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Lourdes Nassif
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As matérias para serem lidas e comentadas.

Lourdes Nassif

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  1. Nem Belzebu acredita

    Caso Duque: juíza diz que ônus da prova cabe ao acusado

    Publicado aqui mesmo, no blog do Nassif

     seg, 26/01/2015 – 14:06Atualizado em 26/01/2015 – 14:06 Jornal GGN – Depois de ser acusado em delação premiada de Paulo Roberto Costa, transformada a sua prisão temporária em preventiva em tentativa de coerção para depor, e não encontradas provas além da denúncia de Costa, Renato Duque deve provar que a delação não é verdadeira. Isso porque a Justiça Especial Criminal da Barra da Tijuca rejeitou a queixa-crime de Duque, em esforço de proteger a credibilidade do depoimento. Leia mais: Questionado, Sergio Moro estende prisões para conseguir informações De acordo com o jornal O Globo, que também endossa verdade ao depoimento, “na iminência da divulgação da lista de políticos citados no escândalo, os advogados temem que personagens envolvidos tentem desacreditá-los”. A afirmação é aplicada, ainda que não confirmado o efetivo envolvimento do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. O que teria embasado a decisão da juíza Simone Cavalieri é que acordos de delação premiada podem ser rescindidos se comprovado que o delator mentiu ou omitiu, perdendo automaticamente os benefícios do acordo com o MPF e a PF. “Não basta a imputação de fato definido como crime; é necessário que essa imputação seja falsa, mentirosa”, afirmou, em seu despacho.  E para essa juíza, a mentira “não ficou demonstrada nos relatos feitos pela acusação, limitando-se esta a alegar que as acusações feitas contra o querelante (Duque) não são verídicas”. A presunção de inocência é ignorada pela juíza. Simone afirmou que Renato Duque não apresentou provas em relação à falsidade da imputação. Leia também: Renato Duque nega à imprensa participação em esquema da Petrobras A proteção das denúncias de Paulo Roberto Costa é ainda mais garantida pela juíza, ao considerar que qualquer suspeita ou ação contra as delações premiadas atrapalhariam a atuação policial e judicial, “pois faria pairar sobre o réu que desejasse colaborar a insegurança de se ver alvo de outro processo”.

  2. Na Grécia, Levy não leva

    Carta Maior

    26/01/2015 00:00 

     

    A Grécia fez tudo. E mais um pouco daquilo que os jornais brasileiros asseguram ser o caminho da redenção para a economia do país.

     

    por: Saul Leblon

     

     
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    A suposição sobre a qual tudo se apoia é conhecida.

    A saber:  o governo toma as medidas econômicas   que os mercados e seus ventríloquos preconizam –algumas necessárias, como o reajuste dos combustíveis;  outras discutíveis — o encarecimento do crédito, por exemplo,  em um quadro de desaquecimento da economia;  e não poucas indesejáveis –entre estas, sobressaem a alta dos juros,  mudanças em salvaguardas trabalhistas e o desmonte da função indutora do BNDES e demais bancos públicos no desenvolvimento do país.

    Missão cumprida, o que deve ocorrer ao longo deste ano, avisam os otimistas,  os detentores do capital encerrariam a greve de investimentos em curso no Brasil.
    Novos projetos e planos de expansão engavetados nos últimos dois anos voltariam à agenda dos negócios recolocando a economia na  rota de um novo eldorado de expansão puxado pelo desejável investimento privado.

    Mais que isso: a inflação retrocederia, as exportações alçariam voo de cruzeiro, o déficit em contas correntes (de preocupantes 4% em 2014) despencaria; o Brasil, enfim, voltaria a ser um pujante  canteiros de obras, a jorrar empregos e salários por todos os poros.

    A leveza com que essas ideias frequentam os prólogos e epílogos dos colunismo de mercado  é notável.

     Nesse mundo idílico, a confiança dos investidores  e a ‘reversão das expectativas pessimistas dos mercados’ só dependeria de o país adotar o  ‘bom senso’ na gestão fiscal e a  ‘racionalidade dos mercados’ na macroeconomia, predicados que, como se sabe não comparecem entre as qualidades atribuídas ao PT, aos ‘economistas da Unicamp’ e a ‘Dilma interventora’.

