Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Luis Nassif

20 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Tucanato ama CPIs, mas apenas as de Brasília

    de Josias de Souza, em seu blog http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/

    O PSDB do presidenciável Aécio Neves gosta muito de CPIs. Mas prefere as de Brasília. Em São Paulo, o governador tucano Geraldo Alckmin conduz as CPIs requeridas pelo PT na coleira. Num instante em que o tucanato eriça as plumas por uma CPI mista da Petrobras, com deputados e senadores, a Assembleia Legislativa acaba de instalar a CPI dos Pedágios. Deseja-se varejar as tarifas.

    A comissão foi proposta pelo petista Antônio Mentor. Mas é o Palácio dos Bandeirantes que vai dar as cartas. Na presidência da comissão, o bloco pró-Alckmin acomodou o tucano Bruno Covas. Ex-secretário do Meio Ambiente, ele decidiu cuidar do ambiente inteiro.

    Bruno Covas indicou para a função de relator da CPI outro ex-secretário de Alckmin: Davi Zaia (PPS). A minoria chiou. O deputado Gerson Bittencourt (PT), por exemplo, alega que foi quebrada uma “tradição” de entregar a presidência da CPI ao deputado que a requereu. “Essa não é uma atitude que ajudará os trabalhos da comissão”, disse.

    O petismo insinua que Alckmin dispõe de uma “tropa de choque” na comimissão. Quer dizer: em matéria de CPIs, nada se cria, nada se transforma, tudo se corrompe.

  2. Quem realmente está causando a carestia no Brasil

    Por que a inflação não cai? Celso Ming

    Afinal, a política de juros funciona ou não funciona?

    “A resposta, assim na lata, é que, mal ou bem, funciona. No entanto, é tanta a interferência de outros fatores nos mecanismos de transmissão impostos pelo Banco Central (BC), que a política de juros opera no Brasil como um carro que se desloca com o freio de mão puxado e leva muita água na gasolina.”….

    http://blogs.estadao.com.br/celso-ming/2014/03/18/por-que-a-inflacao-nao-cai/

    “E então, você sabia que, para a metade do seu crédito, o Brasil tem um dos menores juros reais do mundo?”

    Por isso que o aumento da “taxa” Selic não funciona para reduzir a inflação como o esperado. 

     

    Quem realmente está causando a carestia no Brasil por 

    Percepção da carestia na rotina dos brasileiros é real. Nas filas de supermercados, nos restaurantes a quilo, no comércio em geral e nos serviços contratados, as reclamações já não se restringem a apenas um ou outro bem ou serviço.  A realidade é que a palavra inflação voltou com tudo para o léxico dos consumidores.

    De fato, os números da carestia são bastante preocupantes.  No setor de serviços, por exemplo, a inflação de preços acumulada em 12 meses foi de 9,1% em março.  Esse foi osegundo maior valor desde 1999 (ano em que foram adotados o sistema de metas de inflação e o uso da SELIC como ferramenta básica para a política monetária).  O maior valor ocorreu em janeiro de 2012, quando a taxa acumulada em 12 meses foi de 9,2%.

    Já a inflação acumulada em 12 meses para os bens não-comercializáveis — ou seja, todos os produtos e serviços que não sofrem concorrência de importados — fechou março em 8,09%, após chegar ao pico de 9,70% em maio de 2013.

    Em todo o governo Dilma, a média da inflação de preços do setor de serviços está, no momento, em 8,45% ao ano.  E a média da inflação de preços dos bens não-comercializáveis está em 8,28%.  Para ambos os casos, trata-se da maior média já observada desde 1999

    Ou seja, esses dois lamentáveis recordes de carestia pertencem ao governo Dilma e à atual equipe do Banco Central, que já se consolidou como a pior da era do real.  Tal incompetência, no mínimo, ajuda a explicar por que as pessoas repentinamente se tornaram preocupadas com a carestia e por que a popularidade da presidente segue em queda.

    No entanto, um fenômeno inusitado vem chamando a atenção: no início de abril de 2013, a taxa SELIC estava em 7,25%.  Um ano depois, ela já está em 11%.  A inflação de preços, no entanto, segue impávida.

    Esse fenômeno açulou uma controvérsia que até então estava razoavelmente adormecida: afinal, o Banco Central elevar a taxa básica de juros funciona ou não para combater a inflação? 

    Até mesmo alguns colunistas mais experientes se mostram particularmente atordoados.  Segundo eles, após todo esse “aperto monetário” promovido pelo Banco Central, era para a inflação de preços ter arrefecido.  Mas isso não ocorreu.  Pior ainda: a carestia não apresenta o mais mínimo sinal de folga.  Por quê?

    A pergunta que várias pessoas estão fazendo é: se a economia está crescendo pouco — a média do crescimento econômico do governo Dilma só será melhor que a média obtida nos 3 anos do governo Collor — e a criação de empregos está estagnada há um ano, de onde está vindo a pressão para essa carestia?  Por que os preços seguem subindo e não dão sinais de arrefecimento?

    Há duas causas.

    A primeira causa

    A primeira causa — que não é a principal — está ligada às expectativas ruins dos agentes econômicos. 

    Segundo alguns analistas, a falta de uma política fiscal mais austera e transparente seria o principal motivo de as expectativas de inflação ainda se mostrarem resistentes.  Essas expectativas negativas dos agentes econômicos, que pioram continuamente, estariam estimulando remarcações preventivas nos preços.

    Já outros analistas afirmam que o governo errou ao permitir que a inflação se mantivesse longe do centro da meta — de 4,5% ao ano — por tanto tempo.  Isso enviou aos agentes econômicos a mensagem de que o governo é tolerante com a inflação, o que ampliou a onda de pessimismo e desconfiança.

    Para piorar, a evidente submissão da atual equipe do Banco Central às pretensões políticas de Dilma — que, junto com Guido Mantega e Arno Augustin, implantou uma malfadada “Nova Matriz Econômica” — jogou a credibilidade do BACEN ao chão. 

    Empenhada em ter a menor SELIC da história, Dilma pressionou para que o BACEN atuasse nesse sentido. Obediente, o BACEN reduziu a taxa básica de juros para 7,25% em outubro de 2012, o menor nível de sua história.  E nesse valor ela permaneceu por seis meses, mesmo com a carestia já em ascensão.  Ao mostrar essa submissão ao Palácio do Planalto, o Banco Central perdeu toda aquela confiança que usufruía junto ao mercado durante a gestão Henrique Meirelles.

    Portanto, para esses analistas, o maior problema da economia brasileira é a desconfiança gerada pelo governo.  Ela estaria inibindo os investimentos produtivos que poderiam aditivar a economia, gerar um aumento da oferta e, com isso, arrefecer um pouco a pressão sobre os preços. 

    Aquelas distorções que sempre oprimiram a economia brasileira, e com as quais fomos forçados a conviver passivamente — como infraestrutura precária, carga tributária sufocante, burocracia asfixiante e baixa qualidade da mão-de-obra —, não estão, no momento, no topo da lista de reclamações.  Por ora, não são esses os problemas que estão inibindo empresários a aumentar seus investimentos.  O problema realmente é a falta de credibilidade do governo.

    Ao colocar em risco os fundamentos mais básicos da economia, ao aceitar a inflação de preços no teto na meta por tanto tempo, ao gastar mais do que arrecada, e ao fazer intervencionismos pontuais — como intervir em contratos no setor de energia, alterar o marco do setor petrolífero, segurar os preços dos combustíveis, e adotar políticas de impostos e de tarifas de importação com o intuito de incentivar alguns setores escolhidos segundo critérios políticos e eleitoreiros —, o governo criou insegurança e se transformou no maior inibidor dos investimentos, cuja ausência restringe a oferta e pressiona os preços para o alto.

    Muito bem.

    Todos esses argumentos apresentados pelos analistas estão corretos.  Os fatos são verdadeiros e a lógica é impecável.  Com efeito, a questão das expectativas é essencial para o bom funcionamento de uma economia.  O economista americano Robert Higgs, seguidor da Escola Austríaca, cunhou o termo “Incerteza Gerada pelo Regime”, e sua obra explica cristalinamente tudo isso que estamos vivenciando na prática aqui no Brasil.

    Havendo previsibilidade, regras claras, inflação sob controle e um governo comprometido com um orçamento equilibrado, até mesmo deficiências graves como infraestrutura precária, impostos altos, burocracia soviética e mão-de-obra cara e pouco produtiva não se tornam obstáculos intransponíveis.  Os investimentos ainda ocorrem.  Porém, quando o governo intervém, passa a fazer microgerenciamentos, e deixa claro que questões básicas como inflação de preços e responsabilidade fiscal não mais são importantes, a coisa degringola.  As questões objetivas, como os problemas estruturais do país, deixam de pesar nas decisões empresariais.  Um fator subjacente — a desconfiança — ganha proeminência e se torna o mais influente.

    No entanto, ainda há um problema: embora todos esses fatos e argumentos sejam verdadeiros, eles, por si sós, não explicam completamente a carestia.  Há algo mais poderoso por trás de tudo isso, e que está dando sustento a esses contínuos e inabalados aumentos de preços.

    A segunda e principal causa da carestia

    Poucos sabem, mas, no Brasil, por determinação do governo federal, praticamente metade dos empréstimos feitos pelos bancos cobram juros menores do que a SELIC. 

    Em outras palavras, isso significa que metade dos empréstimos feitos pelos bancos praticamente não são afetados por aumentos da taxa básica de juros da economia, a qual, supostamente, deveria servir de baliza para todas as outras taxas de juros da economia. 

    Ou, falando ainda mais claramente, isso significa que o Banco Central pode subir a SELIC o quanto quiser — as taxas de juros destes empréstimos praticamente não serão afetadas.

