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Lourdes Nassif
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As matérias para serem lidas e comentadas.

Lourdes Nassif

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  1. Para filha de Chico Mendes, Marina é uma enorme interrogação

    Ângela, filha de Chico Mendes: Marina é “enorme ponto de interrogação”

    publicado em 28 de agosto de 2014 às 20:30, no Vi o Mundo, do Azenha 

    http://www.viomundo.com.br/politica/angela-filha-de-chico-mendes-marina-silva-e-um-enorme-ponto-de-interrogacao.html

     

    Angela Mendes 1

    Ângela Mendes (ambientalista), no Facebook, sugerido por Luís Carlos da Silva

    Ok… alguns amigos me pediram uma posição sobre a candidatura da Marina e a menção que ela fez ao meu pai como sendo ele da “elite”.

    Vamos lá: eu respeito e admiro muito a Marina pela sua trajetória de vida, pelo esforço pessoal com que venceu todas as dificuldades impostas a ela, como o analfabetismo, doenças e toda espécie de discriminação; até pelo modo com que consegue envolver a todos com seu discurso ecologicamente correto e bem acabado.

    Mas, pra mim isso não basta pra governar um Brasil como o de hoje; tenho muitas dúvidas, e de todos os tipos. Marina pra mim ainda é um enorme ponto de interrogação. Pra começar: desistiu do PT (segundo ela, utopia do passado) quando poderia ter resistido como fazem hoje tantos PTistas históricos mesmo não tendo o mesmo espaço que a “elite” que tenta dominar o partido; não resistiu à pressão enquanto ministra; quem me garante que vai resistir às pressões ainda mais fortes se eleita presidente?

    Com tantas concessões feitas pela cúpula do PSB (aliás, todas as concessões possíveis) penso eu: o que será que tramam as cabeças pensantes desse partido caso consigam eleger Marina? Terá ela realmente liberdade pra governar? Não sei…  como será esse mandato em “rede”, apenas com os melhores? Quem são esses “melhores”; e quais os critérios serão utilizados pra escolha desses “melhores”? Minhas dúvidas são pra Marina; mas minhas esperanças são pra companheira Dilma. Que ela consiga, se eleita, continuar melhorando o Brasil, com uma política que tem, de fato, problemas, mas que não admite dúvidas.

    Ah, quanto ao fato do Chico ser da “elite”, considero que foi apenas uma infeliz comparação, nem precisa de todo esse mimimi.

     

  2. Salário mínimo de R$ 788,06 para 2015

    Proposta orçamentária prevê salário mínimo de R$ 788,06 para 2015
    Agência Brasil—28/08/2014 11p8—Brasília—-Karine Melo, Daniel Lima e Kelly Oliveira – Repórteres da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante

    A partir de 1º de janeiro de 2015, o salário mínimo deve ser R$ 788,06, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2015. Um reajuste de 8,8%. O anúncio foi feito hoje (29) pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, depois de entregar a proposta ao presidente o Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL). A ministra antecipou que o texto prioriza investimentos em saúde, educação combate à pobreza e infraestrutura.

    A peça orçamentária traz uma mensagem da presidenta Dilma Rousseff com um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas.

    Pela Constituição, o prazo de entrega do projeto pelo Executivo termina no dia 31 de agosto. Mas, com a expectativa de conclusão da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as metas e prioridades da administração pública federal, só na semana que vem, durante o esforço concentrado, o governo se antecipou. A LDO deveria orientar a elaboração da peça orçamentária.—
    —“Coloquei  toda a equipe do ministério [do Planejamento] à disposição, para os esclarecimentos necessários, para que o Congresso possa fazer uma análise rápida do Orçamento e votá-lo até o fim do ano, prazo que o presidente do Senado [Renan Calheiros], confirmou que é possível fazer”, explicou a ministra.

    O Orçamento Geral da União (OGU) é formado pelo orçamento fiscal, da seguridade e pelo orçamento de investimento das empresas estatais federais. A Constituição determina que a proposta seja votada e aprovada até o dia 22 de dezembro.

    No projeto de lei, também consta a estimativa para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5%, no próximo ano.

    A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, ficou em 3% (R$ 5,756 trilhões).

    O governo estima que o superávit primário para o setor público consolidado será R$ 143,3 bilhões, valor que corresponde a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Com o abatimentos, o superávit primário vai para R$ 114,7 bilhões, correspondentes a 2% do PIB.

    O superávit primário é a poupança para pagar os juros da dívida que o governo seus credores. Na medida em que o país consegue alcançar as metas de superávits primários, tem condições de pagar dividas.

    url:
    http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-08/proposta-orcamentaria-preve-salario-minimo-de-r-78806-para-2015
     

  3. O Globo diz que versões “não batem”.

    Do Tijolaço

     

    O Globo diz que versões “não batem”. Não, porque o jato não foi “empréstimo”, foi crime eleitoral

     

    28 de agosto de 2014 | 22:48 Autor: Fernando Brito

       

    novojato

    O jornal O Globo publica que as “explicações” de Marina Silva sobre a situação do jato que caiu com Eduardo Campos se contradizem com as dadas pelo PSB, em nota oficial.

