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Redação

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  1. Araújo ao 247: ‘Época deve investigar seus patrões’

    Brasil 247

    Araújo ao 247: ‘Época deve investigar seus patrões’

     

     

    16 de Janeiro de 2016Compartilhe no Google +

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    Horas depois que a revista Época chegou às bancas, neste sábado, com uma capa tão escandalosa como vazia contra o advogado Carlos Araújo, que foi casado com Dilma Rousseff e é pai da filha de ambos, Paula, ele deu uma pequena entrevista ao 247.

    Araújo bateu duro, realizando um contra-ataque contra os donos da Globo, proprietária da Época: “A revista deveria preocupar-se em esclarecer por que seus patrões resolveram viver homiziados em Miami, cidade que é um dos endereços preferidos pela máfia internacional.”

    O advogado diz: 

    – Fui surpreendido com tanta maldade. Isso é coisa de jornalismo bandido, que não tem fatos, não tem provas, e tenta forjar uma impressão negativa sobre as pessoas que querem atingir. Sou uma pessoa honrada e minha prática sempre foi coerente com minha ideologia.

    Advogado por formação profissional, calejado pelos rigores da luta contra a ditadura militar, quando foi um dos principais dirigentes da VAR-Palmares, uma das principais organizações armadas do período, Carlos Araújo avalia a edição da revista como uma operação política, cuja finalidade óbvia é tentar atingir a presidente:

     – É puro jornalismo marrom, que atende a finalidades políticas e só isso. Como todos descobriram que não têm como publicar uma denúncia capaz de atingir Dilma diretamente, pois não há nada contra ela, tentam agir por via indireta, tentando atingir pessoas do círculo próximo, como eu.

    A história divulgada pela revista é a seguinte. Desesperado pela crise da Engevix, empresa investigada na Lava Jato, um dos dirigentes da empresa, José Antunes Sobrinho, que hoje cumpre prisão domiciliar, teria feito uma “reunião secreta” com Araújo, de quem teria ouvido a promessa de receber a ajuda esperada. No mesmo período, diz a revista, um casal amigo de Araújo – e da própria Dilma – teria recebido um pagamento de R$ 200 mil. A tentativa de construir a narrativa de uma vulgar operação triangular é evidente como o perfil do Pão de Açúcar na paisagem do Rio de Janeiro – o problema é que não se apoia em fatos que possam ser comprovados, até porque a revista não se deu ao trabalho de conferir as informações que acabaria publicando.

    O único encontro  entre o advogado e um profissional da revista teve duração curtíssima e terminou de forma abrupta:

    – Num recurso desonesto, diz Araújo, um dia um repórter da revista se infiltrou no meu escritório para tentar me abordar. Preencheu ficha como cliente, mas, quando sentou-se a minha frente, começou fazer perguntas sobre a Engevix, perguntou quanto eu havia recebido. Fiquei indignado e exigi que se retirasse imediatamente.

    Araújo e Antunes se encontraram – não só uma vez, mas três vezes. O assunto era sempre o mesmo:

    – Ele estava cada vez mais desesperado com a situação da empresa e queria de todas as maneiras que eu o ajudasse a marcar um encontro com a Dilma. Pretendia falar da situação com ela. Foram três conversas e em todas expliquei que este não era e nunca foi meu papel. Tenho a minha vida, a minha história, os meus valores. Jamais iria tentar interferir na agenda da presidente. Nem ela iria permitir isso.

    (Momentos antes da entrevista, o Planalto desmentiu que o encontro tenha se realizado)

    Começando a refletir sobre as providências jurídicas que tomará, Araújo afirma que “irei a Justiça defender meus direitos com todos os recursos cabíveis. Fui vítima de uma calúnia e vou entrar com uma ação contra isso.  E vou exigir direito de resposta, cuja necessidade agora ficou mais evidente. Mesmo pensando em tudo isso, acho pouco. Não se pode fazer isso contra uma pessoa, sem prova, sem fatos.” 

    http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/213564/Ara%C3%BAjo-ao-247-'%C3%89poca-deve-investigar-seus-patr%C3%B5es‘.htm

  2. Lava Jato prevê mais três anos de investigação

    Brasil 247

    Lava Jato prevê mais três anos de investigação

     

    :

    Força-tarefa tem como metas em 2016, ano de eleições municipais, responsabilizar partidos cujos integrantes estiveram envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras e dedicar tempo especial à área de comunicação da estatal, além de suas subsidiárias; procuradores também querer fazer, esse ano, parcerias com procuradorias nos Estados que possam receber desdobramentos da investigação, uma vez que Curitiba só poderá ficar com processos comprovadamente ligados à petroleira, conforme decisão do STF; investigadores acreditam que o “estoque” de crimes levará a “inúmeras operações” nos próximos meses

    17 de Janeiro de 2016 às 06:16

    247 – Em uma reunião realizada na última quinta-feira 14 para discutir as metas de 2016, os integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato constataram que a investigação deverá durar ainda cerca de três anos.

    Segundo reportagem de Flávio Ferreira e Juliana Coissi, da Folha de S. Paulo deste domingo, os procuradores definiram como propósitos principais a responsabilização de partidos cujos integrantes estiveram envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras, em um ano de eleição municipal.

    Também faz parte do plano dedicar tempo especial à área de comunicação da estatal e suas subsidiárias. Os procuradores envolvidos no caso também pretendem buscar parcerias com procuradores nos Estados que possam receber desdobramentos da Lava Jato.

    http://www.brasil247.com/pt/247/parana247/213569/Lava-Jato-prev%C3%AA-mais-tr%C3%AAs-anos-de-investiga%C3%A7%C3%A3o.htm

    Curitiba, Vara cujo titular é o juiz Sérgio Moro, que recebe os processos da investigação, só poderá ficar com processos comprovadamente ligados à petroleira, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Investigadores acreditam que o “estoque” de crimes até agora levará a “inúmeras operações” nos próximos meses.

     

  3. Técio: Lava Jato é pior que a ditadura

    Do Conversa Afiada

    Técio: Lava Jato é pior que a ditadura

     

    Procurador tem zero de autoridade ! Zero !   publicado 16/01/2016   vazou, moro.jpg

    De Dona Mancha

    O Conversa Afiada reproduz entrevista do brilhante advogado Tecio Lins e Silva, na Fel-lha.

    Técio advogou por vinte anos na Justiça Militar, durante a ditadura e, aqui, soube identificar o Moro e seu sistema, com perfeiçao:

    Operação Lava Jato é pior que a ditadura, diz advogado

    O advogado Técio Lins e Silva, um dos signatários da carta que compara a Operação Lava Jato com a Inquisição, diz que o comportamento do juiz Sergio Moro no caso é pior do que na ditadura militar. “Estou falando de uma arbitrariedade como nunca se viu no Brasil, nem na ditadura”, disse.

    Aos 70 anos, Lins e Silva foi um dos mais célebres advogados a defender presos políticos na ditadura militar. Agora atua na defesa de um ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino de Alencar.

    (…)
    *

    Folha – Por que publicar um manifesto contra a Lava Jato quando a operação está prestes a completar dois anos?

    Técio Lins e Silva – Porque tudo tem um limite. O copo vai enchendo, como a paciência vai enchendo, e tem uma gota d’água. Estou falando de uma arbitrariedade como nunca se viu no Brasil, nem na ditadura. Advoguei de 1965 a 1985 intensamente na Justiça Militar, na fase mais dura dos anos de chumbo, quando não havia habeas corpus e o preso ficava incomunicável. Tenho autoridade para comparar as coisas.

    Por que a Lava Jato seria pior do que a ditadura?

    Há uma questão inimaginável, que viola o princípio do processo constitucional democrático: um juiz que só julga esse caso. Tem de se perguntar se ele tem poder para julgar esse caso. No regime militar, os processos eram distribuídos por sorteio. No Paraná, não. Só um juiz atua nos processos.

    Isso é uma violação da Constituição. Esses processos não pertencem a ele. A mídia tem tido uma reação muito ruim a isso tudo. Ela foi contaminada por esse fundamentalismo da repressão e aplaude tudo que é contrário aos acusados.

    Qual foi a gota d´água?

    Todo dia há um fato. Essa é a questão. Não há uma luz no fim do túnel para que a Justiça possa colocar um freio. Ao contrário. Se há uma decisão favorável [aos investigados], há uma reação contra. Não é normal colocar fotos de investigados, fotos do prontuário, com dados sigilosos, para humilhar. Porque é a pior fotografia, com o pior ângulo do acusado. Essa pode ser a gota d´água: o desrespeito absoluto do conceito de que o réu é pessoa sagrada, da presunção de inocência.

    A carta diz que “é inadmissível que o Poder Judiciário não se oponha” a esse estado das coisas. O sr. acha que o Supremo se acovardou?

    O Supremo não. Ele ainda está apreciando o caso.

    O Supremo tem mantido as decisões do juiz.

    Meu cliente, ex-diretor da Odebrecht, foi solto por decisão do Supremo. Muitos réus foram soltos pelo Supremo.

    Há uma conta da força-tarefa segundo a qual já foram impetrados mais de 300 recursos contra as decisões do juiz, e pouco mais do que uma dezena obteve sucesso. O sr. acha que o Judiciário todo está sendo manipulado pela Lava Jato?

    Não respondo porque não tenho essa contabilidade.

    A essência dessa conta é que os tribunais superiores têm mantido as decisões do juiz.

    O Supremo já julgou favoravelmente aos réus. Muitas vezes o Supremo nega a liminar, mas concede no mérito. Como fica essa conta?

    Um dos nomes mais importantes da carta, o do ex-ministro Gilson Dipp, diz que não autorizou a inclusão do nome dele no manifesto.

    Isso não quer dizer absolutamente nada. É um nome em mais de 100 [105]. Isso é muito comum. Tenho certeza de que ele concorda com o teor do manifesto.

    O procurador Deltan Dellagnol disse à Folha que a carta viola o princípio mais básico do direito de defesa, que é não fazer acusação genérica.

    Ele não tem autoridade para fazer qualquer criticar à advocacia. Ele vai a igrejas evangélicas pregar sobre a Lava Jato, vai ao Congresso pedir alteração na lei. Confunde militância política com a função pública de procurador, que tem de respeitar o acusado. Ele não tem autoridade nenhuma, zero.

    Em tempo, sugestão de amigo navegante, do Rio: Técio é sobrinho do gigante Evandro Lins e Silva, criminalista, Ministro de Jango e do Supremo, onde jamais foi igualado!

    Técio quando defendia, como agora, presos políticos

    http://www.conversaafiada.com.br/brasil/tecio-lava-jato-e-pior-que-a-ditadura

     

  4. Está na hora de processar os

    Está na hora de processar os vazadores

    Moro é o “Teologo da Vazação” ! Ele não está acima da Lei ! Paulo Henrique Amorim  publicado 17/01/2016

     

    Chega !

    A Carta Aberta dos Advogados foi o documento que mudou o ambiente político de forma irreversível.

    Chega de contemporizar com os vazamentos e o “sistema Moro” instalado em Curitiba.

    O Governo tem a responsabilidade de investigar os vazamentos.

    Descoberto o vazador, processá-lo pelo crime cometido !

    É preciso perseguir o crime dos vazamentos como se persegue um crime de pedofilia, de terrorismo, um sequestrador !

    Os vazamentos em curso são criminosos !

    Como um sequestro !

    Quem vaza esses documento comete um crime !

    Como um sequestrador !

    Que tem que ser punido !

    Até hoje, a Polícia Federal, a sede da sedição, não descobriu a origem de nenhum vazamento.

