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Redação

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  1. Combate à fome e produção de alimentos.

    Brasil, um país desconhecido pelos brasileiros.

    Um Brasil desconhecido de grande parte da população é tratado pela FAO como um caso de relevância internacional no combate à fome.

    por Najar Tubino – postado em: 25/05/2015

    http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Brasil-um-pais-desconhecido-pelos-brasileiros/4/33569

    É um fato concreto que a versão veiculada pela mídia sobre o que acontece no país é totalmente desvirtuada e dirigida, segundo seus interesses empresariais e familiares. Em relação às políticas públicas voltadas para o combate à fome e a produção de alimentos pela agricultura familiar, que engloba trabalhadores e trabalhadoras assentadas, quilombolas, ribeirinhos, indígenas e o povo marginalizado há décadas nos nove estados nordestinos e o norte de Minas Gerais, que formam o semiárido. No final do ano passado a FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, lançou pela primeira vez o relatório sobre Segurança Alimentar e Nutricional inteiramente sobre um país, no caso, o Brasil. O documento começou a circular este ano, e têm versões em português, espanhol e inglês. Internamente a notícia veiculada rapidamente dava conta que o Brasil tinha saído do Mapa da Fome.

    A FAO monitora mais de 180 países nos quesitos sobre insegurança alimentar. E o Brasil, desconhecido de grande parte da população, é tratado como um caso de relevância internacional, que passou a ser um exemplo e copiado por muitos outros países por suas políticas adotadas no combate à fome e a produção de alimentos pela agricultura familiar. Como esclareceu o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic:

    Prioridade para segurança alimentar é política

    “- A conjuntura do Brasil é caracterizada pela consolidação e institucionalização de políticas bem sucedidas de combate à fome e de promoção da segurança alimentar e nutricional (SAN), norteados pelo Direito à Alimentação Adequada, da ONU. O Brasil cumpriu e ultrapassou os Objetivos do Milênio no que diz respeito à redução da pobreza e da fome”.

    A questão não é técnica e sim política, como define a própria Lei 11.346/2006, que é a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, onde está definido o significado de tudo isso:

    “- É a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde, que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis. Não é um conceito técnico, é um conceito político, construído com intensa participação social”, escreve o dirigente da FAO no Brasil.

    Brasil referência internacional

    Por que o caso brasileiro se destaca, pergunta Alan Bojanic?

    Por vários motivos: combate à fome como prioridade de Estado, sistema de governança da SAN, perspectiva do Direito Humano à Alimentação Adequada, processo participativo e intersetorial, políticas públicas articuladas e programas bem desenhados, monitoramento da SAN e convergência com a discussão internacional.

    As ações funcionam em rede, tanto os programas sociais como o Bolsa Família, que em 2013 alcançou R$25 bilhões e atendeu 13,8 milhões de pessoas, mas todas as outras ações de apoio à agricultura familiar, como o PRONAF e os Programas de Aquisição de Alimentos e da Merenda Escolar, que no total somaram R$78 bilhões em 2013. Segue outro trecho do relatório Segurança Alimentar e Nutricional – Um Retrato Multidimensional, da FAO:

    “- O Brasil já é hoje uma referência internacional de combate à fome. As experiências exitosas como transferência de renda, compras diretas para aquisição de alimentos, capacitação técnica de pequenos agricultores, entre outras, estão sendo transferidas para outros países. Os gastos sociais aumentaram mais de 128% entre 2000 e 2012 e a parcela no PIB aumentou 31%. O Bolsa Família que atingiu R$25 bilhões em 2013 e atendeu 13,8 milhões de famílias, sendo que o depósito é feito em nome da mãe preferencialmente e exige que as crianças permaneçam na escola e visitem os serviços de saúde.”
     
    Estrutura fundiária concentrada

    As famílias em situação de extrema pobreza, que foram o foco do programa Brasil Sem Miséria, lançado em 2011, e tornaram possível que estas famílias recebam um mínimo de renda per capita de US$1,25 por dia, segundo o relatório, retirou desta situação 22 milhões de brasileiros. Os investimentos em políticas que apoiam os agricultores familiares aumentaram 10 vezes em 10 anos, caso do PAA chegou a R$1,3 bi em 2013 e o PNAE atingiu 43 milhões de estudantes, no mesmo ano. Outra política pública ressaltada pela FAO: o acesso à terra, com a distribuição de 50 milhões de hectares a mais de 600 mil famílias nos último 10 anos, contando até 2012. Os números totais hoje em dia chegam a quase um milhão de famílias assentadas e 80 milhões de hectares.

    Por fim, o Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizado em conjunto com a sociedade civil, está vinculado ao orçamento federal e um sistema bem estruturado de monitoramento multidimensional de segurança alimentar e nutricional. O Brasil é um país mundialmente importante na produção agrícola e diversidade de alimentos. Por outro lado, aspectos como a estrutura fundiária concentrada e a sustentabilidade do sistema adotado e o equilíbrio entre produção de commodities direcionadas para o mercado internacional e de alimentos para o consumo interno têm reflexos importantes na Segurança Alimentar e Nutricional da população e alguns grupos específicos.

    Consumo excessivo de agrotóxicos e transição agroecológica

    O relatório cita o fato do país ser líder na produção de laranja, cana e café, ocupar a segunda posição em soja, feijão e carne bovina, o terceiro em abacaxi e milho, o quarto na produção de leite de vaca e o quinto em limão e banana.

    “- Ao mesmo tempo ainda existe uma parte da população em situação de insegurança alimentar, o que mostra que a quantidade de produção de alimentos de um país não se configura como um fator determinante no combate à fome. O mesmo ocorre nos Estados Unidos, também entre os maiores produtores de alimentos, onde quase 15% da população estão em situação de insegurança alimentar, sendo 5,7% em situação de insegurança alimentar grave”.

    O relatório também registra que apenas metade das terras indígenas no país estão regularizadas e que apenas 10% dos quilombos identificados pela Fundação Palmares possuem título de terra. E faz o alerta para o consumo excessivo de agrotóxicos pela população brasileira.

    “- Um terço dos alimentos consumidos na mesa dos brasileiros é contaminado por agroquímicos, sendo que mais de um quarto com substâncias proibidas para consumo no Brasil.”

    Os avanços na democratização do acesso à terra em determinadas regiões e os modelos produtivos e de promoção da transição agroecológica, além da importância econômica da agricultura familiar, são questões que o Brasil precisa avançar, ainda conforme o relatório.

    Dinheiro do PRONAF continuará o mesmo

    Na semana passada a Confederação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CONTAG) e seus quatro mil sindicatos espalhados no território brasileiro realizaram o 21º Grito da Terra com 80 mil pessoas mobilizadas. Os representantes da CONTAG se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff e apresentaram uma pauta com 170 itens que foi respondida pelo governo federal. Neste encontro, o presidente da CONTAG, Alberto Broch disse à presidenta:

    “- Não tenha medo de mexer no cofre dos grandes empresários, das mineradoras, mas não mexa nas populações rurais. Não mexa na reforma agrária”.

    O Plano Safra da Agricultura Familiar será lançado no dia 15 de junho e deverá manter o patamar de R$25 bilhões para custeio e investimentos. O governo federal também se comprometeu a dirigir as compras públicas cada vez mais na direção da agricultura familiar. Também se comprometeu a entregar 10 mil moradias no Programa Minha Casa, Minha Vida Rural no próximo mês, uma da das reivindicações da CONTAG.

    Sobre a reforma agrária, a secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Maria Fernanda Coelho esteve reunida no sábado, dia 23, em Recife, com os representantes da Federação dos Trabalhadores e trabalhadoras rurais – FETAPE – e anunciou que o governo federal vai assentar 120 mil famílias até 2018 – em condições qualificadas de luz, água, moradia, crédito e assistência técnica.
     
    100 mil mulheres em agosto na capital federal

    Em Recife ocorreu uma das maiores manifestações do Grito da Terra com cinco mil participantes. Eles caminharam até a sede do governo estadual, pois desde 2013 existe uma lei no estado que define ações em apoio ao povo do semiárido que até agora não receberam nenhuma resposta ou iniciativa do executivo. Os 179 sindicatos pernambucanos também reivindicam R$30 bilhões para o PRONAF e outros 20 bilhões para outros programas. Nas ruas da capital eles anunciaram o que a população brasileira precisa saber:

    “- Quem coloca alimento na mesa da cidade precisa de apoio da sociedade”.

    A FAO divulgou ainda nos últimos dias o relatório mundial sobre a fome, onde 805 milhões de pessoas passam por esse sacrifício todos os dias. No caso da África, um em cada quatro habitantes. Entretanto, mesmo sendo referência internacional o Brasil segue um desconhecido para os seus habitantes, porque aqui o único problema existente é a corrupção. E mais nada. Também não ficará sabendo que na última semana deste maio de 2015 acontece a Semana dos Alimentos Orgânicos com ações oficiais em 20 estados. Mas certamente vai ficar sabendo quem nos dias 11 e 12 de agosto 100 mil mulheres desfilarão pelas ruas de Brasília na 5ª Marcha das Margaridas. Essa vai ficar difícil de esconder.