    Não há nenhuma contradição: tudo, inclusive a escolha das palavras, é tortuosamente construído para não dizer a verdade: o avião foi comprado, através de depósitos fraudulentos, feitos através de empresas fantasmas, por um grupo de empresários encabeçado pelo senhor Apolo Santana Vieira, um homem acusado de contrabando.

    Nua e crua é esta a verdade e as tais “explicações” ão ser aqui desmontadas de forma muito clara.

    1. O “empréstimo”. 

    Em primeiro lugar, você empresta o que é seu. Se não é seu, não pode emprestar. O avião não era dos empresários, para que pudesse ser emprestado. Estava sendo adquirido não para o uso daqueles empresários ou de suas empresas, mas específicamente para Eduardo Campos fazer sua campanha presidencial. Tanto é que foi levado à sua aprovação, num voo de teste, em 8 de maio, de Congonhas a Uberaba.

    2- O “empréstimo” ia ser “ressarcido”

    Empréstimo não é “ressarcido” nem pago. Se é pago, é aluguel, não empréstimos. O seu senhorio não “empresta” o apartamento onde você mora nem você o “ressarce” todo mês. Ele o aluga e você paga o aluguel.

    3-Mas poderia haver “aluguel” do avião a Campos e ao PSB?

    Poderia, se a AF Andrade ou a Bandeirantes Companhia de Pneus fossem empresas de táxi aéreo, o que não são, Neste caso estariam exercendo uma atividade ilegal, para a qual não habilitadas. Empresas de táxi aéreo poderiam até doar horas de vôo ao candidato, desde que as declarassem assim, contabilizando pelo valor que têm. Mas uma empresa só pode doar serviço se este for um serviço que presta nas suas própria funções. Se for serviço de outra empresa, estará pagando e, então, não pode fazer, tem de doar o dinheiro ao candidato e ele que pague.

    4- Quem pagou três meses de despesas do avião?

    Um jato não voa centenas de horas sem custos significativos. São milhares de litros de querosene de aviação, salários, alimentação e diárias de hotel de dois pilotos, hangar, taxas aeroportuárias. Fazer cada uma estas despesas significa assumir o controle operacional do avião e, até agora, ninguem seque dignou-se a perguntar quem os pagou.

    Vejam que sequer entrei na questão das irregularidades da compra do avião, feita de maneira ardilosa e ilegal. Essa é a questão de legislação fiscal e penal.

    Trato apenas da questão sob o ponto de vista da lei eleitoral, que está sendo esbofeteada publicamente pelo PSB e por sua candidata.
    Se o Ministério Público e a Justiça Eleitoral permitirem que isso siga sem uma responsabilização, por medo “do que a mídia dirá”, porque boa parte “marinista”, será melhor revogar toda a legislação que trata de doações e de uso do poder econômico a candidatos. Qualquer um pode dar-lhes o que quiser, como quiser e deixar para passar recibo ou assinar contratos lá no final, muito depois de dados os votos do povo.

    Eu não estou sugerindo que a candidatura Marina seja cassada, que isso fique claro. Ela – e já se disse isso aqui – não tinha a obrigação de saber dos detalhes do avião conseguido por Campos e seria natural que aceitasse a sua versão. Marina é, e só depois que encampou esta farsa,cumplice na ocultação de um crime eleitoral.

    É isso o que precisa ficar claro: que há um crime eleitoral. E quem o encobre, acoberta e deixa de agir diante dele torna-se cúmplice deste embrulho que a fatalidade expôs ao Brasil.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=20571

     

  4. A Veja se preocupa com quem vai ser Presidente.

    Do Tijolaço

    A Veja se preocupa com quem vai ser Presidente. Do Banco Central, não do Brasil. 

     

    28 de agosto de 2014 | 11:16 Autor: Fernando Brito                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

    banqueiros

    No melhor estilo daquele William Bonner do Maranhão, que perguntou ao candidato Flávio Dino se ele ia “implantar o comunismo” no Estado, a chamada de capa da Veja, esta manhã, adverte contra o perigo que “facções ideológicas mais perigosas” do PT trazem ao país porque…um site de campanha ligado ao  partido publicou “um texto na noite de terça-feira com potencial de fazer tremer bancos, investidores, empresas e o próprio eleitor.”

    O que teria feito o tal site – o Muda Mais, várias vezes citado aqui – para provocar tamanho terremoto?  Defendeu uma ditadura? Sugeriu uma invasão soviética?  Pregou a estatização dos nacos ou das multinacionais?

    Não, apenas defendeu que valha o que está escrito na Constituição Brasileira e que vem sendo praticado há décadas, dentro da lei e da hierarquia dos poderes: que o Presidente da República, eleito pelo povo,  tenha o poder de indicar quem vai dirigir o Banco Central!

    Exatamente como indicaram todos os presidentes anteriores – o “querido” Fernando Henrique Cardoso, inclusive  –  e nunca fizeram, por isso, “tremer bancos, investidores, empresas e o próprio eleitor”.