    Esta modalidade de crédito é chamada de “crédito direcionado” ou também de “crédito com recursos direcionados”.  Consiste na obrigatoriedade do fornecimento de empréstimos subsidiados para o setor rural, para o setor imobiliário (aquisição de imóveis), para o setor exportador e para grandes barões do setor industrial. 

    E quem são os bancos que fazem esses empréstimos cujos juros praticamente não são afetados pela SELIC?  Os bancos estatais, majoritariamente Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES. 

    Veja aqui nesta tabela alguns valores.  Observe na coluna “taxa de juros” os valores cobrados das pessoas físicas e das pessoas jurídicas.  De abril de 2013 a março de 2014, a SELIC subiu de 7,25% para 11%.  No entanto, neste mesmo período, a média das taxas de juros do crédito direcionado quase não se moveu: para as pessoas jurídicas, a média dos juros subiu de 7,2% para 8%; e para as pessoas físicas, subiu de 6,7% para 7,2% em fevereiro, e depois para 8% em março.

    Quer um exemplo prático do que isso significa?  Um conhecido meu (eu sei, também odeio esse clichê de “conhecido meu”, mas juro que o caso é verídico), que é produtor rural, comprou uma Strada de R$40.000 por meio de um programa do governo federal chamado Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).  Esse programa obriga o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a fazerem empréstimos a juros subsidiados para produtores rurais.  A taxa de juros cobrada?  Meros 3% ao ano.  É sério, pode conferir aqui, no item 9.  Essa taxa de juros é simplesmente metade da taxa de inflação anual.  Aliás, como mostra o link, dependendo do preço do maquinário adquirido, a taxa de juros pode ser de mísero 1,5% ao ano.

    Outro exemplo: o Banco do Brasil está oferecendo empréstimos para a aquisição de imóveis a juros de 6,37% ao ano, uma taxa que também é menor do que a inflação de preços.  Um banquete para os especuladores imobiliários.  E há também o inefável BNDES, cujos empréstimos para o grande baronato industrial cobram juros de ínfimos 5% ao ano.

    E então, você sabia que, para a metade do seu crédito, o Brasil tem um dos menores juros reais do mundo?

    A taxa SELIC influencia apenas o chamado “crédito livre” ou “crédito com recursos livres”.  Como o próprio nome diz, trata-se dos empréstimos que os bancos podem fazer para quem quiser, cobrando juros de mercado.  Eis aqui a tabela com os juros desta modalidade.  Bem mais altos e variando de acordo com a SELIC.

    E qual a consequência de tudo isso?  O gráfico abaixo mostra de maneira translúcida.

    A linha azul mostra o total de crédito concedido pelos bancos privados (Itaú, Bradesco, Santander, HSBC, Citibank e outros pequenos).  A linha vermelha mostra o total de crédito concedido pelos bancos estatais (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES e demais bancos públicos estaduais, como Banrisul, BRB, Banco do Nordeste, Banco da Amazônia, Banestes )

    cewolf.png

    Antes de fazermos algumas constatações, tenha em mente que, no nosso atual sistema monetário e bancário, quando uma pessoa ou empresa pega empréstimo, os bancos criam dinheiro do nada — na verdade, meros dígitos eletrônicos — e simplesmente acrescentam esses dígitos na conta do tomador do empréstimo.  Ou seja, todo esse processo de expansão de crédito nada mais é do que um mecanismo que aumenta a quantidade de dinheiro na economia.  (Mesmo o BNDES, que antigamente utilizava apenas recursos do FAT, teve sua operação alterada, e agora também se tornou uma máquina de criar dinheiro, ainda que de maneira indireta

    O gráfico acima, portanto, mostra quanto dinheiro foi criado pelos bancos privados (linha azul) e pelos bancos estatais (linha vermelha) em operações de concessão de empréstimo.

    Eis algumas constatações óbvias:

    1) O crédito no Brasil já se encontra efetivamente estatizado, pois o volume de crédito fornecido pelos bancos estatais ultrapassou o volume de crédito fornecido pelos bancos privados.

    2) A partir de 2008, o crescimento do crédito fornecido pelos bancos estatais assumiu um formato exponencial, e, até a presente data, vem se mostrando totalmente indiferente a alterações na SELIC.  Isso ocorre porque o crédito fornecido pelos bancos estatais é majoritariamente do tipo ‘crédito direcionado’.

    3) O comportamento dos bancos privados ocorre estritamente de acordo com as expectativas para a economia.  Foi comedido em 2003, eufórico de 2004 a 2008, comedido em 2009, eufórico em 2010, razoavelmente cauteloso em 2011 e desanimado a partir de 2012.

    4) Os bancos estatais estão completamente fora de controle, criando dinheiro e jogando esse dinheiro na economia de forma exponencial. De 2008 até hoje, eles sozinhos jogaram mais de R$1 trilhão na economia brasileira.  Estão claramente seguindo ordens políticas.

    5) São os bancos estatais os principais causadores da carestia que estamos vivenciando no Brasil.  Quanto mais dinheiro eles jogam na economia, maior é a pressão sobre os preços.

    6) Os bancos privados, ao reduzirem substancialmente o ritmo de seus empréstimos, aliviaram um pouco da pressão altista nos preços.

    7) As causas desse ritmo mais brando na concessão de crédito pelos bancos privados são várias, mas as duas principais são o alto endividamento da população (o que reduz a demanda por crédito e piora o histórico de crédito dos tomadores) e a deterioração das expectativas quanto ao futuro da economia.

    8) Caso os bancos privados estivessem tão descontrolados quanto os estatais, a inflação de preços provavelmente já estaria nos dois dígitos.

    Conclusão

    Atualmente, a política de juros do Banco Central não afeta aquela linha vermelha.  Ela afeta apenas a linha azul.  Ou seja, a política monetária atua apenas sobre o crédito livre, que é quase todo fornecido pelos bancos privados.  Na prática, os bancos estatais estão fora do âmbito da política monetária do BC.  Isso significa que o combate à carestia via simples aumento da SELIC exigirá um esforço dobrado. 

    E isso gerou uma sinuca do bico: se o próximo governo quiser realmente atacar a carestia, a SELIC terá de ser elevada a níveis mais fabulosos (em 2003, ela teve de ir a 26,5%).  Só que isso irá asfixiar o crédito dos bancos privados, e consequentemente elevar ainda mais o grau de estatização do crédito.

    Portanto, a solução mais óbvia e prática é acabar com esse descontrole dos bancos estatais e enquadrá-los nas mesmas regras vigentes para os bancos privados.  Como disse Edmar Bacha, “Em Brasília, os presidentes dessas instituições dão tchauzinho para o pessoal do BC”.   

    Em última instância, são os bancos estatais os responsáveis pelos juros e pela inflação de preços serem altos no Brasil.  Dado que eles são imunes à SELIC e dado que eles são responsáveis pela metade dos empréstimos feitos no Brasil, a conclusão óbvia é que a SELIC tem de estar em um nível duplamente mais alto apenas para encarecer os empréstimos feitos pelos bancos privados e, com isso, reduzir um pouco o processo de criação de dinheiro.

    Caso os bancos estatais operassem sob as mesmas leis que valem para os bancos privados, a SELIC seria menor e, consequentemente, os juros cobrados pelos bancos privados também seriam menores do que são hoje; por outro lado, os juros cobrados pelos bancos estatais seriam maiores do que são hoje.  No geral, teríamos taxas de juros (do crédito livre) e de inflação de preços um pouco mais civilizadas.

    Essa situação anômala que estamos vivenciando é apenas mais um exemplo prático das nefastas consequências do intervencionismo estatal, dessa vez no crucial setor bancário.  Da próxima vez que você vir algo cujo preço aumentou substancialmente nos últimos meses, pense nos logotipos da CEF, do BB e do BNDES.  E lembre-se dos políticos que dão ordens a essas instituições.

     

    Leandro Roque é o editor e tradutor do site do Instituto Ludwig von Mises Brasil. http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1854

  3. Após três anos de tramitação, PNE segue para o plenário da Câmar
     

    Após três anos de tramitação, PNE segue para o plenário da Câmara

     

     Texto aprovado na comissão especial retrocede ao permitir que o setor privado receba recursos dos 10% do PIB. Entre os avanços, a adoção do CAQ, um valor mínimo a ser investido por aluno       por Cida de Oliveira, da RBA publicado 06/05/2014 20:02, última modificação 06/05/2014 20:07

     

     

    Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados 

    angelo vanhoni.jpg

     

    Para o relator Angelo Vanhoni (PT-PR), financiamento das parcerias com 10% do PIB será polêmica no plenário

    São Paulo – A comissão especial da Câmara dos Deputados encerrou na tarde de hoje (6) as mudanças propostas pelos senadores ao Projeto de Lei 8.035/10, que institui o Plano Nacional de Educação (PNE). Entre os destaques aprovados está a adoção de mecanismos de estímulo a escolas com melhor desempenho em indicadores como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que articula dados sobre aprovação escolar e as notas dos alunos em provas padronizadas de português e matemática.

    A decisão contraria os movimentos educacionais organizados, que defendem a retirada do destaque. Para a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que reúne mais de 200 grupos e entidades, políticas de bonificações, como as existentes em São Paulo, não resolvem o problema. Ao favorecer escolas com melhor desempenho, a medida penaliza justamente as que enfrentam maiores dificuldades e necessitam de estímulos e investimentos.

    Esse ponto é um dos problemas do texto aprovado hoje, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que integra a campanha. Para o dirigente da CNTE, Roberto Franklin de Leão, o outro é que parcerias público-privadas como o Programa Universidade para Todos (Prouni), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o Fies, o Ciência sem Fronteiras e mesmo convênios com creches entendidos como educação pública sejam financiados com recursos oriundos dos 10% do PIB que deverão ser investidos gradativamente no setor. “Defendemos que os 10% do PIB sejam aplicados exclusivamente na escola pública”, diz Leão.