    Assim como não descobriu quem grampeia mictório de preso, nem quem vendeu delaçao a banqueiro.

    Quem é o “japa bonzinho” do Delcídio ?

    Como não descobriu o dono do jatinho …

    Porque é preciso passar detergente na PF, da cabeça aos pés.

    Destituir o diretor-geral, o Daiello, que tentou impedir o corajoso Juiz De Sanctis de deflagrar a Operação Satiagraha.

    Trocar o todos os diretores regionais.

    A começar pela “força tarefa tucana” da PF instalada em Curitiba.

    Como fazer isso com o da Justiça ?

    Impossível.

    Ele é refém da PF.

    Além de inepto.

    Tirar o zé da Justiça é a preliminar desse processo que se exige, mais do que nunca.

    Especialmente depois das denuncias feitas  pelos advogados, em sua Carta.

    O zé afronta a Carta.

    A investigação e punição dos vazamentos permitirá chegar ao “Teólogo da Vazação”, o Juiz Moro, de Guantánamo.

    Porque é ele quem prega a suposta “transparência” como instrumento da Justiça.

    A “transparência” seletiva, entregue na bandeja do PiG, para que o PiG faça, a seu modo, a seleçao da seleção.

    É a “transparência” do Não Vem ao Caso !

    Moro não está acima da Lei !

    Paulo Henrique Amorim

     

  5. janio de freitas 
    Colunista e

    janio de freitas

     janio de freitas

    Colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros. Analisa as questões políticas e econômicas. Escreve aos domingos e quintas-feiras.

    Mais do que uma carta

     17/01/2016 02h00 36 Mais opções

    A carta aberta em que 104 advogados, juristas e professores expressam “repúdio ao regime de supressão episódica de direitos e garantias” na Lava Jato, configurando uma situação de risco para a Justiça brasileira, tem um problema insolúvel pelos signatários: para não ser dada como mera queixa de advogados, o que alguns acusadores logo fizeram, precisaria dar exemplo de cada tipo de impropriedade mencionado. O que talvez nem fosse difícil, mas exigiria espaço imensamente maior do que a meia página de “informe publicitário” que o simples relato exigiu. E a tarefa era também da chamada mídia, no entanto incluída pelos signatários nos procedimentos que ferem os direitos e garantias, sem falar na ética, e perturbam a Justiça.

    A carta dos advogados segue-se a recente pronunciamento no mesmo sentido, mas diferente na forma, de uma corrente de juízes. Também não personaliza as denúncias. Apesar disso, toda a leitura leva aos integrantes da Lava Jato.

    Mais que à própria Lava Jato, porém, a mensagem importa para o Conselho Nacional de Justiça, em particular ao seu presidente, Ricardo Lewandowski, e ao ministro Teori Zavascki, relator no Supremo Tribunal Federal das denúncias e delações premiadas procedentes da Lava Jato. Sergio Moro e os demais ativistas do caso já receberam numerosas observações sobre excessos seus e, com o evidente e até declarado sentimento de messianismo, desprezaram-nas. Lewandowski e Zavascki são, no caso, os guardiães do Estado de Direito, das normas que a todos nos protegem das arbitrariedades e prepotências dadas como extintas com o fim da ditadura.

    Aos dois, sobretudo, diz respeito a carta aberta dos 104. A ambos cabe verificar, estudar, auscultar –e deter as impropriedades que acaso identifiquem. Antes que comecem a expandir-se.

    OS AGRESSORES

    Um grupo da comunidade judaica passou a semana em campanha contra mim. Suas mensagens ao Painel do Leitor, à direção da Folha e na internet têm as mesmas acusações infamantes e até as mesmas palavras e frases, a indicar o procedimento orientado. Atribuem-me intenção que nunca tive e insinuações e afirmações que não fiz.

    Em segunda nota da coluna “A mensagem do quebra-quebra” (Folha, 10.jan, pág. A6), comentei, fundado em fatos, a tentativa do primeiro-ministro Netanyahu de impor ao Brasil um embaixador, Dani Dayan. Sem fazer a consulta de praxe ao governo brasileiro, divulgando-a antes de tudo na internet, e escolhendo um dos chefes de invasões e construções de bairros israelenses em terras palestinas. O que contraria a resolução da ONU que criou Israel, a posição do Brasil desde então e já foi várias vezes condenado pela mesma ONU.

    O Netanyahu que assim age não tem a maioria em Israel. Para ser primeiro-ministro, alia-se ao fundamentalismo religioso, à custa de concessões que tornam mais extremista o seu e o radicalismo direitista do seu partido. A concepção democrática é da oposição. Há um ano e meio, o governo de Netanyahu repete atitudes insultuosas ao Brasil, dizendo-o “anão diplomático”, “politicamente irrelevante”, cuja presidente “fugiu” dele, Netanyahu, na COP-Paris. Na escalada, a pretendida imposição de um embaixador indesejado.

    Assim terminava a nota: “O convívio cordial que é dado aqui à comunidade judaica não faria prever os insultos e provocações que Israel vem dirigindo ao Brasil. Essa comunidade tem os seus extremistas. Será melhor, para todos, que eles sejam contidos e não importem o espírito de Netanyahu. Os ânimos no Brasil não estão para riscos desse tipo”. Nada do que citei foi contestado pelos agressores.

    Mas a leitura falseada do último parágrafo serviu para a campanha: fui acusado de escrever uma “ameaça à comunidade judaica”, por “ódio a Israel” e “aos judeus”, de publicar “atitude intimidatória com a comunidade judaica”, por ser “abertamente antissemita”, de fazer incitação, e daí por diante em linguagens iradas e violentas.

    Volto ao não embaixador Dani Dayan: “O Brasil vai ter represália”. Sou eu quem ameaça? As mensagens incitam a comunidade judaica contra mim. Sou eu quem ameaça?

    Não é inteligente supor que eu tivesse a presunção de ameaçar uma comunidade, étnica ou religiosa: é ridículo. Mas é também uma falsidade e uma forma de agressão. No país em que calúnia, difamação e injúria estão qualificadas no Direito Criminal e constam do Código Penal.

     

  6. A criminalização da

    A criminalização da advocacia, por quem se amedronta com o Tribunal da Mídia

    midiamedo

    Não há, para mim, ramo mais nobre do direito que a advocacia criminal.

    Porque nela não estão em jogo bens, rendas, impostos, contratos, querelas pessoais, familiares, questões de alta indagação constitucional.

    Está em jogo, muitas vezes, aquilo que Cecília Meirelles definiu como “uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda” : a liberdade.

    A minha geração formou-se admirando grandes advogados criminais ou, ao menos, arrastados ao campo do Direito Penal pelas necessidades de enfrentar o autoritarismo. Sobral Pinto, Heleno Fragoso, Evandro Lins e Silva, para ficar apenas naqueles que estão na história como marcos da democracia.

    Tirante os apresentadores de programas policiais, ninguém questionava a honra destes profissionais pelos crimes que seus representados tinham – ou não – cometido. Esta história de “advogado de bandido” é própria de meganhas de palitos nos dentes e cordão de ouro brilhando sobre a camisa desabotoada.

    Há, claro, advogados bandidos, como há médicos bandidos, jornalistas bandidos e até padres bandidos, como volta e meia se descobre um abusador de batina. Mas advogar, mesmo para possíveis criminosos, é uma arte nobre e é natural que estes profissionais vivam disto, como um médico vive dos pacientes e um engenheiro dos contratantes da obra. O que jamais impediu que muitos, muitas vezes advogassem de graça, curassem de graça ou projetassem de graça, como é belo exemplo o Niemeyer.

    Que o Ministério Público saltasse protestando contra a carta dos advogados também é compreensível: é o perseguidor, sua função, rebatendo quem defende o perseguido. Embora tenham fugido de abordar os questionamentos concretos dos advogados – a vinculação da prisão preventiva à concordância de tornarem-se delatores – é o que podia sair da cabeça de uma “força tarefa de Deus”, que baixou à Terra com suas inabaláveis verdades.

    Mais ainda porque contam, neste caso, com um juiz que só a eles dá ouvidos, diante do qual os advogados de defesa cumprem um papel protocolar e são uma chateação que tem de ser suportada até  que cumpram-se as formalidades da condenação.

    Mas foi deplorável ver o presidente da Associação dos Magistrados do Brasil, João Ricardo dos Santos Costa, dizer que as posições dos advogados refletem os seus “interesses particulares” como contratados – alguns deles – para defendê-los. Ou que diga que estão “atacando e tentando desqualificar o Poder Judiciário”.

    Atacar  decisões e atos do Ministério Público ou de integrantes do Judiciário é um dever do advogado, Excelência. E juiz não ficar ofendido pessoalmente com isso é condição básica do exercício de sua função, embora recentemente tenhamos passado a ver com Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes – e, agora, com alguns ensaios de Dias Toffoli –  o “chilique judicial” chegar à mais alta corte nacional.

    Não compreender isso é não compreender o papel – constitucional, inclusive – da advocacia.

    Tão grave quanto isso foi e é a ausência da Ordem dos Advogados do Brasil, que parece também estar vivendo um progressivo convencimento de que o advogado é algo como um “despachante judicial”. Contraditório, porque a Ordem comemora a nova lei que garante ao advogado o conhecimento de todos os elementos do inquérito, sob pena de nulidade absoluta de todos os elementos investigatórios e probatórios a que se negue acesso – o que, qualquer um sabe, foi o que menos ocorreu na Operação Lava Jato.

    Mais de uma centena dos mais conhecidos advogados do país faz um pronunciamento grave como o que fez e a Ordem “desaparece” em sua omissão?

    Talvez a associação de magistrados tenha reclamado e a OAB silenciado justamente por algo que é mencionado na carta, o eixo em torno do qual se desenvolvem os abusos na Operação Lava Jato e que, sem este fator, certamente teriam tido remédio nas decisões dos tribunais superiores, com o sistema de freios e contrapesos da Justiça funcionando.

    É o trecho que diz que “ a atuação do Poder Judiciário não pode ser influenciada pela publicidade opressiva que tem sido lançada em desfavor dos acusados e que lhes retira, como consequência, o direito a um julgamento justo e imparcial – direito inalienável de todo e qualquer cidadão e base fundamental da democracia.”.

    Mas a “publicidade opressiva” é a mídia de partido único e seu poder incontrastável que, até mais rápida e impiedosamente que o Dr. Sérgio Moro, acusa, julga e condena neste país, agora sem possibilidade até de recurso aos tribunais que a admitiram como instância suprema de julgamento, inapelável.

     

  7. Mino Carta: Vazamentos da PF

    Mino Carta: Vazamentos da PF para a mídia provam que trabalha a favor da casa-grande, conspirando contra o governo

    publicado em 15 de janeiro de 2016 às 16:25

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    Delegado Leandro Daiello, diretor da Polícia Federal, e ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

    Conspiração policial

    Vazamentos de informações sigilosas para a mídia nativa provam que a polícia trabalha a favor dos interesses da casa-grande

    Mino Carta, em CartaCapital,publicado 15/01/2016 06h04

    Já tivemos um exército de ocupação, convocado pela casa-grande em 1964. O gendarme indispensável ao golpe, a favor dos senhores com a bênção, não somente metafórica, de Tio Sam. De mais de uma década para cá, somos forçados a colher fortes indícios de que contamos com uma polícia para cuidar dos interesses da minoria privilegiada.

    Aquelas Forças Armadas derrubaram o governo. Esta polícia, ou pelo menos alguns de seus núcleos, conspira contra o governo. O tio do Norte está aparentemente mais distante, mas não desgosta de um satélite em lugar de um país independente.

