Clipping do dia

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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As matérias para serem lidas e comentadas.

Lourdes Nassif

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  1. Bem que alguém me disse, há tempos….

    …esse moço, pobre moço, disse o seguinte, li-te-ral-men-te, sobre sua escolha:

    “…o primeiro postulante de pele escura. Com seus elegantes traços, resultado óbvio da mistura de cafusos com mamelucos, Marina, além de vir do coração da Amazônia (onde a lei faz quase desesperados esforços para instalar seu império), da luta ao lado de Chico Mendes, da fase heróica do PT, ela significará a chegada de evidentes fenótipos negros no posto da Presidência da República.” (Caetano Veloso – culturalmente defasado e, infelizmente, ainda, uma referência da cultura po-pu-lar – a defasar inda mais os legítimos brasileiros legítimos!). Por favor, rapaz, siga, apenas cantando.

    Esse cara não está no Brasil! Se estivesse, teria conhecido Darcy Ribeiro – no mínimo!!!!!!!!!!!!

  2. Pré-sal tem os poços mais produtivos do país

    Petrobras—Blog Fatos e Dados—29.Ago.2014

    FPSO-sao-paulo.jpg*Foto: Banco de Imagens Petrobras—-Postado em: [Atividades]

    Os poços de petróleo mais produtivos do Brasil estão no pré-sal. Localizado no campo de Sapinhoá, na Bacia de Santos, o melhor poço do país produz em média 34 mil barris por dia. O poço é um dos quatro interligados ao FPSO Cidade de São Paulo, que atingiu sua capacidade máxima de produção – 120 mil barris por dia – em julho, com apenas quatro poços. FPSO (Floating Production Storage Offloading Unit) é a sigla em inglês que identifica uma plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo.

    A superação das previsões iniciais também aconteceu com a plataforma Cidade de Angra dos Reis, no campo de Lula. Inicialmente, a previsão era de que ela atingisse sua capacidade, de 100 mil barris por dia, por meio de seis poços. Mas foram necessários apenas quatro, cada um produzindo cerca de 24 mil barris por dia, para chegar à marca.

    Na comparação com a produtividade de outras áreas similares no mundo, o pré-sal da Bacia de Santos, com média de 25 mil bpd, assume a liderança. No Mar do Norte, a média é 15 mil barris de petróleo por poço/dia e, no Golfo do México, são 10 mil barris de petróleo por poço/dia.

    Até o mês de julho de 2014, as áreas de pré-sal da Bacia de Santos contavam com 28 poços produtores, sendo 13 da Bacia de Santos e 15 da Bacia de Campos. Os bons resultados dos poços do pré-sal fizeram com que a região atingisse o recorde diário de 546 mil barris produzidos no dia 13 de julho. O número ultrapassou em 5% o recorde anterior de 24 de junho, quando a produção foi de 520 mil barris.

    As perspectivas para o pré-sal são de produção ainda maior nos próximos quatro anos. Até o final de 2018, devem ser instaladas 20 novas plataformas na região, sendo 19 na Bacia de Santos. Isso elevará a contribuição do pré-sal para 52% da nossa produção total. Das nossas reservas provadas no Brasil (16 bilhões de barris de óleo equivalente), 27% estão no pré-sal.

    Acesse nosso site e saiba mais sobre nossa produção no pré-sal

    Produção de petróleo brasileira é classificada como “excepcional”

    *Foto: Banco de Imagens Petrobras—-Postado em: [Atividades]

    URL:

    http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/pre-sal-tem-os-pocos-mais-produtivos-do-pais.htm

  3. Ofertas de campanha

    Folha de S.Paulo – 30/08/2014

    Ruy Castro

    RIO DE JANEIRO – Uma coisa boa das eleições é que elas movimentam a economia. A odontologia, por exemplo, recebe um grande impulso com a oferta de próteses dentárias a eleitores banguelas, para que estes aceitem ser filmados declarando o voto neste ou naquele candidato –ou candidata. Sejam caninos isolados, implantes, pontes, dentaduras duplas ou aparelhos ortodônticos completos, o custo é irrisório diante do que se ganha com a imagem na TV de alguém sinceramente grato a Sua Excelência.

    Idem quanto à doação de amostras grátis de remédios, cestas básicas, fraldas descartáveis, enxovais para bebê e laqueadura de trompas. É batata para assegurar a fidelidade das senhoras de qualquer região. E, nos Estados menos favorecidos, nada supera a oferta de caixões. Às vezes, até os defuntos vêm votar no doador.

    Tijolos, sacos de cimento e areia a metro são igualmente bem recebidos nas comunidades em desenvolvimento. Em um Estado do Nordeste, um oftalmologista com fumaças políticas examinou de graça e providenciou óculos para uma população inteira. E é rara a eleição em que não ocorra um derrame de carteiras de habilitação em certos subúrbios.

    Nem tudo se dá no grosseiro plano material. Há eleitores que se contentam em saber que o candidato Fulano aceitou “receber Jesus em seu coração”. E a gratidão às empresas que fornecem jatinhos para as campanhas não precisa passar por nenhuma escrita ou contabilidade –uma isenção aqui ou uma recomendação ali resolve o problema.

    Veja bem, não estou me colocando acima de ninguém. Mesmo porque não sei como reagiria se, em troca de um xis na cédula, viessem me oferecer o LP da Marlene cantando Assis Valente, com que sonho há décadas, a coleção completa dos gibis de “Mandrake” dos anos 50 ou um improvável engradado de Crush–com o refrigerante dentro. 

  4. A candidata dos quatro tuítes

    A CANDIDATA DOS QUATRO TUÍTES

    30 de agosto de 2014
    por Paulo Moreira Leite

    Conflitos banais da campanha confirmam a fragilidade política de Marina para falar de gays, juros, Chico Mendes, salário mínimo…

    ________________________________

    Denunciado por Jean Willys, o recuo dos quatro tuites na definição do preconceito contra homossexuais no plano do racismo foi a mais recente demonstração de um traço político marcante de Marina Silva: a imensa fragilidade política para defender seus pontos de vista e enfrentar contradições e conflitos. Quando isso acontece, ela prefere fingir que tudo não passou de um mal entendido.
    Não vamos nos enganar: a defesa resoluta dos direitos dos homossexuais pode implicar na retirada do apoio do tristemente famoso deputado e pastor Feliciano, dono de uma retórica escandalosa que em 2013 provocou repúdio de vários setores da juventude e da consciência democrática do país – mas foi confortado por Marina, que na época enxergou “preconceito” nas críticas ao parlamentar.
    Não foi o primeiro caso e é parte da personagem “Marina Silva” que se apresenta na campanha. A aura de predestinada pressupõe uma concorrente acima dos homens e das mulheres, das classes e dos interesses. A dificuldade é que essa postura tem pouco a ver com a realidade do país e com a história de resistência dos brasileiros.
    Apresentando-se como destino final da história, Marina Silva incluiu a herdeira do Itau, Neca Setubal, e Chico Mendes no mesmo universo da “elite brasileira.” Ao praticar uma sociologia eleitoreira, que ajuda a passar uma borracha em diferenças e contradições fundamentais em proveito de uma mistificação, recebeu o repúdio dos dirigentes do Sindicato de Xapuri, no Acre, que Chico Mendes fundou.
    É uma reação compreensível, já que a cooptação póstuma de Chico Mendes para o mundo dos banqueiros e grã-finos é particularmente grotesca.
    Ao contrário do que acontece com a campanha de Marina, de aberta ambição privatizante, a luta dos seringueiros do Acre tinha uma vocação oposta. Nasceu da resistência dos trabalhadores aos programas de privatização das florestas, promovidas pelos governos estaduais, que leiloavam lotes de terra a fazendeiros e investidores. Mobilizados para defender seus campos de trabalho, os seringueiros enfrentavam tropas de jagunços e operações militares. Protegendo um sistema de propriedade comunitária, seu movimento nada tinha de privatizante, mas era tecnicamente anti-capitalista. Que diferença, não?