    Por sorte, então, lançou-se mão do que há de melhor na praça.

    Joaquim Levy,  la crème de la crème da cepa de zeladores de confiança do dinheiro grosso, assumiu o leme do barco.

    Sem cerimônia, ele acena com um cavalo de pau. Garante que assim desviará a sociedade da rota de colisão com o rochedo dos desequilíbrios macroeconômicos para reconduzi-la ao porto seguro dos fundamentos sadios e austeros.

    Tudo o mais permanece constante na vida dos nacionais?

    Como não se pensou nisso antes: trocar a mediação de fato de Lula –entre o governo e sociedade–   pela austeridade de Levy?

    Quanto tempo e dor de cabeça teriam nos poupado a troca da política conturbada e contraditória para a  formação de maiorias, pela matemática clara e afiada como um punhal da austeridade?

    Eureka!?

    Os gregos que o digam.

    E o que eles disseram neste domingo nas urnas, de forma algo sonora e incontestável, é que a receita de arrocho vendida aqui como o atalho óbvio ao paraíso  na prática consiste em  um mergulho ao inferno com passagem de ida.

    A de volta há que ser comprada das mãos do diabo.

    Ou tomada à força. Como eles acabam de fazer neste domingo, sob a fuzilaria de ameaças e chantagens de um apocalipse financeiro.

    Inútil.

    Os  votos majoritários dados à esquerda, o Syriza, numa eleição histórica, alteram a correlação de forças na Europa e colocam a agenda neoliberal na defensiva ante o encorajamento de possíveis novas rupturas. Na Espanha em maio, por exemplo, com o Podemos.

    Com 149 cadeiras obtidas no Congresso, um resultado superior aos cálculos mais otimistas, a esquerda grega passa a depender de apenas mais duas adesões para ter a maioria legislativa, necessária para as reformas e renegociações ansiadas pela população.

    A crise terminal vivida pela Grécia –um país literalmente insolvente e preso a uma camisa de força cambial (o euro)–  nem de longe se equipara aos solavancos vividos pelo Brasil na atual transição de ciclo de crescimento.

    Mas a tragédia protagonizada nos últimos seis anos funciona como uma espécie de endoscopia das consequências sociais e institucionais de se entregar aos mercados o comando e o destino de uma nação.

     Nesse aspecto o basta de domingo pode e deve ser lido com um olho na Europa e o outro no Brasil.

     A percolação da tragédia na pirâmide social grega escancarou os custos humanos e econômicos de se preservar a lógica da ganância financeira  como discutível  moeda de troca  para  ‘resgatar a confiança dos mercados e dos investidores’.

    A promessa, que durante seis anos escalpelou cada fio de cabelo do povo grego, ao mesmo  tempo em que se exigia que ele se reerguesse puxando o que restou com as próprias mãos, não foi entregue a tempo de se evitar a rejeição eleitoral do domingo.

    O que se deu, ao contrário, foi uma odisseia às profundezas do arrocho mais dramático já enfrentado por um povo desde o início do século XX –superior à Grande Depressão norte-americana de 1929.

     O ponto a reter é que a vida da população não apenas não melhorou, como se alardeava em defesa dos ‘sacrifícios’.

    Ela foi capturada por um liquidificador desgovernado que interditou qualquer traço de segurança social, desidratou qualquer gota de certeza em relação ao amanhã e interditou a esperança no futuro.

    Nos últimos seis anos, o PIB da Grécia  retrocedeu 25%; o desemprego saltou de 8,3% –no início do programa de austeridade– para 27%  (é de 50% entre a juventude); a dívida mantem-se em assustadores 170%  do PIB (€ 322 bilhões).

     Renegociar um  desconto de 50% é o chão firme defendido pelo vencedor das eleições deste domingo para, a partir daí, deslocar a Grécia do atoleiro para um retorno gradual à viabilidade econômica e social.

    Trata-se, é preciso dizer, de uma ruptura.

    Há seis anos  a prioridade de Atenas é adequar o país aos ‘programas de ajuste’ traduzidos em sucessivos cortes orçamentários.