    A postura conservadora da caserna, em momentos diversos francamente reacionária, sempre arcou com um papel poderoso, quando não decisivo, na história do Brasil.

    Hoje, graças também a um comando firme e responsável, mantém a atitude correta na moldura democrática, a despeito dos esforços da mídia nativa para oferecer eco a vozes discordantes de reduzido alcance. A defesa do status quo ficou para a Polícia Federal?

    A PF não foi treinada para a guerra, dispõe, porém, de armas afiadas para conduzir outro gênero de conflito, similar àquele da água mansa que destrói pontes.

    Um dos instrumentos usados para atingir seus objetivos com a expressão de quem não quer coisa alguma é o vazamento, a repentina revelação de fatos do seu exclusivo conhecimento, graças ao fornecimento de informações destinadas ao segredo e, no entanto, entregue de mão beijada e por baixo do pano a órgãos midiáticos qualificados para tanto, sem descaso quanto à pronta colaboração do Ministério Público.

    Na manhã de terça 12 sou atingido pela manchete da Folha de S.Paulo: “Cerveró liga Lula a contrato investigado pela Lava Jato”. O delator, diz o texto, declara ter sido premiado com um cargo público pelo então presidente da República por quitar “um empréstimo de 12 milhões de reais considerado fraudulento pela Lava Jato”.

    Logo abaixo, com título em corpo bem menor em duas colunas, o jornal informa que o mesmo Cerveró “cita Renan Calheiros”. Finalmente, no mesmo corpo e extensão de texto, anuncia-se: “Delator fala em propina sob FHC”.

    Incrível: na mesma manhã, o Estadão me surpreende ao se referir apenas ao envolvimento do governo de Fernando Henrique. O jornalão, é evidente, não foi beneficiado pelo vazamento de todo o material disponível.

    O Estadão redime-se aos olhos dos leitores no dia seguinte e na manchete declama: “Cerveró cita Dilma”. E no editorial principal da página 3, sempre fatídico e intitulado “No reino da corrupção”, alega a abissal diferença entre o envolvimento de Lula e de FHC.

    Em relação a este “a informação é imprecisa, de ouvir dizer”. No caso de Lula, a bandalheira é óbvia e desfraldada. Patéticos desempenhos do jornalismo à brasileira. Inúmeros leitores não percebem, carecem da sensibilidade do quartzo e do feldspato.

    Nada surpreende neste enredo, próprio de um país medieval, indigno da contemporaneidade do mundo civilizado e democrático. O vazamento de informações sigilosas tornou-se comum há muito tempo nas nossas tristes latitudes, como diria Lévi-Strauss.

    Mesmo assim, seria interessante descobrir as razões desta conspirata policial. Inútil, está claro, dissertar a respeito dos comportamentos da mídia. Dos seus donos, o mesmo pensador belga observava: “Eles não sabem como são típicos”.

    O cargo de diretor da PF é da exclusiva competência do Palácio do Planalto, que o subordina ao seu ministro da Justiça, no caso, José Eduardo Cardozo.

    Foi ele quem indicou o delegado Leandro Daiello, aquele que em julho passado proclamou, a bem da primeira página do Estadão: “A Lava Jato prossegue, doa a quem doer”. E a quem haveria de doer?

    Nos bastidores da PF, Cardozo é apelidado de Rolando Lero, personagem inesquecível criado por Chico Anysio, o parlapatão desastrado que diz muito para não dizer coisa alguma.

    Tendo a crer que Cardozo aplica seu lero-lero em cima da presidenta Dilma e consegue deixar tudo na mesma. De fato, o nosso ministro é tão incompetente no posto quanto vaidoso.

    Achou, porém, em Daiello o parceiro ideal. O homem foi capaz de tonitruar ameaças, dentro da PF, contudo,  carece de verdadeira liderança. A situação resulta, em primeiro lugar, dessas duas ausências.

    Da conspirata em marcha, vislumbro de chofre três QGs, em recantos distintos. Número 1, escancarado, em Curitiba, onde três delegados dispõem da pronta conivência do Ministério Público e da vaidade provinciana do juiz Sergio Moro, tão inclinado a se exibir quando os graúdos lhe oferecem um troféu.

    Os representantes locais da polícia não hesitaram, ainda durante a campanha eleitoral, em declinar suas preferências pelo tucanato, sem omitir referências grosseiras a Dilma, Lula e PT. De onde haveriam de sair os vazamentos se não desses explícitos opositores chamados a ocupar cargos públicos?

    Há algo a se apontar no Paraná: a falta de liderança, também ali, de superintendente. Não é o que se dá em São Paulo, onde o chefão recém-empossado decidiu prender um filho do presidente Lula na mesma noite da festa de aniversário do pai, debaixo do olhar indiferente de Cardozo e Daiello. Diante de cenas como essa, o arco-da-velha desmilingue.

    O novo superintendente substituía outro da mesma catadura, brindado por serviços prestados por uma das mais cobiçadas aditâncias, como se diz na linguagem policial, em embaixadas localizadas nos mais aprazíveis recantos, Paris, Roma etc.

    As aditâncias fazem a felicidade de alguns, destacados delegados, espécie de prêmio à carreira. Tal seja, talvez, o sonho do superintendente em Belo Horizonte, que se distingue sinistramente por seus desmandos em relação ao governador Fernando Pimentel.

    Passou por cima da lei e do decoro para torná-lo seu perseguido em nome de uma autoridade de que carece, como é fácil provar.

    Até que ponto haveria um comprometimento político e ideológico entre esses policiais e os partidos da oposição? Vale imaginar que, egressos da chamada classe média, alimentem o descabido ódio de classe de quem acaba de sair do primeiro, ínfimo degrau, e atingiu um patamar levemente superior.

    Donde, ojeriza irreversível em relação àqueles que nutrem preocupações sociais. Existem, também, claramente detectáveis, umas tantas rusgas, a soletrar a diferença salarial entre delegados e advogados da União, consagrada a favor destes pela presidenta.

    É possível, entretanto, que quem vaza informações sigilosas não se dê conta das consequências? Os conspiradores atuam à vontade, com o beneplácito silencioso dos chefes.

  8. A ingenuidade de Lins e

    A ingenuidade de Lins e Silva

    16/01/2016Miguel do Rosáriorep_int

    A Lava Jato, ao tentar imitar o “mensalão” e promover um julgamento de exceção, encontra obstáculos mais difíceis.

    Uma coisa é sacrificar petistas e publicitários no altar do jogo sujo da politicagem nacional.

    Outra coisa é fazer o mesmo com Marcelo Odebrecht.

    Não digo que Marcelo seja santo, ou que a Odebrecht seja o símbolo da ética empresarial.

    Não será tão fácil, porém, transformar Marcelo Odebrecht num Marcos Valério.

    Em primeiro lugar, a Odebrecht financia campanhas partidárias desde que existem partidos no país.

    É o maior financiador do PSDB, por exemplo, embora não seja por isso que a empresa esteja sendo alvo da sanha destruidora da Lava Jato.

    A Lava Jato tenta destruir a Odebrecht não por causa da corrupção, e sim porque a empreiteira foi sócia de um grande projeto para dar ao país uma infra-estrutura digna de um país desenvolvido: um país com refinarias, portos, hidrelétricas, ferrovias, estádios, estradas, de primeiro mundo.

    Um projeto que a Lava Jato, com ajuda da mídia entreguista e vira-lata, está destruindo.

    O Brasil não pode se desenvolver, não pode ter orgulho, não pode vencer.

    A campanha para que sejamos sempre um povo derrotado, subdesenvolvido, com vergonha de si mesmo, é a principal violência que a nossa mídia, cevada na ditadura, com dinheiro do imperialismo, faz contra o povo brasileiro.

    É a campanha da desesperança, alimentada diuturnamente por um noticiário cada vez mais apocalíptico.

    Tudo que os tucanos não fizeram, porque o seu projeto era focado em privatização, de um lado, e compra de reeleição, de outro, os petistas fizeram, em parceria com as grandes empresas de engenharia: fazer o Brasil sonhar alto.

    Por um momento, o Brasil se tornou o maior canteiro de obras do mundo, rivalizando até mesmo com a China.

    As nossas empresas de engenharia, com auxílio do Estado brasileiro, começaram a tomar mercados internacionais, na África, na América Latina, até mesmo nos Estados Unidos.

    A Odebrecht ganhou licitação para construir um aeroporto em Miami!

    É claro que haveria reação.

    Entretanto, a comunidade jurídica nacional começa a perceber que as conspirações midiático-judiciais, no afã de prejudicar o PT e o governo, estão atropelando leis e direitos fundamentais.

    Se um homem rico e poderoso como Marcelo Odebrecht pode ser brutalizado pelo Estado e pela mídia desta maneira, preso sem provas, humilhado publicamente, conversas com suas filhas pequenas vazadas para a mídia, suas fotos na prisão expostas pela revista Veja, imagine a situação de vulnerabilidade do cidadão comum!

    A ditadura midiático-judicial substitiu a violência perpetrada pelo regime militar com um toque muito mais sádico, muito mais estarrecedor, conforme começam a notar velhos advogados que lutaram contra a ditadura.

    É mais estarrecedor porque, desta vez, a brutalidade vem melhor colorida com verniz democrático.

    Dr.Lins e Silva, o que estão fazendo com Marcelo Odebrecth, fizeram pior com José Genoíno, por exemplo, preso igualmente sem provas.

    Fizeram com Dirceu, cujo julgamento no STF foi imortalizado pela célebre frase de Rosa Weber: “não tenho provas contra Dirceu, mas a literatura me permite condená-lo”.

    O que está acontecendo, dr.Lins e Silva, é que a mídia e setores do Judiciário são golpistas e entendem que a lei deve lhes servir, e não o contrário.

    A indignação contra a corrupção lhes é incrivelmente seletiva.

    Adotam uma postura de savonarolas furibundos para condenar a corrupção, desde que esta corrupção esteja inserida numa narrativa controlada por eles.

    Quando a narrativa lhes foge ao controle, como aconteceu num primeiro momento da operação Zelotes, por exemplo, a indignação desaparece e todos, mídia, ministério público, judiciário, PF correm para abafar. Ou então fazem como fizeram com a Zelotes, que de uma operação contra a sonegação bilionária de grandes bancos e grupos de mídia, converteu-se numa perseguição política provinciana ao filho de Lula.

    O partido da elite também quer fazer a sua “revolução”.

    Para isso, não hesita em sacrificar alguns cordeiros gordos, como Marcelo Odebrecht, pensando no bem maior.

    É o 18 de Brumário de Sergio Moro: a pequena e média burguesia pedindo uma ditadura, e sacrificando inclusive membros da alta burguesia, em nome da ordem burguesa maior, e tendo em vista o esmagamento político da classe trabalhadora.

    O partido dos empresários, da Fiesp, o PSDB, tem de prevalecer!

    O partido dos trabalhadores precisa ser derrotado, porque são incompetentes e incultos!

    E sobretudo corruptos, corruptos, corruptos!

    Fizeram a mesma coisa na ditadura. Sacrificaram no altar do bem maior um punhado de grandes empresas, como a TV Excelsior e a Panam, porque seus proprietários não tinham mais serventia para o golpe.

    Hoje, a Odebrecht precisa ser destruída. O imperialismo precisa trazer para o Brasil as grandes empreiteiras norte-americanas, aquelas mesmas que financiam campanhas dos republicanos nos Estados Unidos e articulam guerras para destruir países e faturar com sua reconstrução.

    E tudo isso feito em nome da “luta contra a corrupção”, sob aplauso de uma multidão de coxinhas desvairados.

    Diante destas batalhas, o protesto dos advogados contra a Lava Jato soa ingênuo.