    Lula e Dilma, aliás, foram extremamente cuidadosos – muito além da conta, eu diria – nas suas indicações. Ele, com Henrique Meirelles, que dispensa apresentações, e ela com Alexandre Tombini, funcionário do Banco concursado e membro da diretoria de Meirelles por cinco anos.

    Aliás, nenhum dos dois – ao contrário de FHC – demitiu nenhum presidente do BC.

    Agora, se o Presidente da República não pode orientar, sugerir e apontar os grandes objetivos da política econômica, melhor elegermos um rei ou rainha da Inglaterra e entregarmos o comando do país ao mercado de capitais.

    Como fez, aliás, Fernando Henrique quando o real foi por água abaixo após as eleições de 98 e ele pediu emprestado a George Soros o economista Armínio Fraga para “arrumar a casa” a juros cavalares de 45%.

    É por isso que o “mercado” não se assusta com Marina. Como já garantiu sua Ministra-Chefe de Tudo, Maria Alice Itaú Setúbal, o BC terá autonomia.

    Nada além da frase de Mayer Amschel Bauer, que mudou seu sobrenome para Rothschild:

    “”Deixe-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importarei com quem redige as leis.”

    Traduzindo: o que chamam de autonomia é  um presidente do BC  escolhido pelos bancos e que a eles prestará contas.

    Viva a democracia!

     PS. O artigo da Veja é sensacional. Termina lembrando – vejam a semelhança – as críticas do Muda Mais  ao presidente da CBF, José Maria Marin, aquela triste figura. Será que querem uma figura semelhante para o Banco Central?

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=20560

     

  5. O segredo de Marina, por Nilson Lage

    Do Tijolaço

     

    28 de agosto de 2014 | 15:30 Autor: Fernando Brito 

    martlage

    Já publiquei, à revelia, alguns de seus escritos aqui.

    Mas, além da qualidade – do pensamento e do texto – é especial ter  um artigo de Nílson Lage redigido especialmente para este Tijolaço por dois motivos, que  fundem razão e emoção.

    O primeiro  é a coerência de Lage.  À distância, sempre a acompanhei – ou melhor, acompanhamos, eu e outros muitos, centenas, de seus ex-alunos  na Universidade Federal do Rio de Janeiro, há 37 anos.

    A segunda razão é perceber que, também nos indivíduos, se expressa a continuidade do sentimento dos povos em busca de seu destino. E que, assim,  o fio da História  não se tece apenas com fatos, porque os fatos murcham sem luz,  o pensamento e a  ação humana que os empurram a vencer a inércia do status quo.

    Possivelmente vou levar uma bronca por este “nariz de cera”, mais ainda porque Lage foi  juvenil no time de craques  que fez a histórica reforma no Diário Carioca, que inaugurou o moderno jornalismo no Brasil  e adotou o lead no lugar da lenga-lenga que escrevo, desobedecendo a tudo o que me ensinou.

    Como já as levei, quase 40 anos atrás, vale a pena. Elas, sempre, como as próximas linhas, me fizeram aprender.

    Nos próximos, professor, prometo, calo os dedos e entramos direto no assunto.

    O segredo de Marina

    Nilson Lage*

    Desde os governos de Getúlio Vargas, que formataram a vida pública brasileira, as lutas políticas se vêm travando entre postulações ideológicas que conflitam em duas vertentes:

    • o nacionalismo (entendido como afirmação do país, território e Estado, não de etnias) oposto ao liberalismo modernizador ou entreguismo (objetivamente, a submissão à esfera de poderdos Estados Unidos);

    • a produção de conhecimento próprio da realidade nacional, oposto à importação acrítica da reflexão estrangeira (americana, europeia – dominantemente francesa) fundada em outras experiências nacionais.

    A primeira dessas contradições é bem conhecida: opôs Getúlio (e os trabalhadores organizados, a instituição acadêmica da época, parte das forças armadas – essencialmente o exército – , produtores rurais voltados dominantemente para o mercado interno) à UDN (a maior parte da elite jurídica e tecnológica, setores bancários, exportadores e importadores).

    Da vitória da corrente entreguista em 1964 – que não durou muito: a lógica do pensamento militar logo geraria o retorno a soluções nacionais em áreas sensíveis, como a informática, a energia nuclear e a indústria de defesa – resultaram o aguçamento dos conflitos internos no país e enorme desgaste político das forças armadas, antes (no tenentismo, na FEB) tidas como vanguarda modernizadora.

    O instrumento para cooptação dos militares foi a aceitação de um único rótulo para todo pensamento político que não convergisse com os interesses multinacionais – o “comunismo”, então, como, hoje, o “islamismo” ou o “terrorismo.” Ora, os partidos comunistas no Brasil sempre foram essencialmente organizações de classe média, tocadas por militares, principalmente na década de 1930, e por intelectuais (dos melhores do país), no pós-guerra. Tratou-se de ocultar a natureza nacional específica do trabalhismo de Vargas e seu antagonismo histórico às tentativas de organização das classes trabalhadoras pelos comunistas.

