Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Redação

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  1. Colocaram escutas nas celas dos delatores?

    O caso da escuta pode melar a Lava Jato? É o que ameaça o advogado de Youssef

     3 de julho de 2015 | 00:58 Autor: Fernando Brito no Tijolaço

    escuta

    Vejam o que, apesar do certo “abafa” da mídia está em curso na mais grave investigação de corrupção e no principal instrumento de desestabilização política do país, hoje.

    Não é coisa de blogs, as quais, mesmo quando verdadeiras e previstas,como dois posts atrás, mas da Folha de S. Paulo:

    “Advogado do doleiro Alberto Youssef, Antonio Figueiredo Basto estuda pedir a suspensão do acordo de colaboração premiada firmado entre seu cliente e o Ministério Público, depois que um policial federal disse à CPI da Petrobras que instalou uma escuta na cela de Youssef.(…)”Se isso for confirmado (instalação da escuta), se for verdade, vou pedir a suspensão imediata do acordo de colaboração. Depoimento de CPI é algo muito grave, deixa de ser coisa de bastidores para se tornar público”.

    Muito provavelmente Basto está blefando, para conseguir vantagens adicionais para seu cliente, como faria qualquer advogado.

    Mas só se blefa com cartas capazes de pressionar o adversário.

    O advogado de Youssef sabe que a escuta ilegal capitaneada pelo comando da PF fragilizou todo o processo, do qual não se pode prever a possibilidade de nulidade apenas pela repercussão política que tem.

    Mas vai sair na frente, porque é inevitável o bombardeio de todas as defesas de acusados sobre o comprometimento original do processo.

    E tudo vai chegar ao STF, porque foi lá que se homologou o acordo de delação.

    Para quem não acompanhou os detalhes, reproduzo um trecho do blog de Paulo Moreira Lima, que narra o passo a passo da trampa que foi armada:

    “Falando para os parlamentares reunidos numa sessão fechada, o agente da Polícia Federal Dalney Fernando Werlan contou que:
    a) no início do ano passado foi chamado por seus superiores, que determinaram que instalasse um grampo eletrônico numa cela da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, reservada para abrigar um determinado prisioneiro;
    b) Werlan fez o serviço e, dias depois, apareceram dois prisioneiros: o doleiro Alberto Yousseff e Paulo Roberto Costa, diretor da Petrobras, os principais delatores da Lava Jato.
    c) orientado pelos superiores, todos os dias o agente recolhia um arquivo eletrônico do equipamento, para entregar à chefia;
    d) duas semanas depois, Alberto Yousseff fez um pequeno escândalo na carceragem: apareceu com o grampo na mão, dizendo que havia encontrado no teto da cela.
    e) Yousseff disse , mais tarde, que começou a desconfiar do grampo durante os interrogatórios. Contou que tinha a impressão que os policiais perguntavam coisas que ele tinha conversado com Paulo Roberto Costa na cela.

    O caso prometia permanecer como um pequeno segredo entre os agentes e delegados da Polícia Federal que investigam a Lava Jato até que a VEJA publicou uma reportagem a respeito do grampo. A revista não conhecia a história inteira mas a notícia obrigou a abertura de uma sindicância interna. O resultado, explicou Werlan, foi uma história de cobertura, falsa como uma nota de 3 reais. Foi a partir de então, contou o agente, que ele descobriu que havia sido convocado para cumprir uma ordem ilegal — e percebeu que não era a única vez. Na mesma época, lhe pediram para montar um grampo ambiental numa área de convivência da PF de Curitiba, conhecida como “fumódromo.”
    A historinha dizia que o grampo era muito antigo, e fora instalado quando a mesma cela abrigou outro prisioneiro célebre, o traficante Fernandinho Beira-Mar. Chegaram a dizer que era um equipamento anacrônico, imprestável para ouvir urros e gritos, quanto mais conversa entre prisioneiros.Tudo cascata, explicou o agente Werlan. Ele conhecia o equipamento usado, que funcionava perfeitamente. Também conhecia o equipamento levado a carceragem para substituir o primeiro — era novo em folha, e também funcionava muito bem.”

    Confirmados estes acontecimentos, qualquer processo, em qualquer tribunal, seria anulado, porque a contaminação se deu no início de toda a investigação, justo na prisão de Youssef e Costa. Daí para a frente, tudo estaria nulo.

    Dificilmente será assim, porque a politização do processo e os interesses envolvidos não permitirá que ocorra o que ocorreu com Daniel Dantas, que por muito menos se livrou das acusações.

    Mas é inevitável uma tsunami de pedidos de nulidades, na qual, esperto, antes de todos, o advogado de Youssef ameaça surfar.

     

  2. Sentado no escândalo do HSBC, Fernando Rodrigues volta a atacar

    os blogs “sujos” por receberem dinheiro do governo.

    Rodrigues e o oligopólio da mídia na publicidade. Ou: “o Tijolaço não tem conta no HSBC”

    2 de julho de 2015 | 13:58 Autor: Fernando Brito

    lobo

    Fernando Rodrigues publica hoje, em seu blog, uma “pseudo-denúncia” sobre o que seria o favorecimento dos blogs, sites e até jornais “sujos” em publicidade do Governo e de estatais federais.

    Mesmo que, por absoluta generosidade, trate-se de ação espontânea, a coluna não tem, com eles, os cuidados e pruridos que teve com as contas numeradas do HSBC.

