Crise de abastecimento de água derrubou pela metade os lucros da Sabesp

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O secretário de Recursos Hídricos de São Paulo Benedito Braga admitiu que a crise de abastecimento de água derrubou pela metade os lucros da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), mas afirmou que esse prejuízo não será repassado ao consumidor final.

Leia mais: Sabesp distribuiu até 60% dos lucros aos acionistas durante governo Alckmin

Em entrevista publicada pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (30), Braga sustentou que a Sabesp e o governo do Estado, seu acionista majoritário, já aguardavam esse resultado negativo. “O que houve foi uma queda no lucro [que passou de R$ 1,9 bilhão, em 2013, para R$ 903 milhões, em 2014]. A redução do lucro era esperada, em função da redução do consumo e da concessão de bônus [aos consumidores que reduzem o consumo durante a crise].”

Segundo o secretário do governo Geraldo Alckmin (PSDB), o balanço financeiro da Sabesp não é um fato que vai impactar no financiamento das obras programadas para reduzir os efeitos da falta de água, em função do colapso dos Sistemas Cantareira e Alto Tietê. “O custo dessas obras não é exagerado. Há previsão orçamentária e não há atraso nenhum nas obras sob o ponto de vista físico e financeiro”, afirmou.

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Impacto Ambiental

Ainda na entrevista à Folha, Benedito Braga disse que o governo Alckmin teve de escolher entre respeitar algumas regras ambientais e fazer as obras emergenciais. “Temos uma situação em que, se fossem seguidos os ritos tradicionais do setor ambiental, nós não teríamos condições de prover essa água à população em julho”, comentou. “Então, a questão é uma escolha. O que vocês preferem: seguir o rito ambiental ou trazer água para a população?”, acrescentou.

O secretário também defendeu que o governo Alckmin foi totalmente transparente na comunicação a crise, sob o argumento de que diariamente a Sabesp atualiza os dados sobre as condições dos mananciais. Ele também colocou-se favorável à decisão de não praticar o rodízio, mesmo sob pressão.

Risco de racionamento

Benedito Braga distanciou a possibilidade de o governo Alckmin decretar a necessidade de racionamento de água em 2015. “Em função das condições que prevalecem nos nossos sistemas de armazenamento, as chances de termos um rodízio são bastante baixas – e nós estamos trabalhando da forma mais conservadora possível, não fazendo hipóteses de que vamos ter grandes chuvas daqui para frente. É importante observar que, depois dessa crise, não temos uma condição de previsibilidade [de chuvas] muito boa, como tínhamos antes”, disse.

Ao final da entrevista, ele também sinalizou que a Sabesp considera que a tarifa em São Paulo é muito mais barata que em outras localidades. “Tem 21 Estados que praticam tarifas acima da tarifa da Sabesp. Acho que o custo da água, em função da dificuldade de encontrar novos mananciais e dos custos operacionais… Acho que a tarifa hoje no Estado é aquém do necessário.”
 
A entrevista completa pode ser lida aqui.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1. Só derrubou?

    Por causa deste lucro aos acionistas a sabesp por em perigo são paulo e o país. E ainda mantém metade do lucro? Ela não correu para pedir apoio do dinheiro do PAC? Lucro? Só mesmo o gov erno alkkimim psdb/pig!

  2. SABESP

    Esse engenherico é mais um palhaço a serviço do banana alkmim !

    Só falta um passa cachorro no povo paulista fazendo com ele pague o prejuízo da Sabesp na bolsa !!!!

  3. Que prejuízo?

    A matéria começa assim:

    “Jornal GGN – O secretário de Recursos Hídricos de São Paulo Benedito Braga admitiu que a crise de abastecimento de água derrubou pela metade os lucros da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado), mas afirmou que esse prejuízo não será repassado ao consumidor final.”

    Não entendi: lucro menor não é prejuízo!

    Essa não!

    Até.

  4. O normal era ter um lucro Zero!

    Qualquer empresa capitalista normal, numa situação completamente anormal, onde não consegue suprir o mescado por falta de produto investe tudo que pode para recurerar o mercado, logo este lúcro de 903 milhões é um verdadeiro deboche com o Paulistano.

