Com cenário de risco para 2017, Temer quer adiantar votações

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Uma das principais e mais polêmicas agendas de Michel Temer para serem aprovadas este ano pelo Congresso enfrenta riscos. A PEC 55, do Teto dos Gastos Públicos, e a reforma da Previdência estão previstas para serem votadas no dia 13 de dezembro, uma semana antes do recesso parlamentar.
 
Isso significa que qualquer atraso por questões de ordem, faltas de quórum ou de consensos pode afastar as duas principais pautas do peemedebista sobre os ajustes fiscais e econômicos para 2017.
 
O próximo ano, por outro lado, guarda outros cenários possíveis. Além de perspectiva da perda de poder de Temer, que à medida que se aproxima do fim do seu mandato, pode interferir no apoio angariado da grande base aliada, há ainda o resultado do processo de cassação da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pode significar a queda antecipada do presidente.
 
O Painel da Folha elenca mais um fator a ser recordado para o próximo ano: a possibilidade da delação de executivos da empreiteira Odebrecht, principalmente o do próprio ex-presidente Marcelo, que promete recair em políticos de muitos partidos, sobretudo o PMDB e o PSDB. O efeito dessas ameaças instalará confusão no Congresso e a possibilidade de Temer ver cair e se disseminar o apoio da base. 
 
O cenário possível, mas incerto para 2017 faz com que o governo tente acelerar a agenda de prioridades de suas reformas e mudanças para a economia. A coluna da Folha indica que Michel Temer deve pedir ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para antecipar a sessão do dia 13 de dezembro.
 
A grande reação popular também parece já ter mostrado efeitos no Congresso. O ambicioso discurso de mudanças profundas na Previdência, por exemplo, deu lugar a “reforma possível”, sinais de recuos dos bastidores do Congresso.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Maravilhosa data escolhida.

    Para horror da democracia e em louvor ao autoritarismo, se aprovada, passará para história como a PEC AI-5.

    Ela já vem com o cinco em dose dupla; se a ditadura cassou inicialmente por dez anos, os direitos políticos de um grupo de cidadãos, a PEC AI-5 anuncia a cassação de direitos de toda a cidadania pelo dobro. Ela cassa a Constituição Cidadã.

    Não se iludam com ações de questinamento de inconstitucionalidade. Em tempos de ditadura, o judiciário funciona como latrina, que acolhe os dejetos emanados do ditador de plantão; todos balbuciam e antecipam com os característicos ares pernósticos o amém. Os canalhas se revelaram e, como é próprio de canalhas, despacharam os escrúpulos para as favas.

  2. Os céus nos ajudem para que

    Os céus nos ajudem para que essa porcaria de PEC não seja aprovada. Essa jabuticaba podre não existe em lugar algum e nós fará retroceder 20 anos no tempo e no espaço…

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