    Tenho absoluta liberdade para falar, pois o valor recebido por este blog é exatamente zero. Portanto, não visto a carapuça e nem tenho carapuça para vestir.

    O que mantém o Tijolaço e seu autor, que não vive de brisa – embora o diabetes o faça quase chegar lá – são as contribuições dos leitores, os pagamentos dos anúncios do Google (que paga de acordo com um audiência que ele mesmo mede, já viu, né?) e alguns raros anunciantes privados.

    Rodrigues usa o critério de calcular pelo número de “visitantes únicos” mensais, ou seja, pela quantidade de pessoas diferentes (IPs diferentes, para ser preciso) que estiveram no site a cada dia. Para deixar claro, isso não considera quem, por exemplo, frequenta diariamente, ou mesmo quinzenalmente, os sites.

    Ora, isso não é, nem nunca foi, o critério do mercado de publicidade, como ele mesmo registra em seu texto, para depois “esquecer”: “O custo para anunciar na internet é difícil de ser apurado. Os sites e portais têm tabelas variadas para precificar o que é chamado de CPM (custo por mil).Funciona assim: o anunciante diz quantas vezes deseja que seu anúncio seja visto e o site cobra um valor específico para cada 1.000 visualizações (“page views” ou “impressões, no jargão do mercado).”

    Funciona assim, menos para os cálculos de Rodrigues.

    Primeiro, porque isso gera um desequilíbrio entre sites de jornalismo de análise, que atraem leitura mais atenta, e aqueles que são, muitas das vezes, rapidamente visitados para “saber das novidades” ou do resultado do futebol. É a mesma coisa que comparar leitores de um jornal com o número daqueles que os olham pendurados na banca.

    Aliás, para alguns deles, acessar mais que algumas vezes nem é permitido, pois são restritos a assinantes que não se sabem quantos são, exceto as “primeiras páginas”, o que torna mais forte ainda a analogia.

    Para uma comparação efetiva, a comparação deveria ser feita com veículos semelhantes, mesmo que blogs políticos como o de Rodrigues e outros contem com o handicap de serem “chamados” por grandes portais, uma publicidade “grátis” com que aqueles não contam. Nem assim é possível saber quantos o lêem, porque ficam “abrigados”, sem identidade própria, sob o guarda-chuva dos portais.

    Se este blog recebesse, mesmo nas contas de Rodrigues, na mesma proporção por leitor, o equivalente ao UOL, mesmo na métrica madrasta do Google, faturaria R$ 12,2 mil por mês em propaganda oficial ou pouco mais de R$ 145 mil por ano. Já dava para me chamar de “sujo”, não é?

    Segundo, porque deixa de considerar o nível de engajamento do leitor. É obvio que um anúncio institucional, por exemplo, da Petrobras, tenderia a ter muito mais “cliques” por visitante entre os leitores do Tijolaço do que entre os leitores da “Contigo” ou por uma página de esportes, com as últimas do futebol, na qual aliás, volta e meia dou uma olhada. Tenderia, porque, ao que parece, os leitores do Tijolaço não se interessam pela Petrobras, tanto que ela não anuncia aqui, não é?

    O que não seria nada de mais, embora nunca tenha acontecido e dificilmente vá acontecer.

    O seu jornal (ou ex-jornal), a Folha, publicou, não faz muito, o preço pago pelas “griffes” para  ser citado em blogs de moda: R$ 32,5 mil por um post patrocinado. São sites segmentados, com volume bruto de acessos menor  que muitos dos ditos blogs sujos, mas que atingem público adequadíssimo ao tema do anunciante.

    É tecnicamente um erro, porque a isto chama-se audiência qualificada, sintonizada com tipo de mensagem a ser veiculada. É be-a-bá de publicidade, essencial para propaganda institucional ou comercial, tirando, apenas, o chamado “varejão” (por exemplo, a promoção da semana no supermercado). E olhe lá, porque outras promoções (livros, viagens, hotéis, passagens aéreas) poderiam até se adequar, pelo perfil de público.

    Ainda assim, a tentativa de “criminalização” das relações comerciais entre anunciantes e os sites de esquerda –  ou, simplesmente, sites não engajados com o “partido único” da mídia –  serve para demonstrar a incongruência e o sabujismo desta história.

    De acordo com o Google (espero que não acusem o Google de estar envolvido com o “esquerdismo”, não é?) este modesto blog foi visitado, no mesmo mês de dezembro que Rodrigues utiliza como base, por 317.599 pessoas diferentes, segundo a métrica do Google, que é aqiela que gera o pagamento por seus anúncios, num total de 2,1 milhão de pageviews. Isso, repito, no Google, porque outras métricas, independentes, registram muito mais. O site Statcounter, por exemplo, com 2,5 milhões de membros associados pelo mundo, registra, no mesmo mês, 4,523 milhões de pageviews e visitantes únicos diários (pessoas diferentes a cada dia)  acumulado de 2,1 milhões para o Tijolaço.

    Agora, Fernando, você sabe por que não podemos competir em igualdade por anunciantes privados?

    Porque as empresas e agências temem ser estigmatizadas por gente que trabalha, feliz e contente, pela manutenção do status quo de um sistema de mídia perverso, concentrado, oligopolizado.

    A “valentia” de publicar quanto ganham os gigantes não lhes tira um tostão. Com os pequenos, porém, amedronta, porque são “as razões do lobo”.