  2. De tanto falar em crise a revista Veja é tragada por ela

     “Veja” demite 49 jornalistas. É a crise!

    http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/05/veja-demite-49-jornalistas-e-crise.html#more

     Por Altamiro Borges

    Se dependesse da revista “Veja”, com seu famoso complexo de vira-lata, o Brasil já teria sido extinto do mapa mundial. Nas suas “reporcagens” e capas assustadoras, é só desgraça. Nada presta. É caos econômico, corrupção desenfreada, incompetência hereditária e tudo de mau. De tanto esbravejar sobre a desgraceira do país, porém, parece que o Grupo Abril, que edita o panfleto terrorista, é quem está falindo. Já extinguiu inúmeros títulos, vendeu o filão da editora de livros e demitiu centenas de funcionários. Nesta semana, para agravar ainda mais o cenário, a empresa da famiglia Civita anunciou o facão sumário de 45 profissionais da intocável revista “Veja”, algo inédito na história recente.

    Surpreso com as dispensas, o Portal dos Jornalistas informou: “Nas várias reestruturações efetivadas pela Editora Abril nos últimos dez ou 20 anos, um único núcleo da empresa manteve-se praticamente intacto e imune às crises de qualquer natureza: a revista Veja, menina dos olhos de Roberto Civita, que nunca deixou chegar à publicação cortes mais profundos. Com a morte dele e o agravamento da crise do mercado editorial, particularmente no segmento de revistas, essa blindagem perdeu vigor e a revista, após anos de certa segurança, sofreu este ano cortes importantes, como o anunciado semanas atrás, com várias demissões e o fechamento das Vejinhas BH e DF”. O relato dramático prossegue:

    “Agora, nos últimos dias, discretamente a revista negociou também as saídas das editoras executivas Vilma Gryzinski, que cuidava dos núcleos de comportamento, estilo e moda, e Isabela Boscov, que ali começou em setembro de 1999, respondendo inicialmente pela parte de cinema, e que, a partir de 2010, também acumulou as funções de editora executiva. Além delas, também saiu a editora Karina Pastore, do núcleo de saúde, e o colunista Leonel Kaz… Dois outros editores executivos haviam saído numa fase anterior: Carlos Graieb, quando foi convidado a assumir a direção de redação da Veja.com, e Jaime Klintowitz, que exatamente um ano atrás se aposentou”.

    Dos cinco editores executivos que a revista possuía até 2012, resta agora apenas Diogo Xavier Schelp. Ainda segundo o portal, as mudanças ainda “não chegaram a andar de cima, preservando a direção de redação (Eurípedes Alcântara) e os redatores-chefes Fábio Altman, Lauro Jardim, Policarpo Júnior (Brasília) e Thaís Oyama. Embora tenham sido passos discretos, estima-se que o corte total, ao longo das últimas semanas, atingiu 32 pessoas em São Paulo e 49 em todo o Brasil. A revista também negociou uma redução da ordem de 10% nos frees de vários de seus colunistas”. Será que Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes e outros pitbulls da revista também foram prejudicados nos seus salários. Até agora eles não postaram nenhuma matéria venenosa sobre a grave crise… da “Veja”.

     

  3. Os juízes brasileiros querem ser Maria Antonieta?

    Tijolaço

     

    Os juízes brasileiros querem ser Maria Antonieta?

     

    26 de maio de 2015 | 00:15 Autor: Fernando Brito  

    mariaantonieta

    Nada é mais importante para a função judicial do que o juiz ser  respeitado pelos cidadãos.

    Sem que isso aconteça, suas decisões e sentenças  perdem, completamente, o acatamento social e passam a ser, apenas, a vontade de um poderoso.

    As notícias em torno da iminente proposição de uma lei organizadora da magistratura colocam nossos juízes na posição de deboche que se atribui a Maria Antonieta sobre o “se não têm pão, que comam brioches”

    Não há dúvidas de que um juiz deva ganhar bem, mas ganhar bem dentro do quadro de limites e carências do serviço público.

    Não se discutem os vencimentos.

    Mas os gordíssimos privilégios que se auto-concedem, que chegam, segundo o que  alguns ministros propõem, às raias da odiosidade.

    As gratificações por tempo de serviço já somariam 60%, até.

    Sobre elas e vencimentos, que vão a R$ 43 mil,no mínimo,  ao menos ainda incide Imposto de Renda.

    Mas começam aí os casuísmos, que colocam Suas Excelências no papel de uma “nobreza” funcional que é um tapa na cara dos demais servidores e da população.

    Para “auxílio-moradia” já levaram mais R$ 5 mil quase, mesmo que morem em suas próprias casas. Mas o projeto quer engordar a gratificação  para um adicional de 20% do salário.

    A guisa de cobertura à saúde, 10% para o casal – se houver um cônjuge – e mais 5% para cada filho, vão aí  outros 20%, no caso de dois infantes.

    Como educação é prioridade, mais 5% para cada filho estudar, até os 24 anos, da creche à universidade. Os dois delfins, portanto, fariam “pingar” mais 10% no contracheque.

    Se o Meritíssimo for pós-graduar-se – e assim, faz-se uma década quase de mestrado, doutorado e pós-doutorado – são mais 20% em caixa.

    Não havendo uma carruagem oficial para levá-lo ao Forum, ganha-se mais 5%, o que pode ser traduzido como comprar um carro médio por ano.

    Sobre toda esta imensa lista, por se tratarem de verbas “indenizatórias”, nem IR incide. É “limpo” (perdão pela palavra), cash.

    Diz a Folha que, além do mais, “os magistrados poderão receber até 17 salários por ano: os doze, o 13º, um integral para cada um dos dois períodos de férias no ano e ainda um salário extra à guisa de prêmio de produtividade a cada semestre, se o juiz julgar mais processos do que os que chegarem”.

    Não faço a soma por ter o que parece faltar a alguns doutores: vergonha.

    É em gente capaz de propor para si mesma  estes privilégios absurdos que o país deve depositar suas esperanças de moralização?

    Teremos, além do “Rei dos Camarotes” os “Reis do Tribunal”?

    Tomara que as semelhanças desta situação  com a de Maria Antonieta não continuem até o final daquela história.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=27028

  4. Graças a Deus o SUS existe

    Publicado em 25/05/2015 no Conversa Afiada

    SUS atende 
    e família Huck passa bem

    E se o SUS não funcionasse na Santa Casa ?

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    Quem usa, defende o SUS

    Luciano Huck:

    “É importante também agradecer todo pessoal da Santa Casa de Campo Grande, que foi de uma gentileza enorme”.

    Angélica: 

    “Também quero agradecer todo mundo que ajudou lá na Santa Casa de Campo Grande”.

     

    Santa Casa de Campo Grande é a unidade de referência no atendimento à politraumatizados no Estado.

    A unidade atende a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), convênios e particulares, sendo a referência em alta complexidade no município, estado e países vizinhos.

    Leia nota da ONU sobre o SUS:

     

    SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICO BRASILEIRO É REFERÊNCIA INTERNACIONAL, DIZ BANCO MUNDIAL

    O Sistema Único de Saúde do Brasil – conhecido como SUS – lançou os alicerces de um sistema de saúde melhor para o país, contribuindo para o bem-estar social e a melhoria da qualidade de vida da população, é o que afirma o livro “20 anos de Construção do SUS no Brasil”, recentemente lançado pelo Banco Mundial.

    O livro busca analisar a trajetória do programa desde sua criação, destaca progressos trazidos pelo SUS e aponta que, com base nessa experiência e apesar de todas as dificuldades inerentes a um país em desenvolvimento, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública e exemplo para outros países que buscam sistemas mais igualitários de saúde.

    Com a criação do SUS, o Brasil foi um dos primeiros e poucos países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a prever na legislação o acesso universal aos serviços de saúde, reconhecendo a saúde como direito do cidadão e dever do Estado.

    O livro destaca que os esforços para a ampliação dos gastos em saúde e de uma melhor alocação dos recursos federais e estaduais, privilegiando as áreas e populações mais pobres do país, contribuíram para uma forte ampliação do acesso da população aos serviços básicos de saúde, com importante impacto na redução da mortalidade.

    Entre os desafios do SUS, o estudo identifica que o aporte de recursos à saúde precisa ser equacionado e que a capacidade gerencial do sistema ainda é um obstáculo importante. Além disso, há questões reconhecidas sobre as quais é preciso evoluir, como a melhora da qualidade e da coordenação do cuidado e a continuidade da expansão na cobertura da atenção primária.
     

     

  5. O”dono da câmara”quer distritão ou dinheiro privado na campanha

    Tijolaço

     

    Cunha humilha deputados. O “dono da Câmara” quer distritão ou dinheiro privado na campanha?