    O entreguismo triunfou ao destruir o que restava da imprensa que poderia contrariá-lo: a Rádio Nacional, poderosa estrutura de Estado resistente ao engajamento político, foi anulada na década de 1950, e a mídia perdeu, em poucos anos, núcleos de inteligência consolidados ao longo de décadas, em torno de veículos como o Correio da Manhã, o Diário de Notícias ou o Jornal do  Brasil.

    O discurso único, propagado por poucas empresas integradas ao setor bancário e coordenadas no plano continental, sobrepôs-se à diversidade da produção cultural antes característica do país, tanto em termos regionais quanto de classes sociais, e manteve aceso o espírito do liberalismo, que teria seus anos de glória nas negociatas da privatização, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

    A reação inevitável sobreveio com a eleição de Lula e seu governo, que recuperou em pouco tempo os ideais de Vargas. Foi um processo sofrido (os governos militares toleravam, até certo o ponto, o PT como alternativa “moderna” ao getulismo e ao comunismo; essa imagem foi ainda dominante na campanha eleitoral de 1979, que contrapôs Lula a Brizola) e incompleto (há núcleos de resistência, aqui e ali), mas dele resultou mudanças sociais importantes e a afirmação da eficácia de soluções econômicas não liberais na linha do pensamento keynesiano.

    Diante dos resultados alcançados, resta ao conglomerado neoliberal – ou entreguista –denunciar a corrupção (que é estrutural e, no plano do governo, pode apenas ser combatida) e prenunciar tragédias futuras.

    No entanto, há novo espaço a ser ocupado. A invasão cultural que o Brasil sofreu nas últimas décadas trouxe não só avanços nas ciências da natureza, na tecnologia agrícola e na medicina, mas também promoveu transformação radical no pensamento dominante em ciências humanas e sociais, com ampla repercussão no discurso dos meios de comunicação e no comportamento de grupos intermediários nos centros urbanos.

    Na Antropologia, na Sociologia e nas ciências econômicas, o que se defendia era a administração e a superação paulatina das contradições; agora, o que se busca é expô-las e aguçá-las.

    Na sociedade real, isso deságua em conflitos que tendem a submergir a política. Num país em que a maioria das famílias é multirracial, o realce dado aos conflitos étnicos fere relações consolidadas, com grande custo emocional; quando a tolerância sempre se antecipou à lei, em questões como a homossexualidade, a sexualidade adolescente, o adultério etc., a exposição agressiva desses comportamentos motiva o questionamento de valores e desperta reações muito variadas. Disso tiram proveito as novas religiões pentecostais que se implantaram no Brasil ocupando o vazio deixado pelo recuo institucional de igreja católica sob o reinado de Vojtila e Ratzinger.

    É para esse espaço – menos de intolerância, mais de perplexidade – que converge parte do pensamento oposicionista, em sua falta de perspectivas no quadro da política tradicional.

    Eis aí o cacife político de Marina Silva.

    *Jornalista, professor de Jornalismo aposentado da UFF, UFRJ, UFSC, autor, entre outros, do livro “Ideologia e Técnica da Notícia”, pioneiro nos estudos de Comunicação no Brasil

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=20517

     

  6. Vídeo fraudulento mostra falso apoio de Lula a Marina

    Do mudamais.com

    Vídeo fraudulento é desmascarado: a verdade vai vencer a mentira

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=OSN7y6KZbMA align:center]

     

    Mais uma vez, as mentiras e a boataria da internet são usadas na disputa eleitoral – dessa vez, envolvendo Lula. Um vídeo fraudulento e inverídico, que começou a circular pelas redes,  foi desmascarado por Rui Falcão, presidente do PT. Em coletiva, Rui falou sobre a fraude envolvendo suposta gravação de Lula em apoio à candidatura de Marina Silva (PSB). O vídeo modificado, que está rodando pela rede, foi feito com base em uma gravação de Lula apoiando a candidata ao senado Marina Santana (PT/Goiás).  A fraude é patente e mal intencionada, como se pode verificar no vídeo acima. Busca enganar o eleitor, utilzando-se da enorme popularidade e do carisma de Lula, que foi o responsável pelo início da grande transformação pela qual o país vem passando nos últimos 12 anos. Montagens dessa espécie são típicas de grupos que atuam nas redes de forma descompromissada com a verdade. O Muda Mais ressalta a posição que mantem desde o início da campanha: queremos construir um debate baseado em verdades, informações e projetos de país e de futuro.  Rui Falcão elencou as medidas legais que estão sendo tomadas: representação no Ministério Público, representação junto ao TSE  e ação na esfera civil, com relação ao uso indevido da imagem do ex-presidente Lula. Dentre as medidas que estão sendo tomadas, a principal é pedir que o Google tire o vídeo do ar e que informe os dados de quem o colocou na rede. Rui Falcão ressaltou que a campanha de Dilma nas redes é “uma campanha movida por princípios éticos, sem ataques aos adversários, sem informações inverídicas e sem robôs”. Afirmou ainda ser preciso deter o tipo de ação patente no vídeo grosseiramente fraudado, baseada em informações inverídicas.  Ao ser perguntado se estava atribuindo a culpa do vídeo ao PSB, Rui foi enfático: “Nós não estamos atribuindo a responsabilidade a nenhum partido. Não é uma prática do PT, embora muito comum no Brasil, culpar pessoas antecipadamente” É isso, militância. Agora vamos todos juntos desmentir mais essa fraude das redes sociais. A cada dia que passa, nosso engajamento se faz mais e mais necessário pra mantermos esse projeto de governo, que promoveu a maior revolução social no Brasil,e de forma pacífica, a fim de tornar perenes as mudanças realizadas nos últimos 12 anos. Práticas como as que originaram esse vídeo fraudulento são patentes da velha política, que engana o eleitor para obter o que deseja. É precismo mudar mais!