    Até hoje os colegas de governo Lula não conseguem conter o riso quando recordam o depoimento de Marina Silva no Jornal Nacional. Questionada pela nomeação de um candidato a vice presidente que fez campanha aberta pela liberação dos transgênicos, Marina reescreveu a própria história. Disse que nunca foi contra os transgênicos. Apenas gostaria de um sistema que permitisse o convívio da soja transgênica com a soja natural.
    “Ela simplesmente ameaçou pedir demissão do cargo,” recorda um ministro que seguiu o debate de perto. Um alto funcionário do ministério do Meio Ambiente recorda que aliados de Marina chegaram a homenagear a ministra com flores — uma forma de marcar publicamente seu descontentamento.
    A Medida Provisória que liberava os transgênicos não proibia a soja natural — apenas autorizava o plantio e comercialização da versão modificada genéticamente. Com sua declaração, a candidata perdeu uma excelente oportunidade para reconhecer perante os brasileiros a quem pede seu voto que errou ao combater os transgênicos –ou que foi incoerente ao aceitar um vice que nunca escondeu que fazia campanha por eles e até recebeu apoio financeiro do setor interessado. Preferiu investir em seu personagem Mas não foi só. A mesma MP, que tratava de biossegurança de forma geral, foi alvo de Marina por outra razão: autorizava pesquisas com células-tronco, que ela condenava. A ironia, no caso, é que as pesquisas tinham apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia, cujo titular era Eduardo Campos, titular da chapa presidencial do PSB até a tragédia do Cessna.
    O Valor Econômico de hoje registra que o mercado financeiro está abandonando Aécio Neves para apoiar Marina e explica: “o sonho de dez entre dez integrantes do mercado financeiro é ver a derrota da candidata do PT.”
    Num esforço para não decepcionar nenhum dos dez entre dez, o programa de Marina Silva não faz menção a uma das grandes conquistas dos trabalhadores no governo Lula-Dilma — a legislação que garante reajustes automáticos do salário mínimo, sem necessidade de se promover conchavos anuais no Congresso em nas semanas anteriores ao 1. de maio. Com isso, deixa a porta aberta para que
    Outra ponto do programa vem dos bancos privados mas este já foi atendida e, a julgar pela desenvoltura da coordenadora do programa de governo Neca Setubal, herdeira do Itaú, não deve cair nem com um milhão de tuites.
    O programa de governo defende a ampliação da participação dos bancos privados no mercado de crédito, diminuindo a participação dos estatais. É coerente com a ideologia privatizante de Marina. Também é prejudicial do ponto de vista do consumidor.
    Os bancos privados perderam terreno no mercado de crédito, depois da crise de 2008, porque se recusaram a competir pelos clientes. Mantiveram seus juros nas alturas, mesmo depois que o Banco Central trouxe a taxa Selic para índices compatíveis com aquele momento econômico. O Banco do Brasil e a Caixa só cresceram, a partir de então, porque resgataram clientes que o setor privado decidira abandonar, ameaçando quebrar empresas pela falta de capital de giro e empréstimos que costumavam ser renovados automaticamente.
    Atendendo a determinação de Lula — uma imperdoável intervenção aparelhista do Estado petista, certo? — os bancos privados se afastaram da política de mercado para atender ao interesse público.
    Essa é a questão.Quando fala em ampliar o espaço dos privados, o programa de governo esconde principal. O mercado de crédito funciona — ou deveria funcionar — sob regime de livre concorrência, onde cada um explora a fatia do mercado que conquistou. Nessa situação, a única forma de mudar a posição de uns e outros é obrigar os bancos que cobram menos a elevar seus juros, permitindo que as instituições que tem taxas maiores ganhem novos clientes.
    Em qualquer caso, é uma medida que, elevando o custo do dinheiro, contribui para esfriar ainda a economia, estimulando uma recessão de verdade. Para beneficiar bancos privados, prejudica-se o consumidor e o empresário.
    Alguma surpresa? Nenhuma.
    Proprietária de uma retórica de palavras fortes, Marina é fraca de conteúdo — situação típica de discursos estruturados mas vazios

    ​.​http://paulomoreiraleite.com/2014/08/30/candidata-dos-quatro-tuites/

     

  5. Marina pede que eleitores

    Marina pede que eleitores saiam de coque e internauta protesta contra despolitização: “Cadê as propostas?”

     

    Fonte: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/08/marina-pede-que-eleitores-saiam-de.html

    Política do coque

      O marketing de Marina exagerou na despolitização nas redes sociais. A campanha pediu, no Facebook, que os eleitores publiquem fotos com o cabelo preso em coque para demonstrar apoio à candidata. E o resto? “O penteado usado por Marina é o look preferido de muita gente”, diz a publicação do comitê. Alguns eleitores reclamaram. “Cadê as propostas?”, questionou a goiana Sara Andrade. A reclamação foi apoiada por outros 200 internautas.(Da coluna Painel da Folha)

  6. Davi X Golias? ou como os nanicos incomodam!

    Em: http://blog.topmark.com.br/cocacola-declara-guerra-fabricante-de-refrigerante-de-franca-em-sp/

    Coca-Cola declara guerra a fabricante de refrigerante de Franca, em SP

    Postado por Diogo Boos (Marcas e Patentes) – 22/08/201

    fors cola life

    Empresa paulista acusa gigante multinacional do mercado de bebidas de querer reserva de mercado

    fors cola life

    Para multinacional, fabricante paulista viola prioridade da cor utilizada pela Coca-Cola Life

    A Fors, fabricante de refrigerante de Franca, em São Paulo, vai encarar a gigante Coca-Cola na justiça. A multinacional entrou com um processo contra a empresa paulista pelo uso da cor verde no rótulo da Fors Cola Life, novo refrigerante lançado pela marca nacional – e distribuído somente na cidade de Franca.

    Para Antonio Carlos Franchini Filho, conhecido como Kakalo, diretor da fábrica de Franca, a Coca-Cola quer fazer uma reserva de mercado. “Isso é ilegal em nosso País”, diz. Os representantes da empresa alegam não conhecer a Coca-Cola Life, distribuída no mercado Argentino.

    Questionada pelo iG, a The Coca-Cola Company “confirma a ação contra a Frankini Indústria e Comércio Ltda, a fim de cessar uso o indevido de suas marcas na comercialização do refrigerante Fors Cola Life. A empresa considera que, na embalagem deste produto, há uma clara reprodução da marca e do trade dress do refrigerante Coca-Cola Life, que é de sua propriedade.”