     

    25 de maio de 2015 | 22:29 Autor: Fernando Brito   

    lixo

    Um canetaço de Eduardo Cunha acabou  com a Comissão de Reforma Política da Câmara.

    Cunha quer a “sua” reforma, com a eleição apenas dos individualmente mais  votados – em geral por dinheiro, negócios ou fama  -, num sistema que, como mostra hoje a Folha, deixaria sem representação no congresso dois terços do eleitorado nos três maiores estados da Federação (Rio, SP e Minas) e, de quebra, quase anularia a presença de partidos médios no Congresso.

    Aliás, na prática, acaba com a representação política via partidos: o deputado é o único “dono” dos votos.

    Cunha vai votar “na marra” o seu sistema político.

    Dificilmente terá sucesso e pode deflagar o início do fim de seu poder na Câmara dos Deputados.

    Pode ou não, porque está formado em torno de Cunha um agrupamento político da mais baixa extração e não é pequeno.

    Mas é improvável que se consiga a maioria qualificada para fazer estas mutilações á Constituição.

    O essencial para Cunha, porém, não é isso.

    É garantir o financiamento privado – o dinheiro de empresas – na campanha elevado à condição de dispositivo constitucional para quem, enfim, Gilmar Mendes possa levantar-se de cima do processo onde o STF já o julgou ilegal e tudo continue como está.

    Se conseguir isso estrá satisfeito, mesmo que tenha de ser derrotado em plenário no tal “distritão”.

    Vai, com ar “democrático”, dizer que é a vontade da maioria.

    Mas a vontade da maioria, mesmo, é continuar com um sistema eleitoral na base do “me dá que eu te devolvo”.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=27025

  6. Sergio Moro dá aquela ajudinha para as empreiteras estrangeiras

    Sérgio Moro é o “incentivo fiscal” para empreiteiras estrangeiras tomarem obras no Brasil

    25 de maio de 2015 | 11:13 Autor: Fernando Brito no Tijolaço

    bolog

    O sempre atento Nilson Lage nos avisa pelo Facebook: as empreiteiras estrangeiras já estão tomando o mercado das empresas brasileiras.

    Ontem à noite, o insuspeito Lauro Jardim, da Veja, publica uma nota informando que a Duro Felguera, mineradora e empreiteira de obras espanhola, abocanhou um “contratinho” de de 6,5 bilhões de reais para a construção de duas usinas termelétricas – – uma no Rio Grande do Sul e outra em Pernambuco.

    O preço é salgadíssimo, embora os empreendimentos sejam de grande porte, com capacidade de 1,2 MW de potência máxima, já que usinas termelétricas  são plantas industriais relativamente simples e rápidas de construir  – pouco mais que um ano, seis, sete e até oito vezes mais rápido que uma hidrelétrica – exigem pouca movimentação de terra, muito menos obras civis e materiais.

    Basicamente, uma usina termelétrica a gás é uma turbina como a dos aviões, acompanhada de estruturas de reaproveitamento do calor (ciclo combinado) para mais geração e dutos para circulação e resfriamento de vapor e água. Neste caso, haverá terminais para manejo de gás importado, liquefeito, por navios e regaseificado. Certamente está aí a diferença de custos para as que usam gás trazido via dutos.

    Mas o mais interessante – ou trágico – é que a razão de ter sido escolhida uma empreiteira é, segundo Jardim, o fato de que a contratação da  Felguera “é o efeito da Lava-Jato: as empresas estão fugindo de construtoras que são alvo de investigação da Polícia Federal.”.

    Parabéns, Dr. Sérgio  Moro.

    O senhor é mesmo merecedor do Prêmio Faz Diferença.

    Para as empreiteiras estrangeiras, já está fazendo.

     

     

  7. Eduardo Cunha e a liberdade de imprensa desde que não me comprom

    Tijolaço

     

    Eduardo Cunha e a “liberdade de imprensa”, desde que “não me comprometa”

     

    25 de maio de 2015 | 16:41 Autor: Fernando Brito  

     

    cunhacesar1

    Como tenho dito várias vezes aqui , é imperdível o blog do Marcelo Auler.

    Ele hoje reproduz texto do coleguinha Arnaldo Cesar sobre uma – mais uma – hipocrisia do Grão Duque Eduardo Cunha, que “louva” a “liberdade de expressão” e é campeão em processá-los por revelarem suas sombrias atividades.

    Neste caso, um relatório em separado na CPI da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que, sob o pretexto de registrar irregularidades nos cotratos da plataforma P-36 – uaquela que afundou sob o comando do Almirante Fernando Henrique Cardoso – colaborava para, na prática, criar pretextos  para livra a barra das seguradoras que deveriam indenizar a estatal pela perda dos equipamentos.

    O relato é ótimo, sobretudo quando narra a ideia dos jornalistas – vários deles meus amigos e um ex-chefe – de formarem uma “associação dos processados” por Cunha.

    Eduardo Cunha e os “danos imorais”

    Arnaldo Cesar

    No início deste mês foi celebrado em todo o mundo o “Dia Mundial da Liberdade de Expressão”. Para a minha surpresa – e de centenas de jornalistas – presenciamos o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, fazendo apaixonados discursos em defesa da liberdade de imprensa. Bonito de se ver, triste de se entender. Não há no Brasil uma pessoa que mais processou jornalistas do que o Senhor Cunha.

    Eu mesmo fui brindado com duas ações da lavra do parlamentar. Tudo por que considerei controversas as razões pelas quais ele (na época deputado estadual) fez um voto em separado, na CPI da P-36 da Assembleia Legislativa do Rio. A P-36 era a maior plataforma de extração de petróleo do mundo que afundou, em março de 2001, na Bacia de Campos.

    O voto de Cunha veio ao encontro aos interesses de seguradoras norte-americanas que se recusavam indenizar a Petrobras pelo acidente. Uma confusão estimada em mais de 400 milhões de dólares.

    Graças à competência dos advogados, vencemos Cunha nos tribunais. Naquela época, existiam 16 profissionais da imprensa carioca na alça de mira dele. Lembro-me dos nomes de Marcos Sá Correa, Ancelmo Gois, Marceu Vieira, Mônica Ramos e Paulo Branco. Já falecido, Branco tentou criar uma “Associação dos Processados de Eduardo Cunha”. Não conseguiu. Só que de lá para a cá, a relação de acionados engordou substancialmente. Mais recentemente, Jorge Bastos Moreno e Luiz Nassif juntaram-se a nós.

    Eduardo Cunha, talvez, seja o grande exemplo de quem melhor explorou o instituto dos “Danos Morais” para intimidar jornalistas. Criado com a Constituição de 1988, ele pretende proteger os cidadãos dos abusos, especialmente, da imprensa. Só que acabou se transformando numa indústria.

    Infelizmente, os “Danos Morais” viram um instrumento para constranger, amedrontar e intimidar tanto profissionais de comunicação como os veículos. É, sem dúvida, mais uma maneira de se fazer censura neste País. Da mesma forma que os assassinatos, ameaças de morte e prisões injustificadas de jornalistas.

    O volume das ações é tamanho que alguns veículos são obrigados a fazer provisões em seus orçamentos anuais para poder cobrir as indenizações. Na época em que Cunha me processou, jornal O Dia, reservava em sua contabilidade R$ 1 milhão, por ano, para esses fins.

    Nada contra o instituto dos “Danos Morais”. Ele teve – e tem – um papel importante nas redações deste País. Hoje em dia, pensa-se um pouco mais antes de mandar imprimir uma matéria ou de colocá-la no ar.  O que se condena é o uso indiscriminado da lei.

    Quanto às posições contraditórias do presidente da Câmara Federal nada a comentar. Vai que ele manda nos processar por conta deste amontado de palavras.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=27021

  8. O nome da crise

    Carta Maior

     

    25/05/2015 00:00

     

    O nome da crise

     

    O nome da crise não é Dilma; é dominância financeira: como bloquear a república dos acionistas? Em que mesa negociar com os depósitos em paraísos fiscais?

    por: Saul Leblon

     

     
     

    Roberto Stuckert Filho/PR

     

    Exceto em regimes escravocratas, quando o subalterno não dispunha sequer da própria vida, a distância entre ricos e pobres nunca foi tão pronunciada na trajetória da humanidade.

     

    Assiste-se a  uma desconexão bruta,  física e estrutural entre os extremos. A exploração do trabalho continua a vigorar como a ponte entre os dois mundos, porém não mais explícita no confronto entre a figura do patrão e a do assalariado.

     

    As margens nem mesmo se enxergam mais.

     

    Onde fica a sede da entidade ubíqua chamada fuga de capitais?

     

    Em que rodovia é possível erguer uma barreira contra a república dos acionistas?

     

    Em que mesa negociar a pauta de reivindicações aos depósitos em paraísos fiscais?

     

    O poder do capital se camuflou em circuitos inefáveis e sem rosto.

