Crise da Grécia será um dos fatores de referência para o mercado em julho

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) encerrou as operações de junho com leve valorização. O volume de entrada de recursos de estrangeiros se manteve (+2,78 bilhões em junho, e R$ 21,52 bilhões no acumulado do ano), apesar das férias no Hemisfério Norte e da aversão ao risco deflagrada pela crise da dívida grega.

E a expectativa é que o quadro não apresente muitas mudanças durante o mês de julho. “Adentramos o segundo semestre com o drama grego pesando sobre o cenário internacional e trazendo maior aversão ao risco, e, por consequência, aos mercados emergentes”, dizem os analistas da Concórdia Corretora.

Na avaliação da equipe do BB Investimentos, o cenário para o Ibovespa em Julho deverá ser muito influenciado pelos desdobramentos da crise da dívida da Grécia. A aversão ao risco foi retomada depois de mais um revés nas negociações com os credores no último final de semana e, recentemente, as autoridades gregas anunciaram o fechamento do sistema bancário e da bolsa de valores até a realização do referendo sobre a dívida.  O resultado da votação será um fator de referência sobre o fluxo de capital em mercados considerados de maior risco ao longo dos próximos dias.

Nos Estados Unidos, declarações mais amenas de Janet Yellen e Barack Obama se uniram à preocupação com a situação no continente europeu de forma que o dólar se desvalorizou frente às principais moedas. “Desta forma, a maioria do mercado ainda acredita que o aumento dos juros virá em setembro, mas que será de maneira mais branda, o que levou a juros menores esperados em 2016 pelos membros do FOMC”, dizem os representantes da Ativa Corretora.

No Brasil, o principal ponto do ajuste fiscal, a “reoneração” da folha de pagamento, passou pela Câmara, mas ainda precisa ser votado no Senado. Quanto a política monetária, o Banco Central sinalizou com mais clareza que a taxa básica de juros deve voltar a subir, ressaltando que irá continuar vigilante no combate à inflação.

“Contaremos ainda com, possivelmente, mais um aumento de 0,50 p.p. na Selic, para tentar conter o “dragão”, que já pode flertar com a casa dos 9% na divulgação do IPCA de junho. Outros indicadores de atividade interna também devem mostrar que passamos por um 2ºtri sofrível e o início dos balanços corporativos, ao final de julho, deve pavimentar uma temporada de resultados nada animadora”, ressaltam os agentes da Concórdia.

Carteiras mostram perfil defensivo

Diante do momento mais instável nas negociações com renda variável, algumas corretoras decidiram adotar uma carteira mais defensiva para o mês de julho. “O momento exige um carteira defensiva, e portanto, a carteira sugerida de julho foi elaborada com a seleção de empresas que (i) atuam no setores resilientes ao cenário de diminuição da atividade econômica, como os setores de consumo não-cíclico e financeiro, (ii) empresas exportadoras, dada a recente retomada da tendência de valorização do dólar e (iii) empresas que deverão divulgar bons resultados referentes ao segundo trimestre ainda em julho”, diz o BB Investimentos.

Veja abaixo as recomendações de algumas corretoras. Contudo, antes de tomar alguma decisão, entre em contato com sua corretora ou banco para definir a estratégia mais adequada de acordo com seu perfil de investimentos:

BB Investimentos: Kroton ON (KROT3), Bradesco PN (BBDC4), Embraer ON (EMBR3), Fibria ON (FIBR3), Hypermarcas ON (HYPE3), Petrobras PN (PETR4), Cielo ON (CIEL3), Porto Seguro ON (PSSA3), Raia Drogasil ON (RADL3), Lojas Renner ON (LREN3) e Taesa UNIT (TAEE11).

Concórdia: Copasa ON (CSMG3), Taesa UNIT (TAEE11), Telefonica Brasil PN (VIVT4), AES Tietê (GETI4), Bradesco PN (BBDC4), Hypermarcas ON (HYPE3), Klabin UNIT (KLBN11), Weg ON (WEGE3), Embraer ON (EMBR3), Cielo ON (CIEL3), JBS ON (JBSS3), ItauUnibanco PN (ITUB4), Cosan ON (CSAN3), e Pão de Açúcar PN (PCAR4)

Ativa: Equatorial ON (EQTL3), Suzano Papel PNA (SUZB5), Raia Drogasil ON (RADL3), ItauUnibanco PN (ITUB4), Valid ON (VLID3), BB Seguridade ON (BBSE3), Ambev ON (ABEV3), BRF ON (BRFS3), Cielo ON (CIEL3) e Petrobras PN (PETR4).

 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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