  7. Para a filha da Chico Mendes, Marina é uma enorme interrogação

    PARA FILHA DE CHICO MENDES, MARINA É UMA ENORME INTERROGAÇÃO

    http://www.viomundo.com.br/politica/angela-filha-de-chico-mendes-marina-silva-e-um-enorme-ponto-de-interrogacao.html

    Ângela Mendes (ambientalista), no Facebook, sugerido por Luís Carlos da Silva

    Ok… alguns amigos me pediram uma posição sobre a candidatura da Marina e a menção que ela fez ao meu pai como sendo ele da “elite”.

    Vamos lá: eu respeito e admiro muito a Marina pela sua trajetória de vida, pelo esforço pessoal com que venceu todas as dificuldades impostas a ela, como o analfabetismo, doenças e toda espécie de discriminação; até pelo modo com que consegue envolver a todos com seu discurso ecologicamente correto e bem acabado.

    Mas, pra mim isso não basta pra governar um Brasil como o de hoje; tenho muitas dúvidas, e de todos os tipos. Marina pra mim ainda é um enorme ponto de interrogação. Pra começar: desistiu do PT (segundo ela, utopia do passado) quando poderia ter resistido como fazem hoje tantos PTistas históricos mesmo não tendo o mesmo espaço que a “elite” que tenta dominar o partido; não resistiu à pressão enquanto ministra; quem me garante que vai resistir às pressões ainda mais fortes se eleita presidente?

    Com tantas concessões feitas pela cúpula do PSB (aliás, todas as concessões possíveis) penso eu: o que será que tramam as cabeças pensantes desse partido caso consigam eleger Marina? Terá ela realmente liberdade pra governar? Não sei… como será esse mandato em “rede”, apenas com os melhores? Quem são esses “melhores”; e quais os critérios serão utilizados pra escolha desses “melhores”? Minhas dúvidas são pra Marina; mas minhas esperanças são pra companheira Dilma. Que ela consiga, se eleita, continuar melhorando o Brasil, com uma política que tem, de fato, problemas, mas que não admite dúvidas.

    Ah, quanto ao fato do Chico ser da “elite”, considero que foi apenas uma infeliz comparação, nem precisa de todo esse mimimi.

  8. A Metrópole passou a preferir emprego a arrochar e aqui bláblá.

    Do Conversa Afiada

     

    Publicado em 28/08/2014

    Os idiotas do tripé.                                                                                                                           

    A Metrópole esqueceu
    de avisar

      

      

     

    O Nelson Rodrigues se referia aos “idiotas da objetividade”.

    Aqui se tratará dos “idiotas do tripé”.

    Essas viúvas do Farol de Alexandria, na verdade, nada mais são do que militantes do Consenso de Washington, escrito por John Williamson para dar coerência e teoria ao neolibelismo que “resolveu” a crise da divida com a submissão da economia dos endividados aos bancos credores.

    O think tank de Williamson – Institute for International Economics – era uma usina de ideias aos bancos, que as vendiam ao FMI e ao Banco Mundial  como o Evangelho da Privataria.

    Deu no que deu.

    Uma das características dos idiotas da objetividade, ou, no caso, do tripé, é que, como infatigáveis provincianos, copiam as ideias da Metrópole e não percebem quando a Metrópole muda de ideia.

    O tripé consiste, em poucas palavras, em arrochar – Orçamento e Salários -, cortar programas sociais e ministérios – como o Desenvolvimento Agrario e do Combate à Fome -, aumentar os juros (viva a Neca Setúbal ! Viva o NauFraga, outro banqueiro !) – e dane-se o emprego !

    Esse é o tripe, ou o Quadrilatero, como queiram.

    É, em suma, o Consenso de Washington que os candidatos da Oposição, Bláblárina, a do jatinho sem dono, e o Arrocho, do aeroporto do Titio, repetem como crianças recitam o Catecismo no Dia da Comunhão.

    Como disse o Oráculo de Delfos, em notável entrevista em “Mais Lula e mais política”, o que está em jogo nessa eleição é Arrocho vs não-Arrocho.

    Os idiotas do tripé jogam no time do Arrocho e a Dilma, no não-Arrocho, óbvio.

    Só ela criou mais empregos que o Farol de Alexandria em toda a sua carreira bem-sucedida de Presidente da República, do Cebrap e do iFHC !

    E o que diz a Metrópole ?

    A Metrópole, finalmente, começa a jogar no lixo seus tripés, nem se lembra de quem é Willamson e com medo das teses do Piketty : ou emprega e distribui renda ou a casa cai – mudou o jogo.

    E não avisou aos idiotas do tripé.

    Porque têm mais o que fazer do que mandar recado ao NauFraga, ao André que leva os cavalos de avião para a Inglaterra, ou à Urubóloga, a melhor pensadora do neolibelismo nativo.

    Diz o New York Times:

    http://www.nytimes.com/2014/08/25/business/central-bankers-new-gospel-spur-jobs-wages-and-inflation.html?mabReward=RI%3A8&action=click&pgtype=Homepage&region=CColumn&module=Recommendation&src=rechp&WT.nav=RecEngine

    Em resumo, para facilitar a leitura dos idiotas do tripé:

    – Janet Yellen, presidente do Banco Central americano diz que prefere manter juros baixos para animar o emprego;

    Alias, a política de estímulos do Obama e do FED, embora ainda não crie empregos, fez com que o PIB crescesse, no segundo trimestre,  a mais de 4% ao ano – http://www.theguardian.com/business/2014/jul/30/us-economy-beats-forecasts-gdp-growth-second-quarter

    – Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, que , por muto tempo, foi um “roda-presa”: os governos europeus devem fazer o mesmo: estimular, porque os riscos de fazer pouco (para criar emprego) são maiores do que fazer demais.

    – Harushiko Kuroda, presidente do Banco Central do Japão: é melhor aumentar a inflação para dar emprego.

    – Dennis P. Lockhardt, presidente do Banco Central de Atlanta: prefiro errar e criar mais emprego do que ter que ter de recuar.

    E aqui, esse blábláblá de tripé.

    É tão atualizado, moderninho, como a mamãe recomendar à filhinha usar a pílula.

    Note-se que, nessa reportagem do New York Times, não ha referência ao FMI, hoje, muito mais preocupado com  as investigações de corrupção de sua diretora-gerente, Christine Lagarde, indiciada na França – http://www.em.com.br/app/noticia/economia/2014/08/27/internas_economia,562912/fmi-nao-comenta-indiciamento-de-sua-diretora-pela-justica-francesa.shtml

    E, aqui, na Província mais medíocre, o FMI ainda é levado a sério.

    Como o seu Apólogo, o Farol de Alexandria…

    Ah, esses Idiotas da Objetividade !

    Paulo Henrique Amorim

    http://www.conversaafiada.com.br/economia/2014/08/28/os-idiotas-do-tripe-a-metropole-esqueceu-de-avisar/

     

  9. Os da elite são serigueiros e os serigueiros são da elite

    Publicado em 28/08/2014

    ELEIÇÃO: DEVAGAR 
    COM O ANDOR

    Reflexões do site do João Paulo Cunha

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    De Argemiro Neto, no face

     

     

     

     

  10. BH e suas histórias de desabamentos: mais uma.

    Alguém se aventura num palpite de quantos anos irá rolar na justiça (estaremos vivos?) o imbróglio que vem aí. Este filho será jogado de colo em colo.

     

    Erros de cálculos no projeto e falta de material resultaram em queda de viaduto na Pedro I em BH

    Laudo do Instituto de Criminalística aponta cálculos equivocados no projeto da alça que caiu em BH, tamanho inadequado nas bases de pilares e menos material do que o necessário para suportar a estrutura

     

    Landercy Hemerson

    Publicação: 29/08/2014 06:00 Atualização: 29/08/2014 10:07

     Erros de cálculos no projeto, redução de material na construção da estrutura e dimensão indevida dos blocos de sustentação dos pilares: esses são os principais fatores apontados em laudo oficial do Instituto de Criminalística da Polícia Civil como determinantes para a queda da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, no Planalto, Região Norte de Belo Horizonte. No desmoronamento parcial do elevado, em 3 de julho, um micro-ônibus, um Fiat Uno e dois caminhões foram esmagados pelos destroços, matando duas pessoas e deixando 23 feridas. Em nota divulgada nessa quinta-feira, a corporação revelou parte das conclusões do documento, que será enviado quarta-feira ao delegado Hugo e Silva, que apura o caso.