    O  que obriga muitos dos que agem diferente acusam nossos detratores, com grande orgulho, a ser paga  – modesta e engajadamente- com dez, vinte, 50 ou cem reais que se depositam como se deposita confiança na honradez de quem escreve .

    E que sustenta sua opinião independente de vender espaços.

    Que dirá as ideias.

     

  3. http://osamigosdopresidentelu

    quinta-feira, 2 de julho de 2015

    Publicado no Blog Os Amigos do Presidente Lula

    Televisa, “a Globo do México”, é alvo do FBI por corrupção na Fifa. PF investiga CBF-Globo.

     http://www.futbolpasion.mx/index.php?seccion=noticias&idn=32636A TV Globo não pode mais dizer que “as empresas de mídia (TVs) não são alvo das investigações do FBI no escândalo de corrupção da FIFA”. São sim.

    O FBI adotou a linha de investigar diretamente as emissoras de TV, suspeitando que as empresas de marketing que intermediavam os direitos televisivos funcionam apenas como “fachada” para viabilizar e despistar o pagamento de propinas. Os verdadeiros corruptores seriam algumas emissoras de TV.

    O FBI identificou que no México a FIFA vendeu os direitos de transmissão para a empresa de marketing Mountrigi. Esta vendeu para a Televisa. Só que a empresa Mountrigi é do próprio grupo Televisa. Para que criar uma empresa de fachada em vez da Televisa comprar diretamente da FIFA, perguntam os investigadores?

    No Brasil também ocorreu um esquema de negociação semelhante. Federações de Futebol filiadas à Fifa venderam para o grupo Traffic direitos televisivos, que revendeu para a Globo. J. Hawilla, o dono da Traffic, é sócio de donos da Globo em afiliadas da TV Globo.

    Chama atenção também a FIFA ter dispensado de fazer licitação no Brasil e vendeu diretamente para a Globo os direitos de transmissão das Copas de 2018 e 2022, alegando parceria de 40 anos com a emissora brasileira. A Record ameaçou processar a Fifa por conduta nociva à livre concorrência.

    Segundo a coluna de Ricardo Feltrin, a Polícia Federal investiga os contratos da Globo com a CBF.

    “Trata-se, inclusive, de parte da colaboração que o país vem fazendo com as investigações do FBI, que jogaram parte da cúpula do futebol mundial na cadeia (…) como sua relação [da Globo] com a CBF, especialmente a gestão Ricardo Teixeira, foi e ainda é atávica, ela entra no foco da investigação também”, diz o colunista.

    http://celebridades.uol.com.br/ooops/ultimas-noticias/2015/07/02/pf-investiga-relacoes-entre-cbf-e-globo.htm
     

     

  4. Sem comentários …

    Construção de prédio de 27 metros no Jardim Botânico não é irregular, afirma Justiça

    Para desembargadores, altura de edifício é compatível com legislação. Projeto é alvo de críticas de moradores e do MP

    por O Globo03/07/2015 5:00

    RIO — Em sessão realizada na quarta-feira, na 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, desembargadores decidiram que não há irregularidade no projeto de construção de um prédio na Rua Jardim Botânico 568, em frente ao Hospital da Lagoa. O empreendimento da João Fortes Engenharia, no local onde funcionava um posto de gasolina, é alvo de críticas por parte de moradores e do Ministério Público (MP).

    No acórdão, os desembargadores afirmam que a alegação de que a altura de 27 metros acarretaria prejuízo à paisagem do Corcovado e sua ambiência não se justifica, já que o próprio Iphan fixou essa altura para os imóveis da Rua Jardim Botânico. A Justiça também negou recurso do MP contra a construção do prédio.

    A Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico luta há mais quatro anos contra a realização da obra, sob argumento de que o prédio será erguido dentro da Área de Proteção do Ambiente Cultural (Apac) e, por isso, precisaria respeitar o gabarito máximo de 14 metros de altura. A Justiça, no entanto, entende que o endereço do edifício é a Rua Jardim Botânico, onde o gabarito é de 27 metros.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/construcao-de-predio-de-27-metros-no-jardim-botanico-nao-irregular-afirma-justica-16648009#ixzz3epzKAYom
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  5. Só o riso salva!

    Do Blog do Zé Simão

    Se reduzirem muito vai ter Maternidade de Segurança Máxima! Camburão Kids!

     

    José Simão

    02/07/2015 11:21 

    image

     

  6. O fascismo e o racismo são irmãos siameses

    Quem soltou os bichos e o medo de enfrentá-los

    3 de julho de 2015 | 18:00 Autor: Fernando Brito no Tijolaço

    cao

    Quando li a matéria sobre as ofensas racistas recebidas pela apresentadora do tempo da Globo Maria Júlia Coutinho, lembrei-me de outro jornalista, o velho companheiro Carlos Alberto de Oliveira, o Caó da lei que há 26 anos  leva seu  nome, de quanto avançamos e de quanto estamos retrocedendo em matéria de ódio, racial, entre outros.

    Não é que o preconceito, a brutalidade, a intolerância tenham deixado de existir nestas quase três décadas: apenas tornaram-se vergonhosas e, sendo vergonhosas, encolheram-se e se reproduziam muito pouco, até que rebrotaram com o apavorante vigor  de cogumelos venenosos.

    Um dia, quando se escrever, distantes, a história deste país, estranhamente o marco temporal do renascimento desta onda de racismo, de preconceito, do “direito” de afirmar por quaisquer palavras e atos, não importa o que eles firam a alguém ou ao convívio de todos, estará bem assinalado nas “jornadas de junho”, tão idolatradas por uma esquerda que não percebeu  que estava, em sua inorganicidade e radicalismo vazio,  libertando forças sombrias, que não ousavam mostrar a cara abertamente fazia muito tempo.