     

    A um toque de botão é capaz de desencadear ordens de compra e venda que podem esfarelar o comando de um governo; reduzir uma nação a uma montanha desordenada de impossibilidades.

     

    A história das nações, em certa medida, foi sequestrada pela campainha dos pregões; a abertura e o fechamento dos mercados de câmbio emitem pronunciamentos diários em cadeia mundial, como uma junta militar  dissimulada em cifrões.

     

    Nunca como hoje a luta pela vida digna remeteu tão linearmente ao controle do poder de Estado.

     

    Único interlocutor capaz de dialogar com o ectoplasma da riqueza sem rosto, o Estado, ele próprio, foi quase integralmente capturado em suas entranhas pelos mercados.

     

    Sem um vigoroso aggiornamento da democracia participativa nem mesmo ele é páreo para os interditos dos mercados.

     

    A bonança recente do ciclo de commodities ofereceu ao Brasil uma década trufada por excedentes que ampliaram a  margem de manobra do governo e amorteceram a percepção dessa polaridade extrema.

     

    Os governos do PT souberam aproveitar o atalho para promover avanços indiscutíveis na perversão social criada pelo capitalismo brasileiro. Dobraram a aposta nessa via durante a crise deflagrada pela desordem neoliberal, em 2008.

     

    Os dados são conhecidos. Embora o dever de ofício midiático se esmere em  negá-los, o fato é que todo o vapor da caldeira conservadora hoje se concentra em desmontar aquilo que seus porta-vozes desmentem ter ocorrido.

     

    Dê-se a isso o nome técnico que for. O que se mira é a regressão das conquistas sociais, salariais e políticas dos últimos doze anos.

     

    As palavras do ministro Marco Aurélio Garcia no encontro estadual do PT, neste sábado, sintetizam as consequências deste epílogo conturbado: ‘Tenho absoluta convicção de que encerramos um ciclo importante da nossa história”, afirmou. “Vivíamos um momento de ganha-ganha. Todos podiam ganhar, os trabalhadores, os pobres, as classes médias, até os industriais e banqueiros. Havia um reordenamento da economia brasileira que permitia que todos ganhassem’.

     

    ‘Acabou’, advertiu o ministro para reverberar a gravidade do imperativo com uma assertiva não menos categórica: ‘As classes dominantes estão em clara ruptura conosco e, se não tomarmos cuidado, parte da nossa base social histórica também estará. O PT precisa urgentemente retornar a seus compromissos históricos’.

     

    A chance dessa travessia não diz respeito apenas ao PT, no qual Marco Aurélio pontua a simbologia de todo o campo progressista.

     

    Ela depende, na verdade   –como tem insistido Carta Maior— da convergência de uma frente ampla dotada de força capaz de obter o consentimento majoritário da sociedade para um projeto que ordene o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro.

     

    A falsificação dessa travessia em ligeirezas e amenidades que se satisfazem em fulanizar problemas e soluções reflete a ansiedade diante das provas cruciais.

     

    Mas o gigantismo dos interesses a afrontar não pode ser subestimado pela boa intenção das soluções simplistas.

     

    A muralha a vencer demanda a consciência materializada em amplo engajamento social. Não se trata de defenestrar Levy ou Cunha.

     

    Trata-se de sobrepor uma hegemonia a outra, cuja dominância nunca foi tão entranhada e, ao mesmo tempo, dissimulada, fluida, ardilosa e, sempre que necessário, virulenta e golpista.

     

    Um passo necessário dessa construção consiste em dar um nome ao invisível. Implica ao mesmo tempo proceder à ruptura com aquilo que na clarividente síntese de Marco Aurélio Garcia ‘acabou’.

     

    O nome da crise é a riqueza que não reparte.

     

    Não apenas o patrimônio acumulado.

     

    Mas sobretudo as estruturas que a realimentam e a protegem com salvaguardas inoxidáveis.

     

    Qualquer coisa menos que isso será insuficiente para evitar o rebote do lixo da história para o qual Marco Aurélio adverte. E o que é suficiente  excede em muito a capacidade da iniciativa unilateral de qualquer força isolada.

     

    A riqueza que não reparte é ontologicamente avessa à construção de um destino compartilhado, exceto se  induzida a isso por uma força de coordenação assentada em ampla legitimidade social e democrática.

     

    Por mais que dissimule o rosto da sabotagem, seu rastro planetário deixa as marcas da soberba autorreferente que se avoca igualmente apátrida e autorregulável.

     

    Uma pegada sugestiva que atiça a prontidão das consciências é o consumo de luxo.

     

    Ele atingirá US$ 3 trilhões  no planeta este ano.

     

    Os vips brasileiros são reconhecidos em Paris ou em Miami como um dos mais lucrativos braços desse nicho nababesco.

     

    Jatinhos, iates, mansões, jóias, arte, rejuvenescimento estético, turismo de experiências únicas abastecem as gôndolas globais do supermercado seleto.

     

    Seu tíquete de compra anual equivale ao PIB da Alemanha, a quarta maior potência econômica do mundo, informa o jornal El País.

     

    Não é que pareça excessivo, é que estamos de fato no reino do descabido. Do socialmente nefasto.

     

    Apenas 85 membros desse bunker, os mais ricos entre os muito ricos, segundo a respeitada Oxfam (http://www.oxfam.org.uk/ ) têm um patrimônio de US$ 1,7 trilhão.

     

    Um pecúlio equivalente ao da metade mais pobre da humanidade formada por 3,5 bilhões de homens, mulheres, jovens, idosos e crianças.

     

    Para quem acha que o consumo anual de U$ 3 trilhões é over, a Oxfam avisa: se abrirmos um pouco mais o foco para abranger o famoso 1% carimbado pelos ‘occupy’, vamos nos deparar com um patrimônio de US$ 110 trilhões.

     

    Quase duas vezes o PIB anual do planeta.

     

    Seus detentores podem queimar US$ 3 trilhões por ano sem pestanejar.

     

    Embala-os a certeza de que aplicações financeiras em praças generosas – a do Brasil paga os juros reais mais elevados do globo—cuidarão de regenerar seus portfólios, mantendo-os mais lucrativos do que  qualquer destinação produtiva do dinheiro –como mostrou Thomas Pikety.

     

    O elo entre essa certeza e o resto da humanidade é um fosso que só faz crescer e agora abre fendas desconcertantes mesmo nas nações mais ricas.

     

    Dados recentes da insuspeita OCDE mostram que entre seus 34  países membros a parcela dos 10% mais ricos detém hoje 50% da riqueza; os 40% mais pobres ficam com apenas a 3% dela.

     

    A contrapartida chocante é que em apenas quatro anos da crise mundial, de 2007 a 2011, a população que subsiste abaixo da linha de pobreza aumentou de 1% para 9,4% nesse mosaico.

     

    Uma exceção à tendência regressiva planetária , diz  o relatório  divulgado na semana passada, chama-se  América Latina e Caribe.

     

    A desigualdade aí, que era um elemento da natureza, deixou de sê-lo desde o final dos anos 90, quando passou a cair.

     

    O Brasil, cujo piso salarial registrou um aumento real de 70% desde 2003, é a principal estrela dessa dissonância.

     

    O país apostou que um esforço de distribuição de renda— conciliador em relação aos detentores da riqueza, graças ao excedente conjuntural propiciado pelo boom das commodities— permitiria desencadear um ciclo de crescimento mais rápido e sustentável.

     

    Esse, o modelo que acabou, como adverte Marco Aurélio Garcia.

     

    Desequilíbrios macroeconômicos reais, como o câmbio valorizado, que asfixiou a indústria pela avalanche das importações, explicam parte do colapso.

     

    A resistência à desordem neoliberal, por sua vez, exauriu recursos públicos que se esgotaram antes que a crise iniciada em 2008 desse lugar a um novo ciclo de crescimento.

     

    O conjunto explica em grande arte os impasses da economia e da democracia nos dias que correm.

     

    Mas não explica tudo.

     

    Quem vê no capitalismo apenas   um sistema econômico, e não a dominação política intrínseca à encarnação financeira atual, subestima aspectos cruciais da encruzilhada brasileira.

     

    Corre o risco de subestimar, também, a contagem regressiva alertada no apelo de Marco Aurélio Garcia ao retorno às raízes históricas do PT.

     

    Ademais dos percalços macroeconômicos, a verdade é que foi a incipiente   tentativa petista de deslocar o capital parasitário para a produção que acendeu o estopim do confronto em marcha.

     

    A espoleta acendeu a ira de interesses que tomaram gosto pelo vício de ganhar sem agregar riqueza à nação, nem se submeter aos compromissos com o bem comum da sociedade.

     

    Disso não abdicarão facilmente, como tampouco renunciarão ao fastígio do  luxo em favor da parcimônia.

     

    Ao contrário do que aconteceu no caso das cadeias industriais, o Brasil atingiu o estado das artes nessa matéria.