    Conforme o Estado de Minas antecipou em sua edição de ontem, o laudo aponta que a ruptura da base do pilar 3 da alça sul provocou o afundamento da estrutura e, por consequência, a queda da estrutura superior (tabuleiro) do elevado sobre a Avenida Pedro I. O documento também revela que não houve contribuição de causas geológicas para o incidente. Segundo fonte ouvida pelo EM, a pouca quantidade de aço da estrutura deixou o bloco de sustentação enfraquecido. Em apenas um dos pontos, constatou-se que havia de 15% a 20% menos aço do que o necessário na armação. A conclusão é semelhante ao estudo técnico apresentado pela construtora Cowan, responsável pela obra, em 22 de julho, 19 dias depois do desabamento.“No estudo da Cowan, um especialista (Catão Francisco Ribeiro) refez os cálculos dentro de sua concepção e depois comparou com os dados do projeto da Consol Engenheiros Consultores. Já as análises dos peritos do Instituto de Criminalística se concentraram na busca de explicações para a queda da alça sul do viaduto. Daí, constatou-se que os cálculos do projetista tinham falhas mínimas, mas que não provocariam o desabamento. Porém, erros na transposição desses cálculos para o projeto resultaram na redução do volume de aço na execução da obra e na fragilidade do bloco de sustentação”, explicou um técnico, que pediu anonimato.
    Segundo ele, a tragédia poderia ser evitada caso o projeto tivesse passado por verificação e detalhamento, conforme prevê a Resolução 6.118 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), órgão público responsável pela obra, não informou se o projeto da Consol foi submetido a análises de seus técnicos ou de empresa independente de verificação. Em nota, informou que a Prefeitura de Belo Horizonte vai aguardar o laudo oficial da perícia para se manifestar. Já a Cowan, em nota, informou ter recebido o projeto da Sudecap, aprovado e assinado, para ser executado.

    O laudo do Instituto de Criminalística está em fase final de elaboração, mas, segundo a Polícia Civil, destaca diversos itens para explicar as causas do acidente, incluindo o que aponta para erros de cálculo que levaram à redução da quantidade de materiais usada na construção da estrutura. Outra constatação é referente ao tamanho inadequado dos blocos de sustentação dos pilares. Com relação à análise do terreno não foi encontrada relação entre o solo e a queda da estrutura.

    Depois de analisar o documento, o delegado Hugo e Silva, responsável pelo inquérito policial, vai avaliar se há necessidade de mais esclarecimentos ou informações técnicas complementares para prosseguir na apuração do incidente. A etapa seguinte será ouvir representantes das empresas envolvidas e os responsáveis pela obra sobre os pontos falhos revelados pela perícia. Devido à complexidade das investigações, o delegado pediu à Justiça aumento do prazo para concluir o inquérito.

    Tragédia

     

    A alça sul do viaduto Batalha dos Guararapes começou a ruir às 15h05 do dia 3 de julho e demorou oito segundos para atingir o chão. Na queda, esmagou o Uno dirigido pelo auxiliar de serviços gerais Charlys Frederico Moreira do Nascimento, de 25 anos, cujo corpo foi resgatado depois de 15 horas. O micro-ônibus dirigido por Hanna Cristina Santos, de 25, bateu na estrutura que caiu. Ela morreu e 23 passageiros do coletivo ficaram feridos. Desde então, moradores de dois residenciais vizinhos convivem com o medo de queda da alça norte, que foi escorada. O trânsito na Avenida Pedro I está interditado, sem previsão de liberação.

    Projetista nega responsabilidade
    A direção da Consol Engenheiros e Consultores, projetista do Viaduto Batalha dos Guararapes, não se surpreendeu com a informação de erro na transposição de cálculos para o projeto final. O engenheiro Maurício de Lana, diretor-presidente da empresa, afirmou ontem que, ao rever a documentação depois do acidente, constatou a falha e informou às autoridades que apuram o caso. “Mas tal erro não seria razão suficiente para explicar a queda. O projeto prevê uma carga maior, como o tráfego de veículos, força do vento, entre outros fatores, que não incidiam sobre a estrutura que caiu.”

    Maurício de Lana não atribui ao afundamento do pilar 3 o motivo do desabamento da alça sul. “Não é a causa, mas a consequência”, afirma. Para ele, ruptura na estrutura superior, que seria o piso do viaduto, chamado de tabuleiro, entre os pilares 3 e 4, provocou a queda de toda estrutura. O empresário afirma que está realizando uma avaliação, com a qual pretende contestar as informações dos estudos da Cowan e da perícia do Instituto de Criminalística.

     

  11. Crescimento econômico e efeito redistributivo.

    Do El País

    http://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/27/internacional/1409165952_127604.html

     

    Mais de 56 milhões de cidadãos deixaram a pobreza na América Latina

    A maioria ainda enfrenta o risco de voltar para a miséria em caso de crise ou adversidade

    FELIPE BETIM Madri 29 AGO 2014 – 09:20 BRT

     

    DOWNLOAD A redução da pobreza na América Latina

    http://ep00.epimg.net/descargables/2014/08/28/41e869bb73de039b2470d921ecb10c5f.pdf

     

     

    Um casal uruguaio rema um bote nas ruas inundadas de Durazno em 2010. / AP

    Mais de 56 milhões de pessoas saíram da pobreza extrema na América Latina entre 2000 e 2012. Não se trata de uma propaganda a favor de algum governo, mas de um comunicado mundial de Desenvolvimento Humano 2014 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), intitulado Sustentar o Progresso Humano: Reduzir Vulnerabilidades e Construir Resistências, divulgado em julho deste ano. A organização apresentou os dados da América Latina na última terça-feira em El Salvador e, apesar de reconhecer o progresso na região, chama a atenção sobre mais de um terço dos cidadãos, 199,7 milhões de pessoas, que ainda estão na corda bamba: enfrentam o risco de voltar para a pobreza no caso de ocorrer alguma crise grave ou adversidade. Uma proporção que, segundo o PNUD, é “extremamente alta”.