    No interior do metabolismo social deu-se o previsível.

    Mas há detalhes que ainda desconcertam: o orçamento da educação, por exemplo, sofreu um corte de 60% nessa razia.

     Em miúdos: a rede pública de ensino dispõe atualmente de quatro de cada dez euros que recebia em 2010.

    Não há como preservar o essencial quando 60% do alicerce desaba.

    Inclua-se no essencial a merenda.

    Das periferias mais pobres surgiram nos últimos anos  relatos de desfalecimentos em sala de aula.

    Fraqueza.

    Não só a infância foi convocada a pagar em libras de carne aos banqueiros da Alemanha e assemelhados.

    Aposentados foram ‘convidados’ a viver com pensões entre 20% a 30% menores.

    O salário mínimo foi cortado em 20%.

    Todo o país foi estripado nessa proporção: entre 20% a 25% das vísceras.

    Macrodados não conseguem traduzir o que se passa na agonia da vida de uma família quando o facão do arrocho corta a carne com esse talho e essa regularidade.

      A camada de gelo mais fina trinca a olhos vistos. Mas é o lago todo que se revolve por baixo em correntes devastadoras.

    Governada de forma irresponsável, diga-se, por sucessivos gabinetes antes da crise mundial, a Grécia foi a primeira economia da Zona Euro a ser excluída dos mercados financeiros quando a bolha do crédito fácil estourou.

    A partir daí passou a depender dos programas de ‘ajuda’  para respirar.

    A lambança precedente sugeria certa legitimidade a um ciclo de maior controle e sacrifícios.

    Assim se fez.

    Assim se desfez a ilusão na ‘racionalidade’ dos mercados para substituir a ‘sujeira’ da política.

    A negociação com a sociedade foi substituída pelos ‘pronunciamentos’ e metas da troika, que durante seis anos fizeram gato e sapato da sociedade e da economia, com implicações iguais ou piores que as distorções que prometiam corrigir .

    Vencida a paciência dos gregos, o que se tem depois de tudo é uma economia colapsada, um país desacreditado e uma população disposta  a correr todos os riscos para se livrar do lacto purga interminável e devastador.

    Essa talvez seja a maior lição das eleições deste domingo: trata-se do grito de alerta emitido por um povo que passou pelo inferno dos ajustes ‘racionais’.

    E  justamente por isso decidiu devolver à negociação política a construção do passo seguinte de sua história.

    O protagonista que recebe esse mandato não é um partido qualquer.

    E nisso também  há algo a se extrair como lição à esquerda brasileira nos dias que correm.

    O Syriza não é um partido, mas uma frente de organizações.

    Surgiu em 2004 depois de um intenso processo de diálogo iniciado em 2001 entre múltiplas correntes progressistas, incluindo-se de socialistas  a eurocomunistas, passando por ecologistas, maoístas e trotskistas.

    Hoje  é composto por doze organizações.

    Sua solidez política e consistência programático levou-o a se tornar  um polo de convergência de centenas de personalidades independentes, entre elas lideranças que se afastaram do PASOK (Partido Socialista) e do partido comunista grego.

     A posição firme e ao mesmo tempo serena da coligação na luta contra o arrocho alargou  sua base de apoio nas ruas e entre a juventude, com adesões maciças entre os Indignados da Praça Syntagma.

    A seguir, alguns números que mostram por que,  na Grécia, um Levy não leva mais o povo na conversa:

    PIB – a recuperação prometida cedeu lugar a uma contração de 25% da economia entre 2009 e 2013. O desgoverno que era um pesadelo virou um inferno, sob o açoite do arrocho.

    Emprego–  mais de um quarto da população ativa do país ficou sem emprego. Antes do ciclo de arrocho a taxa era da ordem de 8%. Entre os jovens, até 35 anos, saltou para 50%, sem perspectiva de se reverter com a manutenção das políticas de ajuste.

