Consumo das famílias tem maior queda desde 1997

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Da Agência Brasil

Por Vinícius Lisbôa

O consumo das famílias no Produto Interno Bruto do segundo trimestre (abril, maio e junho) de 2015 teve a maior queda desde 1997 em relação ao mesmo período do ano anterior. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (28) os números, que mostram uma retração de 2,7% em relação a 2014.

Na série histórica iniciada em 1996, o desempenho apresentado no último trimestre só não é pior que o do quatro trimestre de 1997.

Na avaliação do IBGE, influenciaram este resultado fatores como a inflação e o crescimento do crédito abaixo dela, além de níveis piores de emprego e renda na comparação com o ano passado.

“Essa conjuntura fez com que o consumo das famílias caísse, em especial na parte dos bens duráveis”, analisou a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis.

A queda da demanda interna se refletiu também nas importações, assim como o câmbio, que teve uma desvalorização de 38% entre o segundo trimestre do ano anterior e os meses de abril, maio e junho deste ano. As importações caíram 11,7% no período, enquanto as exportações subiram 7,5%.

A queda das importações se deu principalmente nos veículos automotores, nos equipamentos eletrônicos, nas máquinas e equipamentos e nas viagens e transportes. Por outro lado, as exportações cresceram com o desempenho dos setores de petróleo e carvão, siderurgia, metalurgia e veículos automotores.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

8 Comentários

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  1. Cofrinho.

    Não sou economista e nem analista de economia (posso ter uma tonelada de defeitos, mas não todos). Mas será mesmo que diante dessa mega campanha terrorista bombardeada pelas tvs, rádios e  jornais, mostrando o Brasil como um país em queda livre e  despencando em velocidade vertiginosa num buraco, não tem nenhuma influência na diminuição do consumo das famílias? Duvido que não. Creio até que esse é um dos fatores preponderantes.

    -Vai comprar feijão, Maria? Compra só um quilo e guarda o restinho do dinheiro, que o homem da tv disse que o Brasil tá acabando!”

      1. Interpretação de texto…

        Ele não está questionando os números. Ele está analisando as causas.

        Está bem claro no text, não entendo como você foi interpretar diferente.

        Pessoalmente também acho que essa queda do consumo é por causa da expectativa e não simplesmente falta de dinheiro.

        Mas essa queda é positiva porque os empresários que quiserem aumentar os preços por causa do notíciário fazendo terrorismo em relação à inflação terão que pensar duas vezes, pois um aumento de preço certamente será acompanhado por uma queda de vendas. Principalmente se tiver um concorrente esperto o bastante para manter seus preços e receber os clientes do que aumentou.

        1. Suposições …

          Sim, há um componente relacionado a expectativas na queda do consumo, mas o fato que há a necessidade de uma desalavancagem da economia. Um exemplo concreto: um amigo meu que trabalha em uma universidade pública me relatou que mais de 90% dos servidores de tal estabelecimento são usuários de crédito consignado, sendo que muitos deles já estariam estourando ou perto de estourar o limite de consignação. Isso é um sinal de que o modelo de crescimento da economia baseado no consumo e no crédito simplesmente deixou de funcionar. Somando-se isso à piora dos termos de troca decorrente da queda das commodities, é óbvio que temos motivos de sobra para um ajuste recessivo.

           

  2. A maior crise nos

    A maior crise nos supermercados é a falta de vagas nos estacionamentos após as 18 horas.

    Na época antes do “nunca antes nesse país”, só havia movimento nos supermercados até o dia 5/6 de cada mês. Depois era uma solidão , uma tristeza. E olha que tinha, talvez, menos uns 70% dos supermercados que tem hoje.

    Atualmente, vc chega após os dias 20 e tá, dependendo do local,horário e dias, lotadinhos.

     

  3. O título da margem a interpretações desonestas

    E como o brasileiro médio só lê título, a fama pega. Para o desavisado, pode parecer que o consumo dos brasileiros caiu aos níveis de 1997, quando o real já estava quebrando e levando junto os empregos, as empresas e os corroídos salários que não tinham aumento real. O título real deveria ser o do texto. O consumo dos brasileiros cai 2,7% em relação a 2014. E daí se explica a realidade brasileira, com crise, seja mais política que econômica, a queda do consumo. Como está, otítulo alem de desonesto é canalha para tentar o indefensável, proteger FHC.

  4. Viva o Tombini!

    Tombini o “Presidente” do BC com sua “jenial” tática de controle de inflação, subindo juros na estratosfera, merece os créditos. Desemprego em alta, PIB em baixa, a arrecadação do governo no vermelho. Daqui a três anos, então, nem quero imaginar.

     

  5. Seria interessante comparar 

    Seria interessante comparar  com base no que era consumido na época.

    Bens duráveis?

    Quais bens duráveis?

    O que se comprava em um supermercado naquela época e o que se compra hoje?

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