco na organização criminosa é sustentado pelas construções da persuasiva retórica do procurador. Dallagnol sustentou em sua fala que o ex-presidente era comandante de uma organização destinada a prover “governabilidade corrompida, perpetuação criminosa no poder e enriquecimento ilícito”. Os três objetivos com os quais Lula teria assumido a Presidência da República foram repetidos nove vezes pelo procurador.

    As manifestações dos integrantes do Ministério Público não estão submetidas ao mesmo cerceamento imposto a juízes, cumprido com habilidade por Sérgio Moro, que se vale dos autos e dos offs, mas não concede entrevistas. Sem o mesmo freio, o procurador não apenas tem farta presença no noticiário como é ativo usuário das redes sociais.

    Nascido em Pato Branco, skatista e surfista na juventude, Dallagnol é filho de um promotor de Justiça. Entrou no Ministério Público aos 22 anos. No Twitter, apresenta-se como “seguidor de Jesus, marido e pai apaixonado, procurador da República por vocação (hoje coordenando o MPF na #LavaJato em Curitiba) e mestre em direito por Harvard”.

    Nos últimos dois meses, Luís Roberto Barroso (STF) e Laurita Vaz (STJ) são os únicos ministros de tribunais superiores citados nos tuítes do procurador. Barroso, pela defesa do MP quando a instituição foi atacada pelo colega de tribunal, Gilmar Mendes, e Laurita, pela frase: “A corrupção tira comida dos pratos das famílias e crianças dos bancos das escolas”. Em suas postagens no Facebook, inclui mais um ministro. Quando Luiz Fachin foi indicado para o Supremo, Dallagnol compartilhou um perfil simpático ao ex-professor da Universidade Federal do Paraná, onde graduou-se.

    A mulher do procurador, a farmacêutica Fernanda Dallagnol, usa sua página para compartilhar entrevistas, artigos do marido e vídeo da musa da Lava-Jato, a jornalista Joice Hasselman, além de curtir postagens do marido sobre cuidados com crianças. O casal tem dois filhos pequenos. Em entrevistas e palestras, Dallagnol não se furta a comentar sobre a privação de convivência maior com as crianças como preço a pagar pela missão na Lava-Jato.

    Os tão criticados slides em powerpoint da denúncia contra Lula são muito pouco criativos quando comparados às ilustrações das palestras do procurador. Naquela dirigida a lideranças da Igreja Batista em Curitiba, depois de mostrar foto em que aparece adolescente de cabelos encaracolados “vocacionado na busca da justiça”, Dallagnol exibe slide em que um par de sapatinhos de bebê aparece sobre a barriga de uma grávida. Dizia assim que a Lava-Jato havia chegado em sua vida junto com o primeiro filho.

    Com um raro domínio de cena, o procurador busca empatia com humor. Diz, por exemplo, que a Lava-Jato tem tantas fases quanto o “Candy Crush Saga”, sucesso do mercado de jogos eletrônicos. Em entrevista a Jô Soares chegou a relatar o dia em que pensou ter mandado mensagem de WhatsApp para seu médico, Paulo Roberto Costa Claro, descrevendo sintomas de uma infecção intestinal. Só se deu conta do engano ao receber resposta educada de seu investigado, o homônimo ex-diretor da Petrobras, que lamentava não ter formação em medicina para ajudá-lo. “Ainda bem que não mandei foto”, acrescentou, arrancando risos.

    Tem abordagens específicas para cada palestra, mas sempre lança mão de pelo menos três máximas – “Precisamos deixar de ser vítimas do passado para sermos senhores do nosso destino”, “a saída para o Brasil não é aeroporto”, “a corrupção não é um problema do partido A ou do partido B” – e arruma um jeito de encaixar uma citação de Martin Luther King. Tem uma coleção de frases do líder negro americano, sempre lembrado como pastor batista, que remetem à realização de sonhos por quem os persegue.

    Depois que a plateia, com humor e emoção, está em suas mãos, Dallagnol passa à fase mais substantiva de suas intervenções. O coordenador da Lava-Jato tem uma interpretação culturalista da história. Acha que foi a colonização portuguesa quem legou a corrupção à terra natal. “Quem veio de Portugal para o Brasil foram degredados, criminosos. Quem foi para os Estados Unidos foram pessoas religiosas, cristãs, que buscavam realizar seus sonhos, era um outro perfil de colono”.

    O espírito cristão dos colonizadores americanos não os impediu de dizimar a população nativa, colecionar genocídios em sua política externa e conviver com o pesadelo de uma Casa Branca ocupada por Donald Trump. Mas o ex-estudante de Harvard só trouxe admiração pelas instituições americanas. O mesmo fascínio alimenta em muitos de seus compatriotas a ilusão de que o Brasil seria uma grande Amsterdã se os holandeses não tivessem sido expulsos. Não cogitam o Brasil como uma versão ampliada da África do Sul.

    O coordenador da Lava-Jato, em sua pregação anticorrupção, trata de tranquilizar suas plateias de que a saída não passa por engajamento partidário, mas pela cidadania a ser exercida com a adesão às dez medidas.  Cita investimentos em saúde e educação que poderiam ser feitos sem o dreno da corrupção e mostra slide de uma família emagrecida sentada à mesa vazia. A imagem se assemelha àquelas que o PT, sigla a que sempre se refere por extenso, exibiu na propaganda eleitoral em 2014.

    Num esforço de quem parece buscar a linguagem de seus interlocutores, Dallagnol ilustra a janela histórica de mudança que se abre no país. “Quando você vai a Miami ou ao Paraguai pensa: não gastaria isso que estou gastando, mas é uma questão de oportunidade. Pois hoje vivemos esta oportunidade. Podemos contar com você?”. Pede que levante as mãos quem o apoia. Nem precisou dançar freneticamente. Saca o celular e faz a foto do mar de mãos que surgem à sua frente.

     

    Maria Cristina Fernandes, jornalista do Valor, escreve neste espaço quinzenalmente

    E-mail: [email protected]

     

  8. Reforma da Previdência vai atingir todos os trabalhadores

    Incluindo militares e parlamentares, diz a Gazeta do Povo:

    Militares

    Assim como no caso de mulheres e professores, que têm regras mais suaves que os demais trabalhadores (podem se aposentar com cinco anos a menos), os militares das Forças Armadas deverão ter uma fase de transição mais leve, diante das especificidades da carreira. Estão no radar elevar o tempo na ativa dos atuais 30 para 35 anos, acabar com a quota compulsória (ao chegar a determinada idade, o militar é obrigado a pedir reserva) e outros ajustes, inclusive na pensão.

    Para isso, a PEC se propõe a alterar o artigo 142 da Constituição. Os militares continuam contribuindo quando vão para a reserva, com alíquota de 7,5%, mas, mesmo assim, o sistema registrou déficit de R$ 32,5 bilhões no ano passado.

    Leia mais em

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/reforma-da-previdencia-vai-atingir-todos-os-trabalhadores-incluindo-militares-e-parlamentares-68rjmpcgy341ti2fxpneq3bts?ref=yfp

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