     

    A coagulação rentista de uma elite perfeitamente integrada aos circuitos da alta finança, amesquinhou a democracia brasileira, privando-a de instrumentos para dar à riqueza a sua finalidade social.

     

    A regressividade inerente a esse processo está promovendo uma mutação individualista acelerada nas relações sociais, a exemplo do que se passa no resto mundo.

     

    O locaute do capital na frente do investimentos –repita-se, ademais dos gargalos macroeconômicos–  é o sintoma desse esgarçamento profundo entre um pedaço da riqueza e o destino coletivo da sociedade.

     

    A greve do capital contra a ‘Dilma intervencionista’ começou aí quando a taxa de juro real foi comprimida a um piso histórico de 3,3% (no segundo governo FHC ela ficou em 18,5%,por exemplo;  foi de 11,7% no segundo Lula).

     

    O governo pode ter cometido tropeços nessa ousada operação de desbloquear a avenida do investimento removendo a barreira do juro alto, para induzir o fluxo à atividade produtiva.

     

    Mas talvez o maior deles tenha sido subestimar a musculatura política necessária para deslocar interesses descomunais  situados do outro lado da pista.

     

    Sem o discernimento engajado da sociedade para enfrentar a riqueza que não reparte, a façanha estava fadada a tropeçar na assimetria das forças em confronto.

     

    A fixação da Selic, a taxa básica de juro da economia, é a ordem unida da coalizão rentista

     

    É daí que o mercado parte para colonizar o cálculo econômico de todos os  demais setores, alinhando-os aos padrões de retorno da ganância sem termo.

     

    Vale a pena conhecer um pouco a amplitude dessa contaminação.

     

    Em entrevista ao jornal Valor, o economista francês Pierre Salama  apontou  um desdobramento dessa irradiação: a explosão dos dividendos que se transformou, ela também, em um obstáculo ao investimento produtivo.

     

    Pressionados a entregar fatias crescentes do lucro aos acionistas, os ‘managers’ corporativos o fazem  em detrimento da retenção de  lucro  para investimento.

     

    A observação de Salama desvela uma dimensão pouco discutida da desindustrialização brasileira.

     

    Ela explicaria, em parte também, segundo ele, ‘os efeitos indiretos sobre a primarização da economia’.

     

    Outra consequência  igualmente corrosiva destacada pelo economista: ‘Se você não tem uma melhora no nível da produtividade porque não tem uma taxa de investimento importante, a única maneira de ser mais competitivo é forçando a queda do salário direto e  indireto’, diz .

     

    Como?

     

    Desmontando direitos  sociais dos trabalhadores –‘o custo Brasil’, ora sob fogo cerrado.

     

    Salama encerrou a entrevista como se desse uma aula de alternativas consequentes ao receituário ortodoxo agora  vendido como fatalidade.

     

    É forçoso coibir a ‘financeirização’, sentenciou para indicar duas vias matriciais: a) adotar um desassombrado controle de capitais e b) prmover uma reforma tributária que faça o rentista pagar mais impostos –inclusive os acionistas, isentos num Brasil que corta recursos da educação para equilibrar o orçamento fiscal.

     

    O mesmo se dá na esfera global.

     

    A desregulação dos mercados financeiros delegou ao sistema bancário internacional o poder supranacional de mobilizar e transferir riquezas, manipular e sabotar moedas.

     

    Tudo blindado pela cumplicidade nem sempre passiva das agências de risco e dos organismos multilaterais.

     

    É dessa usina que se originam os números obscenos do consumo de luxo, as cifras estonteantes dos depósitos em paraísos fiscais –onde a clientela  brasileira detém a quarta maior riqueza depositada–  e os valores desconcertantes de capitais ociosos, num mundo carente de investimento e  empregos.

     

    Uma das maiores fontes de pressão pela elevação da taxa de juro nos EUA parte dos  detentores da riqueza sedentária.

     

    Desde a crise de 2008 ela se debate confinada entre o baixo retorno e a elevada liquidez (o juro norte-americano oscila entre zero e negativa desde 2008 e o Fed injetou US$ 1,5 trilhão no mercado para salvar o capitalismo dele mesmo).

     

    O cavalo financeiro escoiceia a estrebaria acanhada exigindo de volta o pasto gordo e indiviso.

     

    Bancos e por consequência seus acionistas veem suas margens naufragarem, afogados em depósitos sem alternativa de aplicação lucrativa.

     

    No primeiro trimestre deste ano os depósitos totais no Morgan, por exemplo, subiram para US$ 1,3 trilhão nos EUA  (aumento de US$ 4,5 bilhões em relação a dezembro de 2014); os do Wells Fargo somaram US$ 1,2 trilhão; aumento de US$ 28 bilhões no mesmo período. No circuito dos bancos sombra, onde impera o vale tudo em busca de retornos graúdos, há um tsunami de US$ 75 trilhões em ativos, segundo o Financial Stability Board.

     

    A pergunta é: se a roleta do cassino travou, por que o aluvião  não migra então para o investimento produtivo?

     

    Pela simples e dura razão de que a superprodução de capitais é a contraface  indissociável da escassez de demanda gerada pela precarização do trabalho no bojo da financeirização de toda a economia.

     

    São realidades univitelinas, e se devoram no ventre do capitalismo desregulado.

     

    Desse xeque-mate intrínseco à própria dominância financeira da época a sociedade não se livrará pela lógica de mercado.

     

    O PT  tentou um caminho intermediário.

     

    Ao incentivar keynesianamente a demanda  — e ensaiar  uma fugaz redução da taxa de juro em 2013–   impôs uma coordenação light, confiante na regeneração do capital rentista em alavanca produtiva.

     

    Enquanto o lubrificante da alta das commodities amaciou o conflito, a tentativa foi tolerada.

     

    Mas a verdade é que a resposta esperada nunca aconteceu.

     

    Pelo menos não na escala necessária –nem na indústria (culpa do câmbio, em parte), nem na infraestrutura (culpa do intervencionismo da Dilma, alega-se).

     

    O fato de não ter acontecido impõe uma revisão do keynesianismo que descuidou do câmbio como o padeiro descuida do fermento e da lenha no forno.

     

    Mas não basta.

     

    E dificilmente teria bastado sem que se tivesse providenciado –até para tornar viável a maxidesvalorização competitiva—  aquilo que continua a faltar.

     

    Falta a ferramenta política dotada de discernimento claro sobre a engrenagem a  afrontar.

     

    O capitalismo quanto mais dá certo, mais dá errado.

     

    Seu próprio movimento de expansão espreme e estreita o alicerce social do qual, paradoxalmente, extrai sua valorização. Por isso sobra capital e o consumo de luxo explode, enquanto a sociedade carece de investimento e a demanda patina.

     

    O nome da crise, portanto, não é Dilma, ou voluntarismo ‘lulopetista’, como quer o sociólogo da dependência desfrutável.

     

    O nome da crise é a dominância financeira que exacerbou mecânica da riqueza que não reparte.

     

    Não existe mágica: o antídoto  é a coordenação política da economia pela democracia social.

     

    Isso não exime o PT da delicada travessia de autocrítica.

     

    Ou como exortou Marco Aurélio Garcia: ‘é  preciso, urgentemente, retornar às raízes históricas’.

     

    Acrescente-se, porém: o retorno só terá sucesso ao lado de outras forças e movimentos, sem os quais será muito improvável reunir o fôlego necessário para chegar onde é preciso. No tempo curto tempo que resta.

    http://cartamaior.com.br/?/Editorial/O-nome-da-crise/33562

  9. Outras rotas transportando produtos agrícolas…só que

    El piloto, brasileño, falleció

    FANB derriba en Cojedes una avioneta que trasladaba drogas

    Por: Agencias | 

     

    Domingo, 24/05/2015 06:26 PM

     

     

    http://www.aporrea.org/contraloria/n270964.html

     

    Credito: @vladimirpadrino

    San Carlos, mayo 24 – Aproximadamente a las 5:00 AM, en la zona sur del estado Cojedes, específicamente en el fundo “La Soledad”, fue derribada por la Fuerza Armada Nacional Bolivariana, una avioneta, que irrumpió de manera ilegal en el espacio aéreo venezolano, dejando como saldo fatal al piloto de la aeronave de nacionalidad brasileña, quien trasladaba un cargamento de drogas.

    El Comando de Defensa Aeroespacial Integral (CODAI), detectó una traza sobrevolando ilegalmente el espacio espacio aéreo venezolano sin identificación, por lo que procedieron a alertar a la aeronave para que se coordinara un despegue de asistencia, pero esta hizo caso omiso prosiguiendo su ilícito vuelo y realizando maniobras evasivas sin acatar las instrucciones, por lo que no les quedó otra a las autoridades venezolanas, amparándose en la Ley de Control para la Defensa Integral del Espacio Aéreo, que derribarla, justo cuando sobrevolaba en la zona Sur del estado Cojedes.

