Conversa sobre “acordo nacional” e “estancar a sangria” não é crime, diz relatório da PF

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Polícia Federal enviou ao Supremo um documento onde aponta que Romero Jucá, Renan Calheiros e Sarney não tentaram obstruir as investigações da Lava Jato
 
Foto: Agência Brasil
 
Jornal GGN – O famoso diálogo gravado por Sergio Machado com caciques do PMDB falando em “estancar a sangria” da Lava Jato, tirar a Dilma Rousseff e por Michel Temer em seu lugar, num “grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo”, não configura crime, na visão da Polícia Federal.
 
Em relatório enviado à Suprema Corte, a PF avaliou que Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney não praticaram obstrução de Justiça, ao contrário do que suspeita o Ministério Público Federal. É o que diz reportagem de André Richter, na Agência Brasil.
 
 
Por André Richter
 
Da Agência Brasil
 
A Polícia Federal (PF) enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatório no qual descartou a suposta tentativa dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL), e do ex-senador José Sarney de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato.
 
No relatório final da investigação, enviado hoje (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF entendeu que as conversas gravadas entre os três políticos com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não configuraram crime.
 
Renan, Jucá e Sarney respondem a um inquérito no qual são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) do crime de embaraço à Lava Jato, por tentarem barrar ou atrapalhar as investigações da operação.
 
Aberto em fevereiro, o inquérito contra os políticos têm como base o acordo de delação premiada de Sérgio Machado e conversas gravadas entre ele e os outros envolvidos.
 
As gravações foram divulgadas no ano passado, após a retirada do sigilo do conteúdo das delações de Machado. Em uma das conversas, Romero Jucá cita um suposto “acordo nacional” para “estancar a sangria”.
 
Com a chegada do relatório do Supremo, caberá a Procuradoria-Geral da República (PGR) dar a palavra final sobre o arquivamento do processo, relatado pelo ministro Edson Fachin.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. 500 kg de cocaína não é tráfico… 23 milhões na Suíça é legal

    Existem 2 Polícias Federais:

    1-A que investiga Lula e o PT e procura documentos sem assinatura, tablets, celulares, computadores, tíquets de pedágio… 

    2-A Polícia Federal que investiga os donos do poder… que não vê tráfico em 500Kg de cocaína, não vê corrupção em 23 milhões na Suíça, gravações óbvias são descartadas…

    Nunca apareceu um tíquet de metrô ou algum imóvel que fosse usado contra Alckmin, Serra, FHC… Domínio do Fato então, nunca!

    E tudo vai se somando… não existe vergonha na cara… é apenas jogo político.

    A imprensa exerce papel sem o qual nada disso seria possível… vai varrendo para debaixo do tapete tudo que atinge os aliados e ecoando o que atinge o PT. Se esse ciclo não for rompido esse país acaba!

     

     

  2. Não sei como é o relatório da

    Não sei como é o relatório da PF em seus detalhes, qual o argumento principal. Mas a rigor creio que está certo. Sou leigo, mas pelo que sei conversar sobre a vontade de cometer crime não cararteriza crime pelo código penal brasileiro. Seria preciso o crime em si realizado. 

    Aí complica, porque, o que seria o crime realizado para “estancar a sangria”? Só pode ser o impeachment. Aí a PF e o MP teriam que admitir que foi mais que golpe, foi crime. Não querem descascar esse abacaxi né?

    Não admitindo o golpe como o crime cometido, a realização na prática da trama flagrada nos grampos, a PF não tem outra saída senão afirmar que os caras não cometeram crime. Foi tudo blablablá.

    PS: De qualquer forma é fundamental conhecer esse relatório em sua íntegra

     

  3. Comentário.

    “O PT está acabando com o Brasil”, gritavam os paneleiros sem memória.

    Aulas de História, nestas horas, são consideradas chatíssimas. Mas isto, caro leitor, Freud explicaria ao paneleiro.

    Agora que o desejo se realizou, com Temer e “isso” Congresso, podem ficar aliviados.

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