    De uma hora para outra, “descobriram” que o nosso país de carências acumuladas em meio milênio era, de uma hora para outra, “uma merda” e deveria deixar de sê-lo num estalar de dedos, quem sabe, talvez, com o algum dinheiro que se economizasse não fazendo uma Copa de Futebol…

    A direita deitou e rolou, com as moças bem vestidas portanto seus cartazes em defesa da saúde “padrão Fifa”, da escola “padrão Fifa” e dos 20 centavos do ônibus que talvez não tome nunca.

    Deu-se uma cara “boazinha”  aos grupos que, agora, destilam ódio, agressões, discriminação.

    Quando aceitaram o “blacbloquismo” aceitaram a perda de limites que leva, hoje, a agressões como esta, os adesivos obscenos com a presidenta, as ameaças ao filho do Noblat pela camisa vermelha, as agressões a Guido Mantega num hospital ou num restaurante, a humilhação de um pobre haitiano…

    Soltaram, quase que literamente, os bichos…

    Os “lulus” se tornaram em rottweillers.

    A platéia sanguinária que o Jornal Nacional formou se volta contra uma profissional que, pessoalmente, não tem nada com isso.

    Diante deste quadro selvagem, o governo se acoelha, com um ministro da Justiça que quer ficar para não fazer.

    Todas as leis anti-discriminatórias que as lutas políticas da esquerda conseguiram aprovar e  estão aí para serem aplicadas.

    Quando quiserem fazê-lo talvez já não adiante.

    A ousadia, no Brasil de hoje, parece ser privilégio dos canalhas.

     

  7. Simplesmente inexplicável!

    Publicado em 03/07/2015 no Coversa Afiada

    Mino e a mídia 
    técnica da Dilma

    As agruras do jornalismo honesto e a honestidade da SECOM trabalhista

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    Quem é chapa branca?

     

    Como se sabe, a “midia técnica” do Governo Fernando Henrique foi exemplar.

    A Globo detinha 80% da verba publicitária do Governo destinada à televisão !

    Técnica !

    O Andrea Matarazzo que o diga, Ministro da SECOM.

    A Carta Capital nao recebia um tusta.

    Técnica.

    O Andrea Matarazzo que o diga.

    Os governos trabalhistas foram eleitos – contra e a despeito da Globo.

    Contra e a despeito do Matarazzo.

    E com o apoio da Carta Capital

    Mudou alguma coisa em relação à Globo ou à Carta Capital ?

    O amigo navegante deveria ler o Mino:

     

     

  8. História mal contada

    A entrevista do maluco que ofendeu a Presidente Dilma em um hotel nos EUA é um primor de invencionice. Não tem como ter acontecido do jeito que ele diz que aconteceu. A parte mais fantástica da história é a em que ele diz que percorreu todos os corredores do hotel e colou o ouvido em cada porta para ver se identificava a voz da Dilma.

    Ora, em um hotel onde está hospedado um dignitário a segurança é ultra reforçada. O próprio acesso ao andar onde estava hospedada a comitiva deveria ser estritamente controlado, inclusive com os elevadores bloqueados, dando passagem apenas a pessoas devidamente identificadas como membros da comitiva ou da segurança presidencial. Sem nem falar que o hotel deve ter cameras de segurança em todas as áreas de circulação e uma movimentação suspeita seria prontamente detectada e reprimida pela segurança.

    Outro fato estranho é a falta de reação da segurança, que não deveria ser exclusivamente do GSI. Normalmente haveriam 03 perímetros ao redor da autoridade. Um mais aberto, que evita a aproximação de curiosos, um segundo mais fechado, onde só entram pessoas credenciadas, como imprensa, etc, e, finalmente, o interno, onde só entram membros da comitiva e da segurança. Como um sujeito estranho conseguiu chegar ao perímetro interno? 

    A única explicação que me ocorre, excetuando a total incompetência dos seguranças, foi de que alguém dentro da comitiva presidencial facilitou a infiltração do pirado.

  9. *

    Exibição de ‘Sabotage’ na cracolândia teve parceria com programa De Braços Abertos

    Rede Brasil Atual

    http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2015/07/exibicao-de-sabotage-na-cracolandia-teve-parceria-com-programa-de-bracos-abertos-9877.html

    Para o diretor Ivan13P, o filme, que mostra a história de superação do rapper, pode influenciar positivamente os frequentadores da região

    São Paulo – Sabotage – O Maestro do Canão, do diretor Ivan13P, foi exibido na noite de ontem (2), na cracolândia, no centro de São Paulo, dentro do projeto CineB, circuito itinerante que leva cinema brasileiro para comunidades da capital e região metropolitana. O filme, que conta a história de um dos ícones do rap nacional, foi exibido ao ar livre em parceria com o programa De Braços Abertos, por iniciativa do secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eduardo Suplicy. O projeto é apoiado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo.

    “Quando vi o filme no Cine Direitos Humanos, gostei tanto que disse ao Ivan 13P e para o Denis Feijão (diretor e produtor do filme), que seria ótimo exibir o documentário em todos os CEUs de São Paulo e também aqui na cracolândia. Eles acharam uma boa ideia, assim como os coordenadores do programa Braços Abertos e também o prefeito Fernando Haddad”, disse Suplicy.

