Companhia japonesa compra empresa brasileira de cibersegurança

Jornal GGN – A empresa japonesa de telecomunicações NEC comprou a brasileira do setor de cibersegurança Arcon, em uma operação de R$ 60 milhões. “Primeiro arrumamos a casa e fizemos a empresa voltar a dar lucro”, disse o presidente da NEC no Brasil, Daniel Mirabile. “A segunda parte do plano é duplicar a receita, por meio do crescimento orgânico e de aquisições.”

A NEC foi uma das fornecedoras de infraestrutura antes da privatização dos serviços de telecomunicações no Brasil. Em 2015. Faturou R$ 458 milhões e pretende alcançar uma receita de R$ 1 bilhão no Brasil até 2020.

Do Estadão

Japonesa NEC faz aposta em cibersegurança no Brasil

Por Claudia Tozetto

Após perder mercado em telecomunicações, NEC encolheu negócios no País; agora, investe R$ 60 milhões na brasileira Arcon

A companhia japonesa NEC – que foi uma das fornecedoras de infraestrutura de redes de telecomunicações mais importantes do Brasil antes da privatização dos serviços de telecomunicações – anunciou a compra da empresa brasileira de serviços de cibersegurança Arcon por R$ 60 milhões. A aquisição marca o primeiro grande passo no mercado brasileiro após a empresa reorganizar sua operação e encerrar um longo ciclo de prejuízos no País.

“Primeiro arrumamos a casa e fizemos a empresa voltar a dar lucro”, diz o presidente da NEC no Brasil, Daniel Mirabile, em entrevista exclusiva ao Estado. “A segunda parte do plano é duplicar a receita, por meio do crescimento orgânico e de aquisições.” A empresa, que faturou R$ 458 milhões em 2015, pretende alcançar receita de R$ 1 bilhão no Brasil até 2020.

Após a aquisição, a NEC terá 75% da Arcon, que teve receita de R$ 64 milhões em 2015. O presidente e fundador da empresa, Marcelo Barcellos, continuará sendo acionista da empresa, assim como seu sócio, Rogério Reis. Barcellos também continuará no comando da Arcon, que passará a atuar como subsidiária da NEC. Por enquanto, as duas empresas continuarão a atuar de maneira independente. Dentro de dois anos, porém, a ideia é que as duas companhias sejam integradas.

Novo capítulo. A operação global da NEC, que tem valor de mercado de US$ 6,6 bilhões, se transformou ao longo dos anos: com a evolução tecnológica no segmento de infraestrutura de rede e o aumento da concorrência de empresas chinesas, como Huawei e ZTE, o negócio “perdeu o bonde” do mercado de telecomunicações. 

Depois de uma revisão de estratégia, a empresa passou a atuar na integração de tecnologias da informação e redes. “A NEC teve dificuldade para encontrar qual seria seu novo papel”, diz Mirabile. “Ela não era mais uma empresa forte em telecomunicações.”

A indefinição custou caro no Brasil. A empresa, que chegou a faturar R$ 1,7 bilhão em seu ápice, em 2001, viu sua receita desabar na década seguinte. A NEC apresentou prejuízo de R$ 78,3 milhões em 2010, teve uma leve recuperação no ano seguinte, mas voltou a ficar no vermelho até 2014, quando a companhia decidiu mudar o comando no Brasil e promover mudanças na estratégia local.

Mirabile assumiu a presidência da companhia em setembro de 2014 e, depois de vencer a desconfiança da matriz, arrumou a casa: cortou 100 dos 700 funcionários e reorganizou a equipe. 

A cada seis meses, ele viaja para o Japão com outros executivos para escolher quais tecnologias vendidas pela matriz podem ser “tropicalizadas”. “A maior parte da nossa receita ainda vem dos sistemas de PABX e da integração de sistemas”, diz o presidente da NEC. “Mas o maior crescimento vem dos novos negócios, que hoje representam 15% do total.”

Segurança. No Japão, as tecnologias de segurança estão entre as mais importantes para a companhia, que é uma das principais fornecedoras de sistemas de biometria para o governo.

Uma das tecnologias que Mirabile trouxe recentemente para o Brasil é um sistema de reconhecimento facial, agora usado pela Receita Federal nos 14 aeroportos internacionais brasileiros. A tecnologia permite reconhecer, a partir das imagens de câmeras de segurança, o rosto de pessoas que já cometeram contravenções. O serviço também é usado por empresas para fazer o controle de acesso de pessoas.

Segundo Mirabile, a Arcon vai ajudar a empresa a ampliar sua atuação no segmento de segurança, com oferta complementar à da NEC. “Posso vender serviços gerenciados de segurança para qualquer empresa, seja uma operadora de telecomunicações ou um banco”, diz Mirabile. “É importante a capacidade de complementar a oferta.”

A aquisição da Arcon é a primeira de uma série que a NEC planeja fazer, em termos globais, nos próximos anos. A companhia pretende investir US$ 2 bilhões em companhias nos países onde atua até 2018. Mirabile não pretende deixar a oportunidade passar no Brasil: ele já analisa duas outras empresas locais de tecnologia. “Com as aquisições, posso até adiantar a meta de receita para 2018”, explica.

Redação

3 Comentários

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  1. “A empresa japonesa de

    “A empresa japonesa de telecomunicações NEC comprou a brasileira do setor de cibersegurança Arcon, em uma operação de R$ 60 milhões”:

    Me aperdoem me a minha inguinoranssa mas eu NUNCA ouvi falar de “compania de ciberseguranca” de 19 milhoes de dolares na minha vida!!!

    A coisa no Brasil ta mal assim????  O “governo” brasileiro eh tao analfabeto assim???

    O proprio governo  nao  viu  o que voou pela janela????

    1. Não e uma empresa de cybersegurança

        É um empresa que não desenvolveu, nem desenvolve, sistemas ou softwares de segurança, trata-se apenas de uma gerenciadora de cybersegurança, uma vendedora de serviços.

    2. a empresa…

      A história iincrível de um país que tem uma elite que não se reconhece como elite. São sempre os outros. Só temos uma, os donos das minas. O resto é escravo dentro de buraco cavando a fortuna de outros. E o pagamento é poder sobreviver e correntes no pé. Ou alguém acredita que este país mudou? A possibilidade de evolução, de produção de materiais e tecnologias, de ampliação do conhecimento intelectual e cultural transferidos através de empregos e salários, jogados na vala comum das privatizações e internacionalização de nossas riquezas, território, empresas e soberania para sustentar o parasitismo da “Corte”, arraigada no Poder Público como um cancro que não consiguimos extirpar. Continuamos vendendo o país, nosso futuro, cada vez mais dependentes do capital e interesses econômicos estrangeiros, e continuando a sustentar de forma nababesca uma parcela de senhores feudais do Estado brasileiro. Parabéns país, grande futuro sempre o espera lá no futuro que sempre o espera. . 

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