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Redação

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  1. O massacre da Previdência, segundo O Dia

    Do Tijolaço

    O massacre da Previdência, segundo O Dia

     

    dadinheiro

    Prepare-se, porque a coisa é feia: aumento do fator previdenciário de 85/95 (soma da idade e do tempo de contribuição)  para 105 anos (tanto para homens quanto para mulheres). Pensão por morte, desvinculada do mínimo, de 60% e mais 10% por dependentes. Por invalidez, 65%, acrescendo-se um ano por ano de contribuição. O benefício para idosos e pessoas com deficiência grave que nunca trabalharam será reduzido de um salário para meio salário mínimo.

    E isso não é tudo.

    Max Leone, na Coluna do Aposentado do jornal O Dia, dá detalhes sobre uma megaproposta de reforma previdenciária que estaria sendo preparada, com o aval de Michel Temer, por consultores da Câmara dos Deputados e do Senado.

    Reproduzo alguns deles, abaixo:

    APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
    A ideia é substituir aposentadoria por regra que soma idade e tempo de serviço. Começaria com a atual Fórmula 85/95 progredindo um ponto a cada dois anos para mulheres e um ponto a cada três anos para homens até chegar a 105 pontos para cada um. Está previsto o fim do fator previdenciário. A mudança será por Emenda Constitucional. Redução da despesa em 2016: R$ 1,2 bi.

    APOSENTADORIA POR IDADE
    A proposta aumenta o tempo mínimo de contribuição para ter direito à aposentadoria por idade dos atuais 15 anos para 20 anos. De imediato, o período de carência sobe para 16 anos e a partir de então mais três meses por ano até atingir os 20 anos de recolhimento ao INSS. O valor do benefício será de 65% mais 1% por cada ano de contribuição. Alteração por lei específica. Redução de despesa: R$ 400 milhões.

    APOSENTADORIA DA MULHER
    As regras da aposentadoria por idade para trabalhadoras serão iguais às dos homens, com aumento imediato de 55 anos para 61. A partir daí, sobe três meses por ano até chegar aos 65 anos com possibilidade de antecipar a aposentadoria em até cinco anos, com desconto de 6% ao ano, desde que ela tenha comprovado 35 anos de contribuição para o INSS. Alteração por meio de PEC. Redução de despesa: R$ 1,3 bi.

    APOSENTADORIA ESPECIAL
    Regulamentar as aposentadorias especiais de servidores públicos que tiveram exposição a agentes nocivos, risco e com deficiência. Está prevista redução de dez anos de tempo de contribuição e cinco de idade, na modalidade de aposentadoria com exigência de tempo mínimo para os dois casos e de dez pontos na fórmula combinada. Alteração por lei complementar.

    PENSÃO POR MORTE
    A pensão por morte não vai ser mais vinculada ao salário mínimo. Seguirá a mesma regra do auxílio-acidente, que leva em conta o percentual do salário de benefício. Passará a ser fixada em 60% do salário de benefício quando o segurado deixar apenas um dependente. A pensão aumentará em 10% para cada dependente adicional. No caso de cada segurado perder essa condição, o benefício cairá 10%. Mudança por PEC. Redução de despesas: R$ 2,4 bilhões.

    APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
    O cálculo será o mesmo usado para a aposentadoria por idade: 65% mais 1% por cada ano de contribuição. Segundo dados do documento, cerca de 17,5% dos trabalhadores no país se aposentam por invalidez. Na União Europeia, são 10% que têm esse tipo de benefício, mesmo em países que a média de idade para aposentar é de 10 anos maior que a brasileira. Mudança por lei específica. Redução de despesa em 2016: R$ 200 milhões.

    AUXÍLIO-DOENÇA
    A proposta prevê aumentar de 15 dias para 30 dias o prazo de contribuição para ter direito ao benefício. O texto da proposta alega que os atuais 15 dias de contribuição para garantir o benefício estão desatualizados. Argumenta que a Medicina avançou nas últimas décadas para evitar o afastamento dos trabalhador. Modificação por meio de projeto de lei. Redução de despesa para este ano será de R$ 1,6 bilhão.

    PERÍCIA MÉDICA DO INSS
    A concessão de aposentadorias por invalidez fica condicionada à gratificação de peritos do INSS. Se o total de benefícios for superior a 10% de aposentadorias no ano a gratificação não pode ser maior que 90% da gratificação. Determina que pelo menos 50% da gratificação fiquem vinculados a metas de aumento da reabilitação profissional e a redução de auxílios-doença de longa duração. Mudança por lei específica. Redução da despesa com revisão de aposentadorias: R$ 1,26 bi.

    APOSENTADORIA RURAL
    Determina o aumento da idade para aposentadoria da trabalhadora rural de imediato para 56 anos e a do trabalhador para 61 anos. A partir de então serão três meses acrescido por ano até chegar a 65 anos para ambos os sexos. O projeto alega que a maior parte do déficit da Previdência está na clientela rural. Alteração deve ser feita por Proposta de Emenda Constitucional (PEC).Está prevista uma redução da despesa em 2016: R$ 1,5 bilhão.

    BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (LOAS)
    O benefício para idosos e pessoas com deficiência grave que nunca trabalharam será reduzido de um salário para meio salário mínimo. Para quem contribuiu em algum momento será acrescido 5% por cada ano até chegar a um mínimo. Os benefícios já concedidos seriam diminuídos para meio piso, acrescido de 5% para cada ano de contribuição. Mudança por PEC. Redução de despesa este ano: R$ 2 bilhões.

    APOSENTADORIA DO SEGURADO ESPECIAL
    A proposta visa impossibilitar que o segurado especial, como pequenos agricultores que recebem um salário mínimo, acumule a aposentadoria com pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão. O texto sugere acabar com tempo de reduzido de comprovação e a idade cinco anos inferior à aposentadoria por idade urbana por estimular a concessão do benefício. Medida depende de lei específica. Resultaria em redução de despesa de R$ 9,1 bilhões ainda este ano.

    APOSENTADORIA DOS SERVIDORES
    A idade para o servidor se aposentar será igual ao do trabalhador da iniciativa privada. De imediato, a idade para mulher aumentaria para 56 anos, enquanto que para homem seria de 61 anos. A partir do ano seguinte, idade para os dois casos aumentaria três meses por ano até 65 anos. A transição para quem ingressou no serviço público começaria em 87/97 com aumento de um ponto a cada dois anos (mulher) e um ponto a cada três anos (homem) até 105 pontos. Depende de PEC. Redução de despesas: R$ 500 milhões.