    Los militares, se trasladaron inmediatamente a los linderos del Fundo “La Soledad” en el municipio Rómulo Gallegos, con una comisión integrada por efectivos castrenses del Comando de Zona de la GNB- 32, quienes iniciaron un rastreo a caballo para recabar las evidencias de interés criminalístico localizando panelas de presunta cocaína, el cadáver calcinado del aviador, quien por el pasaporte hallado en el lugar sería de nacionalidad brasileña.

    Más de 600 kilos de presunta cocaína

    Trascendió de manera extraoficial, que serían un poco más de 600 kilogramos de cocaína los encontrados, embalados en panelas de un kilo, sin embargo se encuentran aplicando el proceso químico de detección para precisar el tipo de droga y los grados de pureza.

    ——————————————————————————————————————-

    Os paneleiros não precisam ficar preocupados com a utilização dessas panelas. Viagens anteriores, incluindo o helicóptero, vão garantir o fornecimento desse vital instrumento de pressão política para as eleições de 2038.

  10. Tudo dentro da Lei

    http://www.hojeemdia.com.br/noticias/politica/receita-recebe-arquivos-sobre-brasileiros-que-tem-contas-no-hsbc-da-suica-1.320563

     

    25/05/2015 17:03 – Atualizado em 25/05/2015 17:03

    Agência Estado

    Receita recebe arquivos sobre brasileiros que têm contas no HSBC da Suíça

    A Receita Federal recebeu do governo francês informações sobre contribuintes brasileiros titulares de contas correntes no HSBC da Suíça. Em nota, o órgão informou que foram enviados 8.732 arquivos eletrônicos, cada um supostamente com o perfil de um cliente brasileiro do banco. A receita tenta identificá-los.

    Já foram identificados 7.359 perfis, dos quais 7.243 contribuintes. “Há casos de pessoas com múltiplos perfis de cliente”, explicou a Receita, em nota. Foram descobertas 5.581 contas, entre ativas e inativas, mantidas por brasileiros. Desse total, 1.702 contas tinham saldo ao final de 2006, período abarcado pela lista de correntistas do banco que foi vazada no episódio que ficou conhecido como “Swissleaks”.

     

    A Receita informou que continuará a pesquisa para identificar os correntistas e pessoas físicas relacionadas, além dos herdeiros dos correntistas que já morreram, servidores públicos e pessoas “politicamente expostas”. Será feita ainda análise de vínculos entre os contribuintes identificados.

    Também ocorrerá troca de informações com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o Banco Central, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

    Brasileiros tinham US$ 5,4 bilhões depositados

     

     – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    Comprovados os crimes, os diretores da instituição financeira ficarão impunes?

    A expressão “pessoas politicamente exposta” não foi utilizada por um verme que se diz jornalista que teve a primazia de receber a lista dos brasileiros com contas na lavanderia HSBC?

  11. Da série: “SOMOS OS MAIORES CONFIDENTES DE DILMA E LULA”

    A Folha :

    Lula pede a Dilma que libere R$ 8 bi do PAC para São Paulo

    NATUZA NERY
    MARINA DIAS
    DE BRASÍLIA

    26/05/2015  02h00
     

    Preocupado com o cenário eleitoral em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a liberação de recursos federais para ajudar o prefeito Fernando Haddad, pré-candidato do PT à reeleição na capital paulista.

    A administração municipal espera, desde o ano passado, o repasse de aproximadamente R$ 8 bilhões oriundos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

    O montante seria destinado à reurbanização de favelas e outros projetos. Mas a liberação da verba ainda não recebeu o aval da presidente Dilma Rousseff.

    Nos bastidores, a avaliação é a de que, sem esses investimentos, Haddad terá ainda mais dificuldades para ser reconduzido ao comando da maior cidade do país.

    Lula apresentou a demanda à Dilma em reunião na sexta (22) na Granja do Torto, uma das residências oficias da presidente, em Brasília.

    O ex-presidente também cobrou que ministros petistas com base eleitoral em São Paulo desembarquem no Estado para fazer agenda política e, com isso, “ocupar espaço” em prol de Haddad.

    Na avaliação interna, os R$ 8 bilhões do PAC serviriam para ajudar a criar uma “marca na periferia” para Haddad, dando impulso ao propósito de sua reeleição.

    Pesquisas mostram a dificuldade do prefeito nesse estrato social. Levantamento do Datafolha apurado em fevereiro deste ano mostrou que sua gestão foi considerada ruim ou péssima por 44% dos paulistanos. A taxa é semelhante nas faixas de menor renda, onde os petistas tradicionalmente costuma ter melhor desempenho.

    O cenário eleitoral é considerado “difícil”. Daí o esforço para melhorar a conexão com a população mais pobre. Hoje, esse espólio ainda é da ex-prefeita Marta Suplicy, que deixou o PT para desafiar Haddad no ano que vem –a tendência é que ela se filie ao PSB para disputar a eleição.

    PERIFERIA

    O dinheiro defendido por Lula para a cidade de São Paulo seria usado na construção de 11 corredores de ônibus, 12 obras de prevenção de enchentes e moradias para 55 mil famílias.

    Petistas já não escondem um prognóstico desanimador no ano que vem. A maioria teme uma lavada nas urnas dos grandes centros urbanos.

    O desgaste é motivado pela impopularidade da gestão petista em âmbito federal, somada à rejeição crescente ao PT em diversos redutos.

    O escândalo de corrupção na Petrobras, desvendado pela Operação Lava Jato, ajudou a corroer a imagem da legenda e de seus representantes.

    Por essa razão, investimentos extras são considerados cruciais para dar competitividade à candidatura do petista em São Paulo.

    O repasse, porém, esbarra no esforço do governo federal em apertar os cintos para economizar dinheiro do orçamento.

    Na mesma sexta-feira em que Lula pedia transferências do PAC para ajudar Haddad, o governo federal anunciava um corte de R$ 25,9 bilhões no próprio programa.

    Apesar do empenho do ex-presidente, ministros são céticos quanto ao sucesso da demanda. “Está difícil pensar numa ajuda assim. Talvez o prefeito precise se virar sozinho”, disse um deles, sob condição de anonimato.

     

  12. Grupo da USP denuncia Abril, Globo e projeto tucano de censura a

    a professores: Macartismo e pantomima fascistoide

    DO VIOMUNDO

    Grupo de Estudos sobre Marx (GMarx) – USP *, sugerido por Antônio David e Carlos Quadros

    O que seria o “ensino ideológico”? O que seria o “assédio ideológico”?

    Estas duas questões se colocam com a tramitação na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei (PL) 1411/2015, o qual prevê condenação ao “assédio ideológico” no ensino no Brasil. O PL é de autoria de Rogério Marinho (PSDB). Nas suas palavras: “A escola e o ambiente acadêmico precisam ser blindados de qualquer assédio ideológico e partidário, um crime covarde. É preciso garantir a liberdade de aprender”.

    No Rio de Janeiro, o Deputado Flavio Bolsonaro já tinha apresentado em 2014 o PL “Escola sem Partido” para defender o “direito dos pais a que seus filhos menores não recebam a educação moral que venha a conflitar com suas próprias convicções“.

    Sabemos que certos “moralistas” querem mesmo é um homeschooling homofóbico e racista. O ridículo das propostas costuma levá-las ao esquecimento em condições “normais”, mas num ambiente político em que o Congresso Nacional reverte até direitos trabalhistas e sociais que também julgávamos conquistados, qualquer pantomima fascistoide de um parlamentar nos preocupa.

    O ambiente escolar e acadêmico são alvos privilegiados do assédio ideológico e partidário, ao menos nas gestões tucanas em São Paulo e no Paraná.

    O aparelhamento (e sucateamento) da Universidade de São Paulo após vinte anos de governo do PSDB é notável, como, ademais, se dá em outras instâncias do estado. Estão frescas na memória de muitas e muitos as cenas bárbaras protagonizadas pela polícia de Beto Richa nas ruas de Curitiba contra os professores em greve. Não houve qualquer panelaço revoltado em seu nome!

    A PM de Alckmin não fica para trás: a forte repressão das greves estudantis de 2009 e 2011 na USP com direito a cavalaria, esquadrão anti-bombas, choque e soldados suficientes para cercarem homem a homem o prédio da reitoria e o CRUSP foi digno da ditadura militar, deixando claro um dos mecanismos de funcionamento da democracia racionada. Tampouco estes estudantes tiveram qualquer solidariedade, antes sofreram represálias da grande imprensa e dos sensacionalistas! A tática do governador agora é, para além da repressão, a negação da existência da greve de professores (assim como o faz com a crise hídrica). A negação é um dos estágios do luto…

    Outra expressão da manipulação ideológica no ambiente acadêmico se dá através dos critérios das agências de fomento à pesquisa.