    Na avaliação do dirigente, não será fácil modificar esses dois pontos na votação no plenário da Câmara, ainda sem data marcada. “É forte a pressão da base de apoio do governo e de setores da educação privada que defendem a inclusão das parcerias nos 10% do PIB, mas vamos pressionar também, fazer mobilizações em todo o país”, promete.

    No entanto, segundo Leão, o texto aprovado traz avanços, como a adoção do Custo Aluno Qualidade (CAQ), um valor mínimo a ser investido por aluno para se garantir qualidade na educação, que é superior ao calculado hoje pelo Ministério da Educação. Isso muda a forma de financiamento da educação ao obrigar a União a repassar para estados e municípios recursos complementares para que alcancem esse valor.

    A Campanha Nacional pelo Direito à Educação estima que, com a mudança, o repasse de recursos do governo federal para estados e municípios passe de R$ 9 bilhões para R$ 46,4 bilhões.

    Outro avanço do texto, para Leão, é determinar prazo de dois anos para que os municípios aprovem leis que disciplinem a gestão democrática da educação pública.

    De acordo com o relator do PNE na comissão especial, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que não pretende modificar o texto caso seja escolhido novamente relator da matéria, qualquer um dos 513 deputados podem apresentar emendas ao texto no plenário da Câmara. “Mas tem sido praxe prevalecer a redação da comissão especial”, diz Vanhoni, que antevê duas grandes polêmicas: a inclusão do financiamento das parcerias entre os 10% do PIB e a definição do combate à discriminação de gênero, raça e identidade sexual entre os princípios do plano.

    O projeto do PNE prevê uma avaliação a cada dois anos para acompanhamento da implementação das metas. Essa fiscalização será feita pelo MEC, pelas comissões de Educação da Câmara e do Senado, pelo Conselho Nacional de Educação e pelo Fórum Nacional de Educação. Os dados serão publicados nos sites dessas instituições.
    No quarto ano de vigência do plano, os gastos serão reavaliados e poderão ser ampliados para atender às demandas.

    O texto segue agora para votação no plenário da Câmara e, na sequência, para sanção da presidenta Dilma Rousseff.
     

     http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2014/05/depois-de-tres-anos-de-tramitacao-pne-segue-para-o-plenario-da-camara-9256.html

     

     

    1. “Texto aprovado na comissão

      “Texto aprovado na comissão especial retrocede ao permitir que o setor privado receba recursos dos 10% do PIB”:

      Se isso nao for regulamentado AGORA o que vai acontecer eh que 6 ou 7 desses 10 por cento vao se concentrar em pouquissimas maos e as escolas privadas de periferia mal vao ver dinheiro.  Vide verbas publicitarias do governo, por exemplo, que Lula descentralizou mas que parecem ter voltado aa concentracao nas maos da rede golpe e Abril.

      A medida eh um retrocesso dos mais burros, diga se.

  4. Neto de Covas vai presidir CPI criada para investigar contratos

    Neto de Covas vai presidir CPI criada para investigar contratos firmados pelo avô

     

    Bruno, do PSDB, não vê problema em comandar primeira investigação instalada a pedido da oposição a Alckmin, que colocou ‘tropa de choque’ na apuração sobre rodovias concedidas por ele e Mário Covas 

    São Paulo – O deputado estadual Bruno Covas (PSDB) foi escolhido presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito instalada hoje (6) na Assembleia Legislativa de São Paulo para apurar os valores dos pedágios no estado e o modelo de licitação utilizado pelos governos tucanos desde a gestão de Mário Covas, avô do deputado que comandará os trabalhos na CPI. A comissão terá a relatoria do deputado Davi Zaia (PPS). O autor do requerimento com o pedido da CPI, deputado Antonio Mentor (PT), foi “brindado” com a vice-presidência. Segundo a tradição da Casa, o proponente da CPI é o escolhido para a presidência, regra que ainda não tinha sido quebrada em nenhuma CPI nesta legislatura – esta é a primeira comissão instalada por requerimento da oposição a Geraldo Alckmin (PSDB).

    Membros da oposição na comissão e mesmo deputados que não integram o colegiado manifestaram indignação com a escolha do presidente e do relator, além da composição escolhida pela base de Geraldo Alckmin para a comissão. Dos nove membros do colegiado, três deixaram o governo estadual, onde exerciam até recentemente cargos de primeiro escalão: o próprio Bruno Covas (ex-secretário do Meio Ambiente), o relator da CPI, Davi Zaia (Gestão Pública), e Edson Giriboni (Saneamento), do PV. A votação foi de 5 a 3 a favor de Covas assumir a presidência. O deputado Aldo Demarchi (DEM) foi o único da base do governo que votou no nome de Mentor, segundo ele, para “manter a tradição”.

    “É muito estranha a composição dessa CPI. A tropa de choque organizada pelo governo Alckmin agiu para obstruir qualquer tentativa de desvendar o esquema de concessão de estradas em São Paulo”, disse o deputado João Paulo Rillo, líder do PT na casa. “Será que nesse modelo de concessão não mora um esquema que financia campanhas e a perpetuação do mesmo grupo no poder?”, questionou.

    Mentor diz que ainda não cogita fazer um relatório paralelo ao final dos trabalhos, que têm previsão de se encerrar em 120 dias. “Vamos ver primeiro o andamento. Não vamos fazer futurologia e tampouco apostar contra aquilo que eu gostaria que acontecesse. Vamos ver como vai ser o andamento e na sequência trabalhar para conseguir nosso objetivo, fazer justiça reduzindo a tarifa dos pedágios no estado de São Paulo”, explicou.

    A oposição criticou duramente a quebra da tradição segundo a qual o proponente das CPIs é escolhido presidente. “Está quebrada uma regra ao não se eleger o autor do pedido da CPI como presidente. Mais uma vez vemos a presença do governo do estado em uma CPI”, afirmou o petista Luiz Cláudio Marcolino.

    Presente na reunião de instalação, embora não seja membro, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) protestou. “Queremos registrar a indignação e a perplexidade do nosso partido diante da quebra de uma tradição. O presidente tinha de ser necessariamente o deputado Antonio Mentor. Trata-se de uma desmoralização para a Assembleia Legislativa. Esta CPI já nasce blindada pelo governo”, disse.

    “Foi o governo Covas que escolheu o modelo para os contratos responsável por esse pedágio exagerado não só pelas tarifas, mas também pelo número de praças. Há mais praças de pedágio em São Paulo do que no resto do país”, protestou o petista Gerson Bittencourt. “Não vejo sentido na indicação do neto de Bruno Covas.”

    Covas disse não se sentir nem constrangido nem impedido de presidir a comissão pelo fato de ser neto do ex-governador, que comandou o Executivo de 1995 até 2001, quando morreu. “Ele não está sendo investigado, não está sendo aqui julgado, então não me sinto impedido”, justificou. Para o parlamentar, o fato de Mário Covas ter dado início ao modelo de pedágio utilizado no estado também não justifica impedimento. “Aqui todo mundo tem uma filiação partidária. Então todos do PSDB estariam impedidos? Não tem nenhum tipo de impedimento.”

    O tucano também não vê problema no fato de três membros representantes do governo na CPI terem sido secretários do governo Alckmin até recentemente, incluindo o relator Zaia. “Nenhum problema. O deputado Davi Zaia é extremamente preparado, mostrou capacidade, tive convivência com ele durante quatro anos na Assembleia, depois na secretaria, vai fazer um bom trabalho na relatoria da CPI.”

    “Parabenizo Bruno Covas e Davi Zaia, porque acabaram de sair do governo e já são nomeados para cargos tão importantes”, ironizou o deputado Alencar Santana (PT). Segundo ele, a estratégia da base governista para “blindar” a CPI e os representantes do governo, considerados lideranças de peso, incluindo o líder do PSDB, Cauê Macris, demonstram temor do Palácio dos Bandeirantes de uma investigação independente. “Mesmo sem qualquer indício de participação de qualquer autoridade do governo em particular, o governo impõe uma tropa de choque para impedir as investigações. É curioso.”

    Os ex-secretários de Alckmin Davi Zaia e Edson Giriboni também afirmaram não sentir desconforto em participar da comissão. “Qualquer um dos 94 deputados desta Casa pode participar da CPI”, disfarçou Zaia. “Estou tranquilo e sereno sobre os resultados que a CPI pode apresentar”, afirmou Giriboni.

    Pontos de investigação

    Um dos principais problemas na exploração das estradas, segundo os petistas, é que o modelo contempla as concessionárias pelo maior valor da outorga, casos da rodovia Bandeirantes e do sistema Anchieta-Imigrantes. No modelo utilizado pelo governo federal, por exemplo, a concessão é da empresa ou consórcio que oferecer a menor tarifa dos pedágios.

    Outro problema apontado pela oposição diz respeito à chamada Taxa Interna de Retorno (TIR), índice que implica no cálculo do lucro das concessionárias, que é de 20%, enquanto nas estradas federais é de 8%.

    A prorrogação de contratos assinada em dezembro de 2006, na época do fim do mandato do vice-governador em exercício, Cláudio Lembo (ex-DEM), é apontada pela oposição como um dos pontos principais a serem investigados. Esses aditivos contemplam projeções superestimadas de gastos com impostos e cálculos de perda do valor do pedágio para inflação, dizem os petistas.

    Uma auditoria contratada pela Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) chegou à conclusão de que as concessionárias teriam obtido ganhos indevidos que chegariam a R$ 2 bilhões até 2012 com contratos celebrados para corrigir os chamados desequilíbrios. As empresas negam e dizem que os critérios adotados são estritamente técnicos.

    A CPI fará suas reuniões às quartas-feiras às 10p0, a partir do próximo dia 14 de maio.