    O coordenador do projeto CineB, Cidálio Oliveira, falou sobre a recepção na cracolândia. “Não tivemos nenhuma rejeição. As pessoas perguntavam se eu ia mesmo para a cracolândia, falavam que eu era maluco. Eu respondia que ia sim. E você está vendo que não tivemos nenhum problema, ninguém falando alto, pessoal pedindo licença. Estou super feliz”, afirmou.

    Para Ivan13P, o documentário pode influenciar positivamente os frequentadores da região. “A história do Sabota pode inspirar a galera para o lado positivo. Ele passou por situações que, com certeza, muita gente aqui também passou. De certa forma, através dos esforços pessoais, ele conseguiu sair dessa”, afirmou. “É uma honra e uma oportunidade poder ajudar um programa como o Braços Abertos. A gente teve o prazer de o Suplicy adotar o filme como ferramenta e ter feito esse convite”, disse Denis Feijão.

    Implementado pela prefeitura no início de 2014, o programa Braços Abertos oferece para dependentes químicos que moram nas ruas de São Paulo a oportunidade de trabalhar com serviços de zeladoria, com remuneração de R$ 15 ao dia, três refeições diárias, atividades de capacitação profissional, atendimento de saúde, além de vagas em hotéis da região central.

    Beneficiários do programa desde o início, Luciano e Katia falaram sobre a importância da iniciativa para as suas vidas. “Antes dos Braços Abertos eu morava na rua, na barraca que eu tinha aqui na Rua Dino Bueno. Como ficava só na rua, meu uso de droga era constante. Hoje, graças a Deus, eu reduzi bastante, tenho uma moradia e conheci essa mina”, disse Luciano. “Depois que apareceu esse programa, melhorou demais a nossa vida”, completou Katia.

    Para o diretor executivo do sindicato Marcelo Gonçalves, o programa mudou a maneira como o poder público lida com o dependente químico em São Paulo. “É transformador. O programa olha para a carência dessa população, que sofre com a dependência química, não com a lógica da repressão, mas sim para melhorar a vida das pessoas”, diz.

    Com informações de Felipe Rousselet, do Sindicato dos Bancários de São Paulo

  10. *

    Entrada em vigor do Acordo sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB)

    Ministério das Relações Exteriores

    http://www.itamaraty.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10435&catid=42&Itemid=280&lang=pt-BR

    03 Julho 2015 – 18:07

    O Governo brasileiro registra, com satisfação, na condição de depositário do Acordo sobre o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), que foram cumpridos todos os requisitos referentes ao depósito dos instrumentos de aceitação, ratificação ou aprovação do Acordo, assinado em 15 de julho de 2014, na Cúpula de Fortaleza. O Acordo sobre o NDB entra em vigor a partir de hoje. Os signatários são, além do Brasil, a África do Sul, a China, a Índia e a Rússia, que compõem o BRICS.

    O NDB mobilizará recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável no BRICS e em outras economias emergentes e países em desenvolvimento. Trata-se de um mecanismo que tem por objetivo complementar os recursos de outros bancos multilaterais, regionais e nacionais de desenvolvimento, tendo em vista o hiato significativo de recursos destinados a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, e as crescentes demandas existentes por investimentos nessas áreas. O Banco representa uma contribuição concreta do BRICS aos desafios sistêmicos relacionados ao desenvolvimento internacional, especialmente no tocante à maior integração entre as economias emergentes e em desenvolvimento.

  11. *

    Novo reitor da UFRJ promete reavaliar título honorário concedido a Médici

    Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2015-07/novo-reitor-da-ufrj-promete-reavaliar-titulo-honorario-de-medici

    O novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, tomou posse hoje (3), no Rio de Janeiro, em cerimônia no Centro de Tecnologia da instituição. Ele prometeu reavaliar o título honorário concedido a Emílio Garrastazu Médici, no período em que foi presidente do Brasil (1969-1974), durante a ditadura militar.

    “Esse ato não é só histórico, de reparação da nossa história, é mais do que isso. Hoje, existem forças na sociedade que reivindicam o retorno de modelos ditatoriais”, disse Leher, no discurso de posse. Para ele, a universidade tem a responsabilidade de contribuir para que as novas gerações conheçam de forma detalhada o que ocorreu durante a ditadura. Leher prometeu apoiar o trabalho das comissões da Verdade.

    Médici recebeu o título de Doutor Honoris Causa na UFRJ em 1972, quando ainda ocupava o cargo de presidente da República. A reavaliação do título será proposta pela reitoria ao Conselho Universitário, que reúne representantes de toda a comunidade acadêmica: “Esta honraria não pode ser dada a pessoas que afrontaram os direitos humanos. Foi nos anos 70, no auge do período repressivo”,  afirmou o reitor.

    Leher também se manifestou contra a segunda votação da redução da maioridade penal, na Câmara dos Deputados, e disse que o Brasil vive “uma crise política de enorme alcance”. “O que presenciamos no Parlamento brasileiro, de forma indignada, a aprovação da redução maioridade penal – depois ter sido derrotada – é uma das expressões da polarização que está em curso na sociedade brasileira. É a degeneração das formas de representação, carcomidas por representantes dos grupos econômicos e religiosos, radicalmente antirrepublicanos e antidemocráticos.”