    Fonte: IG

     

  7. Um mito e algumas verdades

    Um mito e algumas verdades sobre os tributos no Brasil

    Publicado em 29 de agosto de 2014 por 28Share2.42kShareShareShare"O contador e sua mulher", de Marinus van Reymerswaele, 1539

    “O contador e sua mulher”, de Marinus van Reymerswaele, 1539

    Debate questiona crença segundo a qual carga tributária brasileira é “altíssima”. Problema real é outro: ricos e poderosos pagam pouquíssimo; somos o país dos impostos injustos

    Por Antonio Martins

    Ao longo do processo eleitoral deste ano, um mito voltará a bloquear o debate sobre a construção de uma sociedade mais justa. Todas as vezes em que se lançar à mesa uma proposta de políticas públicas avançadas, demandando redistribuição de riquezas, algum “especialista” objetará: “não há recursos para isso no Orçamento; seria preciso elevar ainda mais a carga tributária”. A ideia será, então, esquecida, porque a sociedade brasileira está subjugada por um tabu: afirma-se que somos “o país com impostos mais altos do mundo”. Sustenta-se que criar novos tributos é oprimir a sociedade. Impede-se, deste modo, que avancemos para uma Reforma Tributária.

    A partir das 10h desta sexta-feira (29/8), três conhecedores profundos do sistema de impostos no Brasil enfrentaram este mito, num debate transmitido por webTV (acesse aqui). O auditor da Receita Federal Paulo Gil Introini, ex-presidente do sindicato nacional da categoria e os economista Jorge Mattoso e Evilásio Salvadorargumentaram, com base em muitos dados, que o problema da carga tributária brasileira não está em ser “a mais alta do mundo” (uma grossa mentira), mas em estar, seguramente, entre as mais injustas do planeta. Os grandes grupos econômicos e os mais ricos usam seu poder político para criar leis que os isentam de impostos — despejados sobre as costas dos assalariados e da classe média. A mídia comercial esconde esta realidade, para que nada mude. No debate, organizado em conjunto pelaCampanha TTF Brasil e Fundação Perseu Abramo, emergiram alguns fatos muito relevantes, porém pouquíssimo conhecidos.

     

    > A carga tributária brasileira não é a “mais alta do mundo”, mas a 32ª (entre 178 países). O cálculo é de um estudo comparativo da Fundação Heritage, um thinktank norte-americano conservador — mas com algum compromisso com a realidade.

    > A carga tributária subiu consideravelmente, de fato, entre 1991 e 2011. Passou de 27% do PIB para 35,1%. Porém, a parte deste aumento de arrecadação foi consumido no pagamento de juros pelo Estado — quase sempre, para grandes grupos econômicos. A taxa Selic subiu para até 40% ao ano nas duas crises cambiais que o país viveu sob o governo FHC. O aumento do gasto social (de 11,24% do PIB para 15,24%, no período), que ocorreu de fato, a partir de 2002, consumiu apenas parte do aumento da receita.

    > O poder econômico usa uma série de expedientes para livrar-se de impostos. O principal é a estrutura tributária brasileira. Ela foi cuidadosamente construída para basear-se em impostos indiretos (os que incidem sobre preços de produtos e serviços) e reduzir ao máximo os impostos diretos. Há duas vantagens, para as elites, nesta escolha. a)Impostos indiretos são, por natureza, regressivos. A alíquota de ICMS que um bilionário paga sobre um tubo de pasta de dentes, uma geladeira ou a conta de luz é idêntica à de um favelado; b) Além disso, assalariados e classe média consomem quase tudo o que ganham — por isso, pagam impostos indiretos sobre toda sua renda. Já os endinheiradosentesouram a maior parte de seus rendimentos, fugindo dos tributos pagos pelo conjunto da sociedade.

    > Esta primeira distorção cria um cenário quase surreal de injustiça tributária. Um estudo do IPEA (veja principalmente o gráfico 2, à página 6) revela que quanto mais alto está o contribuinte, na pirâmide de concentração de renda, menos ele compromete, de sua renda, com impostos. Por exemplo: os 10% mais pobres contribuem para o Tesouro com 32% de seus rendimentos; enquanto isso, os 10% mais ricos, contribuem com apenas 21%…

    > Basear a estrutura tributária em tributos indiretos é uma particularidade brasileira, que atende aos interesses dos mais ricos. Aqui os Impostos sobre a Renda respondem por apenas 13,26% da carga tributária. Nos países capitalistas mais desenvolvidos, membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os impostos diretos correspondem a 2/3 do total dos tributos.

    > Além disso, e sempre em favor dos mais poderosos, o Brasil praticamente renuncia a arrecadar impostos sobre o patrimônio. Aqui, os tributos que incidem diretamente sobre a propriedade equivalem apenas a 1,31% do PIB. Este percentual chega a 10% no Canadá, 10,3% no Japão, 11,8% na Coreia do Sul e 12,5% nos Estados Unidos…

    > Ainda mais privilegiados são setores específicos das elites. O Imposto Territorial Rural (ITR), que incide sobre a propriedade de terra, arrecada o equivalente a apenas 0,01% do PIB. A renúncia do Estado a receber tributos sobre os latifundiários provoca, todos os anos, perda de bilhões de reais — que poderiam assegurar, por exemplo, Saúde e Educação públicas de qualidade.

    Nos últimos treze anos o Brasil viveu um processo real — embora ainda muito tímido — de redistribuição de renda. Entre 1991 e 2002, o Coeficiente de Gini caiu de 0,593 para 0,526, depois de décadas de elevação (segundo este cálculo, quanto mais alto o índice, que vai de 0 a 1, maior a desigualdade). Ainda é muito pouco: segundo cálculos do Banco Mundial, em 2013 o país era o 13º mais desigual do mundo. Para continuar reduzindo a desigualdade, uma Reforma Tributária é instrumento essencial. Não é por outro motivo que as elites insistem em manter este conservar este tema como tabu.

    http://outraspalavras.net/blog/2014/08/29/um-mito-e-algumas-verdades-sobre-os-tributos-no-brasil/

     

  8. Sexta, 29 de agosto de 2014

    País pode estar perto de recessão moderada, diz Conceição Tavares

    A economista Maria da Conceição Tavares, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem mostrado preocupação com o pensamento econômico de maneira geral. Uma crise de ideias dada pela perda das utopias, como ela tem reforçado. Em um dos seus artigos mais recentes, publicado este ano na “Insight Inteligência”, ela chamou o momento atual de “era das distopias”, quando se perde inclusive a ousadia no pensar.

    A entrevsita é de Vanessa Jurgenfeld, publicada pelo jornal Valor, 29-08-2014.

    Para a ex-deputada federal pelo PT, além da crise de ideias, o Brasil enfrenta uma crise da indústria, que precisa ser revertida. Apesar de achar que o país pode não crescer neste ano, Conceição diz que, se houver uma recessão, ela será moderada.

    Eis a entrevista.

    Em um dos seus textos mais recentes, “A era das distopias”, a sra. diz que não gosta de dar entrevistas porque não quer engrossar o coro de lamentações dos intelectuais. A sra. falava de uma crise do pensamento intelectual?

    Eu acho isso. Na verdade, não temos mais o pensamento utópico, por isso eu falei em distopia. Esse seminário [2º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado] foi uma tentativa de discutir um pensamento utópico porque foi uma tentativa de discutir desenvolvimento com democracia avançada. Isso [a distopia] inclusive impede, quando você fica ruim dessa maneira, que se veja o que aconteceu. Se você olhar esses últimos anos, do ponto de vista social, foram anos muito fecundos. Foi a primeira vez que se tentou de fato colocar o social na frente e subordinar o resto e não o contrário como se fazia, de colocar a economia na frente e o social no que sobrava. Mas nem essa parte o pessoal está conseguindo reconhecer. E agora, claro, quando ainda por cima aparecem problemas econômicos, como é o caso agora dessa conjuntura, daí então é que as cabeças começam a fundir mesmo.

    Neste artigo, a sra. afirma que a redução da desigualdade foi a única coisa que se pode dizer que o PT cumpriu…

    Esta foi uma das enormes conquistas, porque o pessoal não se dá conta de que ninguém nunca focou nas desigualdades. O nosso desenvolvimento era desigual por definição e todo mundo aceitava na maior tranquilidade que era isso mesmo. Nem a luta de classes era clássica, não tinha luta de classes entre os de baixo e os de cima, era entre os de cima só.

    A sra. escreveu que o mundo reformista está mal e que o mundo revolucionário também e que esse tipo de pensamento teria sumido.

    Praticamente. Não sobrou quase nada. Tanto que eu acho que nós somos uma das poucas experiências que ainda estão tentando ser reformistas. Mas assim mesmo é insuficiente. Imagina os outros países? É uma palavra fora do dicionário. Sobrou só o mundo neoliberal ou o mundo do capitalismo selvagem.

    Nesta análise, a sra. diz que as pessoas estão perdidas em termos políticos e econômicos.

    Não só as pessoas, mas as instituições. A imprensa, que é uma instituição, está completamente perdida e só faz aumentar a confusão reinante, os intelectuais propriamente ditos e a universidade também não têm proposta maior. Isso obviamente não é característica de um país num período emergente. Ao contrário. Essas são características de um país em crise. Mas eu não acho que a crise seja tão profunda quanto o imaginário das pessoas está fazendo sobre. Estou moderadamente otimista sobre o futuro do Brasil porque sou meio materialista-histórica neste sentido. O Brasil é um negócio que está maduro já para avançar e tem avançado em certas coisas. Mas, se isso não é percebido pelos principais agentes sociais, a sociedade fica meio paralisada.

    A sra. considera que o país vive uma crise do setor industrial, de qual magnitude?

    Acho que estamos vivendo uma crise no setor industrial, sim. Aliás, esta é praticamente a única crise que está à vista. Porque não está à vista nenhuma crise no agrobusiness nem uma crise maior nos serviços. Além de haver problemas em algumas certas infraestruturas, o que é visível. E eu estou falando em crise porque vai além daquilo que está ocorrendo no mundo.

    Poderia explicar melhor?

    No mundo está ocorrendo um processo geral de desindustrialização no sentido de que a participação da indústria no valor agregado do Produto Interno Bruto (PIB) diminui, ao contrário de serviços. E isso é geral. Mas estou dizendo que além disso, que é um fenômeno praticamente estatístico e que os países desenvolvidos já tinham entrado nesta etapa há muito tempo, tem o problema que a própria indústria que está aí não está resistindo à concorrência vinda sobretudo da China. E, por outro lado, a crise internacional dos mercados para onde nós habitualmente exportávamos virou uma certa complexidade e bateu na indústria. Como a verdade é que é quase impossível concorrer com chineses nessas condições em que estamos – e isso para quase todo mundo, não só para nós -, o coeficiente de penetração de importações na indústria aumentou muitíssimo e o grau de desnacionalização consequentemente também.

    E o que se deve fazer para revitalizar a indústria?

     

    Pode perguntar, mas eu acho difícil, porque você tinha que ter um grau de intervenção maior no comércio exterior e que o Brasil não tem nenhuma tradição de ter. Não é só a política cambial que dá problema – e ela dá também -, mas é que como você está com a taxa de juros alta, aparentemente para combater a inflação, o câmbio obviamente aprecia. Com o câmbio apreciado, não há indústria que aguente, quem dirá a nossa. Mas não é só isso. Eu acho que teriam que ser boladas algumas maneiras de furar a coisa antiprotecionista do liberalismo porque o liberalismo econômico não supõe que você possa proteger nada. Acho que precisava dar uma proteção a essa indústria fazendo uma certa regulação das importações.

    É possível esse tipo de mudança neste momento?

    Não há pacto político tampouco porque o capital financeiro está ligado ao capital industrial. Na verdade, a indústria está assim porque parte do seu sócio menor [o capital financeiro] está virando sócio maior. E o rentismo está predominando na economia brasileira. Não só na economia brasileira, isso é um problema mundial.

    A sra. se refere ao fato de que não se vê muitos empresários em defesa de questões tradicionais como juros mais baixos para a melhora da produção, nem câmbio desvalorizado, por exemplo?

    Não tenho visto eles pedirem protecionismo. Tenho visto eles pedirem favores.

    A sra. considera que há alguns setores débeis na economia. Quais são esses setores e o que se deve fazer com eles?

    Isso só com um diagnóstico mais apurado. Imagino que os tradicionais estejam mal: têxtil, calçados, todos que são bens de consumo de massa. Creio que não estão em muito boa situação pela concorrência maior no mercado internacional. Esses setores requereriam uma proteção mais intensa.

    Deve-se ajudá-los e não deixá-los sob o risco de desaparecerem?

    Não tem que desaparecer setor algum. E teria também que melhorar a produtividade não baixando salários, como o pessoal está propondo, que é um absurdo. Tem que melhorar a produtividade com introdução de inovação tecnológica. Também somos um país muito pouco inovador. A inovação tecnológica nossa é de 1,2% do PIB. Teria que ir subindo, mas não existe um patamar pré-determinado. Falo de introdução de tecnologia em setores já existentes, para melhorar suas eficiências. Não precisa trazer nenhum novo setor. Temos todos os setores aqui. A indústria brasileira é madura. Não falta setor, mas boa parte ficou velha, precocemente madura.

    Alguns economistas não consideram que a indústria seja tão fundamental para a economia brasileira, com avanço do agronegócio e do setor de serviços. A indústria continua sendo carro-chefe para o desenvolvimento?

    Carro-chefe ela não é de jeito nenhum no momento. Se fosse carro-chefe, não estávamos arrombados. Pelo lado da indústria, [a economia] não vai. Não é o carro-chefe, mas ela continua sendo a espinha vertebral, digamos. Por exemplo, tem o agrobusiness, tem. Mas a indústria é fundamental porque a agroindústria tem uma base industrial também, não é só uma base agrícola. No setor de serviços – e isso é importante – de qualquer maneira todos eles [os serviços] passam por um apoio industrial. A única coisa que eu estou otimista é que os novos [investimentos], tanto o do pré-sal quanto de parte do agronegócio, estão requerendo efeitos para trás em cadeia que vão revigorar a indústria. Então, estou mais otimista a médio prazo, mais por força da maturação de outros setores que têm demanda derivada sobre a indústria. E isso tem a ver com proteção. Por exemplo, em plataformas de petróleo era tudo importado. Não tinha nada produzido aqui e agora está sendo quase tudo produzido aqui, menos equipamentos elétricos com mais sofisticação. Mas teve impacto enorme sobre a indústria naval, que tinha quase acabado.

    Em relação aos investimentos em infraestrutura, que avaliação a sra. faz?

    O investimento em infraestrutura também tem que aumentar, inclusive para compensar um pouco o fato de que há um ciclo de consumo que está se esgotando. Tem que acelerar, sobretudo os urbanos. Os ferroviários-urbanos, os ferroviários de um modo geral, estão um pouco atrasados, e os de água e saneamento, que são fundamentais para uma nova civilização. Você não pode dar apenas consumo às massas nem apenas emprego. Tem que dar condições de salubridade mínima.

    A sra. acha que essa crise da indústria é um dos grandes desafios do novo eleito à presidência?

    Creio que não, porque ninguém está chiando. Sem a pressão, acho difícil haver mudanças. Quem teria que estar chiando são os empresários, os quais estão pedindo favores. Estão pedindo isenções, não estão pedindo proteção. A gente vê que neste último semestre a demanda por projetos no BNDES caiu, não está mais tão alta como estava. Há uma desaceleração mesmo da taxa de investimento.