    Os nove componentes do colegiado são os seguintes: Antonio Mentor e Gerson Bittencourt, pelo PT; Bruno Covas e o líder da bancada tucana, Cauê Macris, pelo PSDB; e Edson Giriboni (PV), Aldo Demarchi (DEM), Orlando Bolçone (PTB), Campos Machado (PTB) e Davi Zaia (PPS).

     

    por Eduardo Maretti, da RBA

     

    http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/05/neto-de-covas-vai-presidir-cpi-para-investigar-contratos-firmados-pelo-avo-1029.html

     

  5. Os jogos de poder e de

    Os jogos de poder e de negócios na ditadura do Brasil

    O jornal Folha de S. Paulo  publica, na coluna de Ricardo Melo, um documento histórico. Um telegrama de 14 de agosto de 1965 enviado pelo então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, para o Departamento de Estado, relatando uma conversa com o dono das Organizações Globo, Roberto Marinho.

    “Para: Departamento de Estado 14 de agosto de 1965

    Confidencial.

    Este é um relato de um encontro extremamente confidencial com Roberto Marinho, publisher do ‘Globo’, sobre os problemas da sucessão presidencial. A proteção da fonte é essencial.

    Marinho estava convencido de que a manutenção de Castello Branco como presidente é indispensável para a continuidade das políticas governamentais presentes e para evitar uma crise política desastrosa. Ele tem trabalhado silenciosamente com um grupo incluindo o general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar, general Golbery, chefe do Serviço de Informações, Luiz Vianna, chefe da Casa Civil, Paulo Sarazate, uns dos amigos mais íntimos do presidente.

    No início de julho, Marinho teve um almoço privado com o presidente. Marinho achou Castello bastante resistente a qualquer forma de continuidade de mandato ou sua reeleição. Marinho também pediu a volta do embaixador Juracy Magalhães para ser o ministro da Justiça. Objetivo: ter Juracy como um possível candidato a sucessor de Castello e melhorar o funcionamento daquele ministério, cujo ocupante, Milton Campos, é extremamente respeitável, mas dócil demais.

    No dia 31 de julho, Marinho teve um segundo almoço reservado com o presidente no qual ele insistiu que eleições presidenciais diretas em 1966 sem ter Castello como candidato poderia trazer sérios riscos de retrocessos. Tudo bem pensar em Juracy Magalhães ou Bilac Pinto como sucessores, mas a eleição deles não estava garantida. E a indicação, pelo PTB, do marechal Lott com uma plataforma abertamente antirrevolucionária e com o apoio dos comunistas ilustrava os perigos.

    Marinho falou ao presidente que entendia o desejo de Castello de manter a promessa de deixar o poder no começo de 1967, mas se isso fosse feito ao custo de uma volta do Brasil ao passado, Castello estaria violando a confiança que a nação tinha depositado nele. Para Marinho, Castello deveria pesar as alternativas e riscos cuidadosamente. Embora Castello não tivesse indicado explicitamente, Marinho saiu satisfeito no final da conversa. Achou que o presidente não se oporia e mesmo daria sua colaboração a medidas que permitissem sua reeleição, provavelmente na forma de eleição indireta.

    Nestas bases, o grupo planejou uma estratégia para transformar a eleição presidencial de 1966 em eleição indireta e viabilizar a candidatura de Castello Branco. Os próximos passos eram ganhar alguns membros chaves do Congresso tais como Pedro Aleixo, Bilac Pinto, Filinto Muller e líderes do PSD. Marinho enfatizou que muitos obstáculos inesperados poderiam surgir nesta estratégia, que com certeza terá a oposição de Lacerda por um lado e de forças antirrevolucionárias por outro lado.

    Comentário. As colunas de fofoca política estão cheias de especulações sobre mudanças no regime. Eu considero as informações de Marinho muito mais confiáveis.

    Lincoln Gordon.”

    Juntamente com este relato, cabe uma observação:

    O presidente Castelo Branco, chefe do Golpe de Estado de 1964, tinha um forte laço familiar com Walter Moreira Salles. Sua mulher era tia-avó da mulher de Moreira Salles. A verdadeira razão talvez da truculento Golpe de Estado não tenha nada a ver com o comunismo. Tem sim razões fundamentalmente econômicas, como sempre.

    A exportação de café no Brasil representava 60% da balança comercial. Naquele momento, o Instituto Brasileiro de Café (IBC) era dirigido por um grupo nacionalista. O Brasil enfrentava a industrialização do café subsidiando a indústria do café solúvel.

    Paralelamente, havia supostas mortes e sequestros de jovens que seriam ligados a movimentos estudantis no campo, ligados às Ligas Camponesas.

    O nomeado presidente do IBC não era outro senão o sócio do grupo de Walter Moreira Salles, sr. Julio Avelar.

    Pressionado pelos militares nacionalistas, Castelo Branco pediu a Roberto Campos que substituísse Julio Avelar. Roberto Campos e o grupo dos interesses econômicos nomearam outro, supostamente independente. Era do Paraná, o que justificada seu conhecimento no setor do café.

    Era funcionário da Caterpillar, empresa de Walter Moreira Salles.

    No Ato Institucional nº 5, esses mesmos coronéis exigiam a cassação de Moreira Salles por sua ligação extensa com Juscelino Kubitschek e por ter sido grande financiador da campanha de Getulio Vargas, o que lhe rendeu ser embaixador em Washington e o único no mundo a ter concessão de mina de nióbio – um metal raro no mundo, mas abundante no Brasil, considerado fundamental para a indústria de alta tecnologia e até no setor nuclear.

    Referente a esta carta que circula hoje na imprensa, a sociedade civil brasileira defendia Juracy Magalhães para presidente. Ele foi esmagado na convenção para disputar o apoio da UDN, num movimento comandado por Carlos Lacerda em apoio a Jânio Quadros.

    Juracy ficou conhecido pela célebre frase: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil.”

    O fato de Carlos Lacerda ter desapropriado o Parque Lage, na Zona Sul do Rio, serviu também para aumentar a ira dos militares. Daí começou uma campanha violenta levando-o a ser cassado supostamente por pertencer à Frente Ampla, com João Goulart e Juscelino Kubitschek.

    http://www.jb.com.br/opiniao/noticias/2014/05/05/os-jogos-de-poder-e-de-negocios-na-ditadura-do-brasil/

  6. Quem precisa de um Carlinhos

    Quem precisa de um Carlinhos Cachoeira?

    A imprensa brasileira é, cada vez mais, uma terra sem lei, onde certos agentes políticos e jornalistas assumem práticas ilícitas como coisa corriqueira.

    A parceria entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira, políticos de oposição e veículos de imprensa ruiu, depois que uma CPI Mista, instalada em 2012 pelo Congresso Nacional, desmascarou a que interesses ela servia. Carlinhos Cachoeira foi preso, o ex-senador pelo DEM Demóstenes Torres perdeu seu mandato, mas a imprensa continuou impune. E sem punição, transformou o mal feito em escola: a velha fórmula de obtenção ilegal de imagens permanece sustentando pretensas reportagens dos jornalões.

     

    Em 2011, o ex-ministro José Dirceu teve sua intimidade violada, no hotel em que residia, em Brasília, por imagens publicadas pela revista Veja. A “justificativa” da revista era mostrar que, mesmo afastado do governo, ele continuava a receber autoridades da República para “conspirar” contra a presidenta Dilma Rousseff, acusação que a reportagem José Dirceu mostra que ainda manda em Brasília em nada contribui para comprovar, em um texto todo ele baseado em ilações.  

     

    O repórter Gustavo Ribeiro até que tentou conseguir algum fato concreto para sustentar a manchete, só que por meio de prática criminosa. Chegou a ser denunciado à Polícia pela direção do hotel, que o flagrou tentando invadir o quarto de Dirceu. Não deu em nada. Só mais tarde, com a explosão das denúncias contra a quadrilha de Cachoeira, ficou claro que a organização clandestina teve participação na obtenção das imagens veiculadas por Veja, assim como influiu no enfoque de várias outras reportagens.

     

    Escutas obtidas com autorização judicial comprovaram que Policarpo Junior, diretor da sucursal da revista em Brasília, mantinha contato periódico com Cachoeira e outros membros da quadrilha para discutir pautas da revista. O assunto foi fartamente explorado pela CPI criada para investigar as relações escusas de Cachoeira com políticos. Os jornalistas envolvidos com a máfia chegaram a ser apontados no parecer do relator, deputado Odair Costa (PT-MG), conforme noticiou Carta Maior na reportagem “Quem são e o que fazem os jornalistas de Cachoeira”. No relatório final, porém eles foram isentos de responsabilidades.

     

    Na semana passada, o mesmo José Dirceu, que agora cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, foi novamente vítima da publicação de imagens ilegais, obtidas durante uma visita da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, dessa feita publicadas pelo jornal Folha de São Paulo. E de forma ainda mais grave, já que a Lei de Execuções Penais é clara ao determinar que a intimidade do preso deva ser preservada. Além de que a juíza da Vara de Execuções Penais, Débora Valle de Brito, havia autorizado a visita com a condição de que não fossem feitos registros em fotos ou vídeos.

     

    O Governo do Distrito Federal (GDF) abriu sindicância para apurar responsabilidades, mas é certo que o autor entrou na unidade penitenciária junto com os parlamentares que fizeram a visita. Em ofício encaminhado à juíza para esclarecer os fatos, a CDH descreve quem eram os membros da comitiva, entre deputados e assessores, e aponta quais dos últimos atenderam à determinação de  aguardar na sala do diretor, enquanto apenas os parlamentares se deslocavam até a cela de Dirceu. O documento deixa claro que um deles descumpriu a ordem.

