Defesa de Cerveró pede Dilma como testemunha no caso Pasadena

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

Jornal GGN – Ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró ainda não foi fichado criminalmente pelos prejuízos causados pela compra da refinaria de Pasadena, mas se antecipou em uma peça de defesa que chama atenção por uma singularidade: Cerveró quer que a presidente Dilma Rousseff seja aceita em seu leque de testemunhas, já que a petista presidia o Conselho de Administração da Petrobras à época da transação com a Astra Oil pela refinaria. Além de Dilma, o ex-presidente Sergio Gabrielli e outros ex-executivos são citados.

A peça que o advogado Edson Ribeiro apresentou nesta segunda-feira (26) à Justiça Federal do Paraná coloca a participação de Dilma como testemunha na condicional: na verdade, o que a defesa do ex-diretor quer é invalidar a ação contra Cerveró por corrupção passiva no âmbito da Lava Jato e declarar o juiz Sergio Moro incapaz de conduzir o processo.

Na peça, Ribeiro alega que a prisão de Julio Camargo, da empresa Toyo Setal, funcionou como “pressão extrema, fazendo com que suas declarações não possam ser consideradas voluntárias, espontâneas, livres de constrangimento, como determina a lei.” Dessa maneira, aponta para a invalidade do depoimentos. Julio Camargo disse, em sua delação premiada, que Fernando Baiano, o operador do PMDB nos esquemas na Petrobras, cobrou US$ 40 milhões em contrato de sondas e que Cerveró foi beneficiado.

Para pedir o impedimento de Sergio Moro, juiz do caso no âmbito da Justiça do Paraná, a defesa alega que a investigação se dá no cenário do Rio de Janeiro, e tenta desvincular a Lava Jato de inquéritos iniciados pela Polícia Federal no Paraná.

“A justificativa de que a presente Denúncia insere-se no contexto dos inquéritos 2009.7000003250-0 e 2006.000018662-8 que apuravam supostas operações de lavagem de produto de crimes contra a administração pública e que teriam se consumado com a realização de investimentos industriais, com recursos criminosos, na Cidade de Londrina, Paraná, os quais deram origem a ação penal nº 5047229-77.2014.404.7000, submetidos à competência dessa 13ª Vara Federal de Curitiba, não prospera.”

Além disso, Ribeiro questiona a maneira generalizada com a qual a denúncia foi apresentada contra Cerveró no caso das sondas. Segundo o documento, a denúncia sem provas traz insegurança ao processo. “O órgão acusador deve descrever minuciosamente as condutas tidas por criminosas, realizando, inclusive, a sua individualização espacial e temporal, o que não ocorreu no caso concreto, uma vez que o órgão acusador não se atentou para a indicação do local e da data no qual um dos supostos crimes teria sido cometido.”

Caso não se entenda pela extinção do processo, Ribeiro requer que sejam intimadas as testemunhas indicadas abaixo:

1 – José Carlos de Lucca
Ex-presidente da Petrobras (aprox. 1990) e Repsol
Ex-presidente do IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo
Atual: presidente da Barra Energia;

2 – Álvaro Teixeira
Ex-presidente do IBP

3 – Hercules Tadeu Ferreira da Silva
Ex-Country Manager da Petrobras Angola (2005 – 2012)
Aposentado da Petrobras.

4 – Luiz Carlos de Lemos Costamilan
Ex Petrobras (diversos cargos gerenciais) e British Gas
Atual: Conselheiro de Administração da Queiroz Galvão

5 – Eloy Fernández y Fernández
Atual presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo – ONIP
ONIP: planejamento e sistematização da indústria de Petróleo

6 – Ricardo Mucci
Ex British Gas
Atual: consultor

7 – Sergio Gabrielli
Ex-Presidente da Petrobrás

8 – Dilma Vanna Rousseff
Presidente da República

 

Com informações do Estadão

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

20 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. RECADO AA PF E JUDICIARIO BRASILEIROS

    Cara policia federal e judiciario brasileiros:  enfiem sua LavaJato no olho do cu de uma vez.

    Muito obrigado.

    Ivan Moraes, Union, NJ.

  2. Por sinal, ja acharam a conta

    Por sinal, ja acharam a conta de 40 milhoes de Cervero?

    (Nao tenho duvida que ela existe, claro (kkkkkkk).  Esse nao eh exatamente o assunto…)

  3. Desistiu

    A defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, desistiu de incluir a presidente Dilma Rousseff como sua testemunha de defesa, pouco mais de duas horas após ter apresentado esse pedido à Justiça Federal.

    Na desistência, o advogado Edson Ribeiro argumenta que a decisão sobre a aquisição de sondas, pela qual Cerveró é processado sob acusação de ter recebido vantagens indevidas, foi “privativa da diretoria da Petrobras, não passando pelo conselho de administração, onde a testemunha ora substituída exercia a presidência”.

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/01/1580682-defesa-de-cervero-desiste-de-incluir-dilma-rousseff-como-testemunha.shtml

  4. Daria pra enfiar a LavaJato

    Daria pra enfiar a LavaJato no olho do rabo mais rapido?

     

     

     

     

     

     

     

    Precisam de dica?  Entao ta:  o rabo mais rapido eh do Feliciano Malafaia.