    Poderia estar fazendo além de obras emergenciais, acelerando a construção de novas obras correntes ou até distribuindo água por caminhões a locais que ficaram sem água.

    Isto se chama falta de RESPONSABILIDADE SOCIAL e repito, qualquer empresa capitalista estaria fazendo este sacrifício com seus acionistas para conservar a credibilidade.

    Espero que com esta distribuição de dividendos numa hora que os paulistanos nem tem o produto sirva como uma lição de que a água não é uma mercadoria, e que também não deve ser deixada nas mãos de PICARETAS a sua gestão. 

    1. Capitalista

      Mas acontece que a SABESP é a única fornecedora desse precioso líquido, ou seja, reserva de mercado, então pouco importa o mercado, se está sendo bem atendido ou não, o consumidor irá sempre comprar o seu produto. Esse é o capitalismo que eles defendem, assim como foi para as empresas elétricas privatizadas.

    2. Mas o certo mesmo seria ter

      Mas o certo mesmo seria ter lucro zero sempre, não está certo aliás é cínico a postura de se ter lucro, e ainda lamentar que o lucro caiu pela metade, vendendo e explorando um bem essencial a vida! Mas como eu sempre digo, somos especialistas em privatizar o bom e estatizar o ruim! O psdbosta tem honoris causa moris na sorbone sobre o assunto.

      1. Ricardo, concordo plenamente,

        Ricardo, concordo plenamente, porém estou simplesmente uma analogia para demonstrar que a Sabesp e o governo de São Paulo nem para capitalistas modernos servem. São uma coisa anacrônica tirado do fundo do baú da história.

  5. Depois de tamanha competência

    para encher os bolsos dos acionistas de dinheiros às custas dos riscos e prejuízos impostos à população, um pouquinho de menos lucro (prejuízo esse povo nunca tem) é o mínimo que se espera já que o produto comercializado escandalosamente pela sabesp está em falta. Vale mencionar que não é só a sabesp que transpira competência PSDBista, as obras de são paulo, inclusive o trecho novo do rodoanel inaugurado pomposamente antes da eleição, estão sumariamente abandonadas sem uma justificativa do nosso querido governador-futuro-candidato-a-presidente.

  6. Não consigo entender como uma
    Não consigo entender como uma empresa que tem como objetivo principal, fornecer água a população, por falta de planejamento e investimento fica sem o produto para vender. Isto é motivo pra demissão sumária de toda Diretoria e demais responsáveis. O ministério público sempre tão zeloso, em combater desvios administrativos em outras searas, até o momento, continua cego em punir os responsáveis tamanho descalabro administrativo.

  7. Esse antagonismo é impossível…, menos no “Tucanistão”.

     

    Impossível! Os tucanos e a imprensa garantem que não existe racionamento em SP, logo, o lucro da Sabesp não pode ter caído por conta de uma “crise de abastecimento de água” que só existe nas páginas dos “blogs sujos”.

    Incrível como o PSDB consegue criar uma mentira (não existe racionamento) com a ajuda da mídia e ao mesmo tempo dizer que o desabastecimento (que não existe) causou prejuízos a Sabesp. E o mais incrível é que os paulistas, que se afogam nas águas sujas do Tiête todo ano ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, suas torneiras ficam secas, continuam acreditando nas “tagarelices” do PSDB. Olha, Nem o flautista de Hamelin teria um efeito maior, em matéria de hipnose coletiva,como a direita está conseguindo fazer…

  8. aplicando um medidor de fracasso e sucesso…

    será que o governador tem alguma coisa, ou novidade, a dizer sobre custos de publicidade, incluindo a que serviu para esconder o colapso do sistema? duvido muito

    mas não me surpreenderia em nada se de repente aparecer alguém para defender que distribuição de água precisa de mais recursos do que a extração de petróleo

    e é bem capaz de todos acreditarem, se for através do Jornal Nacional

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