    PENSÃO POR MORTE DOS SERVIDORES
    As regras da pensão por morte para servidores passa a ser as mesmas do regime privado. O texto considera que as regras atuais no país são frágeis para a concessão e manutenção das pensões, em comparação à legislação previdenciária da maioria de países do mundo. Considera rediscutir as regras levando em conta as transformações que a sociedade sofreu ao longo dos anos. Depende de mudança na Constituição, por meio de PEC. Redução de despesas em 2016: R$ 600 milhões.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/o-massacre-da-previdencia-segundo-o-dia/

     

  2. Para os amigos tudo

    Temer proibe avião para Dilma e libera para Cunha: Cunha já gastou R$ 200 mil com voos em jatos oficiais

    Desde 5 de maio, quando foi afastado, Cunha usou jatos oficiais em cinco ocasiões, sempre com sete pessoas a bordo, de acordo com relatórios de voo disponíveis no site da FAB. No entanto, Temer cortou o uso do avião para a presidente Dilma, que até aqui, nada foi provado contra ela

    O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conservou alguns privilégios conferidos ao cargo mesmo depois da sua suspensão da função, por decisão unânime do STF (Supremo Tribunal Federal), há pouco mais de um mês.

    Entre eles, Cunha manteve o direito de voar em aviões oficiais da FAB (Força Aérea Brasileira), por decisão da Mesa Diretora da Câmara. Se fosse pagar pelo serviço, o deputado federal teria que desembolsar o equivalente a R$ 200 mil.

    Desde 5 de maio, quando foi afastado, Cunha usou jatos oficiais em cinco ocasiões, sempre com sete pessoas a bordo, de acordo com relatórios de voo disponíveis no site da FAB.

    Cunha sempre usou os aviões para fazer o trajeto Brasília-Rio de Janeiro (Santos Dumont). Para ir para a capital fluminense, o peemedebista alega que vai para sua residência. Já quando volta a Brasília, informa viagem a serviço.

    Fontes do mercado de aviação executiva disseram ao R7 que o fretamento de um jatinho com capacidade para, ao menos, sete pessoas para um voo entre Brasília e Rio de Janeiro custa cerca de R$ 40 mil.

    Para efeitos de comparação, um bilhete de ida e volta Brasília-Rio de Janeiro em voo comercial, comprado com uma semana de antecedência, custa cerca de R$ 1.100 — ou seja, R$ 550 cada trecho. Se fizesse as viagens em voos de carreira, o custo seria equivalente a R$ 2.750.

    Além dos voos em aviões oficiais, Cunha manteve o salário de R$ 33,7 mil, o direito a ficar na mansão oficial da presidência da Câmara, a verba de gabinete de R$ 92 mil, além de assessores, carro privativo e seguranças pessoais.

    A única punição foi a perda da verba conhecida como Ceap (Cota para Exercício da Atividade Parlamentar), que serve, entre outros fins, para comprar passagens aéreas, pagar contas de telefone e bancar aluguel de escritório nos Estados.

    Dois decretos presidenciais — nº 4.244, de 22 de maio de 2002, e nº 8.432, de 9 de abril de 2015 — estabelecem as regras e prioridades para o transporte de autoridades do 1º escalão do governo federal.

    Têm direito a voar em aviões da FAB o vice-presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal, ministros de Estado e demais ocupantes de cargo público com prerrogativas de Ministro de Estado e comandantes das Forças Armadas e Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.

    Com informações do Portal R7
    Cunha no jatinho com a tia Eron – Pago com dinheiro público

  3. O Globo quer a revogação, na prática, da CLT, a Lei Áurea do Tra

    Tijolaço

    O Globo quer a revogação, na prática, da CLT, a Lei Áurea do Trabalho

     

    clt

    Dois posts atrás, citei os dados da matéria de Max Leone, em O Dia, com uma tenebrosa avant-première da reforma previdenciária urdida pelo Governo Temer.

    Há outra, porém, aguardando apenas a confirmação do usurpador no cargo de Presidente que ele jamais atingiria pelo voto.

    É a trabalhista, que hoje é “exigida” por O Globo em, como disse um amigo, um pornográfico editorial.

    A reforma trabalhista.

    Que tem um ponto essencial: a prevalência do acordado sobre o  legislado.

    Como define o jornal, a “flexibilidade” para que ” o estabelecido em negociação entre o empregador e o empregado, com a participação de sindicatos, ser aceito pela Justiça do Trabalho, mesmo que contrarie a legislação”.

    Quer fazer acordo para não ter adicional noturno? Pode.

    Hora-extra? Horário de almoço? Folga no domingo? Também pode.

    Os sindicatos, “fortíssimos”, é que vão decidir, num acordo com os patrões. Depois “homologam” numa daquelas assembléias-fantasma e tudo certo. Nada de recurso à Justiça do Trabalho.

    Sem contar a hipótese de que dirigentes sindicais muito “espertos” sejam “amaciados” para abrir mão dos diretos desta ou daquela categoria com argumentos sonantes.

    Se o sindicato dos escravos e a associação dos cafeicultores chegarem a acordo, revoga-se a Lei Áurea.

    Acham exagero? Reproduzo um trecho do discurso do Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, dias antes da promulgação da CLT:

    “Em matéria de direito social, quem percorre os anais da Câmara [dos Deputados], quem os abre, por exemplo, em 1926, quando estávamos no apogeu da nova velha liberal democracia, encontra declarações verdadeiramente cruéis para o proletariado, proferidas por nomes ilustres. Dali extraio algumas que repetirei, textualmente: ‘Limitar as horas de trabalho é cercear a liberdade de contratar serviços’. Outra: ‘A criança pode trabalhar dez ou 12 horas por dia sem se fatigar’. Mais uma: ‘O salário da mulher não será nunca um salário normal’.”

    O mais curioso nisso tudo é a argumentação  de que a CLT é muito antiga, de 1943,  do tempo em que “não havia computador, telefone celular, terceirização, linhas globais de produção etc.”.

    Portanto, de um tempo em que a produtividade do trabalho era menor e, assim, menor a renda do que ele produzia e menor também o volume que poderia ser  devolvido ao trabalhador em salários e direitos.

    É o enlouquecido argumento de que, como estamos muito à frente dos anos 40, devemos fazer a lei retroceder aos anos 30!

    Para os sindicatos que têm força para ir além das garantias da lei, nenhum problema, em tempos de bonança e é verdade que, nos tempos em que estive no Ministério do Trabalho, alguns sindicatos de elite viam isso com bons olhos. No setor automotivo, então, eram vários os que cresciam os olhos na possibilidade de aumentar seu poder de barganha, ainda que não assumissem que fosse à custa dos fracos.

    Mas agora, com a vacas magrinhas, todos já perceberam a burrada egoísta que faziam.

    O ódio histórico de nossas elites empresariais a Getúlio Vargas – só se equipara, em matéria de falta de visão histórica, à estupidez de não perceberem que a CLT foi a primeira rede de proteção social que este país já conheceu.

    E que as redes de proteção social geram mercado, consumo, destino para o que produzem e para relações de “ganha-ganha”que empurraram este país para a frente.

    A elite brasileira não quer um país de 200 milhões de habitantes, basta-lhe que haja um de 40 ou 50 milhões no mundo da renda e do consumo.

    O resto que vá para a senzala. Naturalmente depois de dar duro no eito.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/o-globo-quer-revogacao-na-pratica-da-clt-lei-aurea-do-trabalho/

     

  4. Ladrão que dedura ladrão tem cem anos de perdão

    Ladrão que deda ladrão tem na hora o seu perdão

    Machado, de tornozeleira: quá, quá, quá!

    publicado 12/06/2016
     

    O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, do Tijolaço:

    Quem disse que o crime não compensa?

    Da coluna de Lauro Jardim, sobre Sérgio Machado – o delator do gravador -, que está se juntando à galeria dos novos heróis pátrios, onde já estão insculpidos os ilustres vultos de Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, empreiteiros et caterva.

    Sérgio Machado desviou, gravou, delatou e… não mofará numa cela. Mas terá que andar com tornozeleiras eletrônicas.

    Ficará dois anos em regime domiciliar.

    Livrou ainda seus três filhos (Expedito, Sérgio e Daniel), que também fizeram delação, de serem até mesmo denunciados pela Justiça.

    Este é o escopo do acordo de delação premiada fechado entre os advogados de Machado e Rodrigo Janot e homologado pelo Supremo.

    Machado terá que devolver aos cofres públicos, como multa compensatória, R$ 70 milhões, do total que assumidamente desviou para si em propinas nos onze anos em que mandou na Transpetro, sob Lula e Dilma.

    Por terem usufruído da propina, Expedito e Daniel pagarão a multa com o pai.
    Sérgio Filho, que entrou no acordo em caráter acessório, ficou livre da pena pecuniária.

    Há algo de muito errado num sistema de “delações premiadas” – 60, até  agora –  capaz de fazer com que bandidos, ladrões públicos, pela “virtude” da alcaguetagem, possam estar fruindo da liberdade e de bens que não são poucos.

    Parece ter virado um grande negócio, garantido e validado pela Justiça.

    Mudou o ditado.

    Agora é “ladrão que deda ladrão tem na hora o seu perdão”.

    Mas se, ao contrário, insistir na sua inocência, prisão perpétua para ele…

    Estranha ética essa proposta pela Justiça brasileira.

  5. Falou em corrupção, falou em Michel Temer

    A longa viagem de um inquérito que apurou supostas propinas de R$ 2,7 milhões recebidas por Michel Temer no porto de Santos. Apesar da riqueza de detalhes…

    10 de junho de 2016 às 18p8, no Vi o Mundo

    Captura de Tela 2016-06-10 às 18.27.24

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/a-longa-viagem-de-um-inquerito-que-apurou-supostas-propinas-recebidas-por-michel-temer-no-porto-de-santos-e-acabou-no-arquivo.html

    Michel Temer comemora (com Cunha) uma de suas três eleições à presidência da Câmara; a fazenda do amigo do presidente interino, coronel Lima, invadida pelo MST; e o dono da Engevix, que acusou Temer e Lima de participação em esquemas na Eletronuclear; parceiro de Temer, Lima é dono de 1.415 hectares no interior de São Paulo num salário de coronel aposentado que hoje chega a R$ 23 mil mensais

    Blindagem no Litoral

    Da Redação, com Garganta Profunda*

    Em novembro de 2000, o processo de separação de uma estudante de psicologia e do então presidente da Companhia Docas de Santos (Codesp), Marcelo de Azeredo, provocou um terremoto na 3ª Vara de Família e Sucessões de Santos.

    Junto com o pedido de reconhecimento e dissolução de união estável, Érika Santos juntou um dossiê com planilhas e documentos que, segundo ela, comprovariam o milionário esquema de arrecadação de propinas no porto de Santos.

    Além do ex-marido, Érika acusou de fazerem parte do esquema o então deputado federal Michel Temer e uma pessoa identificada como “Lima” – provavelmente o empresário João Baptista Lima Filho, amigo e homem de confiança de Temer, dono da fazenda Esmeralda e de outras terras na região de Duartina, no interior de São Paulo.

    Ao ocupar a propriedade, em maio último, o MST acusou Lima de ser “laranja” de Temer:

        João Batista Lima Filho, o Coronel Lima, sócio da Argeplan e proprietário formal da fazenda Esmeralda, é coronel da reserva da Polícia Militar da Paraíba, mas curiosamente é proprietário de milhares de hectares de terras em São Paulo.

    As informações contidas nos documentos juntados por Érika ao processo de separação expuseram o esquema que seria comandado por Azeredo.

    A ex copiou arquivos que estavam no computador de Marcelo de Azeredo como forma de provar que ele era capaz de pagar a pensão de R$ 10 mil que ela pleiteava.

    As planilhas revelavam a divisão da propina. Segundo os documentos, 25% eram de Azeredo, 25% de Lima e 50% de Temer.

    Os arquivos tratavam de obras, serviços e valores repassados. A concessão dos terminais 34 e 35 para a empresa Libra Terminais teria rendido ao grupo R$ 1,28 milhão. Neste negócio, Temer teria embolsado R$ 640 mil.

    Nas obras civis do terminal de grãos e do terminal ferroviário, a propina de Temer, identificado nos arquivos digitais como MT, teria sido de R$ 1,56 milhão.

    Em negócio aparentemente relacionado ao lixo do porto, a parte do agora presidente interino teria sido de R$ 26.750,00.

    Já em contrato com a empresa Rodrimar o então deputado Michel Temer teria levado R$ 300 mil, “+200.000 p/ camp”, anotação que segundo os advogados de Érika sugere que houve um extra pago à campanha eleitoral de Temer.

    Contabilizadas as planilhas noticiadas pela imprensa, a parte de Temer só nos negócios revelados por Érika foi de R$ 2.726.750,00.

    O esquema no Porto de Santos era muito parecido com os revelados posteriormente pela Operação Lava Jato.

    Mas, o que aconteceu com as apurações?

    Nos bastidores, conversamos com alguns investigadores que trabalharam no caso. Eles nos ajudaram a entender porque a história ficou escondida e esquecida por tanto tempo.

    Captura de Tela 2016-06-10 às 18.20.47

    A Veja tratou do assunto em reportagem de 2001. Hoje seria capa da semanal dos Civita?

    Batata-Quente

    Depois que o dossiê de Érika foi anexado ao processo, a juíza encaminhou o material à Justiça Federal.

    Citado, Temer ameaçou entrar com queixa-crime contra Érika.

    Ela acabou se acertando amigavelmente com Azeredo, encerrou o processo na Vara de Família e deixou de colaborar com as investigações.

    A papelada, no entanto, já havia se transformado em procedimento no Ministério Público Federal em Santos, com o número 1.03.000.000229/2001-76.

    Como envolvia deputado federal com foro privilegiado, o material foi encaminhado ao procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro.

    Brindeiro, que recebeu do jornalista Fernando Rodrigues o apelido de “engavetador-geral da República”, arquivou sumariamente as investigações contra Temer.

    Mas, como havia inquérito em andamento em relação a outros dois acusados, o caso prosseguiu no Ministério Público Federal em Santos, sob os cuidados de uma procuradora sobrinha de um influente político do Nordeste.

    O caso ficou praticamente parado por 5 anos!

    Só quando outra procuradora assumiu o posto a papelada foi despachada para a Polícia Federal, que instaurou o inquérito 5-104/2006, em Santos.

    Foram feitas diversas diligências para apurar o conteúdo do dossiê. A investigação se arrastou por outros cinco anos.

    Em 2010, o delegado Cássio Nogueira tentou ouvir o depoimento de Michel Temer duas vezes. Não teve sucesso.

    Ainda assim, o caso foi enviado outra vez ao STF. Em 28 de fevereiro de 2011, nasceu o inquérito 3105.

    A essa altura, Temer já era vice-presidente da República.

    Sem o empenho de Érika e com as investigações se arrastando por mais de uma década, não é de estranhar o que aconteceu em seguida.

    No dia 8 de abril, o procurador Roberto Gurgel recomendou o arquivamento do caso.

    No dia 30 do mesmo mês, o ministro Marco Aurélio arquivou a investigação contra Temer mas recomendou a continuidade dos trabalhos em relação a Marcelo de Azeredo na Justiça Federal.

    O inquérito voltou à primeira instância e ganhou o número 2004.61.81.001582-7. Prosseguiu na 4ª Vara Criminal Federal, em São Paulo.

    De acordo com a página do TRF3, consta como arquivado em Segredo de Justiça na secretaria da 6ª Vara Criminal Federal.

    Por alguma razão, a página do STF não dá informações sobre o Inquérito 3105, que cogitou investigar Temer. A pesquisa pelo número retorna com um “inexistente”.

    É impossível obter mais detalhes do que aqueles que a própria Érika ofereceu à Justiça e foram publicados à época pela revista Veja e outros órgãos de imprensa.

    Isso não significa que os problemas de Michel Temer com a Justiça acabaram.

    Segundo o TRE de São Paulo, o presidente interino está oficialmente inelegível por ter feito contribuições de campanha em 2014 acima do valor permitido (10% da renda no ano anterior).

    O Viomundo retratou, na Galeria dos Hipócritas, um dos deputados que receberam ajuda de Temer oficialmente: o gaúcho Alceu “tem que chover na minha horta, neguinho” Moreira, apelidado de Tico Butico.

    Temer também foi mencionado numa troca de mensagens entre Eduardo Cunha e José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da empreiteira OAS.

    Na conversa digital, Cunha reclama que Pinheiro repassou R$ 5 milhões a Temer mas deixou outras pessoas da “turma” esperando.

    Do grupo, segundo o procurador-geral Rodrigo Janot, fariam parte os hoje ministros Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima.

    A assessoria de Temer confirma que a OAS fez contribuição oficial de R$ 5,2 milhões ao PMDB em cinco parcelas. Porém, o PGR interpretou as mensagens como indicativas de um suborno pago em parcela única.

    Além disso, contra Temer pesa uma possível delação premiada de José Antonio Sobrinho, dono da Engevix.

    A procuradores, o empreiteiro disse que a indicação do presidente da Eletronuclear, almirante Othon Pinheiro, acusado de receber propinas em contratos da empresa, foi feita por Michel Temer.

    Sobrinho revelou que esteve no escritório político de Temer em São Paulo na companhia de Lima e que pagou ao coronel aposentado R$ 1 milhão em suborno por contratos de sua empresa junto à Eletronuclear.

    Com o escândalo em torno da Operação Lava Jato, Lima teria procurado Sobrinho para devolver o dinheiro.

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    Registro de propriedades do coronel Lima no interior paulista e de doações da Argeplan à campanha de Temer, em 1994

    A revista Época, em reportagem que tratou da possível delação do dono da Engevix  — comprometendo Michel Temer, Renan Calheiros, Erenice Guerra e a campanha de Dilma Rousseff –, descreveu assim o “amigo de Temer”:

    O AMIGO DO TEMER

        Em 2009, a pequena Argeplan, empresa paulistana de arquitetura e engenharia, ganhou um belo contrato. Por R$ 232 mil, iria reformar o forro da biblioteca do Tribunal de Justiça de São Paulo. A sede da empresa é uma casa de dois andares numa viela residencial da Vila Madalena, na capital, onde não há letreiro. A Argeplan é “especializada em obras públicas no Estado de São Paulo”, conforme revela seu próprio portfólio na internet. É comandada por dois sócios: o arquiteto Carlos Alberto da Costa e o coronel da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, ambos septuagenários. João Baptista, que todos conhecem somente como Lima, obteve diploma de arquiteto depois de se aposentar da corporação.

        Três anos depois, enquanto acabava a reforma na biblioteca do Tribunal de São Paulo, a Argeplan obteve um contrato melhor. Em maio de 2012, venceu, por R$ 162 milhões, uma licitação internacional da estatal Eletronuclear, para serviços altamente especializados de eletromecânica na usina nuclear de Angra 3. A empresa do coronel Lima não obteve sozinha o contrato. Entrou num consórcio com a finlandesa AF, que criou uma filial no Brasil para participar da licitação. Segundo documentos obtidos por ÉPOCA, Lima também é sócio dessa empresa.

        Como a empresinha do coronel Lima conseguiu tamanho contrato? Em sua proposta de delação, Antunes afirma que a Argeplan é uma empresa ligada ao vice-presidente Michel Temer. Segundo Antunes, o coronel Lima “é a pessoa de total confiança de Michel Temer”. Aos 74 anos, Lima é do círculo próximo de Temer desde os tempos em que o vice assumiu cargos de alto escalão no governo de Franco Montoro, em São Paulo.

        Lima também é próximo do almirante Othon Pinheiro, presidente da Eletronuclear nos governos Lula e Dilma, que foi preso na Lava Jato, acusado de corrupção nos contratos de Angra 3. Segundo dois chefes do PMDB e um lobista do partido, o almirante foi indicado por Temer e pelos senadores do PMDB – Temer nega ter feito a indicação.

        Consta da proposta de delação de Antunes que “Lima foi diretamente responsável pela indicação de Othon junto a Michel Temer, e por sua manutenção no cargo de presidente da Eletronuclear”. O delator disse ainda ter ouvido de Lima que a manutenção de Othon na presidência da empresa estava diretamente associada a “resultados”.

        Antunes disse que foi procurado pelo coronel Lima para entrar no contrato de Angra 3. A empresa de Lima, afinal, não tinha quaisquer condições de executar os serviços. Antunes topou e foi subcontratado pelo consórcio AF/Argeplan, criado, segundo ele e documentos comerciais, por Lima e pessoas ligadas ao almirante Othon.

        Antunes afirma que “entre as condições para que Othon fosse mantido no cargo, estava a de ajudar Lima nesse contrato e em outros futuros, de modo que a Argeplan/AF e mesmo a Engevix se posicionassem bem nos futuros projetos nucleares”.

        Fontes da Engevix ouvidas por ÉPOCA garantem, contudo, que, apesar de integrar o consórcio, a AF Consult do Brasil não realizou nenhuma obra em Angra 3, e que sua participação no contrato jamais foi explicada pela direção da empresa.

        Antunes afirmou ainda, em sua proposta de delação, que esteve por duas vezes no escritório de Michel Temer em São Paulo, acompanhado de Lima, “tratando de assuntos, incluindo a Eletronuclear”. Diz que foi cobrado por Lima, que dizia agir em nome de Temer, a fazer um pagamento de R$ 1 milhão.

        Esse dinheiro, segundo Antunes, iria para a campanha do peemedebista em 2014. Antunes disse aos procuradores que fez o pagamento por fora, por intermédio de uma fornecedora da Engevix. Segundo Antunes, a Lava Jato amedrontou Lima. Antunes diz que Lima o procurou no ano passado, para propor a devolução do dinheiro. Antunes diz que não topou.

        Não é a primeira vez que Lima surge na Lava Jato. O nome do coronel é citado em uma troca de e-mails de Antunes sobre o contrato Eletromecânico 1 de Angra 3, justamente o que foi firmado pela Engevix, com participação da Argeplan. Lima e sua empresa também aparecem em interceptações telefônicas do almirante Othon Pinheiro.

        Em 7 de julho de 2015, Lima perguntou se Othon teria previsão de ir a São Paulo para um encontro. Num diálogo que denotava subordinação de Othon a Lima, o almirante dizia que não tinha previsão, porém poderia rapidamente organizar a viagem para segunda-feira, menos de uma semana depois da ligação.

        “Segunda-feira, se o senhor vier aqui, a gente precisava ter uma conversa. Tem de tomar uma providência aí que… eu acho que tá chegando no ponto que vai culminar naquele tema”, diz Lima na gravação.

        Procurado, Temer disse conhecer Lima há mais de 30 anos. Também afirmou que recebeu Antunes e Lima em seu escritório em São Paulo, mas que o encontro foi para falar sobre o Porto de Rio Grande, obra tocada pela Engevix.

        Temer não revelou em maiores detalhes o teor da conversa. Disse apenas que os pleitos do empreiteiro não foram atendidos. Afirmou que não ajudou a indicar o almirante Othon para o cargo, que não tinha qualquer influência na Eletronuclear e que não autorizou ninguém a buscar recursos ilícitos em nome dele.

        O almirante Othon disse que só se pronunciaria em juízo. A Eletrobras, que tem se pronunciado sobre questões envolvendo a Eletronuclear, não retornou o pedido de informação até o fechamento da reportagem.

    O caso que envolve o dono da Engevix e a Eletronuclear foi o único desmembrado até agora pelo STF. Ficou fora da Lava Jato e, portanto, das mãos do juiz Sérgio Moro.

    A investigação corre no Rio de Janeiro, sede da Eletronuclear. A delação de José Antonio Sobrinho ainda não foi homologada.

    Será que, por envolver o agora presidente interino, terá o mesmo destino do inquérito sobre as supostas propinas no porto de Santos?

    *É repórter investigativo com 20 anos de experiência, contratado pelos leitores do Viomundo para produzir a Galeria dos Hipócritas.

  6. Brasil se junta ao cenário

    Brasil se junta ao cenário global e instaura uma ditadura da plutocracia

    Márcio Sotelo Felippe
    Procurador do Estado616Facebook0Twitter0Google PlusLinkedin0Envie para um amigo

    Nosso imaginário político ainda não se adaptou  às mudanças da realidade. Estamos habituados a compreender ditaduras como formas políticas em que não há mecanismos de representação, em que o poder é escancaradamente autoritário, com um Judiciário submisso e manietado, liberdades públicas e direitos fundamentais violados como política legalizada de Estado. Ditaduras seriam, pois, as de Franco, Salazar, Pinochet, as dos militares brasileiros e argentinos nas décadas de 60/70, etc.

    Em nosso imaginário, o afastamento da presidenta eleita com 54 milhões de votos seria, assim, algo como um acidente de percurso da democracia brasileira, com algumas violações pontuais da Constituição.

    A realidade se transformou. Marx dizia que toda ciência seria inútil se aparência e realidade coincidissem. A aparência nos aprisiona. O que há hoje no Brasil é uma ditadura de novo tipo, em que as formas  políticas e jurídicas clássicas do Estado liberal ficaram preservadas, mas nada mais são do que as sombras da caverna de Platão a nos dar a ilusão de realidade.

    O real é que a Constituição não está sendo contingencialmente violada. Ela só existe agora como forma jurídica sem substância, talvez um ectoplasma. A plutocracia brasileira tomou de assalto o Estado e exerce o poder sem freios, com um presidente fantoche instalado no Palácio do Planalto de forma patética. Preserva apenas a aparência da categoria do político, ou seja, do jogo de forças, compromissos e concessões recíprocas que mecanismos democráticos, mesmo sob o modo de produção capitalista, permitem entre forças sociais e classes.

    O assalto ao poder mira a transferência da renda que a Constituição de 1988 permitiu, violando direitos dos trabalhadores ou recursos destinados a serviços públicos de interesse dos excluídos. A desvinculação de receitas da saúde e educação, o assalto ao pré-sal, retirando da Petrobrás a obrigatoriedade de participação nos consórcios que vão explorá-lo, o ataque à Previdência, as propostas de flexibilização das leis trabalhistas, a terceirização, são mecanismos de apropriação de renda. E para coroar, a inacreditável proposta de impedir que quem recebe bolsa-família (R$ 77,00)  receba alguns outros benefícios. Quem ganha eleição com tal programa? Somente uma ditadura pode com isto.

    No plano das garantias e direitos fundamentais o ataque também se dá com a legitimação apenas de aparência de vigência da Constituição. Um legislador não é cassado, como numa ditadura clássica. Ele é tratado como criminoso, se, por exemplo, propõe uma alteração legislativa que não interessa aos mecanismos repressivos do Estado. Aqui não nos interessa a qualidade do deputado ameaçado, mas chamar a atenção para o modo de operar que preserva a aparência de institucionalidade democrática para ferir de morte o Legislativo. A Polícia Federal age sem freios e sem pudores. Juízes liberais são perseguidos com o beneplácito dos Tribunais superiores. Se um juiz garantista expede alvará de soltura é investigado como cúmplice. Não se toma o aparato do Estado para impor políticas antipopulares sem intensificar a repressão.

    Tudo isto não é um processo nosso. É global. Costuma-se dizer que o golpe brasileiro seguiu o modelo Paraguai e Honduras. Na verdade, a matriz é mais ampla e profunda. A ditadura plutocrática já opera nos EUA e o modelo daqui é esse, a reprodução da ditadura plutocrática de lá. O acadêmico e economista norte-americano Alan Nasser afirma que “em setembro de 2008 o capital financeiro avançou aberta e desavergonhadamente, deixou de lado seus representantes políticos e começou a ditar diretamente políticas para o Congresso e a Casa Branca. Hank Paulson [Secretário do Tesouro] demandou $700 bilhões para os banksters, sem compromissos: não haveria restrições em como o dinheiro seria gasto, sem audiências, sem debate no Congresso, sem avaliações de especialistas e nenhuma responsabilidade recairia sobre Paulson. Obama suspendeu sua campanha por um dia para pedir que os congressistas democratas obedecessem as ordens de Paulson. Seus melhores conselheiros econômicos, seu secretário do  Tesouro, o presidente de seu Banco Central revelaram-se ser na maioria desreguladores ligados a Wall Street”.

    Nasser cita artigo do ex-economista-chefe do FMI, Simon Johnson, insuspeito, pois, de esquerdismo, publicado em 2009  com o ilustrativo título “O Golpe Silencioso”: “Johnson deixou claro que não tinha a intenção de usar ‘golpe’ como um floreio retórico nem como uma metáfora. O capital financeiro tinha efetivamente privatizado o Estado. O neoliberalismo havia sido bem sucedido não só em permanentemente garantir um governo reacionário, mas tinha capturado o próprio Estado.”[i]

    A luta de classes segue agora nesse cenário e se não entendermos que é uma nova forma de ditadura seguiremos com estratégias derrotadas de antemão e ludibriados pelos truques do grande capital.

    Não estamos lidando com meras contingências políticas, com os problemas gerados pelo delinquente Cunha ou com um golpe que teve a ver com a atuação de Dilma Roussef. Estamos lidando com uma estratégia implantada gradativamente, que teve como componente o controle ideológico de parte da sociedade e que ficou à espera da oportunidade. Wall Street dita ordens para o Estado e a plutocracia brasileira também o faz: o STF, o Ministério Público, o Congresso cumprem seu papel nesta ditadura de novo tipo e são projetados para nós como as sombras da caverna da ditadura, apenas imagens de democracia.  

    E quanto a nós, juristas críticos e com, digamos, um mínimo de compromisso epistemológico, é tempo de parar de dizer que a Constituição está sendo violada. Ela não vige mais. Não se viola uma norma que não existe.

    Márcio Sotelo Felippe é pós-graduado em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo. Procurador do Estado, exerceu o cargo de Procurador-Geral do Estado de 1995 a 2000. Membro da Comissão da Verdade da OAB Federal.

    http://justificando.com/2016/06/11/brasil-se-junta-ao-cenario-global-e-instaura-uma-ditadura-da-plutocracia/

  7. Veja mente: Vaccari não

    Veja mente: Vaccari não fará delação

    Publicado em 12 de junho de 2016

    Ex-tesoureiro do PT exerce seu direito ao silêncio porque é um preso político

    Uma história fantasiosa. Esse é o resumo da matéria da revista Veja a respeito de um possível acordo de delação de João Vaccari Neto. É blefe. Apenas mais uma mentira, como tem se tornado rotina da publicação da Marginal. Não é possível sequer identificar quando falam a verdade e quando mentem.

    Tentam  transformar em verdade histórias fantasiosas com o objetivo de atingir de alguma forma o PT e suas lideranças. Tornou-se patética essa velha estratégia pseudo-jornalística.

    Veja mente: Vaccari não está corroído física e psicologicamente. Vaccari é um homem honrado e determinado. Sabe que é preso político e continuará a exercer o seu direito ao silêncio.

    Movimentos em direção a delação? Emissários da família sondando advogados? A Veja mente e não está autorizada a falar em nome de Vaccari e sua família.

    A Veja está entrevistando colegas de cárcere de Vaccari? Isso é o que desejam, pois depois de toda perseguição ao Partido dos Trabalhadores, com determinante participação de parte da imprensa, ainda assim não conseguiram emplacar o governo golpista de Michel Temer (PMDB).

    A arrecadação financeira do Partido dos Trabalhadores, tendo Vaccari a frente como Secretário de Finanças, foi muito semelhante a dos demais partidos políticos que concorreram às eleições. Isso já foi ressaltado e comprovado mais de uma vez. Essa é a única versão a ser explicada.

    –  Por que doações ao PT são propinas e aos demais partidos ‘contribuição eleitoral’?

    Estadao

    O jornal O Estado de S.Paulo também chegou a esta conclusão óbvia, como é possível ver na edição de 29 de março de 2015

    Vaccari exerceu sua função de arrecadar recursos para o PT e é condenado em primeiro grau da Justiça Federal do Paraná (juiz Sergio Moro) por este motivo.

    – A desfaçatez da Justiça com Vaccari

    A perseguição da turma da Lava Jato à figura de Vaccari é a forma que encontraram para perseguir o PT e o projeto de transformação social representado por este partido.

    Vivemos uma Justiça de exceção. Vaccari é um preso político e sua defesa passa, necessariamente, pela luta contra o Golpe de Estado em curso no País. Aguardamos por sua liberdade, lutando pela democracia, mais uma vez.

    – Por que o tesoureiro do PSDB e dos demais partidos não estão na cadeia?
    – PSDB de Alckmin recebeu 92% das doações de empresas investigadas pela Lava Jato
    – Se a lei vale para todos, por que tesoureiros dos demais partidos não estão presos?
    Criminalizar as doações oficiais de um único partido é um atentado à democracia
    – Polícia Federal admite que não consegue provar o que é propina e o que é doação de campanha
    – Lava Jato quebra sigilo telefônico do PT e não encontra nada

    https://verdadesobrevaccari.wordpress.com/2016/06/12/veja-mente-vaccari-nao-fara-delacao/

  8. Mauro SantayannaO grande

    Mauro Santayanna

    O grande golpe depois da curva e a derrocada da democracia

    13 de Junho de 2016Compartilhe no Google +Compartilhe no TwitterCompartilhe no Faceboo

     

     

    A direita trabalha agora no sentido de alcançar a aprovação e a conclusão definitiva do processo de impeachment da presidenta da República. A frente formada com esse intuito é ampla, reúne a mídia parcial e conservadora, a parte mais corrupta e fisiológica do Congresso, setores do Ministério Público,­ do STF, da Polícia Federal e do Judiciário contra o PT e a esquerda nacionalista. Apesar das dificuldades vividas pelo governo interino, o processo não será fácil de ser revertido.

    Não tendo sabido enfrentar, de forma organizada e decidida – a começar pela internet –, os ataques que vinha sofrendo desde 2013; não tendo estabelecido um discurso abrangente que defendesse minimamente suas conquistas, que ocorreram, sim, em importantes momentos dos últimos 13 anos; tendo cometido erros grosseiros do ponto de vista estratégico, político e eleitoral, o que resta ao PT e aos grupos que o apoiam é parar de se equivocar, de serem pautados pelas circunstâncias e pela imprensa adversária, e entender o que realmente ocorre com o país neste momento.

    Manter a realização de protestos isolados e constantes contra o governo Temer – acusando-o de golpista – pode ser um exercício retórico, e uma forma de fugir do imobilismo, mas essa abordagem não deve ser a única, nem a principal, nem ser levada às últimas consequências, porque pode conduzir a graves equívocos dos pontos de vista tático e histórico. Não se discute a questão da legitimidade do voto. Mas é rasteira simplificação – que colabora com os conspiradores ocultos, muitíssimo mais perigosos – de dizer que o golpe partiu do PMDB, como se ele tivesse nascido quando a legenda abandonou o governo Dilma.

    Dizer que quem compõe o governo interino é corrupto é outra simplificação que também não resolve, nem agora, nem a médio prazo, o problema. Por um lado, porque reproduz em parte o discurso adversário, minimizando o fato de que muitos dos que estão sendo investigados pela Operação Lava Jato à direita estão sendo processados com as mesmas justificativas e argumentos espúrios usados para justificar acusações e as investigações lançadas contra membros do próprio PT. Por outro lado, porque quem compõe o governo são, com exceção do PSDB e do DEM, basicamente as mesmas forças que estiveram durante tantos anos nos governos do PT, não por afinidade política, mas porque é assim que se estabelece o equilíbrio de governabilidade possível em um regime típico de presidencialismo de coalizão.

    Seguindo esse raciocínio, por mais que seja difícil para alguns admitir isso, a mesma miríade de pequenos partidos e legendas de aluguel que apoia hoje Michel Temer, faz parte de seu governo e está sendo atacada pelo PT pode vir a ter de ser, amanhã, cooptada­ de volta por Dilma para compor seu ministério, caso ela retorne ao poder. O próprio presidente do PT, Rui Falcão, já admitiu que não fará nada para evitar que o partido se alie ao PMDB nas eleições municipais deste ano. Portanto, devagar com o andor.

    É preciso cautela, para não parecer hipócrita, na mesma linha de leviandade usada pela direita contra a esquerda – e pela extrema-direita contra a política de modo geral, tendo a democracia e a liberdade como alvos finais dessa linha de atuação. Na tentativa de atingir seus adversários, a esquerda não pode cair no mesmo erro –aproveitado com deleite pelos fascistas –, na tentação e na esparrela da criminalização da política. Mesmo quando atacada hipócrita e injustamente. Pois corre o risco de legitimar a Operação Lava Jato, o discurso da mídia – muito mais importantes e deletérios do que o PMDB, no processo de golpe que estamos vivendo – e de se equiparar a quem o defende, diante da história e da população.

    Vamos ser francos – mesmo que as conversas tenham sido propositadamente gravadas e conduzidas para ser usadas como habeas corpus por um dos interlocutores –, os diálogos entre o ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado e autoridades como Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney não podem ser rotulados com o mesmo grau de subjetividade dirigida com que se julgaram e disseminaram outros diálogos gravados com a mesma intenção, e divulgados fora de contexto, como os de Delcídio do Amaral.

    Ao dizer que a Lava Jato representou uma sangria, por exemplo, o senador Romero Jucá diz não mais que o óbvio. A sangria em empregos, em interrupção de negócios, em sucateamento de obras e projetos, em desvalorização de ações e ativos, em contratos interrompidos, em prejuízos institucionais e contábeis para as empresas acusadas, com terríveis resultados para o país, em termos estratégicos, de defesa, energia e infraestrutura, e para milhares de empregados e acionistas, é evidente e redundante.

    Da mesma forma que dizer que era preciso costurar um diá­logo nacional para analisar o assunto, com a participação do próprio STF, a quem cabe corrigir eventuais desvios e ações polêmicas – principalmente no âmbito jurídico –, colidentes com o texto constitucional, seria uma afirmação consequente, lógica, e, no correr da conversa, óbvia e ululante.

    Ou será que a Lava Jato não poderia ter investigado e condenado os corruptos efetivamente identificados, com dinheiro em contas no exterior, como Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque, sem precisar destruir algumas das maiores empresas de engenharia do país? Ou sem atrasar e prejudicar tantos projetos e programas de interesse nacional, colocando no mesmo balaio de gatos gente que se locupletou pessoalmente, gastando acintosamente o dinheiro roubado à nação, e funcionários de partidos que obtiveram doações eleitorais registradas, à época, como rigorosamente normais e legais? Soltando os primeiros e encarcerando os segundos?

    A Lava Jato pode ter tido, indiretamente, alguma influência positiva, sobretudo na identificação do fato de que não existem corrompidos no setor público se não houver os corruptores no âmbito privado. Ou seja, a corrupção, antes de doença política, é do mundo dos negócios que tenta se apropriar dela.

    Mas o que está ocorrendo é que direita, centro e esquerda estão cometendo o erro primário de não entender que o que se está enfrentando é um grupo de forças que se opõem à própria atividade política, por princípio. E que ao se digladiarem fora do campo das ideias não estão fazendo mais do que favorecer os inimigos da liberdade, saudosos do autoritarismo, que se aproveitam das falhas normais de um regime – que, como diria Churchill, não é perfeito, mas é o melhor que se conhece –, para jogar a população contra a democracia e promover e preparar, diligente e coordenadamente, a chegada do fascismo aos cargos mais altos da República.

    O processo de impeachment é um golpe jurídico-midiático, mas ele representa apenas um passo, mais uma etapa, para a deflagração de um golpe maior contra a Nação, que levará à derrocada da democracia no Brasil, à aprovação de leis que lembram os nazistas, como a exigência de diploma superior para ministros e presidente, fim do voto obrigatório, volta do escrutínio manual, cassação de registros de partidos políticos, repressão ao trabalho de educadores na sala de aula, criminalização dos movimentos populares e até do comunismo – conforme propostas recentemente encaminhadas à apreciação do Congresso Nacional.

    Some-se a isso a eventual chegada de um candidato de extrema-direita ao poder (há pelo menos dois sendo promovidos pela imprensa), ou a consolidação de uma massa de votos que seja suficiente para transformá-la na terceira força política do país, capaz de decidir, com o seu peso, o resultado do segundo turno das eleições de 2018. E dá para ter uma ideia concreta do que espera a Nação – se não houver urgente correção de rumo – depois da curva.

  9. O Vetor Cardozo e o Fator Mercadante

    Delcídio: Mercadante (e zé) traíram Lula

    Quando o Lula se ferrar é Mercadante-2018!    Imprimirpublicado 13/06/2016 bessinha moral zelada

    Além de levar o Traíra à porta da cadeia – se o Moro for mesmo o Moro da lenda… -, o texto tucanófilo de Malu Gaspar sobre a figura repugnante de Delcídio Amaral, na revista “piauí” – assim, como “p” minúsculo mesmo, de forma depreciativa -, confirma velha suspeita deste ansioso blog: Mercadante, o famoso General Assis Oliva e o zé da Justiça tinham uma serventia: eram o PT anti-PT.

    (Como bem lembrou o Bessinha aí em cima, a reputação do Traíra está pendurada no Zelada da Petrobras. O Delcídio, como se sabe, não põe a mão no fogo pelo Traíra. Nem o Bessinha…)

    Estavam ali para ferrar o Dirceu, o Genoino e, acima de todos, o Lula!

    Para que o segundo Governo Dilma se “libertasse” do PT, do Lula e, principalmente, para que Mercadante fosse o candidato de Dilma em 2018!

    Elementar, meu caro navegante.

    Por isso, Dilma e seus traidores palacianos defendiam a tese furadíssima de que o Dilma-II entraria para a História como “o Governo que Combateu a Corrupção” (e botou o Lula na cadeia!).

    Porque o Moro jamais subiria as escadas do Palácio!

    E, por isso, o zé comemorava quando o mensalão enforcava o Genoino e o Dirceu: a Lei é dura mas é a Lei! Danem-se!

    Por isso, o Governo Dilma não enfrentou a Lava Jato na arena do debate político.

    (Deixa o Lula se ferrar!)

    Deu no que deu!

    Diz o Delcídio, na “piauí”:

    “Eles (Mercadante e Dilma) nem aí para seu Lula. Na cabeça deles, o segundo mandato seria a desvinculação total.”

    Essa conversa se dá no contexto de Delcídio procurar Dilma e Mercadante para soltar alguém e estancar a Lava Jato:

    “Se fosse o Fernando Henrique, quando prenderam o Paulo Roberto (Costa), acabava a investigação. Porque os tucanos sabem se movimentar. Nisso eles são bons”, disse Delcídio aos dois petistas…

    “Quando fui embora, o Mercadante desconstruiu tudo: ‘o Delcídio está defendendo empreiteiro, os ex-colegas dele lá na Petrobras, a classe política… Deixa correr! Você vai sair fortalecida, com a imagem de quem combateu a corrupção!”

    Outro trecho.

    “O ex-presidente (Lula) invariavelmente se queixava de Dilma Rousseff, a quem julgava leniente com a operação (Lava Jato), e manifestava preocupação com os efeitos políticos do processo. Ele atribuía o descaso da sucessora à influência de figuras como Mercadante, que – Lula tinha certeza – queria queimá-lo para poder se candidatar à Presidência em 2018”.

    Sem comentários.

    PHA

  10. PLP 286 Perda de direitos – participantes dos fundos de pensão
    PLP 286 diminui participação nos Fundos de Pensão

    Não ao PLP 268/16. Manifestação nesta terça, 14/6, no salão verde do Congresso Nacional
    Escrito por: Anapar

    http://www.fitratelp.org.br/noticias/plp-286-diminui-participacao-nos-fundos-de-pensao-475c/

    A mobilização dos participantes ativos, aposentados e pensionistas contra a votação do PLP 268/16, que retira direitos de representação dos participantes dos fundos de pensão na gestão dos seus próprios recursos, se intensifica a partir da aprovação da urgência de tramitação do projeto na Câmara dos Deputados.

    Na próxima terça-feira, dia 14 de junho, a Anapar e a FITRATELP convocam para um corpo a corpo com os parlamentares na Câmara dos Deputados, a fim de evitar mais uma perda de direitos e um retrocesso nos fundos de pensão.

    A reunião será a partir das 12h, no Anexo IV da Câmara, onde se concentram a maior parte dos gabinetes dos deputados. Às 15h, acontecerá uma manifestação no Salão Verde, ao lado de parlamentares.

    De fato, Não podemos aceitar que participantes ativos, aposentados e pensionistas sejam cerceados em seus direitos. Tratam-se de 3,5 milhões de pessoas, cujas aposentadorias estão lastreadas em ativos que valem mais de R$ 700 bilhões. É preciso que os participantes ativos, aposentados e pensionistas façam fazer valer a sua voz e sua importância para o país.

    Junte-se a essa mobilização. Venha participar da panfletagem nos gabinetes dos deputados e deputadas federais. Vamos apresentar nossas propostas de fortalecimento do sistema de previdência complementar fechada, que não são contempladas pelo PLP 268/16, que apenas cria mais obstáculos para a nossa representação.

    Não a perdas de direitos. Não ao PLP 268/16. Não ao retrocesso.

    Mais: http://www.anapar.com.br/?p=28487

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