    A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), por exemplo, também é uma instituição dos vinte anos de aparelhamento do estado pela direita tucana. A seleção ideológica de direita ali se vale de camuflagem científica, a qual se opera através da desqualificação de estudos marxistas, os quais são acusados de não serem científicos por conterem princípios ideológicos. Misturam-se a ignorância e a má fé nesta argumentação! Toda e qualquer abordagem científica carrega ideologia em seu bojo. O referencial teórico marxista é caracterizado por um severo grau de cientificidade, justamente por reconhecer e assumir que é construído através de uma visão de mundo e com vistas a uma intervenção neste mundo.

    Retornemos ao “ensino ideológico”. De acordo com a direita brasileira, todo e qualquer ensino questionador, orientado teoricamente, com posição política do docente assumida, seria ideológico. Ora, reproduzir o senso comum e impedir que as coisas mudem, não é um assédio ideológico? Não é uma posição política? A manutenção do status quo, ainda que dissimulada por um falacioso discurso de neutralidade, é sem dúvida um assédio ideológico. A ideologia, como a política, está em tudo!

    Na justificação do PL 1411/2015, assim escreveu o deputado Rogério Marinho:

    “A forma mais eficiente do totalitarismo para dominar uma Nação é fazer a cabeça de suas crianças e jovens. Quem almeja o poder total, o assalto à Democracia, precisa doutrinar por dentro da sociedade, estabelecer a hegemonia política e cultural, infiltrar-se nos aparelhos ideológicos e ser a voz do partido em todas as instituições. Para eles, é preciso calar a pluralidade, a dúvida saudável e substituir a linguagem, criando um ambiente onde proliferam mitos, inversões, clichês, destruição de reputações e conflitos desnecessários. Para o totalitarismo vingar, é preciso destruir a coesão social e as tradições da sociedade. Por isso, partidos autoritários necessitam calar a imprensa e os meios de comunicação, dominar o sistema de ensino, estabelecer a voz única, enfim, a hegemonia decantada por Antônio Gramsci (filósofo e político Italiano – 1891-1937). Esse expediente estratégico foi utilizado para a conquista e manutenção de poder dos fascistas, nazistas, comunistas e ditadores por várias nações. Hegemonia política significa que a voz do partido deve ser ecoada em todos corações. Por isso, a propaganda desonesta, o marketing mentiroso, a idolatria por indivíduos, a falsificação da realidade e a tentativa de reescrever a História, forjando o passado.” Narciso apenas consegue enxergar o seu espelho!

    O projeto de lei deste parlamentar tucano não se caracteriza, justamente, por calar a “pluralidade” e a “dúvida saudável” ao censurar os profissionais formados para suscitar o espírito crítico na escola, seu lugar de excelência? Talvez a tarefa de pensar e intervir na sociedade para o deputado caiba apenas aos meios de comunicação amigos de seu partido. O pensamento único se manifesta neste assédio ideológico que é tal PL! É a “falsificação da realidade” que Marinho acusa. Assalto à democracia através da mentira e deturpação conceitual (comentar a sua leitura capciosa de Gramsci seria desperdício de tinta).

    A Revista Veja, anos atrás, veiculou matéria denunciando o que chamou de “doutrinação marxista”. Quando tentaram restringir a sala de aula brasileira de “conteúdos políticos”, em nome da defesa nacional contra “o perigo vermelho”, o que se viu foi a exclusão da Filosofia e da Sociologia do currículo, bem como a deturpação da disciplina de História, em nome das intervenções ideológicas, travestidas de disciplinas escolares, chamadas de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira.

    Duplo assédio: ideológico no colégio, físico e direto nas ruas! Aquelas disciplinas só serviram a um fim: produzir livros didáticos de baixa qualidade escritos por militares que se locupletaram juntamente com empresas editoriais.

    A Rede Globo, com as palavras de Ali Kamel, também denunciou “conteúdo subversivo” em seus órgãos. Os interesses da Editora Abril e da Globo conseguem ser menos nobres ainda do que os dos setores golpistas em 1964! A sua estratégia macarthista, para além de agradar o gosto de seu público imbecilizado, corresponde aos interesses de grandes grupos produtores de material didático, em que se incluem os próprios conglomerados citados, tendo em vista retirar de mercado livros já consolidados no Ensino de História.

    A escola também é, por definição, um espaço de formação, tal qual a família ou a religião do aluno (para aqueles que professam alguma fé). E formação é um momento de construção de pensamento crítico. Enganam-se, e enganam aos outros, aqueles que acreditam que a liberdade de aprendizado se opera em uma sala de aula censurada. A ideologia hegemônica não é imposta por professores e professoras, de resto espancados e mal pagos, mas sim por organismos midiáticos que, apoiados em concessões públicas ou em vultosas assinaturas para distribuição de seus escritos no ensino básico, possuem a plena liberdade para a mentira. Eis o real assédio!

    Contra a escola sem partido, preferimos a sala de aula sem censura!

    PS do Viomundo: O Gmarx surgiu em 2009 como grupo de pesquisa com o objetivo de discutir os vários marxismos no âmbito da Universidade. Ele congrega estudantes de graduação e pós-graduação, professores universitários, mas também estudantes ou autodidatas de fora da universidade.

     

    O Gmarx se posiciona publicamente na defesa dos valores humanistas, da educação pública gratuita para todas as pessoas, a favor de cotas e procura integrar prioritariamente mulheres e negros, reconhecendo suas dificuldades em atingir tais objetivos.

  13. *

    Perfil elitizado de médicos é um dos desafios ao atendimento básico da saúde, avaliam especialistas

    Por José Coutinho Júnior, Brasil de Fato

    http://www.brasildefato.com.br/node/32117

    Médicos populares e professor acreditam que, para democratizar a medicina brasileira, é preciso mudar o currículo das universidades. Eles criticam a formação voltada para mercado.

    Da Redação

    Mulheres, jovens, brancas, que moram com os pais, nunca trabalharam e sempre estudaram em escola privada. Este é o perfil da maioria dos recém-formados em medicina no estado paulista, segundo levantamento do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). A pesquisa ainda está sendo finalizada, mas dados preliminares foram divulgados pelo presidente do conselho, Bráulio Luna Filho, em seminário sobre saúde organizado pelo jornal Folha de S. Paulo.

    Os dados relativos à São Paulo correspondem à realidade do perfil dos médicos em todo país. Um questionário do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2013 constatou que 56,1% dos que fizeram a prova eram mulheres, com 33,9% tendo entre 25 e 29 anos.

    Do total de estudantes, 73,6% se declararam como brancos. Os que se declararam pardos/mulatos corresponderam a 21,3%. Já os que disseram ser negros representavam 2,3% do universo. Além disso, 2,3% dos estudantes se declararam amarelo (de origem oriental) e 0,4% se declarou como indígena ou de origem indígena.

    A pesquisa do Enade também aponta que a faixa de renda familiar mensal mais comum para os estudantes de medicina foi a de dez a 30 salários mínimos (R$ 6.780,01 a R$20.340,00). Além disso, 84% dos estudantes marcou a seguinte afirmação no questionário: “não tenho renda e meus gastos são financiados pela minha família ou por outras pessoas”.

    O Brasil de Fato conversou com profissionais de saúde para entender os desafios resultantes desse perfil elitizado dos médicos formados no Brasil.

    Na avaliação do professor Mário Scheffer, do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP), o perfil corresponde à elitização do ensino superior como um todo. “Outros cursos muito concorridos apresentam perfis similares. O agravante é que a medicina é um curso muito caro, que pessoas de renda mais baixa não conseguem acessar via Fies [Financiamento Estudantil] ou Prouni [Programa Universidade para Todos] na mesma proporção dos outros por conta dos preços da mensalidade”, apontou.

    O médico da família e supervisor do Programa Mais Médicos, Renato Penha, diz não se surpreender com os números. “É pouco comum encontrar pessoas que trabalham e fazem cursos de medicina ao mesmo tempo, porque a carga horária do curso é pesada, o que limita o acesso dos mais pobres. Outros perfis, como indígenas ou negros, mesmo com a política de cotas, são pouco comuns por conta da concorrência”, avaliou.

    Scheffer faz a ressalva de que esse perfil de formandos, apesar de centralizar a medicina em um determinado extrato social, não é único responsável pela elitização da área. “Não podemos generalizar. Cerca de 75% dos médicos que se formam trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS), que continua sendo o maior empregador de médicos do país. É óbvio que há médicos que trabalham apenas na estrutura privada, mas muitos se revezam nas duas estruturas”, ponderou.

    Formação mercadológica

    O tipo de formação oferecida nos cursos de medicina brasileiros, no entanto, segue um viés técnico, voltado para o mercado, na qual as especialidades que dão mais dinheiro acabam sendo as escolhas principais dos formados. É o que avalia Joana Carvalho, médica da família no Rio de Janeiro e orientadora na especialização de Saúde da Família.