     

    Trata-se do assessor técnico da Liderança do PPS, Wiliam Pereira dos Passos, que, na ocasião, acompanhava o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PR). Dois dos cinco deputados presentes afirmaram à Carta Maior que viram um assessor de Jordy na cela de Dirceu. Houve uma confusão inicial em relação ao nome do suspeito, visto que o secretário parlamentar de Jordy, Vicente Bezerra, também participou da comitiva. Mas os outros assessores que aguardaram na sala da direção confirmaram que Bezerra estava com eles. William, não.

     

    William, assessor do PPS, é casado com uma jornalista da Rádio CBN, que é amiga do repórter fotográfico da Folha de S. Paulo, Alan Marques, que assina a reportagem que apresentou o vídeo ao país.  O episódio, certamente, não será pauta de nova CPI. Mas os resultados da investigação conduzida pelo GDF serão encaminhados à Corregedoria da Câmara, que poderá ou não determinar punição para o culpado. No máximo, a responsabilidade recairá sobre um dos elos da parceria que resultou na publicação do vídeo.

     

    A imprensa, sem dúvida, seguirá com as mesmas práticas. No Brasil, como se sabe, não há nenhuma lei que regulamente o exercício profissional do jornalismo. Sequer o direito de resposta, princípio sagrado da profissão, está respaldado. Também não há nenhum controle dos veículos de comunicação, nem mesmo daqueles que são concessões públicas, os canais de rádio e TV. A imprensa brasileira é, cada vez mais, uma terra sem lei, onde certos agentes políticos e jornalistas assumem práticas ilícitas como coisa corriqueira. E se entendem entre si, sem sequer precisar terceirizá-las para bandos ou quadrilhas, como no passado. Em um cenário desses, quem precisa de um Carlinhos Cachoeira?

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Quem-precisa-de-um-Carlinhos-Cachoeira-/4/30859

  7. Roberto Amaral: Gerdau se junta a Aécio para detonar o Mercosul

    Roberto Amaral: Gerdau se junta a Aécio para detonar o Mercosul

    A mitologia do livre-comércio e seus apologetas tupiniquins

    Contrariamente à ideologia da dependência, a realidade afirma que o Mercosul é um projeto do maior interesse para o Brasil

    A campanha contra os interesses brasileiros na América do Sul ganhou dois importantes devotos: o venerado candidato do PSDB à Presidência da República e o Sr. Gerdau Johannpeter, dublê de empresário e consultor da presidenta da República.

    O prócer tucano classificou o Mercosul como “coisa anacrônica (…) que não está servindo a nenhum interesse dos brasileiros”, e o presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade do governo federal diz: 1) que estamos “brincando de Mercosul bolivariano” e 2) que prefere ver o Brasil menos ligado aos países vizinhos. Não por acaso, o empresário (que tem grandes negócios nos EUA) vinha de uma ‘conversa reservada’ com o candidato, e ambos participavam do ‘Fórum da liberdade’, patrocinado pelo Instituto de Estudos Liberais, conhecido centro do pensamento conservador gaúcho (O Estado de SP, 9/4/14, p. B5). Dois raciocínios puramente ideológicos, ou seja, afirmações sem base na realidade e que não podem ser demonstradas.

    Contrariamente à ideologia da dependência, a realidade afirma que o Mercado Comum do Sul – Mercosul (1991), é projeto do maior interesse para o Brasil, como é do nosso máximo interesse o desenvolvimento coletivo da América do Sul.

    Deles dependem nossos mais significativos  projetos estratégicos e, principalmente, a expansão do capitalismo brasileiro. Que Aécio Neves não entenda isso, é compreensível, pois conhecemos suas limitações. Mas o vitorioso líder empresarial…

    Bom, nossa classe dominante é isso mesmo. Que fazer?

    É fácil demonstrar a importância de nossos vizinhos e do Mercosul para a economia brasileira. Basta lembrar  que no período 1991 a 2012, enquanto o comércio mundial crescia 431%, o comércio do Brasil com o mundo crescia 784%, o comércio do Brasil com o Mercosul cresceu 968%. Veja-se o quadro:

    Isto, porém, não é tudo, pois, se nossas exportações de produtos industrializados entre 1991 e 2013 cresceram 5,5 vezes para o mundo inteiro, cresceram 10,7 vezes para o Mercosul, hoje, o destino principal de nossos produtos  com valor agregado.

    Não é pouca coisa.

    O que essa gente ignora ou finge ignorar: a Argentina, que nos anos 90 tinha uma pequena participação nas exportações brasileiras (pouco mais de 4,135 bilhões de dólares), tornou-se em 2013 o terceiro destino de nossas exportações  (19, 615 bilhões de dólares) informa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).

    Hoje situa-se atrás apenas de China (que absorve 19% do total de nossas exportações) e EUA, mas com uma diferença radical: enquanto para esses países (como para a União Europeia) exportamos commodities (soja e grãos em geral, carne e minério de ferro), para a Argentina, e para os demais países do bloco, nossas exportações são, basicamente,  de manufaturados.

    E isso não é pouco.

    Ainda relativamente à Venezuela, sabemos que há décadas ela vivia de costas para o subcontinente, voltada econômica, política  e ideologicamente para Miami, sonho dos empresários rentistas. Que fez o execrado ‘chavismo’? Promovendo uma rotação de 180 graus, trouxe esse grande país para o leito  da América do Sul. Em 1998, o Brasil exportou US$ 706 milhões em mercadorias; em 2008, nada menos de US$ 5,1 bilhões. Em síntese, ‘na era Chavez’, nossas exportações cresceram sete vezes!

    É disso que reclama o Sr. Gerdau?

    Esses números não apenas retratam a importância do Mercosul para nossos interesses comerciais, como igualmente certificam  a extrema inconveniência da política de abertura à União Europeia, pleiteada pelos setores mais conservadores, resistentes ao esforço de reconstituir a indústria brasileira.

    O que se pretende? Que nossos produtos manufaturados disputem, aqui dentro e lá fora, em  ‘igualdade de condições’ com os produtos de países altamente desenvolvidos, com tecnologia mais avançada e, portanto, altamente competitivos.

    Essa política desserve ao Brasil e só interessa às grandes potências, pois, para saírem da crise que se prolonga desde 2008, precisam abrir novos mercados para seus produtos, fora deles mesmos, isto é fora da União Europeia, dos EUA e do Japão, e ao mesmo tempo proteger seu próprio mercado com a manipulação cambial (por exemplo) para tornar mais caras suas importações e mais baratas suas exportações, protegendo sua produção industrial e concorrendo deslealmente com nossos produtos.

    Tal política simplesmente aprofundaria os atuais e já demonstrados desequilíbrios de nossa pauta de exportações: 80% de produtos industriais exportados pela UE ao Mercosul, contra semelhante percentual de commodities importado do Mercosul.

    Relembremos que o Mercosul é uma união aduaneira, do que decorre a necessidade de seus membros serem obrigados a praticar uma tarifa externa comum, donde os países membros só poderem concluir acordos comerciais de maneira conjunta.

    Para o Brasil, os danos de um acordo de livre-comércio do Mercosul com a União Europeia, portanto, seriam dramáticos, certamente ainda maiores do que aqueles que afligiriam nossos vizinhos: os países menores do bloco, aqueles de opção mais comercial do que industrial, transformar-se-iam em intermediários, importando produtos industriais com tarifa mínima, ou zero, e vendendo-os, assim, a preços baixos, dentro do próprio Mercosul — portanto, ao Brasil.

    Que será feito, mais uma vez, de nossa indústria, que já vem mal das pernas, atacada ora pela política de câmbio, ora pelo desestímulo ao investimento, ora pela espiral dos juros,  e, mais fortemente, pela incapacidade brasileira de estabelecer política industrial autônoma e de proteger segmentos da produção nacional?

    Há mais fatores certificadores da justeza da política de não permitir que os membros do Mercosul celebrem acordos comerciais individualmente. Um deles é que os países sul-americanos que o fizeram viram transformarem-se em déficits os saldos comerciais que tinham com seus parceiros, como se vê no quadro abaixo:

    Firmado em 1992 (e em vigor desde 1994), o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio – NAFTA foi inventado como  instrumento de integração das economias de EUA, Canadá e México, mediante a eliminação de barreiras alfandegárias e a criação de regras de proteção comerciais em comum. A exemplo de outros blocos dessa natureza, o objetivo do NAFTA era, dizia-se, ajustar a economia dos países membros para ganharem competitividade em um cenário de globalização econômica.

    A entrada do México no bloco permitiria — eis o pretextado —  de um lado, que empresas norte-americanas e canadenses se instalassem no México, onde a mão de obra é mais barata (sempre a sobre-exploração dos trabalhadores dos países mais pobres!), e, de outro, que o México fosse beneficiado com a geração de empregos e aumentasse sua produção industrial e o volume das exportações. Nada disso, porém, ocorreu. É o que se demonstra a seguir, com a voz da própria direita.

    Jorge Castañeda é autor insuspeitíssimo. Ex-ministro das relações exteriores do México (2000-2003) no governo conservador de Vicente Fox, ele próprio um cientista político conservador (oriundo das fileiras progressistas, como manda certa tradição…), é atualmente professor de políticas e estudos latino-americanos e caribenhos na Universidade de Nova York.

    É ele quem nos informa que o crescimento das exportações mexicanas se deu antes de o país aderir ao NAFTA. Mas no período de 1994 (quando as regras do NAFTA entraram em vigor) até aqui, a renda per capita do México cresceu apenas cerca de 1,2% ao ano, ou seja, bem abaixo dos índices médios alcançados por Brasil, Chile, Colômbia, Uruguai e Peru, e da média dos emergentes.

    De outra parte, ao invés de ser contida, como prometido, a emigração cresceu de 6,2 milhões, em 1994, para 12 milhões, em 2013. O México, que aspirava a exportar mercadorias, continuou exportando sua gente para o sub-emprego nos EUA.

    Apesar do NAFTA, o México também tampouco logrou atrair o capital estrangeiro. Ainda hoje, recebe menos investimentos do que Brasil, Chile, Colômbia e Peru.