    Investimento –  a prometida redenção pela retomada do investimento privado revelou-se uma fraude. Admite-se que os níveis pré-crise estavam inflados por conta de gastos públicos irreais  e endividamento privado. Mas o que sobreveio foi o desmoronamento completo desse motor. Asfixiado pela contração da demanda, da renda e do orçamento do Estado, o investimento caiu de 26% do PIB, em 2007, para cerca da metade agora, 13% –o valor mais baixo de toda a zona do euro.

    População e vagas — como se vivesse uma guerra, a Grécia viu sua população diminuir nos últimos anos, assim como o seu estoque de empregos. Desde 2009, 150 mil pessoas deixaram o país (1,3% da população) e 850 mil vagas de trabalho foram destruídas (18% do total).

    Inflação –A inflação que era de 4% em 2007 caiu para menos 2% nos últimos dois anos. Nada a  comemorar: a deflação reflete o arrocho salarial implacável, cujo objetivo é baratear o ‘custo Grécia’ para dar à economia algum poder de competição nas exportações à Europa. Com o colapso econômico de toda a zona do euro, marcada por recessão e deflação, o sacrifício grego, ademais, mostrou-se inútil.

    Dívida —  A Grécia protagonizou a maior reestruturação de dívida pública da história, em 2012. Mas o seu peso continua asfixiante em relação a um PIB que se contraiu 25%. A dívida continua a esgoelar a sociedade, situando-se acima de 170% do PIB. É impagável. E é justamente essa certeza que fez a população votar no Syriza que defende um corte de 50% no saldo. Antonio Samaras, o líder do derrotado Nova Democracia, ao contrário, considerava esse enforcador ‘sustentavel’.

     Déficit público – Há aqui uma síntese das razões que levaram o eleitor grego a dizer ‘basta’ nas urnas deste domingo:  apesar da queda de 25% do PIB nos últimos seis anos, a política de arrocho do Estado grego ainda conseguiu reduzir em mais 10% o gasto fiscal. Não só: simultaneamente, elevou  a receita de 40% para 45%  do PIB, desde 2009. Arrocho por todos os lados e tributação por todos os poros: foi assim que se conseguiu derrubar o déficit público, da ordem de 15% em 2009, para algo como 3% no ano passado.

    O colunismo brasileiro abestalhado de tanta ortodoxia aplaudiria de pé.
    Mas exatamente por isso terá dificuldades para explicar aos seus leitores por que os gregos rejeitaram, com tanta ênfase e risco, um êxito tão graúdo que aqui se vende como a redenção da lavoura.

    http://cartamaior.com.br/?/Editorial/Na-Grecia-Levy-nao-leva-/32722

     

  3. O problema da crise da água em SP é a interferência política.

    Diário do Centro do Mundo

     

    “O problema da crise da água em São Paulo é a interferência política”, diz especialista alemão

     

      Postado em 26 jan 2015    por :             A represa Jaguari, que integra o Sistema Cantareira

    A represa Jaguari, que integra o Sistema Cantareira

    Publicado na DW.

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    “A falha está na gestão. O problema não é de ordem técnica, mas político-administrativa”. Jackson Roehrig, professor de gestão de recursos hídricos da Universidade de Ciências Aplicadas de Colônia, na Alemanha, resume a crise hídrica no Sudeste do país a falhas de gestão.

    O especialista, que já atuou como pesquisador na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb), afirma que a influência política na administração dos recursos hídricos abre brechas para o não cumprimento de planos estabelecidos para o setor, como a construção de novos reservatórios.

    Em entrevista à DW Brasil, Roehrig explica como funciona o modelo alemão de gestão de recursos hídricos, que se baseia em associações de bacias compostas por diversos setores, como a indústria, o ramo agrícola e ONGs.

    No estado da Renânia do Norte-Vestfália, que abriga o maior sistema integrado de abastecimento de água da Alemanha, essas bacias são uma espécie de “parlamentos da água”. Os governos estaduais ficam de fora do processo administrativo, mas atuam como fiscalizadores do sistema.

    “O problema do Brasil é que o Estado é fiscalizador dele mesmo”, observa.

    Deutsche Welle: A experiência da Alemanha na gestão dos recursos hídricos pode servir de alguma forma para o Brasil, nesse momento de escassez de água na região Sudeste?

    Jackson Roehrig: As soluções que foram implementadas na Alemanha e em toda a Europa são conhecidas no Brasil. Não falta aplicar o conhecimento técnico. A solução mais eficiente é de ordem político-administrativa.

    Quais conhecimentos não são bem aplicados no Brasil por falhas administrativas?

    O sistema de abastecimento da Grande São Paulo é muito complexo e avançado. O problema é que ele não satisfaz a demanda, principalmente, por falta de chuvas nos últimos anos. Várias medidas precisam ser tomadas: aumentar a capacidade de oferta e proteger mananciais dos rios da poluição, da erosão e das ocupações irregulares. O problema maior são os investimentos e o cronograma de implementação, que não são cumpridos.

    Como funciona a gestão dos recursos hídricos na Alemanha?

    A legislação do setor é muito forte e ela tem sido cumprida. No estado da Renânia do Norte-Vestfália, as grandes companhias de abastecimento têm sistemas de reservatórios semelhantes aos de São Paulo, que atendem uma população grande [17,5 milhões de pessoas, segundo o departamento alemão de estatísticas], mas funcionam sem intervenção política. O governo estadual atua como fiscalizador do cumprimento das leis relativas ao abastecimento hídrico. No Brasil, o Executivo influencia as operações e os investimentos das empresas.

    O setor também é operado por concessionárias?

    Não. Aqui, foram criadas associações de bacia, como a “Ruhrverband”, umas das mais antigas e tradicionais do mundo, com cem anos de existência. Essa agência de bacia, que cuida do abastecimento e do saneamento básico na região do vale do rio Ruhr [onde fica o maior complexo industrial da Europa], está sob uma lei especial, que a torna como um “parlamento da água”, um governo autônomo de gestão hídrica. O consórcio é formado por centenas de membros do setor industrial, agrícola, de abastecimento público (prefeituras) e ONGs de proteção ambiental. Eles decidem como será o plano de investimento, o financiamento e as taxas a serem pagas pelos associados.

    Essa não interferência do Estado é positiva?

    É positiva, porque o Estado atua como um regulador, um fiscalizador das leis. O problema do modelo brasileiro é que a gestão é compartilhada. O Estado é fiscalizador dele mesmo. E isso abre espaço para uma intervenção política muito grande. Na Alemanha, a gestão das bacias varia de estado para estado, mas essas associações estão bem propagadas.

    O governo de São Paulo tem tomado medidas de curto prazo, como a diminuição da pressão da água no período da noite, bônus para quem economiza no uso, e ainda estuda a possibilidade de aumentar a tarifa. O que deve ser feito?

    Com a proximidade do período de seca, a medida mais efetiva é diminuir o consumo, aumentando o preço da água e dando bônus para quem economizar. São medidas paliativas necessárias no curto prazo. Reduzir a pressão da água é eficiente, mas há o risco de contaminação. Uma ação primordial é diminuir as perdas nas tubulações [em São Paulo, a perda é de 30%]. Na Alemanha, as perdas estão por volta de 10%.

    E no longo prazo?

    O aumento no número de reservatórios, bem como o volume deles, e a interligação de bacias são necessários. O problema é que São Paulo está atrasado. Eles sabem o que funciona, o que deve ser feito, já está tudo planejado e aprovado, mas eles atrasam as obras mais importantes.

    http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-problema-da-crise-da-agua-em-sao-paulo-e-a-interferencia-politica-diz-especialista-alemao/

     

  4. O doleiro Youssef tem DNA tucano

    Publicado em O Cafezinho

    http://www.ocafezinho.com/2014/10/27/a-historia-do-doleiro-que-a-midia-nao-contou/

     

    A história do doleiro que a mídia não contou

    Por , postado em outubro 27th, 2014 | 101 comentários

    doleiro1

     

    A mídia escondeu a verdeira história do doleiro.

     

     

    Alberto Youssef foi condenado em 2004, pelo mesmo juiz Sergio Moro, do Paraná, por corrupção.

     

     

    Segundo a Ação Penal movida contra Youssef, ele obteve um empréstimo de US$ 1,5 milhão, em 1998, numa agência do Banestado, banco público do Paraná, nas Ilhas Cayman.