    Roberto Leher tem 54 anos e é professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação da UFRJ. Formado em ciências biológicas pela na UFRJ em 1984, ele tem mestrado em educação pela Universidade Federal Fluminense e doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo. Leher foi eleito para um mandato que termina em 2019 e tem como vice-reitora a professora Denise Nascimento, da Faculdade de Odontologia.

     

     

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    “Grandes grupos econômicos estão ditando a formação de crianças e jovens brasileiros”

    Por Luiz Felipe Abulquerque, Brasil de Fato

    http://www.brasildefato.com.br/node/32359

    Em entrevista exclusiva, novo reitor da UFRJ, Roberto Leher, aponta os impactos da lógica mercantilizada sobre a educação brasileira e aponta que como grupos financeiros tentam dominar a educação pública.

    Um grande negócio. É assim que o novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, enxerga o novo momento da educação brasileira.

    Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor titular da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRJ traça um panorama do atual estágio da educação no Brasil, e as conclusões não são nada animadoras.

    Para Leher, que tomará posse nesta sexta-feira (3), os recentes processos de fusões entre grandes grupos educacionais, como Kroton e Anhanguera, e a criação de movimentos como o Todos pela Educação representam a síntese deste processo.

    No primeiro caso, ocorre uma inversão de valores, em que o primordial não é mais a educação em si, mas a busca de lucros exorbitantes por meio de fundos de investimentos. No segundo, a defesa de um projeto de educação básica em que a classe dominante define forma e conteúdo do processo formativo de crianças e jovens brasileiros.

    O movimento Todos Pela Educação é uma articulação entre grandes grupos econômicos como bancos (Itaú), empreiteiras, setores do agronegócio e da mineração (Vale) e os meios de comunicação que procuram ditar os rumos da educação no Brasil.

    Para o professor, o movimento se organiza numa espécie de Partido da classe dominante, ao pensarem um projeto de educação para o país, organizarem frações de classe em torno desta proposta e criar estratégias de difusão de seu projeto para a sociedade.

    “Os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano”, observa o professor.

    Confira a entrevista:

    Brasil de Fato – Muitos setores denunciam a atual mercantilização da educação brasileira. O que está acontecendo neste setor?

    Roberto Leher – De fato há mudanças no que diz respeito a mercantilização da educação, diferente do que acontecia até 2006 no Brasil. Os novos organizadores dessa mercantilização são organizações de natureza financeira, particularmente os chamados fundos de investimento.

    Como o próprio nome diz, os fundos de investimentos são fundos constituído por vários investidores, grande parte estrangeiro, como fundos de pensão, trabalhadores da GM, bancos, etc, que apostam num determinado fundo, e esse fundo vai fazer negócios em diversos países.

    Em geral, os fundos fazem fusões, como é o caso da Sadia e Perdigão no Brasil. Mas é o mesmo grupo que também adquiri faculdades e organizações educacionais com o objetivo de constituir monopólios.

    Esse processo levou a Kroton e a Anhanguera – fundo Advent e Pátria – a constituírem, no Brasil, a maior empresa educacional do mundo, um conglomerado que hoje já possui mais de 1,2 milhão de estudantes, mais do que todas as universidades federais juntas.

    O que muda com essa nova forma de mercantilização da educação?

    O negócio do investidor não é propriamente a educação, é o fundo. Ele investiu no fundo e quer resposta do fundo, que cria mecanismos para que os lucros dos setores que eles estão fazendo as aquisições e fusões sejam lucros exorbitantes. É isso que valoriza o fundo.

    A racionalidade com que é organizada as universidades sob controle dos fundos é uma racionalidade das finanças. São gestores de finanças, não são administrados educacionais. São operadores do mercado financeiro que estão controlando as organizações educacionais.

    Toda parte educacional responde uma lógica dos grupos econômicos, e por isso eles fazem articulações com editoras, com softwares, hardwares, computadores, tablets; é um conglomerado que vai redefinindo a formação de milhões de jovens.

    No caso do Brasil, cinco fundos têm atualmente cerca de 40% das matrículas da educação superior brasileira, e três fundos têm quase 60% da educação à distância no Brasil.

    Quais os interesses dessas grandes corporações para além do econômico?

    A principal iniciativa dos setores dominantes na educação básica brasileira é uma coalizão de grupos econômicos chamado Todos pela Educação, organizado pelo setor financeiro, agronegócio, mineral, meios de comunicação, que defendem um projeto de educação de classe, obviamente interpretando os anseios dos setores dominantes para o conjunto da sociedade brasileira.

    Em outras palavras, os setores dominantes se organizaram para definiram como as crianças e jovens brasileiros serão formados. E fazem isso como uma política de classe, atuam como classe que tem objetivos claros, um projeto, concepções clara de formação, de modo a converter o conjunto das crianças e dos jovens em capital humano.

    Em última instância, é com isso que eles estão preocupados: em como fazer com que a juventude seja educada na perspectiva de serem um fator da produção. Essa é a racionalidade geral, e isso tem várias mediações pedagógicas.

    A aparência é de que estão preocupados com a alfabetização, com a escolarização, com o aprendizado, etc. E de fato estão, mas dentro dessa matriz de classe, no sentido de educar a juventude para o que seria esse novo espírito do capitalismo, de modo que não vislumbrem outra maneira de vida que não aquela em que serão mercadorias, apenas força de trabalho.

    De que maneira eles interferem nas políticas educacionais do Estado?