    “O currículo médico hoje nas universidades tem pouco contato com a atenção primária à saúde, que é a estratégia de Saúde da Família. Os estudantes nem conhecem e tem um discurso do senso comum e dos próprios médicos de que a saúde pública é inferior, para pobre, que não tem condição de pagar serviço de saúde de qualidade. Isso precisa aparecer de uma forma mais presente na graduação dos médicos, para que os preconceitos desapareçam”, declarou.

    Penha acredita que é preciso também regular a influência que a iniciativa privada exerce na saúde pública. “O cerne é conseguirmos concretizar uma política pública de saúde de qualidade e regular o mercado. Para termos um sistema público e universal, precisamos de pessoas que trabalhem nele, que sejam voltados a ele. Hoje temos a formação na esfera pública, mas o discurso privado é muito forte, priorizando especializações que fogem da área social”, criticou.

    Scheffer concorda que o currículo dos cursos deve estar referenciado na sociedade. “Vinte mil médicos são formados todo ano. Os cursos precisam formar profissionais com perfil adequado para a área social, para levar a lugares distantes onde não há médicos. E isso só vamos conseguir com políticas publicas de saúde, remuneração e valorização desses médicos”, afirmou.

    Mais Médicos

    O Programa Mais Médicos, além de levar médicos para áreas carentes e remotas, propõe medidas que pretendem mudar a lógica da formação de medicina no país. Um alvo dessas mudanças são as diretrizes curriculares dos cursos de medicina, dando um foco maior à atenção primária e a abertura de novos cursos e vagas.

    Renato acredita que as ações do Mais Médicos podem ser um começo para estruturar um sistema público eficiente. “Há dificuldades de estruturar nosso sistema público de saúde, para que além de formado nele, o profissional seja ativo nele. Por mais que façamos todas iniciativas possíveis e imagináveis, se não mudarmos isso, não vamos avançar”, aposta.

    O programa tem como meta, de acordo com o Ministério da Saúde, a criação de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil de residência médica, nas áreas prioritárias para o SUS até 2018.

    Seguindo essas diretrizes, o Ministério da Educação (MEC) lançou edital no início de abril para abrir mais de 1.800 vagas em cursos de medicina, em universidades particulares de 22 cidades de oito estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Desta forma, prevê o edital, locais com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e detentores de altas taxas de desigualdade social serão contemplados.

    Scheffer aposta na mudança no currículo como meio para que mais profissionais pratiquem medicina social. “Fixar médicos em locais remotos é uma dificuldade em todos os países, não há uma formula para resolver o problema. Outros países ja tentaram de tudo, como oferta de salários altos, contratação de médicos estrangeiros, bônus financeiro. Mas os países que tiveram maior sucesso foram os que mudaram a formação, para que os médicos se interessassem por esse perfil social da medicina”, apontou.

    Para Joana, a medida é positiva. “A ação imediata de trazer os médicos é importante, mas a ação a longo prazo, que é formar mais médicos e mudar o tipo da especialização, tornando a residência obrigatória a todos estudantes, pode regular essa lógica de especializações que são feitas a partir dos interesses da categoria, sem levar em conta as necessidades da população”, conclui.

    Interiorização

    Para Scheffer, as vagas novas, por serem em universidades particulares, não vão democratizar o acesso aos cursos de medicina para os mais pobres, mantendo o mesmo perfil elitizado de estudantes na universidade. “A política de abertura de novos cursos e expansão de vagas em medicina não dá sinais de que isso vá ser acompanhado de uma democratização do acesso, por afastar a maioria dos beneficiários do Fies e Prouni, por conta das mensalidades caras e do vestibular concorrido nas universidades públicas”.

    O MEC informou, por meio de nota à reportagem, que o edital de chamada para abertura de novos cursos de medicina buscou garantir critérios para que se tenha uma maior inclusão social, como a seleção dos municípios em regiões carentes e que sejam desprovidas de cursos de medicina. Para selecionar essas áreas, serão oferecidas pontuações extras, por exemplo, para aqueles que apresentarem um Plano de Ofertas de Bolsas para alunos com base em critérios socioeconômicos.

    “O programa objetiva oportunizar às populações destes municípios a acessarem estas vagas, tanto pelo programa de bolsas que obrigatoriamente deverá ser ofertado pelas IES [Instituições de Ensino Superior] selecionadas, como considerando, complementarmente, os demais programas de financiamento e inclusão já existentes no MEC, como o Prouni [Programa Universidade Para Todos], o Fies [Financiamento Estudantil] e a política de cotas que deve ser obedecida nos termos da lei”, assinala a nota.

     

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    Prioridade à família global revolta Samu e cinco pacientes esperam leitos

    Vânya Santos, Correio do Estado

    http://www.correiodoestado.com.br/cidades/prioridade-a-familia-global-revolta-samu-e-5-pacientes-esperam-leitos/247793/

     O atendimento prioritário e exclusivo dado à família dos apresentadores Angélica e Luciano Huck por equipe médica da Santa Casa revoltou o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Eduardo Cury. Segundo ele, o mesmo atendimento não é prestado aos pacientes de Campo Grande e, tanto é verdade, que atualmente cinco pessoas estão em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aguardando leitos na Santa Casa.

    “A denuncia que eu faço a Santa Casa não tem como rebater porque a única coisa que peço é que o tratamento dado à família do Huck seja dado a todos os pacientes. Quando levamos para o hospital, não podemos descer o paciente, tem que ir um enfermeiro para fazer a classificação de risco e avaliar se desce ou não com o paciente. O que me revoltou muito é que, para se ter uma ideia, temos cinco pacientes esperando leitos”, explicou Eduardo Cury.

    ESPERA

    O coordenador do Samu contou o caso da paciente Celina, 53 anos, que sofreu infarto e, desde sábado (23), aguardava por um leito. “Procuramos leitos pelas unidades e a Santa Casa nos informou que não tinha aparelho respiratório, mas fecharam o CTI de transplante cardíaco para colocar a família global porque estava sendo assediada”, criticou.

    Eduardo Cury disse ainda que o Samu conseguiu levar a paciente Celina para o Hospital Universitário ontem à tarde, no mesmo horário que estava sendo atendida a família global na Santa Casa e, uma hora depois, ela faleceu. “Não posso afirmar que se ela tivesse ido com mais antecedência seria salva, mas também não posso raciocinar assim. Tenho que oferecer os melhores serviços no menor tempo possível.”, destacou.

    “Se não tem pacientes de alta complexidade, eu levaria nas ambulâncias do Samu, com maior prazer, para os hospitais particulares de Campo Grande”, contou o médico, afirmando que, em condições normais, os pacientes devem ser regulados pelo Samu e essa fila não pode ser furada.

    EXAMES

    O coordenador do Samu ressaltou que Luciano e Angélica fizeram tomografia computadorizada e outros exames, que tiveram os resultados disponíveis em duas horas. “Quando levo paciente acidentado para lá, algumas famílias me ligam porque não têm o resultado dos exames. Eu aplaudo a rapidez e só quero que esse tratamento seja dado para todos os pacientes, mas o critério que foi usado para eles, posso garantir, não é o mesmo usado para quem precisa e alguém tem que defender o pobre nesse País”, criticou.

    Eduardo Cury reclamou, ainda, que quando equipe do Samu chega com paciente na Santa Casa, o hospital demora até duas horas para liberar os socorristas, sob a alegação de que faltam funcionários no local.
    “Mas para o Luciano Huck não faltou nada”, observou o coordenador, frisando que denunciará o caso ao Conselho Municipal de Saúde.

    ACIDENTE

    O avião modelo Embraer 820C apresentou uma pane no motor. A aeronave havia decolado de uma estância turística do Pantanal, em Miranda com previsão de pousar no aeroporto de Campo Grande, na manhã de ontem.
    Huck e os filhos viajaram para o Pantanal para acompanhar uma série de gravações de Angélica para o programa semanal “Estrelas”, da Rede Globo.

     

  14. Não ao shopping dos congressistas baby docs

    Ainda não sei de comprovação de fonte que tenha esse papel sobre a eficácia das petições da Avaaz, mas de alguma forma antes algum barulho do que nada a respeito dessa pretenção esculachada dos nossos congressistas ‘baby docs’ de terem um shopping exclusivo.

    Eis o texto e o link abaixo para assinarem:

    Caros amigos,

    É de cair o queixo. 273 deputados votaram a favor de uma emenda para construir um shopping de R$1 bilhão no Congresso. Não podemos permitir isso.

    Meses atrás, deputados tentaram aprovar um orçamento milionário para pagar regalias para suas esposas e maridos. Agora querem um shopping! Felizmente, nós barramos as regalias das passagens aéreas e podemos pressionar os senadores a votarem contra o shopping dos parlamentares. Se fizermos barulho suficiente, eles terão tanta vergonha de votar pelo sim que não irá restar outra saída além de engavetarem a proposta.

    Precisamos agir depressa pois a votação pode acontecer nos próximos dias. Assine a petição e passe para o maior número de pessoas possível:

    https://secure.avaaz.org/po/o_shopping_dos_parlamentares/?cvXmTbb

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