     

     

    No processo de delação premiada da época, Youssef confessou que internou o dinheiro no Brasil de forma ilegal, ao invés de fazê-lo via Banco Central.

    Mas negou que tenha pago propina a um executivo do Banestado.

     

     

    Segundo o doleiro, a condição imposta para o Banestado liberar o dinheiro para sua empresa, a Jabur Toyopar, era fazer uma doação para a campanha de Jaime Lerner, do então PFL (hoje DEM), aliado do PSDB, para o governo do Paraná.

    Doação “não-contabilizada”. Caixa 2.

     

     

    A mídia nunca deu destaque a essa informação.

     

     

    Alberto Youssef operava para tucanos e demos do Paraná desde a primeira eleição de Jaime Lerner, em 1994. Assim como operou também para FHC e Serra em 1994 e 1998.

     

     

    O Banestado, um dos bancos mais sólidos do sistema financeiro do país, foi saqueado pelos tucanos na década de 90. Após devastarem as finanças da instituição, o PSDB, que governava o país, iniciou um processo de privatização cheio de fraudes.

     

     

    O Banestado foi então vendido para o Itaú, pela bagatela de R$ 1,6 bilhão.

    Existem acusações de que a privatização do Banestado gerou prejuízo de R$ 42 bilhões aos cofres públicos.

    Mas tucanos podem tudo.

     

     

    Depois de tanta roubalheira, o único condenado foi o mordomo, o doleiro Alberto Youssef, um homem de origem simples que ficou milionário operando para a elite tucana.

     

     

    Mas a elite tucana é magnânima, e o juiz Sérgio Moro absolve o doleiro após um ridículo acordo de delação premiada, que não resultou em nada.

    Este é o Sérgio Moro que a mídia chama de “duro”.

     

     

    Em agosto deste ano, Youssef é preso outra vez e Moro cancela o acordo anterior de delação premiada do doleiro.

     

     

    O juiz e a elite tucana tinham outros planos para o doleiro. Ele poderia ser útil numa operação midiática para derrotar Dilma nas eleições de 2014.

     

     

    O advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, tem profundas conexões com o PSDB. Foi membro do conselho da Sanepar, estatal paranaese que cuida do saneamento do estado, e foi também advogado de doleiros tucanos envolvidos no trensalão.

     

     

    Os escândalos de corrupção no PSDB paranaense envolvem mais nomes. Em 2001, a Procuradoria de Maringá acusou o prefeito tucano Jairo Gioanoto de desvios superiores a R$ 100 milhões, feitos durante o período de 1997 a 2000.

     

     

    Em valores atualizados, esse montante aproxima-se de R$ 1 bilhão.

     

     

    E quem aparece nesse escândalo, mais uma vez?

     

     

    Ele mesmo: Alberto Youssef.

     

     

    Trecho de matéria publicada na Folha, em 4 de março de 2001:

     

     

    “Um dos nomes sob investigação, o ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luís Antônio Paolicchi, apontado como pivô do esquema de corrupção, afirmou, em depoimento à Justiça, que as campanhas de políticos do Paraná, como o governador Jaime Lerner (PFL) e o senador Álvaro Dias (PSDB), foram beneficiadas com dinheiro desviado dos cofres públicos, em operações que teriam sido comandadas pelo ex-prefeito Gianoto.

     

     

    A campanha em questão foi a de 1998. “A pessoa que coordenava (o comitê de Lerner em Maringá) era o senhor João Carvalho (Pinto, atual chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura), que sempre vinha ao meu gabinete e pegava recursos, em dinheiro”, afirmou Paolicchi, que não revelou quanto teria destinado à campanha do governador -o qual não saberia diretamente do esquema, segundo ele.

     

     

    Quanto a Dias, o ex-secretário disse que Gianoto determinou o pagamento, “com recursos da prefeitura”, do fretamento de um jatinho do doleiro Alberto Youssef, que teria sido usado pelo senador durante a campanha.

     

     

    “O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (…) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época”, afirmou.”