    Como sociedade civil, os setores dominantes buscam interferir nas políticas de Estado. O Todos pela Educação conseguiu difundir a sua proposta educativa para o Estado, inicialmente por meio do Plano Nacional de Educação (PNE) – que aliás foi homenageado com o nome Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, em referência ao movimento. Com isso definiram em grandes linhas o que seria o PNE que está vigente.

    Articulam por meio de leis, mas também da adesão de secretários municipais e estaduais às suas metas, aos seus objetivos. Articulam com o Estado, que cria programas, como o programa de ações articuladas, em que a prefeitura, quando apresenta um projeto para o desenvolvimento da educação municipal, tem que implicitamente aderir às metas do movimento Todos pela Educação.

    Temos um complexo muito sofisticado que interage as frações burguesas dominantes, as políticas de Estado e os meios operativos do Estado para viabilizar esta agenda educacional.

    Mas como se dá isso na prática?

    Quando um município faz um programa de educação para a sua região, ele já deve estar organizado com base no princípio de que existe uma idade certa para educação, que os conteúdos não devem se referenciar nos conhecimentos, mas sim no que eles chamam de competências, que o professor não deve escapar deste currículo mínimo que eles estão desenvolvendo por meio de uma coerção da avaliação.

    A escola que não consegue bons índices no Idep [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] é penalizada, desmoralizada, sai nos jornais, e isso cria um constrangimento que chega ao cotidiano da sala de aula, e as prefeituras pressionadas por esses índices acabam sucumbidos às fórmulas que o capital oferece. A mais importante delas é comprar sistemas de ensino, apostilas, que são fornecidos pelas próprias corporações.

    O professor está em sala de aula, recebe apostilas, exames padronizadas que foram feitos pela corporação, e na prática, ao invés do professor desenvolver um papel intelectual, criador, ele tem que ser muito mais um aplicador das cartilhas, um entregador de conhecimento, e isso obviamente esvazia o papel do professor que tem consequências diretas com o processo de formação.

    A formação esperada do educador não é uma formação enquanto intelectual, mas sim como alguém que sabe desenvolver técnicas para aplicar aquelas pacotes que as corporações preparam.

    E há resistências a isso?

    Existe um complexo de situações onde as resistências, as tensões são muito grandes, o que traz infelicidade aos professores e aos estudantes, mas tudo isso é muito difuso. As resistências acontecem na forma de lutas sindicais, quando fazem greve criticando a chamada “meritocracia”, os sistemas de avaliação.

    Aparecem aqui e ali, mas é forçoso reconhecer que existe um complexo de controle sobre as escolas que restringem muito a margem de manobra dos trabalhadores da educação para desenvolverem um projeto pedagógico autônomo e crítico.

    Essa situação é agravada quando a própria direção da escola, que deveria pensar como a escola se auto governa, vem sendo ressignificada como um papel de gestão. O diretor e os coordenadores são pensados como gestores na lógica de uma empresa, que deve cumprir metas, fiscalizar o cumprimento delas e tentar atingir essas metas de todas as formas.

    Temos uma mudança de referências quando a própria equipe de coordenação da escola se torna uma equipe de gestores. No documento Pátria Educadora há uma possibilidade de punição dos professores que não cumprirem as metas.

    Por sinal, o Pátria Educadora é um dos programas carro chefe do governo federal. Como você avalia este documento?

    Não casualmente, esse documento foi elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), atualmente dirigido pelo ministro Mangabeira Unger. Ele parte de um diagnóstico de que o modelo de desenvolvimento baseado em commodities se esgotou com a crise mundial, com seus preços despencando depois daquele período de ouro entre 2004 e 2009.

    Com a desvalorização dessas commodities, Mangabeira chama atenção para o fato de que o Brasil deveria buscar outra forma de inserção na economia mundial que não fosse apenas de commodities.

    E a minha hipótese é que eles estão sinalizando nesse documento que o Brasil deveria ser uma espécie de plataforma de exportação, assim como já existe na fronteira norte do México, em alguns países asiáticos – o modelo chinês foi isso nos anos 90, de ser um local em que a força de trabalho é muito explorada, recebe um treinamento específico que permite uma exploração muito grande, e esses países entram em circuitos de produção industrial de maneira subalterna, explorando o que seriam sua vantagens comparativas: baixo custo de energia, da força de trabalho, baixa regulamentação ambiental, e isso daria vantagens competitivas novamente ao país.

    O drama é que a concepção do Pátria Educadora tem como correspondência a ideia de que a formação da maior parte da força de trabalho no Brasil deve ser por um trabalho mais simples, e isso tem consequências pedagógicas muito grande.

    Se é para formar para o trabalho simples, a maior parte das escolas podem ser instituições estruturadas para a formação de um trabalho de menor complexidade, que seria desdobrados em processos de formação técnica de cursos de curta duração, cujo exemplo mais conhecido é o Pronatec, em que grande parte dos cursos são aligeirados para a formação de uma força de trabalho simples – tanto aquela que já estará inserida no mercado quanto aquela que constitui o que podemos denominar de um exército industrial de reserva.

    O documento Pátria Educadora altera a racionalidade da organização da escola quando vislumbra escolas que vão formar forças de trabalho de menor complexidade. É importante destacar que no documento encontramos uma formulação muito perigosa de enormes consequências para o futuro da educação brasileira, que é a referência que o Mangabeira faz da adoção de um modelo tipo SUS (Sistema Único de Saúde).

    O que é isso?

    O modelo SUS teve como objetivo assegurar o direito ao atendimento à saúde de maneira universal, e isso poderia ser feito tanto pelo órgãos públicos quanto pelas entidades privadas.