    Por outro lado, o crescimento econômico dos países latino-americanos que não celebraram acordos de livre comércio com os EUA foi maior do que o crescimento mexicano. O NAFTA, assim, diz Castañeda “não cumpriu com suas promessas econômicas” (‘Mixed Record – the view from Mexico’. In Foreign Affairs. January/February 2014,  pp.134-141).

    Após o fracasso que o NAFTA representou para o México, considerar favoráveis aos países mais pobres acordos bilaterais de livre-comércio com as grandes potências é mais do que uma falácia.

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/roberto-amaral-gerdau-johannpeter-se-junta-a-aecio-para-detonar-o-mercosul.html

  8. Refém das pesquisas

    Refém das pesquisas

    Se, num segundo mandato, a presidente seguir a linha econômica defendida no pronunciamento, o sonho de um governo “mercadista” a partir de 2015 pode ser engavetado

    Apartados dos fundamentos da economia brasileira, os mercados de câmbio e juros se locomovem quase exclusivamente em função das expectativas e resultados das pesquisas eleitorais e do comportamento do mercado secundário de títulos do Tesouro americano. E os dois fatores condicionantes se mostram muito instáveis, sujeitos a dúbias interpretações. Mas, por enquanto, apontam na mesma direção, a da baixa do dólar e dos juros futuros. O dólar abriu maio exibindo a mesma fragilidade com que fechou abril. Depois de ter se desvalorizado 1,74% no mês passado, caiu 0,48% na sexta-feira, cotado a R$ 2,2193.

    O mercado futuro de juros da BM&F, na volta do feriado do 1° de maio, não conseguiu juntar forças próprias para contrariar a tendência de queda imposta pelas treasuries e pelo dólar. Se tivesse autorização dos seus dois mercados de referência poderia, em alta, exibir toda a sua contrariedade com o discurso fortemente desenvolvimentista proferido por Dilma Rousseff na noite de quarta-feira. Se, num segundo mandato, a presidente seguir a linha econômica defendida no pronunciamento, o sonho de um governo “mercadista” a partir de 2015 pode ser engavetado.

    Foi por isso que o mercado redobrou na sexta-feira a fé no declínio da candidatura oficial e no crescimento da do senador Aécio Neves. A comemoração antecipada de uma pesquisa Sensus/Isto É intensificou o viés primário vindo do dólar. Nesta semana, outra corrida antecipatória será deflagrada em função de pesquisa de intenção de voto que será feita pelo Datafolha. A taxa do contrato negociado para janeiro de 2017 cedeu de 12,26% para 12,16%.
    Esta semana, além da pesquisa Datafolha, o pregão de DI futuro prestará atenção ao IPCA fechado de abril, a ser divulgado na sexta-feira. A previsão é de queda do 0,92% de março para algo próximo de 0,80%. A pressão dos alimentos foi menos intensa. Uma taxa abaixo de 0,80% irá consolidar de vez a expectativa de manutenção da Selic em 11% na reunião do Copom do dia 28.

    O mercado de câmbio experimentará esta semana uma incerteza própria e doméstica. O Banco Central deve enviar sinais de suas intenções acerca da rolagem dos swaps cambiais que irão vencer no começo de junho. O volume, de US$ 9,653 bilhões, não é pequeno. Se mantiver a mesma disposição de março e abril — a não renovação de 25% do montante a vencer — a influência sobre a taxa de câmbio pode ser neutra.

    De todos os fatores condicionantes o que vem se mostrando menos previsível é o comportamento do mercado de títulos do Tesouro dos EUA. O maior pregão do mundo enlouqueceu na sexta-feira. A intensa ciclotimia dos dias anteriores — estampada na oscilação do rendimento da T-Note de 10 anos, que tombou de 2,71% no dia 29 para 2,62% no dia 1° pela frustração trazida pelo desempenho do PIB no primeiro trimestre — se intensificou com a divulgação do relatório oficial de emprego relativo a abril.

    Nos primeiros minutos após a veiculação de um “payroll” que parecia excepcionalmente positivo, a taxa deu um salto para 2,70%. Poucas horas depois, os analistas se convenceram de que os dados não eram assim tão vistosos, e o papel de 10 anos inverteu a mão e literalmente despencou, para 2,5730%. Em questão de horas, o mercado saiu do purgatório, ascendeu ao céu para, logo em seguida, lançar-se ao inferno. A insanidade do secundário de treasuries é preocupante porque se trata do principal mercado de referência dos segmentos brasileiros de câmbio e juros futuros.

    Uma análise menos apaixonada do relatório de emprego mostra que não havia razão para tanta piração. Os números em si de fato foram muito bons. Foram gerados em abril 288 mil novos empregos nos EUA, superando largamente a previsão (218 mil) dos especialistas, e a taxa de desemprego cedeu de 6,7% para 6,3%, também melhor que o prognóstico de 6,6%. Está certo que o desemprego diminuiu porque, desanimadas, menos pessoas procuraram trabalho no mês passado. Tecnicamente, a queda registrada pela PEA (população economicamente ativa) foi maior que a redução da PO (população ocupada). Mas, inegavelmente, quem procurou emprego encontrou 288 mil novas vagas.

    Não, a economia dos EUA não está bombando, mas também já saiu faz tempo do fundo do poço. Nada justifica uma T-Note abaixo de 2,60%. Só justificaria se houvesse uma letal aversão global a ativos de emergente, capaz de carrear montanha de capital para os títulos americanos. Não é o caso, mesmo na presença do temor de que a crise ucraniana se transforme em guerra civil. Se houvesse uma aversão desse tamanho, as moedas emergentes teriam naufragado em bloco. Pelo contrário, quem caiu foi o dólar.

    Caiu porque o “payroll” não alterou a impressão geral de que o Federal Reserve (Fed) não tem como acelerar o desmonte do seu programa de socorro à liquidez em meio a um conjunto avassalador de indicadores contraditórios. Diante dele, a sua clássica avaliação de que a economia segue entre “modesta e moderada” pode até ser considerada bondosa demais. Um dia antes do “payroll”, saiu o índice de inflação mais observada pelo Fed quando toma suas decisões de política monetária, o PCE, o índice de gastos de consumo pessoal dos americanos. E o PCE de março subiu apenas 0,2%, acumulando em doze meses alta de 1,1%.

    Ou seja, o índice está na metade do caminho entre a deflação indesejada a ser combativa com mais estímulos monetários e a inflação desejada de 2%, a que deslancharia planos mais palpáveis de um futuro aperto de juros. Não há nenhuma garantia por enquanto de que o PCE andará na direção querida. Mas também não é o caso de se rifar a rentabilidade da T-Note.

    http://brasileconomico.ig.com.br/financas/mercado-como-elee/2014-05-05/refem-das-pesquisas.html

  9. Renan cobra indicações da oposição para CPI da Petrobras no Sena

    Renan cobra indicações da oposição para CPI da Petrobras no Senado

     

    PSDB e DEM decidiram não fazer as indicações para pressionar Congresso a criar a CPI mista e exclusiva para investigar estatal

    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), leu nesta terça-feira (6), em plenário, o nome de dez indicados até o momento para compor a CPI da Petrobras na Casa. Todos os líderes partidários fizeram as indicações de seus membros, exceto a oposição, que briga para que seja instalada uma CPI mista e exclusiva da Petrobras no Congresso, e não apenas no Senado.

    Conforme anunciado pelo presidente, farão parte da CPI como titulares os senadores João Alberto (PMDB-MA), Valdir Raupp (PMDB-RO), Vital do Rêgo (PMDB- PB), Ciro Nogueira (PP-PI), José Pimentel (PT-CE), Humberto Costa (PT-PE), Aníbal Diniz (PT-AC), Acir Gurgacz (PDT-RO), Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP) e Gim Argello (PTB-DF).

    Os dois maiores partidos de oposição na Casa, PSDB e DEM, decidiram não fazer as indicações dos três nomes aos quais têm direito para firmar posição política a favor da criação de uma CPI mista, que também terá a participação de deputados. Renan convocou para amanhã sessão no Congresso para apressar a indicação de nomes.

    “Da nossa parte, não achamos que seja razoável, adequado, nem justo que os deputados federais sejam privados de participar de uma investigação tão importante, não para a oposição, como querem fazer crer alguns, mas para a sociedade brasileira, aviltada, envergonhada e indignada com as sucessivas denúncias de corrupção que ocorrem no seio, no coração da mais importante empresa brasileira, a Petrobras”, alegou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) em plenário.

    O presidente Renan Calheiros, no entanto, avisou que, se os oposicionistas não fizerem as indicações deles para a CPI do Senado, caberá à presidência da Casa fazê-lo. “Se algum líder não indicar, o presidente vai ser obrigado a fazer a indicação no prazo de três sessões”, avisou. Os oposicionistas têm até amanhã para fazer as indicações.

    Mais cedo, Renan Calheiros também comunicou ao plenário que convocou para amanhã (7) sessão do Congresso Nacional para definir os rumos da CPI da Petrobras, defendida pela oposição. Na oportunidade, o presidente pedirá aos líderes partidários da Câmara e do Senado que façam as indicações dos membros da comissão mista.

    Criticando a postura da oposição de apostar na CPMI e tentar esvaziar a CPI do Senado, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) lembrou que foram os próprios oposicionistas que recorreram ao Supremo Tribunal Federal para garantir o direito de promover a comissão de inquérito no Senado. “Espero, sinceramente, que a oposição indique seus nomes para que instalemos a CPI do Senado, que é a CPI que estamos agora com fato concreto e que teve uma deliberação do Supremo. A CPMI, vamos discutir amanhã. É outra situação. Queria pedir, fazer esse apelo que a oposição indicasse seus nomes”, disse a senadora em plenário.