    A sra. entende que a economia brasileira está em recessão?

    A gente pode estar perto de uma recessão. Se bobear, se não fizer alguma coisa para sair disso, podemos estar perto de uma recessão. Mas acho que seria uma recessão moderada. Eu insisto que, como você tem uma base de consumo mínima pelas próprias políticas sociais, isso por si só já garante uma base de sustentação, então, nunca vai ser uma recessão forte. E, por outro lado, estamos digerindo a crise externa relativamente bem. Mas a economia está desacelerando. Este ano, provavelmente, não vamos crescer nada.

    Quão grave seria isso?

    Desde que não atinja o emprego e o salário não é muito grave para os pobres, digamos. É grave para os ricos, que vivem do investimento. Mas essa triangulação do capital financeiro com a agroindústria e com a indústria propriamente dita é muito ruim porque a gente nunca pode dizer se eles não preferem uma taxa de juros alta para fazer rentismo em vez de crescimento. Sendo assim, fica difícil dizer quem são os elementos da classe dominante.

    A sra. considera que é importante mudar a política macroeconômica para recuperar a indústria?

    Não só a indústria, mas para recuperar a atividade de um modo geral. Para isso, você teria que baixar a taxa de juros para poder fazer minidesvalorizações do câmbio e isso pudesse tornar mais competitiva a indústria.

    Com a atual taxa de juros, a 11% ao ano, quem vai querer investir em infraestrutura?

    O público. O investimento público tem que crescer, fazendo um superávit fiscal menor. Eu defendo políticas anticíclicas, evidentemente. A essa altura, se você tem medo de uma recessão, tem que fazer política anticíclica e não pró-cíclica.

    O que o Banco Central está fazendo agora a sra. consideraria uma política pró-cíclica?

    No momento, ele não está fazendo nada. Ele está parado em cima da taxa de juro tal como ela está. Ele fez pró-cíclica antes, há alguns meses, sob pretexto de combater a inflação, mas depois ele achou que a inflação estava cedendo devagarinho, mas estava cedendo, e agora está sentado em cima. Provavelmente, está esperando que a inflação baixe mais um pouco para baixar a taxa de juros.

    Agora era hora de uma medida anticíclica?

    Que precisam ser tomadas medidas anticíclicas não há a menor dúvida. Faz poucos meses que a conjuntura mudou e piorou. Mas não sei se dá para esperar mais ou não. A conjuntura mudou no último semestre, não estava ruim. Ao contrário. Estávamos crescendo 2,4% per capita ao ano durante uma década. Foi uma década de crescimento bom, satisfatório. Não aquele crescimento dos anos 1970, de 7%. Isso aí pode esquecer que não vai ter mais. A própria China teve que reduzir a taxa de crescimento dela pela metade com a crise internacional. Com a conjuntura internacional como está, não dá para crescer aloprado, mas dá para crescer bem, tipo 3% ou 4%.

    Crescer a 7% não dá mais para o Brasil?

    Não, isso já passou. Aquilo era a etapa da instalação da indústria. Agora já está instalada.

    A sra. participou de um Congresso que lembrou os dez anos da morte de Celso Furtado. Ele falava muito da importância do planejamento do país. Como a sra. vê isso hoje no Brasil?

    Está mal. Só estamos fazendo planejamento na infraestrutura e nem assim mesmo não está funcionando muito bem. Mas não creio que os programas de aceleração do crescimento tenham realmente acelerado o crescimento. Eles estão meio pasmados. Mas planejamento no sentido histórico não tem havido. Tem havido as linhas estratégicas da ação. Linhas básicas. Mas planejamento propriamente dito não. Quem faz o planejamento são as empresas públicas grandes. A Petrobras faz. A infraestrutura de um modo geral é toda planejada senão você não consegue avançar, mas, fora isso, planejamento no sentido mais conceitual, mais utópico a la Furtado, não vejo mais. E acho que nosso Ministério do Planejamento, por exemplo, está praticamente acabado. Foi liquidado.

    Entre outros aspectos, algo que preocupava Furtado era a tendência da economia brasileira ao subemprego. A sra. acha que isso ainda está presente?

    Não há nenhuma tendência ao subemprego. Ao contrário. Essa tendência é que a gente reverteu. A única coisa que dá para aplaudir esse governo é que reverteu a tendência ao subemprego, aumentou a tendência ao emprego de carteiras assinadas, fez política de salário mínimo adequada, de crescimento dos salários baixos, e estendeu a previdência social a setores que não tinham cobertura.

    Sobre a baixa penetração do progresso técnico que Furtado destacava, qual a avaliação da sra.?

    Isso vai bem devagar. Ocorre basicamente só no setor de infraestrutura e do agrobusiness. O setor de petróleo é uma fonte de progresso técnico e a Embrapa [empresa brasileira de pesquisa agrícola] também. A produtividade fantástica do agrobusiness brasileiro não é apenas porque a terra do Brasil é boa. Tem pesquisa dura para este setor com a Embrapa. Esses dois setores foram bem. Tanto foram bem que estão dando resultados. Mas os instrumentos tradicionais, de usar a Finep, e o BNDES, para programa de investimento não foram muito bem. O BNDES está financiamento mais agrobusiness do que propriamente a indústria.

    Está certo o BNDES financiar mais o agronegócio do que a indústria?

    Não tem demanda para projetos industriais. Se os empresários não querem investir, fica difícil. Não dá para estatizar a economia inteira. Se não tem demanda para indústria, ele [o BNDES] vai para aquilo que tem demanda. Senão vai parar o investimento completamente. Não está errado. O que está errado são os nossos empresários. Mas eu insisto que, se o fenômeno for tão profundo quanto o fato que eles [empresários do setor produtivo] se fundiram com o capital financeiro, aí realmente não tenho nenhuma resposta do que se faça. Não vou dizer que se faça uma revolução, que parece completamente desproporcional.

  9. TORCEDORA RACISTA DO GRÊMIO É AFASTADA DO TRABALHO

    Hoje em dia é preciso todo o cuidado ao se manifestar sobre as coisas da vida, pois as redes sociais estão aí revelando o que temos de melhor e de pior. O lado bom disto é ter a certeza que exibindo bons princípios de vida e caráter, dificilmente a pessoa vai passar pelo constrangimento que essa idiota racista está passando. Ela e outros têm que aprender que gente de bem atrai amigos, inclusive nas redes sociais, gente sem caráter atrai o escárnio, a reação violenta, os falsos amigos. 
    Apenas acho que há que se ter cuidado para não exagerar nas “penas” e recriminações, pois a moça pode aprender, e o seu “delito” (digamos assim) foi grave, mas não capital (roubar, matar, etc.). É preciso evitar gerar uma catarse inquisitiva medieval em sentido contrário. Ela vai pagar e já está pagando por suas ações, então é preciso torcer para que ela aprenda, pois se o racismo já é uma espécie de linchamento prévio, não creio que possamos combate-lo com outros linchamentos. Um abraço.

     

    TORCEDORA RACISTA DO GRÊMIO É AFASTADA DO TRABALHO

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    “Era uma funcionária competente, mas a postura pessoal que ela assumiu vai totalmente contra os nossos princípios de trabalho. É um fato profundamente lamentável”, disse o major Régis Reche, chefe do Centro Médico Odontológico da Brigada Militar, onde trabalhava Patrícia Moreira, flagrada pelas câmeras chamando o goleiro do Santos, Aranha, de “macaco” no jogo de ontem; nesta sexta-feira, o árbitro da partida incluiu o episódio na súmula, o que pode resultar em punição para o clube.

    247 – A torcedora do Grêmio que foi flagrada pelas câmeras chamando o goleiro do Santos, Aranha, de “macaco” foi afastada do emprego nesta sexta-feira 29. A jovem Patrícia Moreira foi apenas uma das dezenas de torcedores que ofenderam o jogador com comentários racistas no jogo entre Grêmio e Santos na Arena, na noite desta quinta-feira, mas uma imagem pôde identificar claramente seu rosto.

    “Conversei com o diretor da empresa, mas não consegui contato com ela. Era uma funcionária competente, mas a postura pessoal que ela assumiu vai totalmente contra os nossos princípios de trabalho. É um fato profundamente lamentável”, disse ao jornal Zero Hora o major Régis Reche, chefe do Centro Médico Odontológico da Brigada Militar onde trabalhava Patrícia, como auxiliar de saúde bucal.

    O episódio pode agora resultar em punição para o Grêmio, uma vez que o árbitro da partida, Wilton Pereira, incluiu nesta sexta-feira os atos de racismo na súmula do jogo, que será atualizada no site da CBF. Na primeira versão, o fato não foi relatado. De acordo com o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmitt, “o clube poderá responder por infração ao inciso do artigo 243-G do CBJD”.

     

    Caso a procuradoria do STJD denuncie o clube, ele seria enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD): “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A punição pode envolver perdas de mandos de jogo ou mesmo a exclusão da Copa do Brasil. 

    http://www.brasil247.com/+1wi1w

  10.  Falta de água é culpa do

     

    Falta de água é culpa do governo de SP, afirma relatora da ONU

    31/08/2014 por Folha de S. Paulo Online

    Relatora das Nações Unidas para a questão da água, a portuguesa Catarina de Albuquerque, 44, afirma que a grave crise hídrica em São Paulo é de responsabilidade do governo do Estado. “E não sou a única a achar isso.”

    Ela visitou o Brasil em dezembro de 2013, a convite do governo federal.

    De volta ao país, ela falou com a Folha na semana passada em Campinas, após participar de um debate sobre a crise da água em São Paulo.

    Eduardo Anizelli/FolhapressRelatora das Nações Unidas para a questão da água, Catarina de AlbuquerqueRelatora das Nações Unidas para a questão da água, Catarina de Albuquerque

    A gestão Geraldo Alckmin (PSDB) nega que faltem investimentos e atribui a crise à falta de chuvas nos últimos meses, que classifica como “excepcional” e “inimaginável”.

    A seguir, trechos da entrevista à Folha.

    *

    Folha – Que lições devemos tirar desta crise?
    Catarina de Albuquerque – Temos de nos planejar em tempos de abundância para os tempos de escassez. E olhar para a água como um bem precioso e escasso, indispensável à sobrevivência humana.
    Em Singapura, no Japão e na Suíça, a água do esgoto, tratada, é misturada à água comum. É de excelente qualidade. Temos de olhar o esgoto como recurso.

    No caso de São Paulo, acha que faltou ao governo do Estado adotar medidas e fazer os investimentos necessários?
    Acho que sim, e não sou a única. Já falei com vários especialistas aqui no Brasil que dizem exatamente isso. Admito que uma parte da gravidade poderia não ser previsível, mas a seca, em si, era. Tinha de ter combatido as perdas de água. É inconcebível que estejam quase em 40%.

    A água deveria ser mais cara? Há modelos de cobrança mais adequados do que o atual?
    A prioridade tem de ser as pessoas. Quem usa a água para outros fins tem mais poder que os mais pobres, que têm de ter esse direito garantido.

    Em muitos países, a água é mais cara para a indústria, a agricultura e o turismo, por exemplo. Deveria haver também um aumento exponencial do preço em relação ao consumo, para garantir que quem consome mais pague muitíssimo mais.

    Que exemplos poderiam inspirar os governos?
    Os EUA multam quem lava o carro em tempos de seca; a Austrália diz aos agricultores que não há água para todos em situações de emergência; e no Japão há sistemas de canalização paralela para reutilizar a água.

    Qual é a importância de grandes obras como a transposição do rio São Francisco ou o sistema Cantareira?
    Por várias razões, há uma atração pelas megaobras nos investimentos feitos em água e esgoto, não só no Brasil. Mas elas, muitas vezes, não beneficiam as pessoas que mais precisam de ajuda. Para isso são necessárias intervenções de pequena escala, que são menos “sexy” de anunciar.

     

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  11. Incrível! Fantático!

    Incrível! Fantático! Extraordinário!

    É o show da Folha!

     

     

     

     

     

     

     

     

    Maricler Mendes, o ex-marido, Ubiraci, e os filhos veem TV a cabo, que deve ser cortada

    Aos preços altos se soma a situação de Maricler, secretária-executiva que perdeu o emprego há poucos dias. Ela começou a controlar ainda mais os gastos e não quer assumir compromissos de longo prazo.

    As mudanças nos hábitos de Maricler refletem a tendência de queda do consumo das famílias.

    Item de maior peso no PIB (Produto Interno Bruto) do país, o consumo cresceu apenas 0,3% no segundo trimestre deste ano, depois de ter encolhido 0,2% nos três meses anteriores.

    EX-CONSUMISTA

    Maricler, que se considerava “consumista” há dois anos, hoje se diz racional. Depois que foi demitida, passou a cortar as idas ao cinema.

    O carro fica na garagem ou estacionado em frente ao metrô, que usa para ir às entrevistas de emprego.

    A TV a cabo, usada pelos filhos de 8 e 13 anos, pode ser cancelada em breve. Para ela, o lazer é o primeiro item a riscar das contas, enquanto a alimentação sofre menos.

    “Continuo comprando porque preciso comprar. Não vou ficar com um bife de terceira. Gostaria de manter a qualidade.”

    Apesar de resguardar essa parte dos gastos, diminuiu itens que considera supérfluos, como iogurtes.

    A alta nos preços é, normalmente, um dos sinais claros de que a economia não vai bem. Aliada à alta de juros dos empréstimos e à dificuldade de conseguir crédito, ela torna o consumidor menos disposto a gastar.

    EMPREGO

    A insegurança sobre a manutenção do emprego tem papel importante na redução das compras.

    Com 11 anos como secretária-executiva em uma multinacional, Maricler não pensava que a reestruturação da empresa passaria por corte de vagas. Após a demissão, começou a ver que outros setores enxugam postos.

    “[A demissão] abalou a estrutura, pegou muita gente desprevenida. Agora é redução pura de contas.”

    Para ela e Ubiraci, a situação da economia só ficará mais clara no ano que vem, passadas as eleições.

    A reportagem pergunta se pensam em trocar de carro. “Claro que não”, respondem os dois. “Nem se for usado”.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  12. The Wall Street Journal se

    The Wall Street Journal se rende à Realidade do Petróleo no Brasil

    Posted on31/08/2014by

    Plataforma para Exploração do Petróleo em Águas Profundas

    Luciana Magalhães (WSJ, 08/08/14) lembra que, quando a Petrobras revelou a maior descoberta de reservas de petróleo da sua história, em 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva brincou que a descoberta havia provado que Deus é brasileiro.

    Novos dados de produção estão levando muitos na indústria a compartilhar esse otimismo. Segundo a Petrobras, os campos do pré-sal estão produzindo mais de 500.000 barris de petróleo por dia, cerca de três vezes mais que em 2012, e já representam perto de 25% da produção total da empresa, de dois milhões de barris por dia.

