Comissão aprova impeachment para o Plenário do Senado

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A Comissão Especial do Impeachment aprovou, nesta quinta (04), o relatório final do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), por 14 votos e apenas cinco contrários. Agora, o afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff será analisado na próxima terça-feira (09), pelo Plenário do Senado: uma votação prévia antes da final.
 
Será na próxima semana que ocorre a pronúncia da presidente, ou seja, quando os parlamentares decidem se a presidente se torna ré na acusação. Caso seja confirmado o julgamento, a expectativa é que a votação final ocorra nos dias 25 ou 26 de agosto, com duração de aproximadamente 5 horas.
 
Para isso, também basta que a “pronúncia” seja acatada por maioria simples do Plenário, ou seja, por 41 dos 81 votos dos senadores. A partir da próxima terça, se confirmado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, será responsável por marcar a data de julgamento.
 
Lewandowski já expôs que não irá convocar sessões para o fim de semana. Para a presidente Dilma Rousseff ser julgada, também há exigências: é preciso que, no mínimo, 54 senadores do total do Plenário estejam presentes para a votação do impeachment.
 
Nesta quinta (04), 22 senadores, entre titulares e suplentes, tiveram até cinco minutos de fala para orientar os votos das bancadas. A sessão durou quase três horas, e foi marcada por discussões entre aliados de Dilma e defensores do impeachment. 
 
 
A maioria dos discursos foram de adversário da presidente afastada. O primeiro deles, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), levou o julgamento para a “perspectiva” positiva da saída de Dilma, elencando duas opções: “a perspectiva e a possibilidade de virarmos essa página e darmos uma oportunidade ao país de se reconstruir o país”, ou “a volta ao passado, a manutenção daquilo que há de mais primitivo, sobretudo no patrimonialismo e na apropriação do Estado brasileiro”.
 
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou de o processo ser um golpe. “Não é necessário ter tanques nas ruas não. Esse é um golpe frio. Os senadores que votaram pelo impeachment ficarão na História como golpistas. Um golpe a gente sabe como começa, […] mas eu não sei para onde vamos aqui”, afirmou.
 
Também na defesa da presidente, o líder do PT, Humberto Costa (PE), disse que as pedadas e “esses decretos jamais justificariam a retirada de uma presidente”. “Os crimes que ela cometeu, são os mesmos cometidos por outros presidentes. Escolheu-se a criminosa e agora procuram qual é o crime”, concluiu.
 
“O que estamos fazendo é dar uma pedalada constitucional. Estamos passando por cima da Constituição em nome de um projeto de poder. Querem vencer no parlamento porque não conseguem vencer nas urnas. Duvido que esse plano de governo fosse aprovado pelos eleitores. Acusaram Dilma de farra fiscal e o que esse presidente tem feito até agora?”, questionou, ainda, o líder.
 
Na próxima terça-feira (09), o mesmo relatório de Anastasia será analisado em votação prévia. No julgamento final, previsto para o fim do mês, é que os senadores decidirão se Dilma será afastada definitivamente do cargo e ficará inelegível por oito anos. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. o que mais marcou foi Abreu

    o que mais marcou foi Abreu se mostrar mais esquerdista do que todos os esquerdista. Por isso, se Dilma perder, corremos o risco dessa liíder levar  todos os nossos produdores agrícolas para Cuba e  Venezuela

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