     

     

    Todas as histórias que envolvem o doleiro Alberto Youssef e seus advogados desembocam em escândalos tucanos: Banestado, caixa 2 de campanhas demotucanas na década de 90, desvios em Maringá, trensalão.

     

     

    Todavia, na última hora, os tucanos e a mídia levaram um susto.

    Houve uma fissura na conspirata para prejudicar Dilma, quando apareceu um dos “testas de ferro” do doleiro, o senhor Leonardo Meirelles.

     

     

    Em depoimento à Justiça, Meirelles acusou Youssef de operar para o PSDB, e de ter como “padrinho” um político de oposição do estado do Paraná, praticando nomeando Álvaro Dias (e confirmando o depoimento do secretário da fazenda de Maringá, citado acima).

     

     

    Assim que a informação do testa de ferro de Youssef veio à tôna, o advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, iniciou uma operação midiática desesperada para negar que seu cliente tivesse operado para o PSDB. A mídia seguiu-lhe os passos, tentando neutralizar uma informação que poderia atrapalhar os planos de usar o doleiro para derrotar Dilma.

     

     

    Em segundos, todos os jornais deram um destaque desmedido à “negativa” de Youssef de ter operado para o PSDB.

     

     

    Só que não tem sentido.

     

     

    A própria defesa do doleiro, em suas argumentações contra a condenação imposta por Sérgio Moro, pela Ação Penal de 2004, extinta e retomada agora, diz que os US$ 1,5 milhão que ele internou no país em 1998 foram destinados à campanha de Jaime Lerner, candidato demotucano ao governo do Paraná.

     

     

    Como assim ele não operou para o PSDB?

     

     

    Youssef operou a vida inteira para o PSDB! Era a sua especialidade!

     

     

    Tentar pregar uma estrelinha do PT no peito do doleiro não vai colar.

    Alberto Youssef é um produto 100% tucano.

     

     

  5. O Estadão descobre a emergência da água em São Paulo, afinal

    Tijolaço

     

    26 de janeiro de 2015 | 12:33 Autor: Fernando Brito

     

     

     

    vazao

    Em ótima matéria dos repórteres Ragfael Italiani e Fabio Leite, o Estadão quase chega ao ponto de assumir que São Paulo não vive uma situação grave em termos de abastecimento d’água mas, sim, uma situação desesperadora.

    Diz que, na previsão feita em outubro, a Sabesp 3, afirma que haveria “um déficit de 50,1 bilhões de litros de água no sistema ao fim de abril. Isso quer dizer que, pela projeção mais pessimista feita à época,  o Cantareira não recuperaria tudo o que já havia sido utilizado dos 182,5 bilhões de litros do primeiro volume morto”.

    Essa previsão, diz o jornal, estimava como parâmetro o pior cenário de chuvas já registrado, o de 1953.

    Só que a situação é pior, muito pior, como você vê nas curvas de vazão afluente do Cantareira.

    Registra a reportagem que de outubro para cá, entraram nos reservatórios 151,1 bilhões de litros a menos de água do que era esperado pela Sabesp.

    Portanto, em números redondos, 150 bilhões mais os 50 bilhões do déficit inicialmente previsto, são 200 bilhões de litros de déficit, isso se chover em fevereiro, março e abril tanto quanto naquele ano da seca de 1953.

    Ruim?

    Espere.

    Para isso acontecer, é preciso que o Cantareira pare de cair, como vem caindo quase todos os dias e “ganhe” mais 36 bilhões de litros do que tem hoje.

    Porque está 236 bilhões de litros “abaixo do zero normal”, sem bombeamento.

    A  55 milhões do fim da “segunda cota”, uma invenção que rendeu mais 100 bilhões de litros.

    E para entrar na terceira cota, porque, mesmo restando água no reservatório do Jacareí, ela não pode ser bombeada na velocidade necessária ao sistema e, por isso, o reservatório do Atibainha, de onde vem esta terceira cota, terá de ser drenado antes do fim do uso daquele reservatório.