    Ao invés de publicarem o manifesto num hotsite e o divulgarem via redes sociais, eles o publicam – mediante pagamento, claro – nos três jornalões do golpe, ou seja, exatamente nos mesmos jornais que patrocinam e chancelam o arbítrio contra o qual eles se insurgem.

    Os advogados, por outro lado, não fazem mais do que imitar a estratégia do governo, que também ainda não entendeu que o mundo mudou, e que é preciso lutar com novas armas.

    Mas não perca a esperança, doutor.

    A justiça ainda pode prevalecer contra a astúcia diabólica, demagógica e profundamente desonesta dessas conspirações midiático-judiciais que tentam nos reconverter em colônia.

    É preciso usar as novas tecnologias!

    Se vocês, advogados, se limitarem a lutar na arena da própria mídia, a vitória será bem mais difícil.

    Por outro lado, se usarem as arenas da novas mídias, se entenderem que, nos tribunais do judiciário e da opinião pública, a luta agora se dá através de uma semiótica que foge ao controle da mídia tradicional, vocês terão chances não só de desmascararem as conspirações, como também de lutar em favor do processo democrático.

    Terão a oportunidade, enfim, de lutar, assim como fizeram no regime militar, pela democracia, e contra o mesmo inimigo, visto que a ditadura civil militar aprendeu com suas derrotas e se sofisticou, e hoje se materializa neste golpismo midiático-judicial hipócrita, inescrupuloso, baseado em manipulações jornalísticas, tortura, prisões preventivas por tempo indeterminado, delações premiadas, vazamentos seletivos, mentiras e controle da opinião pública.

    Se acordarem a tempo, e acredito que vão, vocês poderão nos ajudar na luta contra o golpe.

    ***

    Operação Lava Jato é pior que a ditadura, diz advogado

    MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO, NA FOLHA

    O advogado Técio Lins e Silva, um dos signatários da carta que compara a Operação Lava Jato com a Inquisição, diz que o comportamento do juiz Sergio Moro no caso é pior do que na ditadura militar. “Estou falando de uma arbitrariedade como nunca se viu no Brasil, nem na ditadura”, disse.

    Aos 70 anos, Lins e Silva foi um dos mais célebres advogados a defender presos políticos na ditadura militar. Agora atua na defesa de um ex-diretor da Odebrecht, Alexandrino de Alencar.

    Em entrevista à Folha, ele critica o juiz Sergio Moro, responsável pela operação, os procuradores e a imprensa.

    *
    Folha – Por que publicar um manifesto contra a Lava Jato quando a operação está prestes a completar dois anos?
    Técio Lins e Silva – Porque tudo tem um limite. O copo vai enchendo, como a paciência vai enchendo, e tem uma gota d’água. Estou falando de uma arbitrariedade como nunca se viu no Brasil, nem na ditadura. Advoguei de 1965 a 1985 intensamente na Justiça Militar, na fase mais dura dos anos de chumbo, quando não havia habeas corpus e o preso ficava incomunicável. Tenho autoridade para comparar as coisas.

    Por que a Lava Jato seria pior do que a ditadura?
    Há uma questão inimaginável, que viola o princípio do processo constitucional democrático: um juiz que só julga esse caso. Tem de se perguntar se ele tem poder para julgar esse caso. No regime militar, os processos eram distribuídos por sorteio. No Paraná, não. Só um juiz atua nos processos.
    Isso é uma violação da Constituição. Esses processos não pertencem a ele. A mídia tem tido uma reação muito ruim a isso tudo. Ela foi contaminada por esse fundamentalismo da repressão e aplaude tudo que é contrário aos acusados.

    Qual foi a gota d´água?
    Todo dia há um fato. Essa é a questão. Não há uma luz no fim do túnel para que a Justiça possa colocar um freio. Ao contrário. Se há uma decisão favorável [aos investigados], há uma reação contra. Não é normal colocar fotos de investigados, fotos do prontuário, com dados sigilosos, para humilhar. Porque é a pior fotografia, com o pior ângulo do acusado. Essa pode ser a gota d´água: o desrespeito absoluto do conceito de que o réu é pessoa sagrada, da presunção de inocência.

    A carta diz que “é inadmissível que o Poder Judiciário não se oponha” a esse estado das coisas. O sr. acha que o Supremo se acovardou?
    O Supremo não. Ele ainda está apreciando o caso.

    O Supremo tem mantido as decisões do juiz.
    Meu cliente, ex-diretor da Odebrecht, foi solto por decisão do Supremo. Muitos réus foram soltos pelo Supremo.

    Há uma conta da força-tarefa segundo a qual já foram impetrados mais de 300 recursos contra as decisões do juiz, e pouco mais do que uma dezena obteve sucesso. O sr. acha que o Judiciário todo está sendo manipulado pela Lava Jato?
    Não respondo porque não tenho essa contabilidade.

    A essência dessa conta é que os tribunais superiores têm mantido as decisões do juiz.
    O Supremo já julgou favoravelmente aos réus. Muitas vezes o Supremo nega a liminar, mas concede no mérito. Como fica essa conta?

    Um dos nomes mais importantes da carta, o do ex-ministro Gilson Dipp, diz que não autorizou a inclusão do nome dele no manifesto.
    Isso não quer dizer absolutamente nada. É um nome em mais de 100 [105]. Isso é muito comum. Tenho certeza de que ele concorda com o teor do manifesto.

    O procurador Deltan Dellagnol disse à Folha que a carta viola o princípio mais básico do direito de defesa, que é não fazer acusação genérica.
    Ele não tem autoridade para fazer qualquer criticar à advocacia. Ele vai a igrejas evangélicas pregar sobre a Lava Jato, vai ao Congresso pedir alteração na lei. Confunde militância política com a função pública de procurador, que tem de respeitar o acusado. Ele não tem autoridade nenhuma, zero.

     

  9. ombudsmanvera guimarães

    ombudsman

    vera guimarães martins

    ombudsman

    Jornalista, é ombudsman da Folha. Está no jornal desde 1990. Escreve aos domingos.

    Falação premiada

    Informação de depoimento oficial é bem diferente de conversas vagas destinadas a atrair acordo de delação

     17/01/2016 02h00 12 Mais opções

    1. Domingo (10): “Ex-deputado que negocia delação cita Wagner e Aécio enunciava a principal reportagem de “Poder”. O texto relatava que o ex-deputado Pedro Corrêa adiantara informações capazes de comprometer cerca de cem políticos –entre eles o senador Aécio Neves e os ministros Aldo Rebelo (Defesa) e Jaques Wagner (Casa Civil).

    “Não há nenhuma informação consistente sobre o contexto, tão somente se destacam nomes supostamente mencionados, sem nenhuma prova, indício ou suspeita”, reclamou, com razão, a assessoria do ministro da Defesa (leia abaixo, nota ao fim deste texto).

    A inconsistência já havia sido apontada na crítica interna: a afirmação não foi feita em depoimento oficial, mas em negociação na qual o ex-deputado tenta há seis meses, sem sucesso, fechar um acordo de delação premiada. A razão, segundo a reportagem: “Investigadores disseram que Pedro Corrêa até agora não entregou provas convincentes para boa parte dos episódios relatados. A defesa sabe que, para o acordo vingar, os termos precisam ser taxativos e concretos”.

    Carece perguntar então: se assim é, por que o jornal deu tanto espaço e destaque à narrativa? Por que os nomes dos políticos foram parar no título e no subtítulo, enquanto a ressalva sobre a confiabilidade da história foi relegada ao fim do texto?

    Resposta do editor de “Poder”, Fábio Zanini: “O ex-deputado sempre foi considerado potencial testemunha-chave na Lava Jato, dado o fato de ter presidido o PP, partido que indicou Paulo Roberto Costa [a uma diretoria da Petrobras]. O que ele fala, mesmo sem termos muitos detalhes, me parece relevante”.

    2. Terça (12): “Cerveró liga Lula a contrato investigado pela Lava Jato, diz a manchete da Folha. Na sequência, outras duas chamadas: “Ex-diretor cita Renan Calheiros e “Delator fala em propina sob FHC. “Em que critério jornalístico, e não político, cabe a diferença de destaque dada à notícia sobre Lula em relação à de FHC? Obviamente em nenhum”, escreveu Luiz Sérgio Canário, ecoando outras críticas com o mesmo teor. Não é bem assim.

    Goste-se ou não, aqui a diferença se ancora, sim, em padrões jornalísticos. A revelação sobre FHC era furo do “Valor Econômico” –ou seja, era notícia do dia anterior, que foi recuperada e exibida com destaque no site da Folha em boa parte da segunda-feira. As outras duas eram novidade. “Além disso, nestes dois casos havia menção à participação individual do então presidente Lula e do senador Renan Calheiros em situações sob investigação. Na citação sobre suborno na gestão tucana, não há referência a quem, no governo ou na Petrobras, teria recebido dinheiro”, declara Vinicius Mota, secretário de Redação/Edição.

    Acrescento outra razão que considero fundamental, mas que os jornais nem sempre respeitam, como se vê no primeiro item. Pelo que li, a menção ao governo FHC foi feita durante a negociação prévia de delação (daí, talvez, a mesma vagueza do relato de Pedro Corrêa), e não em depoimento, como no caso de Lula. Na quinta (14), o “Valor” relatou que Cerveró mudou parte de um relato prévio sobre a refinaria de Pasadena, trocando o nome da empreiteira que repassou a propina e acrescentando uma acusação ao senador petista Delcídio do Amaral, agora preso. É uma mostra do quão movediço é o terreno pré-delação.

    3. Sexta (15): “Lobista reconhece assessor de Palocci que teria recebido R$ 2 mi, tasca a Folha em título interno. O lobista em questão é Fernando Baiano, que, em acareação, identificou Charles Capella como “o interlocutor” que estava em uma casa de Brasília onde ele se reuniu para acertar a doação ao caixa dois da campanha de Dilma (2010). No parágrafo seguinte, porém, Baiano diz que Capella não participou da reunião –ou seja, não “interlocutou” coisíssima alguma.

    Em outra acareação no mesmo dia, Alberto Youssef não reconheceu Capella como o recebedor da propina –que, por sinal, foi o próprio doleiro que entregou. Como o jornal pode ignorar isso e escrever em título que Capella teria recebido o dinheiro? “Não acho que uma versão invalide a outra, e as duas estão registradas”, responde Fábio Zanini. Meu ponto não são versões conflitantes, mas a conclusão indevida: o título uniu o que a acareação separou.

    Leia, abaixo, a íntegra da nota enviada pela assessoria do ministro da Defesa, Aldo Rebelo.

    Ministro da Defesa contesta reportagem sobre Lava Jato

    A matéria “Ex-deputado que negocia delação cita Wagner e Aécio”, publicada na edição do último domingo (10), embora tenha a pretensão do furo jornalístico, não passou pela apuração necessária e condizente com o cuidado que o trato da informação jornalística requer.

    O texto registra que o ex-presidente do PP Pedro Corrêa estaria negociando um acordo de delação premiada e teria adiantado “informações capazes de comprometer aproximadamente cem políticos”. E inclui o nome do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, como um dos políticos dessa suposta lista, ao lado dos nomes do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, e do senador Aécio Neves.

    Não há na matéria nenhuma informação consistente sobre o contexto no qual os nomes foram citados, ela tão somente destaca nomes supostamente mencionados pelo ex-deputado, sem nenhuma prova, indício ou suspeita. No entanto, o texto ganhou chamada de capa e edição de destaque, com foto.