    Eram 190 milhões de pobres em 2000; em 2012 o número baixou para 134 milhões

    As Nações Unidas explicam que os cidadãos em pobreza extrema são os que recebem até nove reais por dia. Os latino-americanos nesta situação eram 189,9 milhões em 2000, 41,7% de uma população de 454,9 milhões de pessoas. Em 12 anos, 56,2 milhões deixaram esse grupo, de modo que o número de pobres baixou para 133,7 milhões em 2012, 25,3% dos 528,3 milhões de habitantes da região, frisa o PNUD.

    Este progresso é resultado sobretudo do crescimento econômico da última década, mas o estudo revela que 38,3% se deveu também às políticas redistributivas. Os resultados variam: em países como o México ou El Salvador, a contribuição deste efeito superou os 80%, enquanto em países como a Venezuela ou a Colômbia mais de 80% da redução da pobreza se deve ao crescimento.

    EVOLUÇÃO DA POBREZA NA AMÉRICA LATINA..  / EL PAÍS

    O documento mostra, além disso, que 81,6 milhões conseguiram ascender à classe média – cidadãos com renda per capita diária entre 10 e 112 reais –. Em 2000 eram 99,6 milhões de latino-americanos, 21,9% do total; em 2012 subiram para 181,2 milhões, 34,3%. Também aumentou, ainda que em menor proporção, o número de pessoas cuja renda per capita supera os 112 reais por dia: eram 8,9 milhões em 2000 (2%) e, em 2012, 13,7 milhões (2,6%).

    O estudo insiste, entretanto, que na região não se conseguiu diminuir a população que se encontra vulnerável. Pelo contrário. Este grupo aumentou entre 2000 e 2012, ao passar de 156,5 milhões de habitantes, 34,4% do total, para 199,7 milhões, 37,8%. Ou seja, 43,1 milhões de cidadãos a mais. São pessoas que se encontram em um limbo social: são trabalhadores informais, migrantes, pessoas com incapacidade, minorias, pessoas de idade, mulheres, crianças, entre outros, segundo o PNUD. Já não se encontram na pobreza mas não conseguiram ascender à classe média.

    Esta queda se deve ao crescimento econômico e o efeito redistributivo

    Entre os quase 200 milhões de vulneráveis, a metade (98,5 milhões) tem trabalho. Entretanto, 54,4% deles são trabalhadores informais, 49,6% não tem acesso aos serviços médicos, 46,1% não tem direito à aposentadoria e 53,2% não tem contrato de trabalho. Além disso, existe a percepção de muitos latino-americanos de que o desenvolvimento da região – que em 2013 registrou um IDH de 0,740, considerado alto – está ameaçado pelos níveis cada vez maiores de homicídios e outros crimes violentos, segundo o PNUD.

    “Se os países não reduzirem a vulnerabilidade e reforçarem a capacidade de recuperação diante de crises financeiras e desastres naturais, não seremos capazes de garantir, e muito menos de ampliar os avanços na região no âmbito social, econômico e ambiental”, frisou Jessica Faieta, diretora do PNUD para a América Latina e Caribe, na apresentação do comunicado.

    Entre os 18 países estudados, que concentram 90% da população da América Latina e Caribe, o PNUD revela que a Bolívia foi o que mais conseguiu reduzir seus índices de pobreza, em 32,2%, mas também o que mais aumentou o tamanho de sua população vulnerável, em 16,9%. O Peru vem na sequência, ao reduzir a pobreza em 26,3%. Entretanto, o país andino conseguiu levar a maioria dos que eram pobres para a classe média, que aumentou em 19,1%, o principal aumento da região.

    Mais de 80 milhões de cidadãos ascenderam à classe média

    O estudo frisa também que a Argentina, Chile e Costa Rica conseguiram reduzir tanto a pobreza como a vulnerabilidade, o que implicou um aumento maior da classe média. Sobretudo na Argentina, aonde este grupo aumentou em 17,5%, o segundo melhor resultado da região depois do Peru.

    No caminho oposto se encontram a Guatemala e República Dominicana, onde a pobreza aumentou em 6,8% e 0,7%, respectivamente. Também diminuiu o tamanho da classe média em 3,3% na Guatemala e 3,7% na República Dominicana. Este país preocupa ainda mais porque o índice de cidadãos vulneráveis também aumentou em 3,6%, enquanto na Guatemala baixou em 3,1%.

    “Em todas as regiões do mundo o ritmo do progresso social e econômico é mais lento hoje do que na década passada. É muito claro que mais das mesmas políticas não vão nos render os mesmos resultados de antes”, acrescentou Faieta. “Mais do que nunca a região deve investir em proteção social universal, particularmente nas fases mais críticas da vida dos latino-americanos, como é o caso das crianças, jovens e idosos”, concluiu.

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