Delator Paulo Roberto Costa agora cita Eduardo Campos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O delator Paulo Roberta Costa, no programa premiado, afirmou que intermediou o pagamento de R$ 20 milhões para o caixa 2 da campanha de Eduardo Campos (PSB) por ocasião de sua candidatura à reeleição ao governo de Pernambuco. Leia matéria de Fausto Macedo no Estadão.

do Estadão

Ex-diretor diz que pagou R$ 20 milhões para caixa 2 de Campos

Costa afirmou em depoimento da delação premiada que ‘operador’ da transação, feita em 2010, foi o ex-ministro Fernando Bezerra

Por Fausto Macedo e Ricardo Brandt

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento da delação premiada dos autos da Operação Lava Jato que intermediou em 2010 o pagamento de R$ 20 milhões para o caixa 2 de campanha de Eduardo Campos (PSB), então candidato à reeleição ao governo de Pernambuco – Campos foi reconduzido ao cargo com 80% dos votos.

Segundo Paulo Roberto Costa, o operador da transação foi o ex-ministro Fernando Bezerra, da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff (PT), eleito senador pelo PSB de Pernambuco e ex-braço direito de Campos. 

Em 13 de agosto, o candidato à Presidência Eduardo Campos morreu tragicamente durante a campanha quando o avião que ocupava caiu em Santos, no litoral de São Paulo.

Costa disse ao Ministério Público Federal – em um dos vários depoimentos prestados entre agosto e setembro – que Bezerra pediu a ele o dinheiro para ser usada na campanha de Campos.

O ex-diretor da Petrobrás, que aceitou colaborar com a Justiça em troca da redução de pena, também apontou o envolvimento de pelo menos 32 deputados e senadores e o PT, o PSDB, o PMDB e o PP com os esquemas de propina nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

A delação de Costa foi homologada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal. Ele disse que os R$ 20 milhões foram entregues a Bezerra pelo doleiro Alberto Youssef.
Também alvo da Lava Jato, o doleiro está fazendo delação premiada e citou 28 parlamentares. Youssef está preso em Curitiba, desde 17 de março.

Na época, o ex-ministro Bezerra era secretário de Desenvolvimento do governo do Estado e presidente do Porto de Suape (entre 2007 e 2010), onde foi construída a refinaria. Era ele quem tratava institucionalmente com os responsáveis pela obra de Abreu e Lima.

Iniciada em 2008, a obra ainda não foi concluída, mas já está com superfaturamento, segundo relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Procuradoria da República.

Costa era quem presidia o conselho de administração da Refinaria Abreu e Lima S/A, empresa constituída pela Petrobrás para tocar as obras avaliadas inicialmente em R$ 2,5 bilhões e que já consumiu mais de R$ 20 bilhões, segundo o Ministério Público Federal.

Bezerra foi secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco até 2011. Depois foi indicado por Campos para ocupar o cargo de ministro da Integração Nacional.

Como presidente de Suape e secretário de Estado, era ele quem negociava diretamente com a Petrobrás e a empresa criada para tocar a obra, que tinha Paulo Roberto Costa como presidente do Conselho de Administração.

À Justiça Federal, na ação penal sobre superfaturamento, desvios de recursos na obra, Costa e Youssef revelaram que o PT, o PMDB e o PP lotearam as diretorias da Petrobrás e montaram um esquema de pagamento de propina por parte das construtoras que abasteceu o caixa 2 dos partidos, principalmente para campanha de 2010.

A empresa é a mesma apontada por Costa por ter pago o achaque de R$ 10 milhões que teria sido feito entre 2009 e 2010 pelo então presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, para abafar a CPI da Petrobrás.

COM A PALAVRA, A DEFESA

O ex-ministro da Integração Nacional e senador eleito pelo PSB de Pernambuco Fernando Bezerra chamou de “levianas e mentirosas” as acusações de Paulo Roberto Costa.