    Com Agência Brasil

    http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2014-05-06/renan-cobra-indicacoes-da-oposicao-para-cpi-da-petrobras-no-senado.html

  10. IBGE mostra sinal de enfraquecimento da inflação

    IBGE mostra sinal de enfraquecimento da inflação no período pré-eleitoral
     

    ippibge

    Saiu hoje uma pesquisa muito mais preocupante para a oposição que as de intenção de voto.

    Que, aliás, adotaram a tática da metralhadora: uma por semana, para manter o clima de “queda” do favoritismo de Dilma Roussef.

    A pesquisa que faz os conservadores torcerem o nariz é outra: a do Índice de Preços ao Produtor, que mede a variação do custo das matérias primas e bens intermediários – necessários à produção de outros bens – comprados pelas indústrias.

    E ele foi de -0,22%, revertendo uma sequência de altas expressivas que vinha desde outubro passado e que teve seu pico na seca do mês de janeiro.

    A queda nestes preços significa um pressão negativa sobre o preço dos produtos  ao consumidor final mais adiante.

    No final da semana sai o IPCA, que deve vir em torno de 0,7% e  a grita será de que a inflação estará perto de “estourar” a meta de 6,5% no acumulado de 12 meses.

    Como em relação às pesquisas eleitorais, a tética é a de manter a pressão.

    Vocês vão ler, cada vez com mais frequência, que o preço dos serviços está aumentando com a Copa.

    Como disse Dilma Rousseff, na sua fala do 1° de maio, o pessoal do “quanto pior, melhor”  está com a corda toda.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=17260

  11. Ações da PETROBRAS sobem 3% e acumulam 7% este mês

    Economia

     06/05 às 17p0- Atualizada em 06/05 às 17p7

    Puxada por ações da Petrobras, Bovespa fecha em alta

    Bolsa de SP reverteu o quadro negativo e fechou em campo positivo de 0,62%

    Jornal do BrasilApós abrir o dia em baixa, o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) mudou de rumo e fechou em alta de 0,62% nesta terça-feira, a 53.780 pontos, puxado pelas ações da Petrobras. Os papéis preferenciais da estatal subiram mais de 3% e já acumulam alta superior a 7% este mês.

    Na semana, a bolsa paulista subiu 1,51%; no mês, 4,17%, e no ano, 4,41%.

    No campo negativo, a ação da BR Properties ficou entre as maiores quedas do índice. As ações do Grupo Pão de Açúcar também foram destaque de baixa, com alto giro financeiro.

    Já as principais bolsas europeias fecharam em baixa nesta terça-feira, com exceção do mercado português, que teve alta de 0,46%.

    O índice FTSEurofirst 300, que reúne os principais papéis do continente, recuou 0,32%, a 1.343 pontos. O índice tocou neste mês a máxima em quase seis anos, a 1.357 pontos.

    Em Londres, o índice Financial Times recuou 0,35%, a 6.798 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 0,65%, para 9.467 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 registrou baixa de 0,78%, a 4.428 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib perdeu 0,55%, para 21.521 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 expandiu 0,04%, a 10.481 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 valorizou-se 0,46%, para 7.552 pontos.

    Já na Ásia, a maioria das bolsas encerrou o pregão no campo positivo, em um dia de baixa liquidez, já que as bolsas do Japão, de Hong Kong e da Coreia do Sul permaneceram fechadas por conta de feriados locais.

     

     

  12. Globo perde um em cada cinco espectadores à noite

    POR FOLHA

    07/05/14  02:02

    A Globo não só não consegue estancar a fuga de audiência anual, como assiste a essa queda se multiplicar no horário nobre. A emissora encerrou abril com uma perda de 22% de ibope na faixa noturna (das 18h à meia-noite) em rede nacional, com relação ao mesmo período do ano passado.

    A rede costuma ter uma fuga de 10% de público ao ano. De abril de 2013 a abril de 2014, perdeu um em cada cinco espectadores no país na faixa nobre, que concentra cerca de 70% dos investimentos publicitários na TV aberta.

    No mês passado, a Globo registrou à noite média de 21,9 pontos de audiência nacional, ante 28,1 pontos do mesmo período em 2013. Cada ponto equivale a 217 mil domicílios no Brasil. É a maior queda já registrada pelo canal na faixa, deflagrada por uma crise em sua dramaturgia atual. Nenhuma das três novelas no ar emplacou em audiência.

    Em São Paulo, a líder perdeu no período 21% de seu público no horário, passando de 25,2 pontos, para 20 pontos. Cada ponto corresponde a 65 mil domicílios na Grande SP.

    A queda mais acentuada da Globo coincide com o atual discurso da emissora, que diz se importar menos com a audiência, priorizando a qualidade de suas atrações.

    http://outrocanal.blogfolha.uol.com.br/2014/05/07/globo-perde-um-em-cada-cinco-espectadores-a-noite/

  13. Governador petista diz que partido deveria ter aperfeiçoado priv
    Governador petista diz que partido deveria ter aperfeiçoado privatizações de FHC

    Por Brasil Econômico – Gilberto Nascimento |

    07/05/2014 06:00

     

    Para Jaques Wagner, o partido poderia ter ajudado a melhorar a proposta do tucano: ‘Acabou que, para defender as privatizações, o governo depreciava seu ativo à venda’

    Brasil Econômico

    Considerado um forte candidato a ministro em um eventual segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), acredita na experiência das principais forças políticas do País, na oposição e no governo, para amenizar o clima após as eleições de outubro. A pauta a ser discutida durante o primeiro ano de mandato do próximo presidente parece consenso: as reformas política e tributária. Resta saber quais as mudanças e como serão feitas. Wagner faz uma autocrítica ao PT pela atuação durante o processo de privatizações, na gestão FHC, e quer que o erro não se repita de nenhum dos lados. Para ele, o partido poderia ter ajudado a melhorar a proposta. “Acabou que, para defender as privatizações, o governo depreciava seu ativo à venda”, disse.

    O governador disse temer que o processo eleitoral se torne uma “destilaria de ódio”. Ele defendeu o PT das denúncias de corrupção durante os governos Lula e Dilma. “Não somos os santos, mas não somos os marginais. Somos um partido de homens e mulheres que fazem coisas boas e ruins”. Wagner disse, no entanto, que não acredita no sucesso da estratégia, que estaria sendo usada por partidos oposicionistas de tentar “criminalizar o partido”, segundo ele, com o apoio de setores da imprensa. “O povo não é besta, sabe que não há um partido puro”, disse. Em São Paulo, Wagner defendeu mudanças na lei de licitações e nos mecanismo de combate à corrupção para reduzir a burocracia e torná-los eficientes. Um bom início, na sua visão, é o financiamento público de campanhas, para que “os políticos eleitos não sejam meros despachantes do interesse privado”.

    Por mais independência funcional

    O presidente da Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do DF, Marcello Terto e Silva, enviou um ofício ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), contra a tramitação da lei orgânica da categoria no Estado. Argumenta que a proposta enfraquece o controle interno da legalidade dos atos administrativos, além de concentrar poder nas mãos do Procurador Geral do Estado. O titular do cargo, nomeado pelo governador, poderá fazer remoções sem justificativa, decidir quais licitações, contratos projetos ou licitações serão analisados pelos procuradores, além de subordinar as áreas de sindicâncias e processos disciplinares, a ouvidoria e a consultoria legislativa.

    Sempre contrários

    O projeto de lei, elaborado pelo procurador-geral Elival Ramos, já sofria resistências dentro da categoria antes mesmo de ser apresentado ao governador. Levado à Assembleia Legislativa, sua tramitação está suspensa por conta de uma liminar obtida pela Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo no Tribunal de Justiça.

    Cuidado com a pauta eleitoral

    O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi discreto ao defender a independência do Banco Central. Considera um requisito fundamental para sua atividade, mas igualou a independência por lei, com a definição de um mandato fixo para o comando da instituição, da independência de fato. Perguntado ontem, durante um almoço da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria, em São Paulo, sobre a possibilidade de se tornar ministro da Fazenda, Tombini se esquivou.

    Fórmula para aumentar o crescimento

    Para Alexandre Tombini, o Brasil tem enfrentado dois desafios fundamentais para aumentar a sua taxa de crescimento: a qualificação da mão de obra, com a criação de escolas técnicas e a ampliação do acesso a cursos superiores, e os investimentos em infraestrutura para combater os gargalos ao setor produtivo. O presidente do Banco Central estima que a solução destes dois problemas possa elevar o crescimento do país em até dois pontos percentuais.

