Decisão judicial permite que Abdelmassih cumpra prisão domiciliar

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Foto: Divulgação/Senad
 
Jornal GGN – Condenado a mais de 180 anos de prisão por estuprar suas pacientes, o ex-médio Roger Abdelmassih, de 74 anos, conseguiu uma decisão judicial para cumprir prisão domiciliar. Desde 2014, Abdelmassih está preso na Penitenciária 2 em Tremembé (SP). Em maio, ele foi internado em uma hospital de Taubaté com broncopneumonia. Desde 2016, o ex-médico tenta obter o indulto humanitário alegando que sofre de doenças graves.
 
A decisão da Justiça negou o indulto, mas concedeu a prisão domiciliar para Abdelmassih, argumentando que o seu quadro de saúde piorou nos últimos meses e que ele necessita de cuidados que não poderiam ser oferecidos na unidade prisional. O Ministério Público foi contrário à medida.
 
Agora, ele poderá ficar em casa e terá liberação para realizar seus tratamentos nas hospitais de sua escolha, com prévia autorização judicial. Abdelmassih deverá usar tornozeleira eletrônica e não pode deixar sua cidade de moradia sem autorização judicial. Além disso, o ex-médico precisa passar por uma perícia médica a cada três meses. Caso tenha condições de saúde, ele deve voltar para a prisão. 

 
Reações
 
Através das redes sociais, Vanuzia Leite Lopes, criadora da associação de vítimas de Abdelmassih, se disse decepcionada com a decisão judicial. 
 
“Triste em saber que dinheiro vale mais que a honra. As vítimas estão todas escrevendo com medo”, afirmou. Vanuzia também disse que vai lutar para que o ex-médico volte para a cadeia.
 
Histórico
 
Considerado um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil, Roger Abdelmassih foi condenado a 278 anos de reclusão no final de 2010. Entretanto, ele não foi preso logo após a condenando em razão de um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que permitia que ele respondesse em liberdade.
 
Em 2011, o habeas corpus foi revogado após Abdelmassih tentar renovar seu passaporte.  Também neste ano, ele perdeu seu registro no Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp). Ele ficou três anos foragido e foi preso pela Polícia Federal em agosto de 2014, no Paraguai. Depois, ele teria a pena reduzida para 181 anos, 11 meses e 12 dias.
 
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Redação

8 Comentários

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  1. Uma das vitimas argumentou tb

    Uma das vitimas argumentou tb que, no Brasil, existem milhares de preços com tuberculose grave, aids e diabetes avançado e outras doenças que tb deveriam ser beneficiados pelo judiciário. Por que só esse médico de nome estranho conseguiu isso?

    1. O filho de uma vizinha, preso

      O filho de uma vizinha, preso por assalto a banco, pegou tuberculose na cadeia  e não teve benefício nenhum. O problema é que ele é negro, pobre, morador de periferia e sem dinheiro pra advogado. 

      Aqui as leis se aplicam conforme a cara do fregue$, infelizmente. 

      Vi a entrevista do Drauzio na segunda no roda viva e ele termina falando da indignação das presas ao ver a esposa do Cabral ir pra prisão domiciliar pra cuidar de filhos com mais de 10 anos, enquanto as presas lá, a maioria por crimes sem violência, não tem esse direito. Pra mudar isso, só uma revolução. Não acredito em líder democrático com coragem pra mudar isso – vide que em 13 anos de PT nada disso foi mudado e ainda tive que ouvir o Zé Eduardo dizendo o que todo mundo sabe = nossos presídeos são masmorras. 

       

       

       

  2. Pobre homem!

    Tão mais justiçado do que homem pobre!

    Para ele a justiça sorri com os dentes brancos, tira a venda e as vestes.

    Pobre homem que “errou” mas merece piedade e compreensão!

    Diferente do homem pobre, a quem a justiça arreganha a boca com os dentes cariados,

    corta-lhe as carnes   com a espada  enferrujada e joga seus pedaços  na sua balança capenga.

    Homem pobre que errou e merece, portanto,  impiedade e compressão nas celas fétidas onde se amontoa.

  3. Justiça dois pesos e duas medidas
    Os magistrados do Brasil têm aversão à justiça democrática, criaram um manual de punição somente para os cidadãos pobres, negros e para aqueles que lutam por seus direitos e são defensores de direitos sagrados e não têm medo de truculência, perseguição nem abuso de poder.

    Além do STJ conceder a liberdade ao ex- médico monstro, Gilmar Mendes no período em que era presidente do STF, também concedeu habeas corpus para o ex-médico estuprador de 37 pacientes, logo em seguida o ex- médico estuprador, fugiu para o Paraguai e ficou lá mais de três anos, até a competente e ética PF o prender em Assunção, no Paraguai.

    O dinheiro e as relações de poder do ex-médico estrupador e criminoso o deixaram em liberdade para desfrutar a prisão domiciliar, enquanto o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, o maior cientista nuclear brasileiro, de 78 anos está preso, condenado a 43 anos de prisão por defender a soberania nacional.

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