    É de se notar que, no último parágrafo, o texto chega a informar que “investigadores ouvidos pela Folha disseram que, embora Pedro Corrêa venha narrando o enredo de uma ‘grande crônica política’, ele até agora não entregou provas convincentes para boa parte dos episódios relatados.” Mesmo assim, essa informação não foi suficiente para que a Folha de S.Paulo analisasse os fundamentos da notícia para sua publicação.

    Em vez de informar o leitor, a matéria produziu apenas o desgaste inaceitável e desnecessário à imagem das pessoas alvo do texto e o consequente descrédito para um veículo jornalístico, do qual se espera, ao menos, o cumprimento do critério básico de apurar o que noticia.

     

  10. O estado de direito e o

    O estado de direito e o estado da direita. Por Mauro Santayana

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    Postado em 08 jan 2016por :

    protesto impeachment

    Por Mauro Santayana, publicado na RBA.

     

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    É curiosa a situação que vive hoje o Brasil. Afinal, no Estado de Direito, você tem o direito de ir e vir, de frequentar um bar ou um restaurante, ou desembarcar sem ser incomodado em um aeroporto, independente de sua opinião.

    No estado de direita, você pode ser reconhecido, insultado e eventualmente agredido, por um bando de imbecis, na saída do estabelecimento ou do avião.

    No Estado de Direito, você pode cumprimentar com educação o seu vizinho no elevador, desejando-lhe um feliz ano novo.

    No estado de direita, você tem grande chance de ouvir como resposta: “Tomara que em 2016 essa vaca saia da Presidência da República, ou alguma coisa aconteça com essa cadela, em nome do Senhor.”

    No Estado de Direito, você pode mandar “limpar” o seu computador com antivírus quando quiser.

    No estado de direita, você pode ficar preso indefinidamente por isso, até que eventualmente confesse ou invente alguma coisa que atraia o interesse do inquisidor.

    No Estado de Direito, você tem direito a ampla defesa, e o trabalho dos advogados não é cerceado.

    No estado de direita, quebra-se o sigilo de advogados na relação com seus clientes.

    No Estado de Direito, a Lei é feita e alterada por quem foi votado para fazer isto pela população.

    No estado de direita, instituições do setor público se lançam a promover uma campanha claramente política – já imaginaram a Presidência da República colhendo assinaturas na rua para aumentar os seus próprios poderes? – voltada para a aprovação de um conjunto de leis que diminui – em um país em que 40% dos presos está encarcerado sem julgamento – ainda mais as prerrogativas de defesa dos cidadãos.

    No Estado de Direito, você é protegido da prisão pela presunção de inocência.

    No estado de direita, inexistem, na prática, os pressupostos da prisão legal e você pode ser detido com base no “disse me disse” de terceiros; em frágeis ilações; do que “poderá” ou “poderia”, teoricamente, fazer, caso continuasse em liberdade; ou subjetivas interpretações de qualquer coisa que diga ao telefone ou escreva em um pedaço de papel – tendo tudo isso amplamente vazado, sem restrição para a “imprensa”, como forma de manipulação da opinião pública e de chantagem e de pressão.

    No Estado de Direito, você pode expressar, em público, sua opinião.

    No estado de direita, você tem que se preocupar se alguém está ouvindo, para não ter que matar um energúmeno em legítima defesa, ou “sair na mão”.

    No Estado de Direito, os advogados se organizam, e são a vanguarda da defesa da Lei e da Constituição.

    No estado de direita, eles deixam agir livremente – sem sequer interpelar judicialmente – aqueles que ameaçam a Liberdade, a República e os cidadãos.

    No Estado de Direito, membros do Ministério Público e da Magistratura investigam e julgam com recato, equilíbrio, isenção e discrição.

    No estado de direita, eles buscam a luz dos holofotes, aceitam prêmios e homenagens de países estrangeiros ou de empresas particulares, e recebem salários que extrapolam o limite legal permitido, percebendo quase cem vezes o que ganha um cidadão comum.

    No Estado de Direito, punem-se os corruptos, não empresas que geram riquezas, tecnologia, conhecimento e postos de trabalho para a Nação.

    No estado de direita, “matam-se” as empresas, paralisam-se suas obras e projetos, estrangula-se indiretamente seu crédito, se corrói até o limite o seu valor, e milhares de trabalhadores vão para o olho da rua, porque a intenção não parece ser punir o crime, mas sabotar o governo e destruir a Nação.

    No Estado de Direito, é possível fazer acordos de leniência, para que companhias possam continuar trabalhando, enquanto se encontram sob investigação.

    No estado de direita, isso é considerado “imoral”.

    Não se pode ser leniente com empresas que pagam bilhões em impostos e empregam milhares de pessoas, mas, sim, ser mais do que leniente com bandidos contumazes e notórios, com os quais se fecha “acordos” de “delação premiada”, mesmo que eles já tenham descumprido descaradamente compromissos semelhantes feitos no passado.

    No Estado de Direito, existe liberdade e diversidade de opinião e de informação.

    No estado de direita, as manchetes e as capas de revista são sempre as mesmas, os temas são sempre os mesmos, a abordagem é quase sempre a mesma, o lado é sempre o mesmo, os donos são sempre os mesmos, as informações e o discurso são sempre os mesmos, assim como é sempre a mesma a parcialidade e a manipulação.

    No Estado de Direito você pode ensinar História na escola do jeito que a história ocorreu.

    No estado de direita, você pode ser acusado de comunista e perder o seu emprego pela terceira ou quarta vez.

    No Estado de Direito você pode comemorar o fato de seu país ter as oitavas maiores reservas internacionais do planeta, e uma dívida pública que é muito menor que a dos países mais desenvolvidos do mundo.

    No estado de direita você tem que dizer que o seu país está quebrado para não ser chamado de bandido ou de ladrão.

    No Estado de Direito, você pode se orgulhar de que empresas nacionais conquistem obras em todos os continentes e em alguns dos maiores países do mundo, graças ao seu know-how e capacidade de realização.

    No estado de direita, você deve acreditar que é preciso quebrar e destruir todas as grandes empresas de engenharia nacionais, porque as empresas estrangeiras – mesmo quando multadas e processadas por tráfico de influência e pagamento de propinas em outros países – “não praticam corrupção.”

    No Estado de Direito você pode defender que os recursos naturais de seu país fiquem em mãos nacionais para financiar e promover o desenvolvimento, a prosperidade e a dignidade da população.

    No estado de direita você tem de dizer que tudo tem de ser privatizado e entregue aos gringos se não quiser arrumar confusão.

    No Estado de Direito, você pode defender abertamente o desenvolvimento de novos armamentos e de tecnologia para a defesa da Nação.

    No estado de direita, você vai ouvir que isso é um desperdício, que o país “não tem inimigos”, que as forças armadas são “bolivarianas”, que o Brasil nunca vai ter condições de enfrentar nenhum país poderoso, que os EUA, se quiserem, invadem e ocupam isso aqui em cinco minutos, que o governo tem de investir é em saúde e educação…

    No Estado de Direito, é crime insultar ou ameaçar, ou acusar, sem provas, autoridades do Estado e o Presidente da República.

    No estado de direita, quem está no poder aceita, mansamente, cotidianamente, os piores insultos, adjetivos, acusações, insinuações e mentiras, esquecendo-se que tem o dever de defender a Democracia, a liturgia do cargo, aqueles que o escolheram, a Nação que representam e, teoricamente, comandam, e a Lei e a Constituição.

    No Estado de Direito, você pode interpelar judicialmente quem o ameaça pela internet de morte e de tortura ou faz apologia de massacre e genocídio ou da quebra da ordem institucional e da hierarquia e da desobediência à Constituição.

    No estado de direita, muita gente acha que “não vale a pena ficar debatendo com fascistas” enquanto eles acreditam, fanaticamente, que representam a maioria e continuam, dia a dia, disseminando inverdades e hipocrisia e formando opinião.

    No Estado de Direito você poderia estar lendo este texto como um jogo de palavras ou uma simples digressão.

    No estado de direita, no lugar de estar aqui você deveria estar defendendo o futuro da Liberdade e dos seus filhos, enfrentando, com coragem e informação, pelo menos um canalha por dia no espaço de comentários – onde a Democracia está perdendo a batalha – do IG, do Terra, do MSN, do G1, do UOL…

     

     

  11. ainda não aprenderam a lição. querem reprise!

    enquanto isso os pudicos do charlie, continuam a destilar o ódio aos migrantes!

    pedindo pra levar pipoco!

    http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2016/01/17/pai-do-menino-sirio-afogado-chora-ao-ver-charge-no-charlie-hebdo.htm

    Arbil, Iraq, 17 Jan 2016 (AFP) – O pai do pequeno Aylan, que se tornou símbolo da tragédia dos refugiados sírios, disse neste sábado que chorou depois de ver a charge publicada pela revista satírica “Charlie Hebdo” nesta semana.

    “Quando vi a charge, chorei”, disse Abdullah Kurdi em conversa por telefone com a agência de notícias AFP. “Minha família ainda está abalada”, completou.

    Em um comunicado, o pai de Aylan chamou o desenho de “desumano e imoral”, afirmando que era “tão mau quanto as ações dos criminosos de guerra e terroristas” que causaram mortes e migrações em massa na Síria e em outros países.

    Aylan, de 3 anos, morreu afogado na travessia do mar Egeu entre Turquia e Grécia. Sua imagem, morto na praia, rodou o mundo e provocou uma grande mobilização internacional pelos refugiados que tentam chegar à Europa.

    O irmão de Aylan e sua mãe também morreram na tragédia.

    Futuro ‘apalpador de bundas’

    Ocupando metade de uma página dupla do último número da revista, a charge assinada pelo editor Riss mostra um homem correndo atrás de uma mulher sob o seguinte título: “Migrantes: no que teria se transformado o pequeno Aylan se tivesse crescido?”.

    O próprio Riss responde, com a legenda “Apalpador de bundas na Alemanha” (tradução livre de “Tripoteur de fesses en Allemagne”), em uma referência às agressões sexuais registradas neste país europeu na noite de Ano Novo. Segundo as denúncias, a maioria dos suspeitos seria de refugiados.

    A Alemanha foi o país europeu que acolheu o maior número de refugiados sírios até agora. 

    A charge deflagrou duras críticas e revolta nas redes sociais. Questionada pela AFP, em Paris, a revista não quis comentar a polêmica.

  12. Os próximos passos da oposição, por Fernando Brito

    Agora é oficial: Cantanhêde reconhece que impeachment “subiu no telhado”

     

    tapete

    Está lá, nas últimas linhas da coluna dominical onde a “cronista da massa cheirosa”, Eliane Cantanhêde faz o elogio da traição de Michel Temer e das agruras em que este se meteu por isso.

    ” Se o impeachment subiu no telhado, o vice pulou de volta para o lado governista. Pelo menos até março.”

    Para quem quiser entender, aí está a razão da dupla Aécio Neves- Marina Silva passar a pressionar para que o TSE faça “o melhor para o país”, isto é, casse Dilma e leve Temer de cambulhada.

    Cantanhêde não alivia no “esculacho” tucano a Temer:

    Quando o impeachment parecia uma opção real, o professor de Direito Michel Temer dizia que precisava estar pronto para cumprir suas “obrigações constitucionais”. Agora que parece irreal, o político Temer acha mais prudente tapar os buracos na relação com Dilma e pavimentar a estrada que leva o governo de ambos até 2018. Já que Dilma não deve cair, melhor ficar bem com ela. Ou menos mal. Além disso, há a questão central: o PMDB. A prudência ensina que “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Antes de almejar subir de patamar, da Vice para a Presidência, Temer precisa mostrar que ainda manda no partido que preside desde 2001. Senão, é melhor ter juízo e “obedecer” à hierarquia, torcendo para surgirem “fatos novos”.

    Temer, como antes Cunha, foi bom enquanto serviu.

    Um mês atrás, “o rompimento com seus vices pode ser fatal para os presidentes”, dizia ela, lembrando Figueiredo-Aureliano Chaves e Collor Itamar”. E Temer estava de “bola cheia”:

    “Temer tem sido recebido calorosamente por empresários de diferentes setores, exaustos com a crise econômica, e foi aplaudido de pé na Federação do Comércio de São Paulo no mesmo dia em que enviou a carta para Dilma. Ele, porém, tem um discurso decorado para seus interlocutores: “Não conspiro, não desejo a queda dela, só espero uma solução rápida, para o país sair da crise. E se ela cair? Bem, aí eu cumpro meu dever constitucional”. Ele não vai conspirar a favor nem vai pegar em armas contra o impeachment, vai ficar exatamente como sua função exige: a postos.”

    Inviabilizado no parlamento – embora com as graves consequências para o país do que isso causou durante meses – o golpismo migrou para as soleiras dos tribunais.

    A pressão da mídia, agora, será ainda mais descarada em pressionar os magistrados.

    Quem discordar, se não é ladrão, é defensor de ladrão.

    E não basta intimidar um, é preciso intimidar todos, para que não surja outro desmonte daqueles, com um peteleco, que ocorreu com o voto – que seria unânime, previa o “Ministro” Merval Pereira – amedrontado de Edson Fachin, legitimando a manobra de Eduardo Cunha para instalar a comissão do impeachment.

    E será o Paraná quem vai fornecer munição para este assédio, vomitando suspeitas através da mídia, como fez no caso da Época com Carlos Araújo.

    http://tijolaco.com.br/blog/agora-e-oficial-cantanhede-reconhece-que-impeachment-subiu-no-telhado/

     

  13. ‘Kirchnerismo construiu Estado com fins políticos’

    BUENOS AIRTES — O Chefe de Gabinete do governo argentino, Marcos Peña comandou a campanha de Mauricio Macri e é considerado o braço direito do novo presidente. Ele diz ter ficado surpreso com a “profunda deterioração do Estado” e confirma a defesa de uma aliança estratégica com o Brasil, os questionamentos ao governo venezuelano e o interesse do americano Barack Obama em visitar a Argentina este ano.

    O que mais os surpreendeu no primeiro mês de governo?

    A constatação de que temos um Estado muito mais deteriorado do que se percebia fora dele.

    E o que foi mais difícil?

    Justamente, colocar em marcha o Estado, perder tempo em acomodar-nos depois de uma transição curta e com pouca colaboração do kirchnerismo.

    Circularam muitos comentários sobre buracos no chão da Casa Rosada, umidade nas paredes…

    A deterioração é profunda e vai muito além disso. O kirchnerismo concebeu o governo como um grande ato de comunicação, mas sem qualquer realidade por trás disso. A sensação ao se entrar na Casa Rosada é de que não se trabalhava aqui. Ela era uma metáfora de um governo sem coordenação ministerial, que praticamente não recebia ninguém a não ser para aplaudir nos atos da presidente.

    O novo governo encontrou suspeitas de corrupção?

    O que descobrimos foi que, quando existe um Estado que não tem transparência, mas que tem muitos recursos, há um espaço enorme para aumentar os custos políticos sem dar explicação à sociedade, para que não exista controle social sobre contratações e para que funcionários tenham sua pequena parcela de corrupção. Estamos juntando informação.

    Poderiam ser apresentadas denúncias?

    Vamos colocar tudo on-line e colaborar com todos para facilitar essa informação. Nosso foco é cumprir nossas metas, como alcançar a pobreza zero. O kirchnerismo é uma etapa encerrada. Mas, sim, é possível que sejam encontradas novas coisas.

    Já no primeiro mês, o presidente Macri avançou sobre símbolos do kirchnerismo, como a lei de meios…

    Nosso objetivo é colocar em marcha a economia. Claramente, no caso de setores como o das comunicações e dos meios, acreditávamos que era urgente recuar, pelo menos em parte, em relação à política do kirchnerismo. Não existe a intenção de avançar contra os símbolos dos governos dos Kirchner mas, sim, governar desde o primeiro dia resolvendo questões, algumas mais emblemáticas do que outras.

    Os decretos de necessidade e urgência de Macri foram questionados, até mesmo por seus aliados na coalizão Mudemos…

    As discussões internas são saudáveis, e a saúde do Mudemos está em seu melhor momento. Em certas situações, teremos pontos de vista diferentes, em outros podem existir questões de comunicação interna a serem melhoradas, como no caso da Corte Suprema (Macri designou dois magistrados por decreto, sem antes avisar seus aliados). Os decretos irão ao Congresso. Não existe vocação autoritária, mas, sim, para o diálogo e para a construção de consensos.

    O governo está fazendo uma limpeza no Estado?

    Queremos um Estado forte, ativo, que invista mais em obras públicas e em infraestrutura, mas que, ao mesmo tempo, seja viável fiscalmente. O kirchnerismo construiu um Estado com fins políticos. Estamos revisando mais de 65 mil contratos, alguns inexistentes. A ideia é ordenar essa situação. Não nos importa a filiação política, nos importa que trabalhem e muitas pessoas não o fazem. Podem falar em ajuste, mas isso seria partir da base de que eles (os kirchneristas) fizeram algo bom para o Estado, mas o esvaziaram.

    O que é o kirchnerismo hoje?

    Uma expressão que muito provavelmente tende a ser minoritária dentro do peronismo.

    Existe preocupação com a crise brasileira?

    Observamos com o desejo de que o Brasil se recupere o mais rápido possível. Como sócio estratégico central, quanto mais rápido sair de sua situação de conflito, mais rápido poderemos começar a trabalhar juntos.

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    Macri tem boas relações com os presidentes da região, menos com o venezuelano Nicolás Maduro…

    Não temos um problema pessoal, muito menos com os venezuelanos. Existem uma defesa de valores e uma ideia de que é necessário ajudar a Venezuela para que o país respeite as instituições democráticas e os direitos humanos. Não temos uma agenda internacional ideológica, queremos trabalhar sem preconceitos com todos.

    Na última cúpula do Mercosul, o presidente foi bastante duro com relação à Venezuela…

    O Mercosul tem desafios nesse sentido, a Venezuela não cumpriu os compromissos institucionais que tem. Existe um limite para a democracia silenciosa. Em algum momento a diplomacia deve ser explícita. Dizer que não deveriam existir presos políticos e violações dos direitos humanos é uma questão básica.

    Obama virá a Argentina este ano?

    Não existe notificação oficial, mas, sim, conversas. Queremos trabalhar numa boa relação com os EUA. Queremos uma agenda de trabalho mais saudável e menos dramática. Temos de construir uma nova etapa nessa relação. Mas para construir uma relação madura, é necessário tirá-la da adolescência.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/kirchnerismo-construiu-estado-com-fins-politicos-diz-chefe-de-gabinete-do-governo-18492158#ixzz3xVpceE3F 
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  14. Entrevista de Wadih Damous ao

    Entrevista de Wadih Damous ao jornal golpista do Rio

     

    Fernanda Tukanovics

    O senhor sugeriu ao ex-presidente Lula a contratação do criminalista Nilo Batista. Por quê?

     Por conta dessa criminalização geral da política, o presidente Lula tem sido alvo de atenções persecutórias e, nesse sentido, tem que estar muito bem assistido juridicamente. É, na verdade, uma defesa da democracia. Foi assim que conversamos com o Nilo e foi assim que ele se posicionou: “Eu estou aqui em defesa da democracia, mais do que na defesa de uma pessoa física”.O senhor considera que há risco de o ex-presidente ser preso? Não acredito nisso, mas como a Operação Lava-Jato tem muitos elementos de um Estado de exceção, de desrespeito à ordem jurídica, qualquer atitude preventiva é salutar, embora não haja nada contra o presidente Lula. E, sinceramente, seria a ousadia das ousadias criminalizar um ex-presidente da República com base em delações de delinquentes. Aliás, nem esses delinquentes têm feito qualquer tipo de acusação frontal contra o presidente Lula. Mas, já que há um cenário de criminalização ampla, geral e irrestrita da política, é importante que alguém da estatura do presidente Lula tenha uma assessoria jurídica à altura. O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse que foi indicado para a BR Distribuidora pelo ex-presidente por gratidão. O relato de advogados de defesa é que sempre se pergunta acerca do Lula, como se houvesse um direcionamento. Isso é um lixo jurídico. E por que a palavra desse delinquente de nome Cerveró vale mais do que a palavra do presidente, que já disse que isso não é verdade? Dizem que a maior preocupação do ex-presidente é com o filho Luís Cláudio na Operação Zelotes. A nossa preocupação é com o desvio que a Zelotes tomou. Ela foi instaurada para investigar grandes sonegadores, parou de investigar grandes sonegadores e enveredou para a esfera política, como tem se tornado praxe no Brasil. De repente, a Zelotes se torna uma operação para investigar parentes do presidente Lula, o que é um absurdo. Mas, se a Zelotes esbarra em algo considerado suspeito, não tem que investigar? Ninguém está acima da lei. Nem o juiz Sérgio Moro, nem os procuradores da Lava-Jato, nem a Polícia Federal podem se considerar acima da lei. Tem que investigar qualquer indício de irregularidade. Agora, a Operação Zelotes parece que está se resumindo a isso. O senhor tem sido um crítico da Lava-Jato e agora da Zelotes. É um absurdo a instrumentalização e a transformação de órgãos de Estado, como o Ministério Público e a Polícia Federal, em órgãos de exceção, em polícia política, fora os vazamentos seletivos. Quando se trata de alguém ligado ao governo ou ao PT, a escandalização é imediata. Quando se trata de outras personalidades, como (o ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso e (o senador) Aécio Neves (PSDB), é nota de rodapé, as investigações não vão à frente.http://caviaresquerda.blogspot.com.br/2016/01/entrevista-de-wadih-damous-ao-jornal.html

  15. O Ministério Público serve

    O Ministério Público serve para quê, mesmo?

    Por Carlos Motta

     

    O Ministério Público foi criado e existe, pelo menos teoricamente, para proteger os cidadãos de desmandos variados. Hoje, infelizmente para a sociedade, tornou-se mais uma peça da grande máquina que se movimenta para criminalizar o governo trabalhista e permitir que os representantes da oligarquia retornem ao Palácio do Planalto sem passar pelo teste das urnas.

    Um dos exemplos mais claros da atuação política-partidária do MP foi dado recentemente pelo procurador Ailton Benedito de Souza, de Goiás, conhecido pela sua obsessão em perseguir o Partido dos Trabalhadores. 

    Desta vez, ele chegou ao cúmulo do ridículo, ao pedir a suspensão “imediata” da campanha publicitária lançada pelo Ministério do Esporte para a Olimpíada do Rio, sob a alegação de que “seu objetivo é estimular na sociedade sentimentos favoráveis à presidente da República, ao seu governo e à coalizão partidária que lhe empresta sustentação, num momento em que, como ‘nunca antes na história deste País’, estão mais fragilizados politicamente, enfrentando elevadíssima rejeição social, inclusive, com processo de impeachment já deflagrado na Câmara dos Deputados, cujo resultado dependerá sobremaneira das manifestações da sociedade que acontecerão nos próximos meses”.

    As asnices do procurador goiano estão estampadas em longas 27 páginas, nas quais ele, sem vergonha do ridículo, afirma que a campanha publicitária do Ministério do Esporte se presta a desinformar os brasileiros sobre o que julga ser a “verdade” da situação pela qual passa o país, com o objetivo de estimular no “inconsciente coletivo” um sentimento favorável à Olimpíada e à presidenta Dilma Rousseff. 

    Se este fosse um país sério, o procurador, pelos seus antecedentes e principalmente por esta ação em particular, já estaria fora do serviço público, quem sabe repousando numa instituição especializada em doenças mentais. 

    Como, porém, o Brasil de hoje está se transformando num campo fértil para as manifestações de vários tipos de sociopatias, o absurdo da ação do procurador vai, certamente, ser computada como apenas mais uma excentricidade formulada pelo seu cérebro – um cérebro incapaz de sequer perceber que qualquer campanha publicitária de qualquer país do mundo que promove um evento tão grandiosos como uma Olimpíada tem, obrigatoriamente, de louvar as qualidades desse país, e não o contrário.

    Se qualquer pessoa normal é capaz de perceber essa obviedade e o procurador goiano, não, alguma coisa está muito errada com ele e o sistema que o mantém no trabalho ativo de proteger a sociedade.

    http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2016/01/o-ministerio-publico-serve-para-que.html

     

  16. Morre voluntário que entrou

    Morre voluntário que entrou em coma após teste clínico na França

      URL: Versão para impressão17/01/2016 13p2ParisDa Agência Lusa

    Um dos voluntários que participou de um teste clínico na França da farmacêutica portuguesa Bial morreu hoje. “O paciente em estado morte cerebral morreu ao meio-dia”, disse o hospital em comunicado.

    O estado de saúde dos outros cinco voluntários internados logo após o teste clínico permanece estável. Na sexta-feira (15), o diretor de neurologia do hospital de Rennes tinha dito que três dos homens estavam com problemas neurológicos que podiam ser irreversíveis.

    Saiba Mais

    Ministra francesa diz que medicamento usado em teste não contém cannabis

    Na semana passada, seis voluntários entre 28 e 49 anos foram hospitalizados na cidade francesa de Rennes, depois de terem participado de um teste de medicamentos analgésicos conduzido por um laboratório privado para a farmacêutica portuguesa Bial.

    O teste clínico que estava na primeira fase testava um novo medicamento destinado a tratar perturbações de humor como a ansiedade. No ensaio participaram 108 voluntários, 90 dos quais receberam a droga. O restante tomou placebos – substâncias sem efeito que simulam medicamentos.

    Os seis homens internados faziam parte do grupo que recebeu a dose mais elevada. Após o incidente, o pior do tipo registrado na França, a Bial garantiu que estava acompanhando de perto todos os doentes. A empresa informou que testes do composto experimental em humanos estavam sendo realizados desde junho de 2015.

    Segundo a farmacêutica, o teste foi aprovado pelas autoridades francesas, bem como pela comissão de ética na França, e está de acordo com a legislação que regula os experimentos clínicos.

    http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2016-01/morre-voluntario-que-entrou-em-coma-apos-teste-clinico-na-franca

  17. Moro ‘não está acima da lei’,

    Moro ‘não está acima da lei’, diz Damous

    Postado em 17 de janeiro de 2016 às 1:38 pmEmail inShare

    Do globo:

    Escalado pelo ex-presidente para defender o governo, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) diz que a Lava-Jato tem elementos de “Estado de exceção”. Ele recomendou a contratação do criminalista Nilo Batista pelo petista.

    O senhor sugeriu ao ex-presidente Lula a contratação do criminalista Nilo Batista. Por quê?

    Por conta dessa criminalização geral da política, o presidente Lula tem sido alvo de atenções persecutórias e, nesse sentido, tem que estar muito bem assistido juridicamente. É, na verdade, uma defesa da democracia. Foi assim que conversamos com o Nilo e foi assim que ele se posicionou: “Eu estou aqui em defesa da democracia, mais do que na defesa de uma pessoa física”.

    O senhor considera que há risco de o ex-presidente ser preso?

    Não acredito nisso, mas como a Operação Lava-Jato tem muitos elementos de um Estado de exceção, de desrespeito à ordem jurídica, qualquer atitude preventiva é salutar, embora não haja nada contra o presidente Lula. E, sinceramente, seria a ousadia das ousadias criminalizar um ex-presidente da República com base em delações de delinquentes. Aliás, nem esses delinquentes têm feito qualquer tipo de acusação frontal contra o presidente Lula. Mas, já que há um cenário de criminalização ampla, geral e irrestrita da política, é importante que alguém da estatura do presidente Lula tenha uma assessoria jurídica à altura.

    O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró disse que foi indicado para a BR Distribuidora pelo ex-presidente por gratidão.

    O relato de advogados de defesa é que sempre se pergunta acerca do Lula, como se houvesse um direcionamento. Isso é um lixo jurídico. E por que a palavra desse delinquente de nome Cerveró vale mais do que a palavra do presidente, que já disse que isso não é verdade?

    Dizem que a maior preocupação do ex-presidente é com o filho Luís Cláudio na Operação Zelotes.

    A nossa preocupação é com o desvio que a Zelotes tomou. Ela foi instaurada para investigar grandes sonegadores, parou de investigar grandes sonegadores e enveredou para a esfera política, como tem se tornado praxe no Brasil. De repente, a Zelotes se torna uma operação para investigar parentes do presidente Lula, o que é um absurdo.

    Mas, se a Zelotes esbarra em algo considerado suspeito, não tem que investigar?

    Ninguém está acima da lei. Nem o juiz Sérgio Moro, nem os procuradores da Lava-Jato, nem a Polícia Federal podem se considerar acima da lei. Tem que investigar qualquer indício de irregularidade. Agora, a Operação Zelotes parece que está se resumindo a isso.

    (…)

    É um absurdo a instrumentalização e a transformação de órgãos de Estado, como o Ministério Público e a Polícia Federal, em órgãos de exceção, em polícia política, fora os vazamentos seletivos. Quando se trata de alguém ligado ao governo ou ao PT, a escandalização é imediata. Quando se trata de outras personalidades, como (o ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso e (o senador) Aécio Neves (PSDB), é nota de rodapé, as investigações não vão à frente.

     

     

  18. Olá Nassif,Enquanto isso, no

    Olá Nassif,

    Enquanto isso, no sonho de consumo paradisíaco do coxinha brasileiro, o país perfeito, os Estados Unidos da América, os tucanos* de lá mostram como é a “jestão” dos recursos hídricos quando o assunto é a saúde pública da população.

    Michael Moore já tem mais um assunto para um próximo documentário!

    (*Rick Snyder – membro do Partido Republicano)
     

    Budget Cuts and Negligence Poisoned the Drinking Water in Flint, Mich.

    Fonte 1:
    http://www.truthdig.com/eartotheground/item/budget_cuts_and_government_negligence_poisoned_flints_drinking_20160116

    Fonte 2:
    http://www.nytimes.com/2016/01/16/us/flint-water-michigan-attorney-general.html?_r=1

     

  19. A LAVA JATO
    http://caviaresquerda.blogspot.com.br/2016/01/a-lava-jato-e-uma-farsa-um-estupro.html?m=1

    sábado, 16 de janeiro de 2016

    A Lava Jato é uma farsa, um estupro jurídico, um Golpe de Estado

    A LAVA JATO É UMA FARSA, UM ESTUPRO JURÍDICO
    Francisco Costa

    Desde o seu início, nascida como peça jurídica de um golpe de estado, a chamada Operação Lava Jato tem se mostrado como não deve ser a justiça em qualquer sociedade que se queira, ou pelo menos se julgue, democrática.

    Ontem, mais de cem advogados, entre eles renomados e respeitados professores de direito, subscreveram um documento de protesto e denúncia, do qual reproduzirei apenas o primeiro parágrafo:

    “No plano de desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados, a Lava Jato já ocupa um lugar de destaque na história do país. Nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática. O menoscabo à presunção de inocência, ao direito de defesa, à garantia da imparcialidade da jurisdição e ao princípio do juiz natural, o desvirtuamento do uso da prisão provisória, o vazamento seletivo de documentos e informações sigilosas, a negação de documentos às defesas dos acusados, a execração pública dos réus e a violação às prerrogativas da advocacia, dentre outros graves vícios, estão se consolidando como marca da Lava Jato, com conseqüências nefastas para o presente e o futuro da justiça criminal brasileira. O que se tem visto nos últimos tempos é uma espécie de inquisição (ou neoinquisição), em que já se sabe, antes mesmo de começarem os processos, qual será o seu resultado, servindo as etapas processuais que se seguem entre a denúncia e a sentença apenas para cumprir “indesejáveis” formalidades.”

    A partir de hoje, pressupondo estar num país democrático, onde me estão garantidos os direitos de livre pensamento e de manifestação do livre pensamento, a partir de pesquisa na imprensa e nas redes sociais, redigirei e postarei uma série de matérias sobre o assunto, deixando claro, de antemão, que, por tudo o que tenho acompanhado sobre o assunto, a Lava Jato mais não é que um escritório dos interesses norte americanos no Brasil, repetindo em maior escala o que já foi feito no Paraguai e em outros países, com a finalidade de depor governantes que desenvolvam políticas nacionalistas e populares, em desacordo com os interesses das grandes corporações multinacionais e do governo dos Estados Unidos da América.

    O projeto é antigo, guardei dados políticos e econômicos do que considero uma afronta à dignidade humana e a consciência de todo um povo, manipulada, através de uma mídia irmã siamesa de uma banda criminosa do judiciário.

    Faltava-me embasamento jurídico, já que não tenho formação na Ciência do Direito, mas que este extenso documento veio dar.

    A Lava Jato atende a algumas finalidades e pretendo examiná-las uma a uma:

    1) enfraquecer a Petrobras, através da desmoralização internacional, e da perda de respeito pela empresa, pelo povo brasileiro;

    2) preparar psicologicamente o povo, para que aceite naturalmente um golpe de estado, depondo uma presidente legitimamente eleita;

    3) fornecer subsídios para que o legislativo leve avante o seu plano golpista;

    4) debilitar a estatal, de maneira a facilitar a sua privatização ou pelo menos o seu fatiamento, para que haja intromissão de capital estrangeiro;

    5) não conseguindo o golpe, para impedir a continuidade do atual projeto político nacional, inviabilizar a candidatura de Lula, pela via judicial, ou desgastá-lo politicamente, de maneira a facilitar as coisas para a oposição, boa parte dela denunciada na Lava Jato, mas blindada pelo juiz encarregado de fazer justiça e pela mídia, parte do movimento golpista;

    6) criar o maior estardalhaço possível, para impedir que outras operações, onde rigorosamente não existe nenhum nome do governo ou a ele, direta ou indiretamente, ligado, ganhe espaço, como as operações Zelotes e Swissleaks;

    7) criar a impressão de que uma conjuntura altamente desfavorável a todas as empresas petrolíferas do mundo, aqui seja conseqüência de corrupção.

    Mais itens eu poderia enumerar, e o farei, na medida em que os artigos forem se sucedendo.

    Espero que a administração do Face não entenda como “publicação que fere as normas de convívio” e me bloqueie, mais uma vez, ou que alguém do judiciário resolva me processar.

    Se isto vier a acontecer, antecipadamente agradeço, pelo enriquecimento do meu currículo e dignidade conferida à minha biografia.

    Há momentos em que a indignação não deixa outra alternativa senão a de usá-la de maneira útil

  20. China replica na América

    China replica na América Latina modelo que excluiu povos africanos do próprio desenvolvimento, dizem especialistas

     

    Diálogos Chino | Londres – 17/01/2016 – 06h00Agenda da relação entre regiões para 2016 deve considerar superação do modelo baseado em commodities, por parte dos latinos, e maior comprometimento chinês com meio-ambiente e desenvolvimento regional, apontam pesquisadores 

    Com um crescimento médio de 10% ao ano, a China foi, nos últimos anos, um dos principais fatores para o desenvolvimento dos países latino-americanos. Mas, a desaceleração da economia do país asiático — cuja previsão de crescimento do PIB para 2016 é de 6,3% — acende um alerta na região, que já sente o impacto pela queda na compra de commodities e deve crescer menos este ano.

    Para debater os impactos dessa situação, o site Diálogo chino consultou quatro especialistas: Paulina Garzón, diretora da iniciativa para investimentos sustentáveis China-América Latina na American University; Jin Jiaman, diretor executivo do Global Environmental Institute; Margaret Myers, diretora do programa China-América Latina do Inter-American Dialogue e Álvaro Méndez, professor pesquisador na London School of Economics e professor titular de Relações Internacionais na Regent’s University London.

    Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

    Presidentes latino-americanos participaram, em julho de 2014, do fórum Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) – China

    Para Garzón, “o financiamento chinês tem sido uma peça chave na promoção de um modelo baseado na exportação de materiais primários na região, com consequências catastróficas para o meio ambiente e as comunidades locais”. Ela alerta que o país deverá “considerar os papéis do governo, da legislação e da sociedade civil”.

    Jiaman observa que as ONGs chinesas têm pouco envolvimento na América Latina e que é necessário maior envolvimento para resolver questões climáticas e ambientais decorrentes de práticas como a mineração, muito comum na região. “Agora, precisamos transformar o discurso ativista em ações reais. Com o apoio financeiro do governo, as ONGs da China começarão rapidamente a trabalhar em outros países”, pondera.

    A manutenção das taxas de crescimento na América Latina será fundamental para a continuidade dos investimentos chineses, observa Myers: “o desafio [para a região] em 2016 será melhorar os termos comerciais e atrair os investimentos chineses de que tanto precisa, garantindo, ao mesmo tempo, que os projetos promovam um crescimento econômico sustentável”, considera Myers.

    Méndez, por sua vez, diz que a lição para a América Latina é que “basear o crescimento na dependência de commodities não funciona”. E, para a China, a lição é que “não adianta querer replicar na América Latina o padrão comercial que manteve com a África ou com outros lugares do mundo. […] “os africanos foram excluídos do seu próprio ‘desenvolvimento’. Os chineses não estão fazendo nada de diferente na América Latina, apesar da promessa feita, em 2012, pelo então primeiro ministro Wen ao presidente do Uruguai: ‘Nós não trataremos vocês como a África’”.

    Publicamos, na íntegra, a seguir, a íntegra do conteúdo divulgado pelo Dialogos Chino:

    China: índice da bolsa cai 7% em meia hora e pregão fecha mais cedo pela 2ª vez na semana

    Preço do barril de petróleo cai para US$ 27,85, o valor mais baixo em 13 anos

    Donos do litoral argentino: com aluguel de cadeiras e guarda-sóis, empresários e magnatas controlam praias de Buenos Aires

     

    Paulina Garzón

    Venezuela, Brasil, Equador e Argentina são quatro dos cinco maiores exportadores de petróleo na América Latina e são os maiores beneficiários dos financiamentos concedidos pela China para o desenvolvimento na região. Estes países, em particular, sofreram os efeitos adversos da queda dos preços do petróleo e estão enfrentando sérias dificuldades para pagar suas dívidas com a China. A Venezuela, por exemplo, em mais de uma ocasião, já esteve perto de declarar moratória de seus compromissos financeiros com a China, tanto que vem crescendo a insatisfação pública em relação à dívida — que tem altos juros, prazo curto, é lastreada em petróleo e está vinculada à contratação de empresas e trabalhadores chineses, sem espaço para participação ou consulta popular. O mesmo ocorre em outros países.

    Roberto Stuckert Filho/ PR

    Presidenta Dilma Rousseff participa de encontro bilateral com o Presidente da República Popular da China, Xi Jinping durante a VII Cúpula do BRICS, em julho de 2015

    O financiamento chinês tem sido uma peça chave na promoção de um modelo baseado na exportação de materiais primários na região, com consequências catastróficas para o meio ambiente e as comunidades locais. Se a China e os países da América Latina cumprirem o acordo climático recém-assinado em Paris, esta correlação poderá mudar em 2016, um ano crítico para a curva de aprendizado da China na América Latina, em que o país asiático deverá considerar os papéis do governo, da legislação e da sociedade civil. Para conseguir uma “aliança integral estratégica”, a China deverá ir além do relacionamento exclusivo com os governos, cumprir os regimes legais de cada país e promover espaços para diálogo com todas as partes interessadas.

    Os principais desafios de 2016 estarão relacionados à gestão dos devedores da China; à “democratização” da cooperação econômica; ao aperfeiçoamento dos instrumentos de análise de riscos, para garantir a concessão responsável de financiamentos; e à possibilidade de reorientação dos financiamentos em direção a projetos sustentáveis que tragam benefícios concretos às populações locais.

    Jin Jiaman

    Até agora, as ONGs chinesas quase não têm se envolvido nas interações políticas e econômicas com a América Latina. A região fica longe e estas organizações não têm o dinheiro necessário para trabalhar a tal distância. Mas nós estamos cientes dos problemas gerados pelos investimentos na América Latina quando as empresas chinesas iniciam operações na região, especialmente no setor de recursos naturais, como mineração.

    Nas discussões em Paris sobre as mudanças climáticas, a China anunciou a criação do Fundo de Cooperação Sul Sul, que pode ser formalizado neste ano. Uma vez acontecendo isso, é muito provável que a China lidere projetos de construção de capacidade em outros países, o que significará oportunidades para cooperação, e nós estamos trabalhando para promover isso. Espera-se que projetos relacionados às mudanças climáticas, especialmente projetos assistenciais, possam ser executados na América Latina.

    No entanto, para as ONGs chinesas, existem várias oportunidades de envolvimento. Há apenas um número limitado de oficiais trabalhando na cooperação sul-sul, o que não chega nem perto do suficiente para dar conta dos 140 milhões de yuan em recursos disponibilizados a cada ano. Nos últimos dois anos, o GEI tem coordenado alguns projetos de demonstração de energia solar em Myanmar – iluminação e poços operados por energia solar, melhorando a adaptabilidade das comunidades locais. Xie Zhenhua (o representante especial da China para mudanças climáticas) tem elogiado o nosso trabalho e, por isso, a Comissão de Desenvolvimento e Reforma Nacional poderá permitir um maior envolvimento das ONGs.

    Em nossa terra natal, as ONGs chinesas estão se fazendo ouvir sobre questões relacionadas ao meio ambiente, mudanças climáticas e educação. Agora, precisamos transformar o discurso ativista em ações reais. Com o apoio financeiro do governo, as ONGs da China começarão rapidamente a trabalhar em outros países.

    Nossa sugestão é que estas atividades comecem no Peru. No ano passado, o país sediou a COP20, em que as ONGs da China e América Latina puderam sentar e conversar cara-a-cara. Estes tipos de vínculos estão apenas começando, mas existe uma base um pouco mais forte no Peru. As ONGs chinesas estão fortemente dispostas a construir laços com suas equivalentes latino-americanas.

    Margaret Myers

    A América Latina pode esperar tanto continuidade quanto divergência por parte dos atores chineses nos próximos anos. Por quase duas décadas, a região tem sido uma fonte crucial de matérias-primas e um importante destino para as exportações chinesas. Ao que tudo indica, isto continuará a acontecer. No entanto, muitas empresas chinesas estão mudando sua abordagem no que diz respeito às iniciativas econômicas na América Latina. Elas estão buscando parcerias nacionais estratégicas e uma maior integração entre cadeias de valor regionais.

    José Medeiros/GCOM MT

    China planeja construir, em cinco anos, ferrovia transcontinental que possibilitará escoar a produção brasileira pelo Oceano Pacífico

    As empresas chinesas também estão cada vez mais cientes das normas e regras locais, vendo a adesão a elas como algo favorável para os negócios. As políticas de investimento — conforme definidas na “estrutura de cooperação 1+3+6” e no “modelo 3×3” — e os planos de infraestrutura mais recentes da China, se forem colocados em prática, poderão ser muito vantajosos para a América Latina, ao invés de confiná-la aos degraus mais baixos das cadeias de valor do Pacífico. Entretanto, muito depende do progresso futuro da China em direção à reforma econômica, entre outros fatores.

    O aumento dos investimentos em outros países está de acordo com os esforços de reforma na China, mas exigirão, no mínimo, taxas moderadas de crescimento econômico. A “transformação econômica” da China também terá efeitos variados sobre os exportadores latino-americanos de matérias-primas e bens de consumo. A demanda continua alta para a maioria das commodities da região, mas cairá juntamente com a taxa de investimento doméstico da China. Assim como nos anos anteriores, o desafio para a América Latina em 2016 será melhorar os termos comerciais e atrair os investimentos chineses de que tanto precisa, garantindo, ao mesmo tempo, que os projetos promovam um crescimento econômico sustentável.

    Álvaro Méndez

    Nos últimos anos, a América Latina disfrutou de um longo período de rápido crescimento impulsionado pelo constante crescimento da China e a prosperidade dos preços globais das commodities. No entanto, a China vem se desacelerando significativamente desde 2012 num contexto de debilidade econômica dos Estados Unidos, União Europeia e Japão – mercados de consumo da China – que acumulou os principais produtos básicos gerando a queda nos preços. As vendas para o exterior diminuíram e houve deterioração de exportação de matéria prima na América Latina. Mas, reconheço que o impacto da China não é homogêneo para toda a região. A principal lição para a região continua sendo simples: basear o crescimento na dependência de commodities não funciona. Os latino-americanos têm que ter uma visão mais pragmática e de longo prazo para projetar seu futuro: suas perspectivas não são tão cor de rosa como se pensava, nem seus interesses estão baseados no retorno dado pela China para a dependência de produtos básicos de exportação, o que fica claro com a queda nos preços da matéria prima.

    A lição para a China é que não adianta querer replicar na América Latina o padrão comercial que manteve com a África ou com outros lugares do mundo, porque corre o risco de ter seu atrativo prejudicado no Terceiro Mundo. China teve uma melhor direção do “pecado original” em suas relações Sul-Sul – o etnocentrismo, com o qual trabalha na África onde foram reservados aos chineses trabalho nas construções e, inclusive, a venda de produtos da China a preços menores aos imigrantes chineses. Os africanos foram excluídos do seu próprio “desenvolvimento” e esse é apenas um exemplo de cooperação Sul-Sul. Os chineses não estão fazendo nada de diferente na América Latina, apesar da promessa feita, em 2012, pelo então primeiro ministro Wen ao presidente do Uruguai: “Nós não trataremos vocês como a África”. O colapso da Bolsa de Valores da China põe em dúvida, inclusive, os interesses da China na CELAC e as promessas feitas por Li Keqiang, em sua visita à região, em 2015.

    As tendências atuais continuam e as perspectivas são desalentadoras: a desindustrialização, a desaceleração econômica, o desemprego massivo, a diminuição do fluxo de capitais e a estaginflação, a não ser que a região passe a ter uma única voz para ser tratada de forma diferente da que foi a África. O principal problema da América Latina é que suas elites são as últimas a sentir a dor, uma defasagem entre as elites e as massas que se reflete na política exterior. De acordo com a especulação, as elites quase não vêm conflito no modelo de desenvolvimento da China, enquanto as massas sentem a exploração “de perto e de forma pessoal”. Isso já está causando um mal estar que as elites não poderão ignorar no longo prazo, nem mesmo se a economia chinesa se recuperar.

     

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