Degradação florestal ainda preocupa

Jornal GGN – Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou muito no monitoramento do desmatamento da Floresta Amazônica, agora, o País precisa começar a dar atenção a outro problema ambiental, a degradação florestal. A conclusão é de pesquisadores do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), NASA (agência espacial dos Estados Unidos), Instituto Max Planck e IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas).

O assunto foi debatido durante o Workshop on Monitoring Forest Dynamics: carbon stocks, greenhouse gas fluxes and biodiversity, realizado no começo de setembro na Universidade de Brasília (UnB). De acordo com Mercedes Bustamante, professora do Departamento de Ecologia da UnB e organizadora do evento, é preciso olhar para a degradação florestal, “Que também tem impactos nas funções ecológicas, no armazenamento de carbono e na conservação da biodiversidade”.

Os especialistas explicam que a diferença entre desmatamento e degradação florestal é que no primeiro caso é feito o corte raso de árvores para converter áreas de floresta em pastagens. E no segundo são realizadas queimadas intencionais e o corte seletivo de árvores de interesse comercial. A degradação florestal é caracterizada pela perda da capacidade da floresta de realizar suas funções originais, como contribuir para o balanço climático, hídrico e de carbono.

 “A degradação fica em uma posição intermediária entre a floresta intacta e a que foi transformada em área de pastagem. É uma floresta que ainda não foi desmatada completamente”, explicou Michael Keller, cientista do US Forest Service dos Estados Unidos e pesquisador visitante da EMBRAPA Monitoramento por Satélite. “Uma floresta degradada já não possui o mesmo estoque de carbono e a biodiversidade que tinha antes de ser afetada, mas, se for feito um manejo bem feito no prazo de 20 a 30 anos, ela pode se regenerar e até mesmo se aproximar de suas características originais”, esclareceu.

Enquanto o desmatamento é evidente e pode ser observado facilmente por satélites de monitoramento ambiental, a degradação é mais sutil. Para Mercedes Bustamante, é preciso acompanhar no longo prazo não apenas as mudanças na cobertura das florestas, mas também dos processos que causam essas alterações ambientais. “Sem isso, não é possível estimar qual será a trajetória das florestas degradadas e comparar com informações de estudos em campo para avaliar se vão se regenerar, se ganharão ou perderão carbono ou se podem evoluir para o desmatamento”, disse.

No final do mês de agosto, o INPE divulgou o mapeamento de 2011, 2012 e 2013 das áreas de degradação da Amazônia Legal. O objetivo é identificar com imagens de satélite as áreas expostas à degradação progressiva pela exploração seletiva de madeira.

Com informações da Agência Fapesp

Redação

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