De novo 150 paus

SP: sindicato nega envolvimento com tumulto na Ceagesp

Por volta das 10h, manifestantes à cobrança de estacionamento na Ceagesp atearam fogo a caçambas, guaritas e veículos. O Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sincaesp) negou nesta sexta-feira envolvimento com o tumulto ocorrido pela manhã na Companhia de Entreposto e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Por volta das 10h, manifestantes à cobrança de estacionamento atearam fogo a caçambas, guaritas e veículos.
 
De acordo com o presidente do Sincaesp, José Luiz Batista, a entidade quer apurar quem foram os responsáveis pelo conflito. “Qualquer ser humano consciente é contra uma manifestação da forma arbitrária que foi feita hoje. Eu e o sindicato temos o interesse de apurar tudo isso. Por que isso aconteceu desse jeito? Quem são os responsáveis por isso?”, disse.
 
Segundo Batista, o sindicato organizava uma manifestação para a madrugada da próxima segunda-feira. “Marcamos uma manifestação pacífica. Estávamos todos envolvidos”, afirmou.
Durante o protesto, circulou a informação de que haveria traficantes da região entre as pessoas que promovaram o tumulto. Eles teriam sido “contratados” por integrantes do sindicato, que teriam pago R$ 150. O presidente do Sincaesp disse que não poderia afirmar nada sobre o assunto. “Quero apuração disso, queríamos uma manifestação orquestrada. Eu quero apurar os responsáveis, mas isso aconteceu porque aqui não há diálogo”, disse.
 
Segundo Batista, amanhã a Ceagesp deverá funcionar normalmente. “O mercado se recupera rápido, até porque as instalações não foram afetadas. Só não vai voltar ao normal se esse projeto (de cobrança de estacionamento) não for cancelado”, disse.
De acordo com a assessoria da Ceagesp, cerca de 200 pessoas participaram do protesto nesta manhã. Por volta das 12h, os manifestantes colocaram fogo na sede da fiscalização da companhia. Mais cedo, já haviam quebrado cabines, montado barricadas e depredado carros. Quatro seguranças do local ficaram feridos durante confronto com manifestantes. Os seguranças teriam sido recebidos com pedradas e deram tiros para cima para espantar os agressores.
 
A cobrança
 
A Ceagesp começou a cobrar ontem pelo estacionamento de veículos, e a cobrança da tarifa também está valendo para os caminhões que carregam ou descarregam mercadorias. Para carros e utilitários, a primeira hora custa R$ 6. Para motos, o valor da diária é único, de R$ 2. Os caminhoneiros pagam entre R$ 4 e R$ 5 – dependendo da quantidade de eixos do veículo – para descarregar a carga por até quatro horas.
 
Alguns caminhoneiros, que não quiseram se identificar, disseram que a cobrança é um absurdo porque não foi feita nenhuma melhoria no local. Além disso, segundo eles, não há espaço suficiente para os caminhões. Eles dizem que a única reforma foi a instalação de câmeras de segurança.
 
A Ceagesp informou que a cobrança do estacionamento é a última etapa de um processo de modernização da unidade. O objetivo é tornar mais rígido o controle do acesso de veículos e pessoas, pois foram registradas denúncias de exploração sexual dentro do entreposto. Segundo a companhia, a área tem 700 mil metros quadrados, por onde circulam diariamente 12 mil veículos por dia.
 
O órgão nega que a cobrança traga impactos no preço dos alimentos. Um estudo da Ceagesp aponta que o custo do pedágio representaria, em média, um acréscimo de R$ 0,02 nos produtos comercializados.

 

Redação

18 Comentários

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  1. Ceagesp

    Gão,

    O tumulto de ontem foi muito bem documentado pela Grobo. Me lembrei da prisão de Eliana Tranchesi, a Grobo presente às 5 da manhã, assim como ocorreu na prisão de Celso Pitta. Como se pode perceber, a emissora deve ter um informante paranormal.  

    Informantes paranormais à parte, os orgulhosos agressores podem ser perfeitamente identificados, e a apuração bem feita poderá indicar, por hipótese, a turma dos caminhoneiros. O custo proposto para o estacionamento é de, salvo engano, 4 reais/ 3 horas por caminhão, e o caminhoneiro entrevistado disse que teria que pagar 2 mil reais mensais pelos seus tres caminhões, quase uma confissão de culpa, pois nem mentir o gaiato sabe. 

    1. (“custo proposto para o

      (“custo proposto para o estacionamento é de, salvo engano, 4 reais/ 3 horas por caminhão”:

      Por axis, Alfredo.  Vai sair carissimo mesmo.)

      1. Estacionamento

        Grande Ivan,

        Tudo em paz?

        1,30 / hora não é caro para estacionar, qualquer pedágio é mais caro. Se o motorista ficar 6 horas estacionado, pouco provável para a maioria, pagará 8 reais por dia, 240 reais (100 dólares prá você ) por mês. Não vejo motivo para a Ceagesp deixar de cobrar estacionamento, mas sei que muitoa não concordarão comigo.

        Um abração

         

          1. Estacionamento

            Ivan,

            Não entendi os 600 dólares, 1.440 reais. Este seria o custo para 6 caminhões.

            Um abraço

             

          2. Alfredo, talvez eu esteja

            Alfredo, talvez eu esteja enganado entao!  Axis nao sao os pauzinhos que seguram as rodas?!  (uh, gostaria de dizer que foi erro de traducao, mas eu sou car-blind, sempre fui)

    2. De novo adeptos da Teoria do Domínio do Fato?

      Que tal esperar as investigaçoes antes de decretar culpas, hem? O cara pode estar indignado com a cobrança sem ter pago pelo incêndio. Mas justiceiros andam na moda, né? 

      1. Analu,”…a apuração bem

        Analu,

        “…a apuração bem feita poderá indicar, por hipótese, a turma dos caminhoneiros.”

        Não sei o motivo desta sua bobagem, pois sei que você sabe ler. Suspenda o justceiro e troque por um mixto quente com x mesmo.

        Um abraço

        1. Tem razao (quase total… rs)

          Realmente você disse por hipótese. Tem razao. Mas… por que fazer a hipótese? Tantas hipóteses sao possíveis nesse caso, por que já supor que seriam eles? 

          1. Hipótese

            Analu,

            É lógico que concordo,  algumas hipóteses realmente são possíveis prá quem tá de fora, porque a  Grobo sabe perfeitamente quem foi o mandante.

            Sugeri a possibilidade de ser a classe atingida com a cobrança do estacionamento, a dos caminhoneiros, porque é lobby bem forte há décadas. Faz parte do maior lobby empresarial do país, o das montadoras de automóveis/ fabricantes de pneus/ construtores de estradas/ empresas de manutenção de estradas, etc…, todos juntos contra os trens e transporte fluvial, lobby poderoso e muito bem sucedido até agora, pobre país. 

    3. em compensação…

         a polícia leva 3 horas pra chegar ao local. E esse número “cabalístico”, 150 por manisfestante, sempre surge aqui e na Venezuela.

  2. claro, além dos R$150 reais e

    claro, além dos R$150 reais e dos traficantes da região, foram flagrados também um par de estupradores, a extrema-direita ucraniana e o senador boliviano. Consta também que o quebra-quebra foi financiado pela Abril e que Obama telefonou para o sindicato horas antes para uma conferência secreta a respeito do Golpe.

  3. Muito boa…

    Muito boa a informação, no último parágrafo, de que o acréscimo, nos produtos comercializados, será de R$ 0,02.

    Se for na tonelada bruta da batata, por exemplo, tudo bem. Se for em cada folha de pé de alface…aí…

  4. Caro Nassif e demais
    Essa

    Caro Nassif e demais

    Essa história do CEAGESP, carece de mais informações: quem a comanda? quem define os reajustes de preços?O que é Federal? Estadual?Municipal?Particular? Nesse embróglio todo.Quem ganha quem perde nesses reajustes?

    Quem seriam esses tais “integrantes” que pagou R$ 150,00 por contratado?

    Saudações

     

    1. A MATÉRIA ESTÁ REALMENTE OMISSA

      Como pesquisei, a CEAGESP foi federalizada em 1997 pelo FHC. Hoje está sob a tutela do Ministério da Agricultura, comandada por ministro do PMDB.

      Pelo que entendi, em minha pesquisa, havia precedentes que necessitavam uma tomada de providências pela direção da CEAGESP, no caso. Primeiro, porque havia antecentes de crimes, inclusive de homicídio, praticados dentro do recinto, que carecia de vigilância para o próprio bem dos motoristas e proprietários dos caminhões, veículos e motos que lá estacionavam.

      Ainda, hávia caminhões que faziam do páteo o estacionamento, sem sair de lá por vários dias, dificultando o exercício do direito aos demais caminhões.

      Portanto, era necessária um controle de quem entrava e quem saia do estacionamento, para a segurança de todos e prejuízos com uso demaisadamente grande por parte de alguns do espaço.

      A empresa que venceu a licitação, promovido pelo CEAGESP, deveria ou já estava fazendo investimentos no  local, máxime com o controle na entrada e com centenas de câmaras que iriam vigiar o local. Para o pagamento dos serviços dela, foi implantado uma tarifa.

      Parece que a tarifa é apropriada, mas é uma questão técnica que deveria ser analisada com cuidados por técnicos no assunto. Não  é uma tarifa cara demais, como alguns mencionaram. O certo é que o ministério da agricultura poderia passar sem esta, pois a tarifa foi o motivo da “revolta” dos usuários, embora existam notícias que havia muito sapo de fora fazendo o vandalismo.

      Há também, o que não se fala e pouco se refere a isto, que há empresas que são proprietários de grande número de caminhões , sendo os caminheiros seus empregados. A cobrança de tarifa para estas empresas, que detém, v. gratia, 80 a 100 caminhões, poderia, sim, pesar nas suas despesas. Isoladamente, um caminhoneiro não teria despesas tão pesadas.

      Agora, a tarifa foi, ao que parece, suspensa. Mas, acertadamente, o controle irá continuar. Isto é benefício,  se os motoristas e proprietários de veículos pensarem bem, será muito bom para todos.

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