    No dia 21, quando este blog disse o que diz hoje o Estadão, o Atibainha estava apenas 65 centímetros acima da marca autorizada pela Agência Nacional de Águas para o fim da segunda cota. Hoje, está a 38 centímetros, isso porque  no sábado houve uma chuvarada na sua área de captação e o volume de água foi muitíssimo superior ao “normal” (de fato, anormal) que se vem registrando.

    Claro que pode ocorrer um “milagre” e chover mais.

    Mas nem um milagre resolverá, não no grau a que se permitiram que chegassem as coisas.

    É possível que se evite o esgotamento total das represas até o fim do verão, embora a cada dia isto esteja sendo mais difícil.

    Porque o fundo do funil chegou.

    Já não adianta mais falar em percentagem dos reservatórios.

    É o mesmo que discutir “fluxo de caixa” quando você não sabe quando e quanto São Pedro irá lhe pagar e restam a você algumas moedinhas no fundo do bolso e ainda aquelas que você pode encontrar perdidas em alguma gaveta.

    Geraldo Alckmin não tem culpa pela falta de chuvas, é obvio.

    E, mesmo que se tivessem feito o planejamento e as obras necessárias, a seca ainda assim seria grave.

    Mas o governo paulista e a imprensa têm uma culpa indesculpável.

    A de mentirem e omitirem à população.

    A verdade é algo que tem de ser dito, ao menos na esfera pública, chova ou faça sol.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=24402

     

  6. Será que precisa tanto?

    Casa, carro e 47 funcionários: conheça os benefícios do presidente da Câmara

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    Leandro Prazeres
    Do UOL, em Brasília

    27/01/201506h003399 Ouvir texto  0:00 Imprimir Comunicar erro

    Kleyton Amorim/UOL

    Salário de R$ 33,7 mil, casa de 800 metros quadrados com despesas pagas, carro da “firma” com dois motoristas, jatos com piloto à disposição para viagens a trabalho ou para voltar para casa e R$ 4,2 milhões por ano para distribuir a um séquito de até 47 funcionários. Ficou interessado no “emprego”? Pois estes são alguns dos principais atrativos do disputado cargo de presidente da Câmara dos Deputados. A eleição para definição do novo ocupante do cargo será no próximo dia 1º de fevereiro.

    Considerado um dos postos mais poderosos da República, neste ano, a presidência da Câmara dos Deputados vem sendo disputada de forma bastante acirrada pelos quatro candidatos ao cargo: Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ). Mas o posto carregado de responsabilidades também tem seus atrativos. Veja alguns:

    Carro oficial: O presidente da Câmara dos Deputados tem direito a carro oficial com dois motoristas (em esquema de revezamento) à disposição.Gabinete exclusivo: Além do próprio gabinete como deputado federal, o presidente da Câmara tem direito a um gabinete exclusivo. As instalações são mais amplas que as de um gabinete comum e têm vista para a Praça dos Três Poderes, em Brasília. A assessoria de imprensa da Câmara não informou a área do local.Residência oficial: Enquanto parte dos deputados tem direito a apartamentos funcionais de até 200 metros quadrados, o presidente da Câmara dos Deputados têm a seu dispor uma casa de 800 metros quadrados de área construída na região conhecida como Lago Sul, uma das mais nobres de Brasília. A casa tem quatro quartos, escritório, sala de jantar e piscina.Viagens em aviões oficiais: O presidente da Câmara dos Deputados tem direito de viajar em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira). Os aviões só poderão ser utilizados se as viagens atenderem os seguintes requisitos: motivo de segurança e emergência médica, viagens a serviço e descolamento para o local de residência permanente do presidente. Caso o presidente opte por viajar em avião de carreira, a despesa será paga pela Câmara.Verbas para contratar funcionários: O presidente da Câmara tem direito a nomear 47 funcionários para o auxiliar no cargo. Juntos, os salários desses 47 funcionários custam R$ 4,2 milhões anualmente (doze salários, mais os valores referentes ao 13º salário). Além desses 47, é importante lembrar que todos os deputados (independente do cargo na mesa diretora) já têm direito a 25 funcionários e a uma verba de R$ 78 mil por mês. Na prática, o presidente da Câmara tem direito a 72 funcionários, que custam aos cofres públicos R$ 5,2 milhões por ano.

     

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