    Quando Mangabeira reivindica o modelo SUS, claramente está sinalizando que a formação do conjunto da classe trabalhadora deveria ser feita em nome de uma suposta democratização, realizada tanto pelas instituições públicas quanto pelas organizações privadas.

    Isso é congruente com o PNE aprovado em 2014, ao estabelecer que a verba pública é aquela utilizada nas instituições públicas, mas também em todas as parcerias público-privadas, como o FIES, PROUNI, Ciências Sem Fronteira, PRONATEC, Pronacampo, sistema S, tudo isso entra como recurso público.

    A rigor, estamos diante de uma política que pode indiferenciar as instituições públicas e privadas em detrimento do público, já que as corporações também se acercam da educação básica.

    Em setembro acontecerá o 2° Encontro Nacional dos Educadores e Educadoras da Reforma Agrária (Enera), em Brasília. Como o Enera se insere nesta conjuntura?

    Tenho uma expectativa muito positiva em relação ao segundo Enera. No primeiro Enera tivemos a constituição de outra perspectiva pedagógica para a educação brasileira, que foi a Educação do Campo, uma conceituação do que seria uma educação pública voltada para o campo, mas com um horizonte de formação humana que ultrapassa o campo.

    Foi certamente uma proposta que promoveu sínteses brilhantes entre uma perspectiva crítica que vem do campo marxista, da ideia da escola unitária, do trabalho, ao compreender que o trabalho deveria ser um elemento simbólico, imaginativo, capaz de nos constituir como seres humanos, e que portanto a escola é o lugar da cultura, da arte, da ciência, da tecnologia, e não uma instituição livresca. É uma instituição que tem interação com o mundo, com a vida, com os processos de trabalho, com a produção real da cultura em diversos espaços, como pensar no que significa a agricultura no Brasil.

    Foi uma proposta pedagógica que promoveu sínteses incorporando pensamento critico marxista, tradição latino-americana de educação popular, particularmente com Paulo Freire, e criou bases para um pensamento pedagógico socialista.

    O segundo Enera, a meu ver, está desafiado pela conjuntura a fazer um balanço do que foi essa mercantilização e de como o capital está tentando se apropriar do conjunto da educação básica.

    Ao fazer essa reflexão, certamente o Enera vai ajudar a criar bases para uma perspectiva de educação pública unitária capaz de contrapor a educação frente à lógica de movimentos empresariais como o Todos pela Educação.

    Pode haver incorporações de elementos novos na nossa reflexão sobre a pedagogia socialista que respondam desafios da ofensiva do capital, mas sobretudo respondam os anseios que estão pulsando em todo o país em torno da educação pública.

    Como as últimas greves na educação?

    Podemos problematizar a fragmentação das lutas pela educação, o fato de que muitas vezes são lutas econômicas e corporativas, que estão vinculadas as políticas municipais e estaduais, mas não tenho dúvidas de que essas lutas que estão pulsando no país estão enfrentando aspectos dessa pedagogia do capital, criticando a meritocracia, a racionalidade das competências e dos sistemas centralizados de avaliação, o uso de cartilhas.

    Temos críticas reais a essa lógica de controle que o capital está buscando sobre a educação básica, mas precisamos sistematizar isso com outros fundamentos pedagógicos, e aprofundando a experiência que foi construída a partir do primeiro Enera.

    No segundo Enera acredito que novas dimensões para essa pedagogia socialista vão ser esboçados, e não como o resultado de um processo em que os especialistas de educação do MST vão se reunir e pensar o que seria essa agenda.

    Ao contrário, como resultado de uma articulação de movimentos que estão fazendo educação pública e estão buscando uma educação criativa, que estão fazendo as lutas de resistências com as greves, mobilizações, com a participação de estudantes.

    Esta riqueza de produções que estão em circulação nas lutas em defesa da educação pública que podem criar uma sistematização maior. Creia condições para que possamos ampliar esta aliança entre experiências da luta urbana com as que vieram do campo, produzindo novas sínteses e novas possibilidades para que a classe trabalhadora tenha sua própria agenda para o futuro da educação pública.

    É um processo longo e exigirá um esforço organizativo e intelectual de enorme envergadura. Temos que ter uma produção pedagógica mais sistematizadas, mais profunda, para criarmos a base desse pensamento pedagógico crítico, que assegure uma formação integral, mas uma educação que recusa a divisão dos seres humanos em dois grupos: um que pensa e mando, outro que executa e obedece.

    Essas bases para uma proposta socialista estão sendo gestadas nas lutas, mas com o ENERA podemos ganhar um momento de qualidade no terreno da elaboração, articulação e organização em defesa desse projeto de novo tipo.

     

     

  12. Viu?

    Quem mandou bulir com o maior poder da República!

    A reação é imediata. E será implacável. Para eles aprenderem a respeitar quem manda neste país.

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/187564/MP-vai-investigar-racismo-contra-Maju.htm

    O Ministério Público do Rio de Janeiro e de São Paulo pediram a investigação das ofensas publicadas à jornalista Maria Júlia Coutinho na página do “Jornal Nacional” no Facebook; no Rio, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, o Ministério Público solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática; também haverá uma investigação sobre o caso em São Paulo. O promotor Christiano Jorge dos Santos, da Promotoria Criminal do Fórum da Barra Funda, abriu um procedimento investigativo para apurar dois possíveis crimes: injúria ou racismo

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