  5. Primeira vez que eu estrelo

    Primeira vez que eu estrelo um item em zero estrelas por causa de seu conteudo e nao por causa do item jornalistico em si…

  6. Desistiu do pedido

     

    Defesa de Cerveró pede intimação de Gabrielli e desiste de indicar Dilma como testemunha 

    Photo

    SÃO PAULO (Reuters) – A defesa do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró solicitou à Justiça a intimação do ex-presidente da estatal José Sergio Gabrielli como testemunha no processo a que responde por suposto recebimento de propina quando era diretor da empresa e desistiu do pedido feito mais cedo para que a presidente Dilma Rousseff também fosse intimada.  

    17:32 BRST

    Artigo Completo : http://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN0KZ29B20150126

  7. A justiça do PR não está sob

    A justiça do PR não está sob suspeita, ela é criminosa.

     

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  8. A justiça do PR não está sob

    A justiça do PR não está sob suspeita, ela é criminosa.

     

    “O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

  9. Paralisia dos governos petistas diante de conspirações.

    Ficou evidente que o “julgamento” do suposto “mensalão” foi uma conspiração para vingar setores reacionários da eltie brasileira e seu “patrão” externo dos articuladores da ascensão do PT ao Palácio do Planalto.

    No tal “julgamento” os direitos dos réus foram pisoteados sob o aplauso uníssono da mídia.
    Até o direito ao “juiz natural” foi jogado no lixo pelo relator do processo. o aspirante à Casa Grande, Joaquim Barbosa.

    Na atual “Operação Lava-Jato”, direitos dos investigados também estão sendo pisoteados. A inacreditável inversão do ônus da prova para um dos investigados e as aberrantes “prisões para averiguação” nas quais só faltaram as sessões de tortura são exemplos de que a Constituição não vale nada para o “Senhor Moro e seu blue caps”.

    Motivações políticas como as que moviam Joaquim Barbosa em sua “persona” Torquemada e os clientes “especiais” da Senhora Moro são apenas alguns dos detalhes subterrâneos destas conspirações.

    Enquanto isso, a ABIN parece não ter dado qualquer informação ao governo sobre os motivos ocultos do “julgamento” do suposto “mensalão” e a atual “Lava-Jato”. Se informou, o que a sociedade percebeu do governo foi a sua paralisia. Parecia tão estupefato com os fatos e factóides dos dois casos quanto o consumidor comum de notícias da velha mídia.

    O que o PT espera? Que mais alguém morra, como Luís Gushiken? Que o povo beneficiado pelos programas sociais garanta ao partido a sua sobrevivência eleitoral?

    Outro linchado pela mídia, José Genoíno, quase sucumbiu a doença, agravada pela injustiça que sofreu. E, com uma mídia cada vez mais raivosa (muito pela paralisia política do governo), quase houve uma restauração neoliberal no Brasil nas últimas eleições.

    O movimento social está desapontado com o “levynismo” inicial do segundo mandato de Dilma e pode não dar a ela o suporte que até agora foi decisivo para equilibrar a luta contra os arautos do golpe/impeachment.

    Depois da tragédia não vão adiantar as lamentações!

  10. a pior coisa que pode suceder a alguém…

    é ser denunciado por práticas passadas, mas que precisam ter algum sentido no presente para que sigam ou se adéquem à trilha de raciocínio de um acusador implacável, tipo clone de um JB, por exemplo

    como sucedeu da ausência de Dilma não ter sido notada nem pela defesa, reparem como ficou parecido com uma peça teatral, onde o ator principal é acusado pelo seu principal inimigo ou por um segredo de justiça escorado em tudo que ele denunciar sem precisar provar

    neste teatro Paranaguaio, é o segredo que faz o papel da prova

  11. Há uma fato que está passando sem ninguém notar.

    Na defesa de Cerveró o seu advogado coloca “Ora, a expectativa de uma prisão em razão da prática de diversas condutas delituosas, colocaram-no (Júlio Camargo) em condições de pressão extrema, fazendo com que suas declarações não possam ser consideradas voluntárias, espontâneas, livres de constrangimento, como determina a lei.”

    O que quer dizer isto é que os depoimentos do empresário é um processo de intimidação, ou seja, com as ameaças que estão sendo feitas a todo o pessoal que está preso no Paraná é de transferi-los para uma carceragem comum, algo que um ladrão comum tira de letra mas o pessoal do colarinho branco não.

    Provavelmente os advogados de defesa estão instruindo seus constituintes para mentirem e inventarem o maior número de histórias possíveis e como no julgamento eles podem alegar que foram coagidos tudo que não tiver prova vai pro lixo assim como as coisas reais.

    Eu estou imaginando o que vai ser este julgamento, todo mundo vai sair de cara limpa, não esqueça que existem grandes advogados criminalistas no Brasil que adoram colocar promotores no ridículo.

  12. Passivo para o governo federal.

    O pior de tudo é que conforme o andar da carreta os empresários que tiverem melhores advogados vão sair limpos disto tudo, porém se suas firmas forem a falência isto vai criar um passivo imenso para o governo federal (a sorte que só deverá ser pago daqui uns vinte anos).

  13. O único objetivo das máfias

    O único objetivo das máfias justiceira e midiática, é incriminar o atual governo. A justiciaria do paraná de sp, está com esse projeto e cidadão bocó semprei entra nessa. Está muito fácil se livrar de tudo, basta dizer que foi alguém do PT que mandou e pronto, o meliante, corrupto, será abençoado pelas máfias e pelos bocós.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador