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Lourdes Nassif
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  1. As contradições entre Palocci, Emílio e Marcelo no tal “pacto de

    Tijolaço

    As contradições entre Palocci, Emílio e Marcelo no tal “pacto de sangue”

    contrad

    O dramalhão do tal “pacto de sangue” entre Lula e Emílio Odebrecht, descrito no estilo “novela mexicana” por Antonio Palocci teve hoje na Folha o melhor e mais isento tratamento que se pode dar às versões apresentadas pelo ex-ministro da Fazenda, pelo velho empreiteiro e por seu filho Marcelo, que assumiu o comando do império em 2010.

    Simplesmente, comparar o que cada um diz.

    Emíli0, o primeiro a falar – em junho, para tentar liberar o filho da cadeia onde estava havia então dois anos – disse que o encontro com Lula (e só com Lula) foi durante a campanha de 2010 e que teria prometido ajuda, sem tocar em valores.

    Em setembro, Marcelo fala que “a única pessoa que pode dizer que Lula sabia ou deixava de saber (do oferecimento de valores)  é meu pai” e que o encontro entre os dois ocorrera no início da campanha de 2010. E ainda que a “ajuda” prometida ao PT seria de R$ 200 milhões.

    Já Palocci falou duas vezes.

    Na primeira,  em abril, começava a negociar sua delação e disse ter ouvido de Lula que a Odebrecht destinaria R$ 200 milhões como contribuição ao PT, sem que ele estivesse presente em reunião alguma. Tudo teria ocorrido “antes da eleição de 2010”

    Na segunda, no início do mês, apresentou uma história de que teria sido no finalzinho de 2010, já agora num encontro entre Lula, Dilma e Emílio,  e o valor muda para R$ 300 milhões.

    As versões, você vê, não coincidem em datas, números e personagens.

    Passarão a coincidir, porque um ou dois depoimentos serão “emendados”, na base do “eu não me recordava direito”, agora que todos sabem o que os outros falaram.

    A diferença de valores vai virar “um engano do papai” e a de datas será resolvida com “foram várias reuniões”.

    Basta um telefonema entre os advogados, todos muito interessados na leniência judicial para seus clientes, que lhes pagam bom dinheiro para isso. Até porque são bancas que entraram no caso exatamente para isso: negociar bem as reduções de penas e multas, no valor de bilhões de reais. Quem conhece o mundo da advocacia sabe o que é “taxa de êxito”.

    É evidente que valerá a versão mais comprometedora para Lula.

    É evidente que o financiamento privado das campanhas políticas ocorreu (e ocorre) com o PT e com todos os partidos. Mas a tentativa de incriminação pessoal de Lula é também evidentemente frágil.

    Palocci – e todos o sabem ao menos desde o caso Francenildo – não é homem de grandes pudores, ainda menos com dinheiro e com a verdade.

    Faz negócios e este, ao que parece, será o mais lucrativo de sua vida.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/as-contradicoes-entre-palocci-emilio-e-marcelo-no-tal-pacto-de-sangue/

  2. Reis, ministro do STJ, critica Moro e “condenação prévia” na Lav

    Tijolaço

    Reis, ministro do STJ, critica Moro e “condenação prévia” na Lava Jato

    sebastiaoreis

    Não saiu nos jornais, porque os alvos foram o “querido Moro” e a “sagrada Lava Jato”.

    Mas o que disse o ministro Sebastião Reis, do Superior Tribunal de Justiça, em palestra realizada ontem no Instituto Vitor Nunes Leal, que congrega  juristas – vários deles ex-integrantes do Supremo Tribunal Federal e do próprio STJ é notícia, porque ele foi muito mais direto que o gaguejar de Ricardo Lewandowski na crítica à Lava Jato.

    Foi na veia de Sérgio Moro:

    “Não posso admitir e concordar com juiz emitindo nota para a imprensa, vídeos na internet, filme com tapete vermelho, dando entrevista para falar não de casos que poderá vir a apreciar, mas de casos que já está examinando naquele momento”

    Criticou, sem meias palavras, a “condenação obrigatória” , pré-determinada ao Judiciário pela mídia:

    Hoje em dia, não é mais necessário ter coragem para prender alguém, mas para absolver um inocente. “[O magistrado] começa a decidir de acordo com o que o povo quer ouvir, no que a imprensa quer ouvir, naquilo, vamos dizer, chamado de politicamente correto, mesmo que não seja o que está imposto na lei, não reflita o que está no processo”.

    No site jurídico Conjur, onde suas declarações estão registradas (sem destaque) diz-se que ele  afirma que “o Ministério Público e a polícia usam a imprensa com o intuito claro de criar pano de fundo favorável à acusação em processos e para defender projetos de lei absurdamente imorais, aproveitando-se da sanha acusatória que toma conta do país. Com isso, qualquer um que discorde dos órgãos de acusação é taxado como inimigo, cúmplice de bandido e favorável à corrupção.

    “(…) ele afirmou que há um silêncio “assustador” em órgãos que deveriam protestar contra essa atuação, mas se calam e, pior, muitas vezes aplaudem e incentivam esse tipo de procedimento. “Vejo a Ordem dos Advogados do Brasil se calando e em várias oportunidades pedindo que documentos ocultos sejam tornados públicos”, discursou, aplaudido por todos os presentes, entre eles, os ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal Cezar Peluso, Ayres Britto e Sepúlveda Pertence.
    Ele lamentou que esse tipo de prática também esteja presente no Judiciário e citou casos em que tornam público um documento porque ele já foi divulgado de forma informal. “É um contrassenso, pois dizem que não adianta preservar como oculto algo que já foi noticiado, mas nenhuma atitude é tomada em relação ao vazamento, [nem para investigar] quem é o responsável ou, ao menos, medidas para complicar, controlar esse tipo de situação”, observou.
    A omissão das instituições, apontou, levou o Brasil a uma situação absurda, onde as pessoas precisam ter coragem para defender o que acham justo. A presunção de inocência, segundo ele, acabou. E um dos motivos disso é uso indevido da mídia por instituições. “Quem é exposto na imprensa, independente se de maneira justa ou injusta, do dia para noite está condenado”, lamentou.

    Ainda há juízes em Berlim. Jornalistas, nas editorias, não sei…

    http://www.tijolaco.com.br/blog/reis-ministro-do-stj-critica-moro-e-condenacao-previa-na-lava-jato/

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