    “Ele não confessou participação no crime. O acusado é analfabeto e me causa estranheza que nenhum defensor público tenha acompanhado seus depoimentos e as investigações” – Ana Rita, senadora (PT-ES), sobre o caseiro Rogério Pires, que, segundo a polícia, teria confessado participação na morte do ex-coronel Paulo Malhães, envolvido na tortura e no desaparecimento de militantes de esquerda durante a ditadura

    *Com Leonardo Fuhrmann

     

  14. sem surpresas

    2014

    SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL

    GOLEIROS

    Júlio César (Toronto FC)
    Jefferson (Botafogo)
    Victor (Atlético-MG)
     

    LATERAIS-DIREITOS

    Daniel Alves (Barcelona) 
    Maicon (Roma)

    ZAGUEIROS

    Thiago Silva (PSG)
    David Luiz (Chelsea)
    Dante (Bayern de Munique)
    Henrique (Napoli)

    LATERAIS-ESQUERDOS

    Marcelo (Real Madrid)
    Maxwell (PSG)

    VOLANTES

    Luis Gustavo (Wolfsburg)
    Paulinho (Tottenham)
    Hernanes (Internazionale)
    Ramires (Chelsea)
    Fernandinho (Manchester City)

    MEIAS

    Oscar (Chelsea)
    Willian (Chelsea)

    ATACANTES

    Neymar (Barcelona)
    Hulk (Zenit)
    Fred (Fluminense)
    Jô (Atlético-MG)
    Bernard (Shakhtar Donetsk)

  15. Surfando na alienação geral

    Surfando na alienação geral … Em vez de propor melhoras na maneira de se ensinar, de se incentivar, de raciocinar, em como aprenderem a ter um senso crítico em relação ao que se lê, seja lá, e principalmente, em que lugar for, uma autora (raspando no isperta) tenta convencer que ela vai facilitar o meu entendimento do que um autor quis dizer ou tentou dizer, ou por que usou um determinado termo. Se isso não é uma forma de subjugar grupo de menos dotados ao seu pensamento, e por conseguinte alienar a esse grupo não sei mais de nada. Ora, Machado de Assis, e outros viveram e escreveram de acordo com modismos de suas épocas. E naquelas épocas falava-se “Alvíssaras” em vez de “PQP”, se falava “Que massada” em vez “Que papo chato, meu”, se falava “Concluímos uma conjunção carnal” em vez de “demos uma trepada”. Se já sou menos dotado neuronicamente não tem mais jeito. Não adianta. Mas se tenho cinco neuronios ativos deve despertar em mim a curiosidade em procurar saber e não alguem determinar que era assim e pronto. Dizer que vai me dar um pouco mastigadinho é, além de enfatizar que sou menos dotado, é me alienar de que devo ficar esperando sentadinho o que titia vai escrever, no caso, re-escrever, para o débil aqui.A se dar como certo o pretendido não vai despertar em ninguem, muito menos nos que já tem o pouco hábito da leitura e nem foi ensinado a gostar, em entender, procurar saber, como a linguagem evoluiu, como palavras sumiram do dia-a-dia. Falar que Latim foi o usual em certa época nem pensar, né:! Sei não, mas em país com eternas falhas na educação acho um tiro no pé da literatura e ganhos para poucos novamente com esse novo ramo literário. No caso um incentivozinho fiscal facilita. 


    Enviado por Mànya Millen – 

    07.05.2014

     | 

    06h00m

    Machado e Alencar em versões ‘facilitadas’

    Com mais de 200 livros infantojuvenis já publicados, a escritora Patrícia Engel Secco tornou-se o pivô de uma polêmica que envolve justamente a qualidade da leitura no Brasil. Ao anunciar que publicará, em junho, uma versão mais acessível de “O alienista”, de Machado de Assis, substituindo palavras aparentemente incompreensíveis para os leitores de hoje por outras mais contemporâneas, a escritora está sendo acusada de mutilar o texto do mais importante autor brasileiro e de, com isso, empobrecer o nível da leitura num país que ainda lê muito menos do que deveria.

    Patrícia, que captou recursos para o projeto usando a lei de incentivo do Ministério da Cultura — além de “O alienista” será publicada também uma versão de “A pata da gazela”, de José de Alencar —, afirma que seu objetivo é exatamente o de levar boa leitura a quem não lê, sendo que o foco não é o público infantojuvenil, mas sim jovens e adultos já alfabetizados que não têm acesso ao livro. Garante, também, que toda a carpintaria literária de Machado, assim como a de Alencar, foi preservada.

    — Houve um trabalho bastante elaborado para que Machado continuasse a ser Machado — afirma Patrícia, que não trabalhou diretamente na versão do texto, embora tenha participado das revisões e aprovado o resultado. — Estamos falando em chegar a leitores de uma camada mais simples da população, que não tem acesso ao livro. Falei em facilitar a leitura, não simplificar o texto. A complexidade de Machado está lá, ele é um gênio inigualável, um autor que admiro.

    O projeto capitaneado pela escritora — os 300 mil exemplares de cada obra serão distribuídos para diversas instituições pelo Instituto Brasil Leitor, que trabalha na promoção da leitura no país — gerou um intenso debate nas redes sociais. Há quem apoie a iniciativa, entre eles o escritor Ronaldo Bressane. “É preferível que o sujeito comece a ler através de uma adaptação bem-feita de um clássico do que seja obrigado a ler um texto ilegível e incompreensível segundo a linguagem e os parâmetros culturais atuais. Depois que leu a adaptação, ele pode pegar o gosto, entrar no processo de leitura e eventualmente se interessar por ler o Machadão no original”, escreveu ele em sua página no Facebook.

    Adaptações de clássicos não são novidade em parte alguma do mundo. Grandes obras da literatura universal recebem traduções em versões menores e mais atraentes, geralmente feitas para o público jovem. Diversas obras de Machado, inclusive, já foram adaptadas para os quadrinhos. A diferença, observam alguns escritores, é que nesses casos há de fato uma mudança de linguagem para se adequar a um outro formato, mas sem prejuízo do texto original. A nova edição, aliás, não seria uma adaptação no sentido clássico. 

    — Em lugar de substituir as palavras de Machado seria mais adequado situar em nota explicativa a significação e a sinonímia dos termos usados por ele — observa o acadêmico e escritor Domício Proença Filho. — Com as notas o leitor não só entenderia a obra, como é o objetivo da autora, como se familiarizaria com o texto machadiano. Enriqueceria o seu vocabulário e teria a ideia precisa da proposta e do estilo do escritor.

    uma obra popular

    O escritor Luiz Antonio Aguiar, ele mesmo autor de uma adaptação em quadrinhos para “O alienista”, lembra que essa obra especificamente — publicada em 1882, com aproximadamente 90 páginas — é uma das mais populares do Bruxo do Cosme Velho.

    — Talvez por ser uma novela, uma obra pequena, não apresenta grande complexidade — diz Aguiar. — O curioso é que Machado, aliás, era criticado em seu tempo justamente por escrever de forma banal, dentro de um português mais acessível. É uma linguagem elegante, traz sutilezas que enriquecem. Para introduzir um leitor no universo de Machado você poderia usar as crônicas, por exemplo, um texto mais curto. 

    A premiada Ana Maria Machado, autora de centenas de livros entre títulos para crianças, romances e ensaios, lembra que adaptações são boas — ela já adaptou para crianças, por exemplo, “Sonhos de uma noite de verão”, de Shakespeare —, mas faz ressalvas.

    — Sou a favor da adaptação de clássicos universais, como “A Ilha do Tesouro” ou “Os miseráveis”, para um primeiro contato da garotada, para que saibam da existência da obra e conheçam seu enredo em linhas gerais. Mas acho inconcebível passar a limpo um mestre da língua — afirma. — Que se espere um pouco até que o próprio aluno passe a limpo a si próprio, e possa adquirir robustez linguística para chegar perto.

    Apesar de as novas edições não serem voltadas para escolas, talvez as versões de Machado e Alencar cheguem a elas, já que o Instituto Brasil Leitor também distribui livros para bibliotecas.

    (http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2014/05/07/machado-alencar-em-versoes-facilitadas-534995.asp)

  16. Fundos estrangeiros compram ações de Diniz

    Do Valor 

    07/05/2014 às 05h00

     

     

    Abilio Diniz vende ações do Pão de Açúcar

     

     

    Por Adriana Mattos | De São Paulo

    Regis Filho/Valor / Regis Filho/Valor

    Abilio Diniz vendeu ontem todas as ações do GPA que detém como pessoa física

     

    O empresário Abilio Diniz vendeu ontem em leilão na BMF&Bovespa todas as suas ações preferenciais do Grupo Pão de Açúcar que estavam em seu nome como pessoa física. Foram cerca de 7,9 milhões de papéis preferenciais (sem direito a voto) vendidos, sendo que inicialmente o leilão envolveu lote menor, de 3 milhões de PNs, mas com crescente demanda, a venda atingiu volume maior, em operação coordenada pelo Itaú BBA.

    Segundo informações da BMF&Bovespa, os 7,9 milhões foram vendidos a R$ 104,03, somando R$ 821 milhões. O empresário pode ter ações da companhia ainda em outros investimentos do Grupo AD, que reúne os negócios do empresário.

    Fundos de investimentos estrangeiros compraram boa parte dos papéis, segundo informações de mercado. Um deles teria sido o fundo soberano de Cingapura (GIC). Um único investidor comprou R$ 5,2 milhões de preferenciais a R$ 104,03, movimentando R$ 542,8 milhões.

    Há cerca de duas semanas, o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor antecipou a existência de sondagens, à Abilio, de fundos e bancos interessados em adquirir em leilão ações do empresário na companhia, e que o Abilio estava analisando a hipótese. Segundo pessoas próximas ao empresário, ele pretende investir os recursos em outros ativos, mas descarta a hipótese de comprar participação no Carrefour.

    A operação de venda aconteceu dois meses após a empresa de investimentos do empresário, Península Participações, ter separado a fatia de Abilio no GPA das que seus familiares têm na empresa.

    Pelo definido, as fatias que Abilio Diniz, Ana Maria Diniz, João Paulo Diniz, Pedro Paulo Diniz, Adriana Falleiros Diniz, Rafaela Diniz e Miguel Diniz tinham na Península foram canceladas e restituídas por meio de transferência em ações preferenciais do GPA.

    Com essa migração, a participação de Abilio Diniz no GPA em ações preferenciais (sem direito a voto), separada dos demais, somava 7,91 milhões de papéis, representando 40,8% da fatia total da família no GPA. Os outros integrantes ficaram com pouco mais de 1,9 milhão de PNs cada um.

     

  17. Era bom, mas tão bom…

    Nassif, esta é para aqueles que argumentam que o Lula pegou uma economia “estabilizada” em 2002 e “surfou” nos seus oito anos num período de “bonança”:

    Brasil é o 2º (maior) do mundo em desemprego (FSP, 29/05/02)

    link: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2905200215.htm

    O dia em que FHC avisou que o País tinha quebrado (de novo)!

    link: http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/2013/06/video-proibido-pelo-psdb-em-anexo.html

    (está tb no  blog do PHA)

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador