Com Nelson Barbosa, Planejamento deve ser mais independente da Casa Civil

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Com Nelson Barbosa à frente do Ministério do Planejamento, a Pasta deve ser reforçada por Dilma Rousseff, para ter mais autonomia em relação à Casa Civil. Entre os desafios do novo ministro está o estabelecimento de PPPs (parceria público-privada), algo que o primeiro governo da petista teve dificuldade em fazer.

Planejamento é reforçado para ajudar aceleração do PIB

Do Estadão

Ao escolher sua nova equipe econômica, a presidente Dilma Rousseff decidiu fortalecer o Ministério do Planejamento, dando mais poder à pasta que será comandada por Nelson Barbosa. A partir de janeiro, o economista assumirá a coordenação de todos os programas de investimento e também de concessões em infraestrutura e logística do governo. Muitas dessas iniciativas estão hoje sob o guarda-chuva de monitoramento da Casa Civil.

“Assumirei a coordenação dos programas de investimento do governo federal”, afirmou o novo ministro, um economista com perfil desenvolvimentista. Além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, estarão no radar do ministério turbinado o Programa de Infraestrutura e Logística (PIL). E as parcerias público-privadas (PPPs), que já estão lá, deverão ganhar força.

Caberá a Barbosa, portanto, acionar o principal motor com que Dilma conta para turbinar o crescimento a partir de 2015. Ele terá à frente o desafio de destravar os programas de concessão de ferrovias e portos, que ainda não saíram do papel, e de dar vida às PPPs – um instrumento criado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva que ainda não foi utilizado em nenhum grande empreendimento federal.

Não é uma tarefa trivial, num momento em que as grandes construtoras, principais “clientes” das concessões até agora, estão na berlinda por causa da Operação Lava Jato. As denúncias poderão atrasar a liberação de financiamento pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal agente financeiro do programa.

Em seu primeiro pronunciamento, o ministro indicado para dirigir o Planejamento falou em “novo ciclo” e prometeu trabalhar duro para o crescimento da economia, com controle rigoroso da inflação, estabilidade fiscal e geração de emprego.

“Gostaria de destacar que trabalharei especialmente em iniciativas para aumentar a taxa de investimento e a produtividade de nossa economia, de modo a possibilitar o crescimento mais rápido da renda per capita com estabilidade monetária”, afirmou Barbosa.

Ao lado de Joaquim Levy, ministro escolhido para dirigir a Fazenda, e do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini – que permanecerá no cargo –, Barbosa disse estar certo de que contará com a colaboração do setor privado, dos parlamentares, dos governadores e dos prefeitos. A ideia do governo é repaginar o PAC, que enfrenta muitas dificuldades de execução, e dar impulso às concessões de serviços públicos.

Trânsito. Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Barbosa é um nome que agrada à cúpula do PT e ao mercado, além de ter bom trânsito no Congresso Nacional.

Depois que deixou o governo, no ano passado, por divergências com o secretário do Tesouro, Arno Augustin, Barbosa passou a ser chamado com frequência pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O novo ministro chegou a apresentar a Lula vários estudos para o enfrentamento dos principais desafios macroeconômicos do Brasil para os próximos quatro anos. Trata-se de uma lista com 12 medidas fiscais, numa alusão aos trabalhos de Hércules.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. trabalho hercúleo,
    mas parece

    trabalho hercúleo,

    mas parece que está nas mãos de barbosa

    a possbilidade de incrementar mesmo o desenvolvimento e

    o aperfeiçoamento na implantação da infra-estrutura.

    boa sorte a ele e sua equipe.

  2. “A partir de janeiro, o

    “A partir de janeiro, o economista assumirá a coordenação de todos os programas de investimento e também de concessões em infraestrutura e logística do governo. Muitas dessas iniciativas estão hoje sob o guarda-chuva de monitoramento da Casa Civil.”

    Eu  imaginava que alguma coisa ruim estava sendo digerida por Dilma entre as muitas noticias favoráveis públicadas na mída. Ao final de contas a leitura que se faz é que Levy é mais um santo do pau oco, e o Brasil vai ter que se virar com o que ele vai fazer para favorecer a patota do mercado financeiro: Os cadeados do poder estatal foram arrombados!!!

    Liberando-o  do monitoramento da Casa Civil, Dilma lava as mãos em relação às perdas de prioridade do governo com iniciativas pelos programas de investimentos com os bancos estatais.

    Por que tudo está mudando em relação as promessas de campanha? Isso é golpe do poder econômico ou força de assalto ao mandato político?

     

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