    É um crescimento rápido para a Petrobras em uma das regiões petrolíferas mais desafiadoras do mundo. Os depósitos se encontram a cerca de 320 quilômetros longe da costa sudeste do Brasil, enterrados no solo oceânico sob uma grossa camada de sal, o que dá nome aos campos.

    “Em termos de produtividade e da velocidade com que a Petrobras saiu de uma produção zero para 500.000 barris por dia é [algo] meio sem precedentes“, diz Ruaraidh Montgomery, analista da firma de pesquisa Wood Mackenzie.

    Os ganhos de produção nos campos do pré-sal são extremamente necessários para compensar a queda de desempenho dos campos mais antigos da Petrobras. A produção total da empresa caiu de 1,98 milhão de barris equivalentes de petróleo por dia em 2012 para 1,93 milhão no ano passado. Em 2014, com o pré-sal, a produção total aumentou. Em junho, foi de 2,008 milhões de barris diários.

    Com o pré-sal, o Brasil pretende ser um dos cinco principais produtores de petróleo do mundo até 2020, quando a produção deve chegar a quatro milhões de barris por dia. Mas, para atingir essa meta ambiciosa, a Petrobras terá que superar desafios financeiros, técnicos e políticos.

    A lucratividade da empresa foi esmagada pelo governo brasileiro, que forçou a Petrobras a vender gasolina importada a um preço abaixo do custo para combater a inflação.

    Ela também fez muitos empréstimos para financiar a exploração e o desenvolvimento dessas reservas, transformando-se na petrolífera mais endividada do mundo. A Petrobras estima gastar US$ 102 bilhões na região do pré-sal até 2018. E outras dezenas de bilhões de dólares serão necessários para sua exploração total.

    O desafio é maior porque a Petrobras está praticamente sozinha nessa empreitada.

    As duras regras de partilha de produção do governo brasileiro exigem que a Petrobras seja o único operador de todos os projetos do pré-sal, com uma participação mínima de 30%. Esses termos afastaram a maioria das grandes petrolíferas globais [privadas norte-americanas; as francesas e chinesas se associaram à Petrobras]. No primeiro — e até agora único — leilão de campos do pré-sal, houve apenas uma oferta, de um consórcio liderado pela própria Petrobras.

    Os ganhos com o petróleo do pré-sal brasileiro estão indo de certa forma no caminho oposto ao dos gerados pelo boom do petróleo de xisto dos Estados Unidos. Nos EUA, a porta está aberta para todos. [?!] Os proprietários de terras aceitam receber royalties baixos, mas o resultado tem sido um aumento massivo na produção e na segurança energética americana.

    Ainda assim, não há dúvida que a descoberta do pré-sal remodelou a indústria de petróleo do Brasil. Agora, mais plataformas de exploração em águas profundas, navios de abastecimento e unidades de armazenamento flutuantes estão operando no país que em qualquer outro lugar no mundo, de acordo com a firma IHS.

    As duas principais bacias têm cerca de 50 bilhões de barris de petróleo recuperável. O maior campo atualmente em produção, o Lula, possui estimados oito bilhões de barris de petróleo — quase oito vezes mais que o maior campo do Golfo do México.

    Para chegar ao petróleo, a Petrobras investiu bilhões de dólares em pesquisa, novas tecnologias de imagem em 3-D, uma frota marítima potente e helicópteros maiores para levar funcionários e equipamentos até os campos. Novas técnicas de perfuração foram necessárias para atingir as reservas, que podem estar a até 6.000 metros abaixo da superfície do oceano. Só a camada de sal, que muda constantemente, pode ter 2.000 metros de espessura.

    Os buracos perfurados na camada de sal podem se fechar sozinhos, então um tipo especial de lama tem que ser usado para conservá-los abertos. O gás nos campos do pré-sal é muito corrosivo, o que torna necessário o uso de canos de aço especiais. “Ninguém no mundo produziu nessas condições”, diz Edmundo Marques, um ex-executivo da Petrobras que hoje é chefe de exploração da petrolífera Ouro Preto Oléo e Gás.

    O próximo desafio da Petrobras está em seus antigos poços de petróleo, onde a produção está caindo rapidamente. No campo de Roncador, o maior produtor do país, a produção passou de 395.000 barris diários em 2010 para atuais 256.200 barris. Isso tem gerado mais pressão para a Petrobras continuar suas atividades nos campos do pré-sal para que a empresa atinja suas metas de produção.

    “É uma corrida, já que os antigos gigantes estão em declínio”, diz Bob Fryklund, diretor de estratégias de exploração e produção de petróleo da IHS.

    “A Petrobras trabalha constantemente para compensar o declínio natural na produção de seus campos antigos“, disse uma porta-voz da Petrobras em uma nota. “A companhia está investindo muito em novos projetos e iniciando a operação de um grande número de sistemas de produção nas [áreas] do pré-sal e do pós-sal.”

     

  13. Repasse do Fundo Partidário referente a agosto ultrapassa R$ 30

    Repasse do Fundo Partidário referente a agosto ultrapassa R$ 30 milhões

    TSE

    http://www.tse.jus.br/noticias-tse/2014/Agosto/repasse-do-fundo-partidario-referente-a-agosto-ultrapassa-r-30-milhoes

     

    Os 32 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) receberam um total de R$ 30.368.366,96 do Fundo Partidário referente ao mês de agosto. Desse total, R$ 25.684.755,06 correspondem ao duodécimo e R$ 4.683.611,90 às multas arrecadadas no mês de julho. O relatório de ordens bancárias foi encaminhado ao Banco do Brasil na última segunda-feira (25).

    A legenda que recebeu o maior montante foi o Partido dos Trabalhadores (PT), com R$ 4.179.996,91. O segundo maior valor foi distribuído ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), que recebeu R$ 2.985.369,89, seguido pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que obteve R$ 2.824.264,61.

    Dos R$ 4.683.611,90 arrecadados com o pagamento de multas eleitorais no mês de julho, PT, PMDB e PSDB também foram os partidos que mais receberam, tendo sido distribuídos, respectivamente, os valores de R$ 762.221,92, R$ 544.381,83 e R$ 515.004,30.

    Vários partidos tiveram parte de suas cotas bloqueadas cautelarmente em favor do Partido Republicano da Ordem Social (PROS), até decisão final referente à Petição 76693, a ser analisada pela Justiça Eleitoral. O bloqueio totaliza R$ 520.013,37, sendo R$ 439.813,44 do Fundo Partidário e R$ 80.199,93 provenientes de multas.

    Acesse os valores repassados às legendas: duodécimos de agosto e multas de julho de 2014.

    O Fundo

    O Fundo Partidário é constituído por dotações orçamentárias da União, recursos financeiros destinados por lei, em caráter permanente ou eventual, e por doações de pessoa física ou jurídica efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário. Também é composto de dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por R$ 0,35, em valores de agosto de 1995.

    O artigo 5º da Lei dos Partidos Políticos (Lei n° 9.096/1995) determina que 95% dos valores do Fundo Partidário devem ser distribuídos para as legendas na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados. Os 5% restantes são divididos em partes iguais a todos os partidos que tenham seus estatutos registrados no TSE.

    Aplicação

    Segundo a Lei, as verbas do Fundo Partidário devem ser aplicadas na manutenção das sedes e serviços do partido – sendo permitido o pagamento de pessoal, até o limite máximo de 50% do total recebido –, na propaganda doutrinária e política, no alistamento e em campanhas eleitorais, na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política – sendo esta aplicação de, no mínimo, 20% do total recebido –, e na criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, observado o limite de 5% do total recebido.

    Prestação de contas

    Os órgãos de direção partidária devem discriminar na prestação de contas as despesas realizadas com os recursos do Fundo Partidário. A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar a aplicação, pelas legendas, dos recursos provenientes do Fundo.

    A aplicação incorreta dessas verbas pode acarretar à legenda a suspensão dos repasses de cotas do Fundo de um a 12 meses, dependendo da gravidade das irregularidades encontradas pela Justiça Eleitoral.

    MC/JP

  14. Brasil é centro de excelência na pesquisa da matemática avançada

    Brasil é centro de excelência na pesquisa da matemática avançada

    Agência Brasil

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-08/beto-4-brasil-e-centro-de-excelencia-na-pesquisa-da-matematica-avancada?SL_ClassKey=1

     

    Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

    Com a confirmação de sediar a Olimpíada Internacional de Matemática (IMO) em 2017 e o Congresso Internacional de Matemáticos (ICM) em 2018, o Brasil já é considerado um centro de excelência na pesquisa matemática mundial.

    Para o diretor-geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), César Camacho, a escolha do país para sediar esses eventos, assim como a medalha Fields concedida a Artur Ávila este mês, no ICM em Seul, são um reconhecimento da importância que o Brasil alcançou como produtor de matemática.

    “Esse prêmio é coerente com a maturidade que adquiriu a matemática brasileira, em particular aqui no Impa. Junto com o Artur Ávila estavam participando (no ICM em Seul) como conferencistas convidados quatro matemáticos brasileiros, os quatro do Impa. Um convite para fazer uma palestra num congresso desses é uma distinção muito grande e nunca aconteceu antes, é a primeira vez. É uma distinção também que dá uma ideia do desempenho que a instituição tem alcançado.”

    De acordo com Camacho, na classificação da União Matemática Internacional (IMU), o Brasil é considerado nota 4, numa escala que vai até 5 e analisa o número de pesquisadores e as contribuições do país para a ciência. Na América Latina, o Brasil é o mais bem colocado – os demais países recebem, no máximo, nota 2. Países como os Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra e a França têm nota 5.

    Outro projeto que está sendo desenvolvido pelo Impa, a pedido do Serviço Social da Indústria (Sesi), é o Museu da Matemática, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, com previsão de ser inaugurado em 2016. O espaço contará com uma exposição permanente e um local para exposições temporárias.

    “O papel do Impa tem sido convidar matemáticos do Brasil inteiro que tenham uma afinidade com esse tipo de questão, que trabalhem objetos que possam ser expostos. Essa exposição tem que ser algo que se aproxime do cidadão, do estudante, da dona de casa, uma coisa interessante, imediata, e que as aplicações [da matemática] fiquem evidentes. Isso não é qualquer matemático que faz”, destaca Camacho.

    Instituição com 62 anos, o Impa se dedica à pesquisa da matemática no seu nível mais elevado e à formação de pesquisadores, com os programas de pós-graduação. O diretor explica que a matemática pode ser divida em duas grandes áreas: pura e aplicada. A primeira se dedica ao desenvolvimento da ciência matemática em si.

    “Quando se fala em matemática pura, da profissão do matemático, ele não está preocupado com as aplicações da matemática. A matemática é um ser que tem uma vida própria, que vai se desenvolvendo com os processos lógicos, mentais, a partir da situação atual do que se conhece de matemática, obtendo novos resultados sobre a própria matemática. Hoje em dia ela evolui num grau de especialização extraordinária, são mais de 60 especialidades em matemática”.

    Já a segunda se dedica a aplicar os conhecimentos matemáticos para a resolução de questões. Como exemplo, Camacho cita os estudos sobre as secções do cone iniciados pelos gregos 400 anos antes de Cristo, que só foram ter utilidade 2 mil anos depois. “No século 17, Keppler estudando o movimento planetário, descobre que o movimento dos planetas são elipses, então ele tinha à disposição toda a matemática grega para estudar o movimento dos planetas. No mesmo século de Keppler, Galileu descobre que o movimento que um projétil faz quando é disparado é uma parábola. Então toda a matemática já preparada se ajusta para isso”.

    Ele cita também a questão do sigilo bancário, desenvolvido a partir dos números primos, a teoria de controle em matemática, que serve para desenhar programas de piloto automático nos aviões modernos, e a interpretação de fotografias de satélites, feita por análise matemática de computação gráfica, entre outros tantos exemplos. “Você pode se deparar no dia a dia com a matemática por todos os lados”, lembra o professor.

    Além da pesquisa e pós-graduação, o Impa também participa da organização da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e oferece programas de capacitação de professores do ensino médio.

    “A OBM é mais atinga, é para selecionar os estudantes que vão participar em competições internacionais. Essa atividade sempre foi muito elitista e extremamente seleta. Sem dúvida ela atende aos alunos melhor preparados e oferece um acesso mais rápido a um aprendizado em matemática, através do Impa. Agora, um acesso mais suave e atrativo para os alunos que não tem esse preparo mais avançado é oferecido pela Obmep, que tem uma participação muito ampla e já está trazendo ao Impa alunos de doutorado”.

    O Impa conta atualmente com 50 pesquisadores, sendo 19 estrangeiros, e 153 alunos de mestrado e doutorado, 40% vindos de outros países. No pós-doutorado, são 60 jovens pesquisadores, 60 estrangeiros. Em média são formados por ano 14 doutores e 20 mestres. Desde a fundação do instituto, foram formados 744 mestres e 401 doutores.

    Leia mais:

    Olimpíada melhora desempenho de estudantes de matemática

    Criatividade torna a matemática mais interessante, diz Artur Ávila

    Matemática: imaginação e disciplina ajudam na formação de líderes

     

  15. Israel prepara cortes no orçamento para pagar custos da guerra d

    Israel prepara cortes no orçamento para pagar custos da guerra de Gaza

    Esquerda.net

    http://www.esquerda.net/artigo/israel-prepara-cortes-no-orcamento-para-pagar-custos-da-guerra-de-gaza/33923

    Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anuncia cortes dos gastos do Estado para fazer face aos custos de 1900 milhões de euros na guerra da Gaza. A Educação deverá ser a mais atingida. Apenas a Defesa e a espionagem serão poupadas.

    Os 50 dias de agressão militar ao território ocupado de Gaza tiveram um alto custo calculado em 1.900 milhões de euros. Para o cobrir, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vai promover um corte na ordem dos 2% do orçamento de Estado deste ano. Segundo o diário britânico The Guardian, apenas a Defesa e o Shin Bet (espionagem) deverão ficar de fora destas medidas, enquanto os cortes maiores deverão atingir a educação.

    Críticas dentro do governo

    O ministro da Segurança Social, Meir Cohen, já saiu a público com críticas aos cortes de gastos, argumentando que não há gorduras para cortar no orçamento. “De quem vamos tirar? Dos que nada têm para pôr nas sandes para os filhos levarem para a escola?”, questionou.

    Já há estimativas de que a guerra pode ter custado ao país uma redução de 0,5% do crescimento do PIB. No segundo trimestre do ano, o PIB já começara a desacelerar,incluindo no setor de alta tecnologia e principalmente no Turismo.

    Do lado palestiniano, especialistas estimam que a reconstrução de Gaza pode demorar 20 anos e custar mais de 4.500 milhões de euros.

    Apesar das críticas, Netanyahu tem defendido a prioridade ao setor da Defesa. Mas as novas medidas de austeridade estão a provocar a queda dos índices de aprovação do primeiro-ministro.

     

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