Bezerra afirmou que as declarações buscam “manchar a memória” do ex-governador Eduardo Campos. Por meio de sua assessoria, ele afirma que nunca atuou na área financeira da campanha de Campos ao governo de Pernambuco, em 2010. “Na campanha à reeleição de Eduardo Campos, em 2010, Fernando Bezerra Coelho não teve papel de coordenador nem de tesoureiro. Portanto, nunca tratou de doações à campanha com quem quer que seja”, diz a nota.

O ex-ministro assumiu, em 2007, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, no primeiro mandato de Campos. Foi indicado para o ministério em 2011. Bezerra afirma que não conhece e nunca teve nenhum tipo de contato pessoal ou telefônico com o doleiro Alberto Youssef.

Sobre Paulo Roberto Costa, Bezerra admite que chegou a ter contatos “institucionais” com ele, na época em que ocupava os cargos de secretário de Pernambuco e de presidente do Porto de Suape.

“Agora, surgem declarações levianas e mentirosas numa tentativa de macular a honra e o trabalho do senador eleito Fernando Bezerra Coelho”, diz a nota. “A apuração dos fatos pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, com absoluta certeza, mostrará que as declarações são caluniosas e que elas têm cunho puramente político.”

O irmão de Campos, Antonio Campos, não quis comentar o caso. Indicou o advogado do ex-governador, que não foi localizado. O presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, disse que não era presidente na época e não comentou o assunto.
O criminalista Figueiredo Basto, que comanda o núcleo de defesa de Youssef, disse que o doleiro “nunca comentou” com ele o suposto pagamento de R$ 20 milhões. “Não posso confirmar, porque não ouvi nada dele (Youssef) sobre isso”, diz.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

18 Comentários

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  1. Que maravilha de “delacao

    Que maravilha de “delacao premiada” eh essa, heim?  Nao aparece ninguem vivo do PSDB apezar das dezenas de vazamentos!

    Uau!

  2. E aí Dr Joaquim Miami? Como

    E aí Dr Joaquim Miami? Como fica a sua moralização política seletiva? Não lhe parece ter havido falhas gritantes nas investigações e instruções processuais onde o domínio do fato ao invés de alargá-las, por conveniências pessoais, as estreitou? Sempre temos um contraventor a nos mostrar como estão frágeis e incompetentes nossas instituições.

  3. Os ladrões estão gritando “pega ladrão!”

    Publicado em 23/10/2014 no Conversa Afiada: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2014/10/23/advogado-de-doleiro-trabalhava-para-tucano-richa/#comment-1698921

    Advogado de doleiro
    trabalhava para tucano Richa

    Da Sanepar ao juiz Moro

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    O advogado  Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Yousseff, foi conselheiro da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). O estado é governado por Beto Richa (PSDB), reeleito para o cargo neste ano. É o que aponta ata de reunião da empresa em 2012, disponível no site da companhia.

    Youssef foi preso em março pela Polícia Federal , acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões. Ele está preso em Curitiba.

    Link: http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/investidoresarquivos/29032012-ata-da-2a2012-reuniao-extraordinaria-do-cad_2012-03-29.pdf

    !

    Em tempo: a veja forneceu o coordenador de comunicação do Aécio Neves, o jornalista Otávio Cabral, autor da “biografia” do Dirceu. PHA.

    Em tempo 2: Figueiredo Basto já advogou para Beto Richa e contra prefeitura de Curitiba ao mesmo tempo:

     

    Advogado do prefeito Beto Richa é o mesmo da Construtora Iguatemi e de Tony Garcia

     

    Matéria de Edson Fonseca, site Jornale

     

     

    O advogado contratado pelo prefeito Beto Richa (PSDB), Antônio Figueiredo Basto, para ingressar com uma ação contra o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) por calúnia e difamação é o mesmo que defende a Iguatemi Construtora de Obras em ação contra a Prefeitura. A construtora pertence à família do ex-presidente do PP de Curitiba Alberto Klaus, que se afastou da direção do partido depois da denúncia de fraudes nas licitações envolvendo a empresa e a Prefeitura.

    Três meses depois das denúncias, a prefeitura suspendeu os contratos e os pagamentos da Iguatemi e a Catedral Construções. Alberto Klaus contratou Figueiredo Basto, encarregado de cobrar judicialmente da Prefeitura os valores referentes aos serviços prestados e impugnar a decisão judicial que suspendeu os contratos. Basto, classificou o rompimento dos contratos como decisão política. “É uma decisão estritamente política para atender aos anseios da mídia”, afirmou o advogado à época.

    Algumas informações deram conta que a indicação de Figueiredo Basto a Beto Richa teria se dado por intermédio do empresário e ex-deputado Tony Garcia, amigo pessoal do prefeito. Garcia, no entanto, nega que tenha indicado o advogado, que também o representou em algumas ações. Alberto Klaus era dirigente do PP na ocasião em que Tony Garcia concorreu ao Senado e seu partido faz parte da base de apoio do prefeito Beto Richa desde o primeiro mandato. Procurado pela reportagem, o advogado Figueiredo Basto não retornou as ligações.

    Para o deputado Fabio Camargo, a artilharia do prefeito voltou-se contra ele depois que “a tentativa de envolver o senador Álvaro Dias como autor da denúncia resultou em um grande pito da direção nacional do PSDB”. “Depois disso tentaram também envolver o governador Requião, o que também não colou. Agora estão tentando ir contra mim. Só que não sou eu quem está sendo investigado pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e o Nurce”, afirmou o deputado.

    Camargo diz ainda que a questão está sendo mal conduzida pelo gabinete de crise do prefeito. “Em vez de contratar um advogado para me acusar, deveriam contratar um advogado para se defender. O prefeito não tem que tentar encontrar o culpado pela denúncia e sim explicar para a população as atividades do Comitê Lealdade e outros comitês durante a campanha”, afirma o deputado. “Dessa vez, queira ou não queira, o mau menino não sou eu”,completou.

    Este imbróglio todo envolvendo a suposta indicação do advogado Figueiredo Basto para defender o Prefeito Beto Richa, através de Tony Garcia que nega ter sido o autor de tal referência, reside no fato de a escolha do advogado por parte do prefeito ser incompatível com os interesses da própria Prefeitura de Curitiba. Isto pelo fato de Figueiredo Basto ao estar defendendo Alberto Klaus e a Contrutora Iguatemi, atua neste feito contra os interesses orçamentários da própria Prefeitura de Curitiba.

    A pergunta que fica é a seguinte: o fato de o advogado Figueiredo Basto defender a Constutora Iguatemi e o Prefeito Beto Richa ao mesmo tempo, não poderia em tese, promover um conflito de interesses entre ambas as partes?

    Ou, a demanda da Prefeitura de Curitiba com a Construtora Iguatemi seria apenas “jogo de cena”? Com a palavra,mm o Ministério Publico.

     

     

  4. Sobre a bobagem

    A bobagem da revista Veja já nasceu morta. Não terá o impacto desejado, haja vista a cristalização do eleitorado e a perda de credibilidade evidente que ela tem. Na internet virou piada e já está amplificada.

    Reparem que os jornalões não estão repercutindo. Seria suicídio coletivo.

    O Globo e A Globo repercutem, mas é para dar aquela agradada nos assinantes do Leblon e para levantar um  pouco o moral do Merval, do Jabor e do Noblat, que andam meio tristonhos.

    Meu palpite: o Jornal Nacional vai noticiar, mas será bem por cima, sem impacto.

    Fazer escândalo com isso tem um risco enorme para a Globo: seu telejornal se tornar ainda mais irrelevante e estigmatizado e, pior, receber no debate de logo mais uma Dilma disposta a colocar os pingos nos is….

  5. Os nomes arrolados nas

    Os nomes arrolados nas denúncias dos dois bandidos formará uma lista tão imensa que até serem comprovadas levará, no mínimo, uma dezena de anos. Resta saber se serão mesmo comprovadas, e se não forem, como ficarão os denunciados. Provavelmente como ficou Guschiken: doente e morto de tanto sofrimento.

  6. O desespero aflora…..no

    O desespero aflora…..no vale tudo de campanha, quando os desvios do PSDB burbulham, a midia se selencia e só da PT nas manchetes, como sempre!!  Denúncias seletivas e de repente podemos ter a luz que tirou Eduardo Campos, como candidato natural do partido em 2018.  Sempre achei a trairagem do EC inexplicável mas, agora, vendo tudo isso, começa a fazer sentido.  Oras, vendo que o caldo iria entornar….seu prazo ficou  exíguo demais!!  Sua ganância e suas relações com Paulo Roberto, podem ter rendido milhões, não sobraria pedra sob pedra para 2018.  Talvez esteja aí o motivo da campanha para se eleger agora…..mais tarde não conseguíria…a carinha de bom moço, não colaria mais.  Não sobreviveu nem para uma coisa, nem para outra!!!  Enquanto Paulo Roberto solta o verbo contra tudos e todos….a mídia só se foca no que pode ser a bala de prata contra o PT.  E ao que tudo indica,  os câes ladram mas a caravana passa…impávida, linda…numa onda vermelha!!

    1. Começo a entender…

      Estava muito intrigada quanto ao motivo que teria levado a Sra.Osmarina e, principalmente a família ainda enlutada de Campos, a apoiar com tanta euforia, o Sr. Aécio!!!  Começo a entender… O que Aécio poderia ter prometido?

      1. O que Aécio prometeu…

        Marly, a Renata Campos e Marina?

        Blindagem, cargos e engavetamento caso eleito, simples assim.

        Marina seria convidada para um Ministério, Renata provavelmente para uma secretaria diretamente ligada à Presidência.

        Os filhos e a viúva (a de fato, não Marina) de Campos foram protagonistas de um dos episódios mais tristes da nossa era republicana, aqueles punhos erguidos no veloriomício eram tudo, menos compromisso com esse país.

         

         

        1. um episódio degradante…..o

          um episódio degradante…..o punho em riste não foi nada além de uma tentativa piegas de transformar EC numa pessoa que passou longe de ser.   Ah!! Se o avô fosse vivo…..  Compromisso tinham com o dinheiro no bolso, isso sim.  Lamentável usar inclusive os filhos para isso.

      2. Só na esfera da justiça

        Só na esfera da justiça regional, onde governadores têm algum domínio, hâ processos de desvios em licitações e contratos na gestão Campos que ultrapassa 1 bilhão, em 2007. O esquema parece que envolvia os dois partidos, PSB e PSDB. A demissão do Paulo Roberto Costa pela Dilma fechou uma mina. Daí o rompimento do PSB com o governo federal. Se o Aécio vencer todos estarão seguros e impunes, restabelecendo-se o esquema, sem qq constrangimento.

         

         

         

         

        1. Tenho impressão que foi um

          Tenho impressão que foi um pouco mais que isso.  Se desvincular do partido e, quem sabe, depois do estrago, informar que nada tinha a ver .  Facilidades  para ecoar o discurso ele  encontraria na media,  uma vez que há muito, faz o jogo deles.  Desde os escândalos do precatório com o irmão, que EC perdeu o rumo.  Uma pena que uma parcela da população não consegue enxergar a clareza dos acontecimentos….inclusive cronologicamente.  Basta acompanhar os fatos com as atitudes que ele tomou. 

  7. se nem o adovogado do delator

    se nem o adovogado do delator ouviu, tudo passa a ser mera invenção da veja e deste acaso.

    se o advogado é tucano e desmente a acusação

    só um ingenuo acreditaria no que um delator teria

    ou não dito nestas alturas do campeonato.

    só aceitam  aqueles que já tem um ódio exacerbado

    contra o pt e aceitam qualquer coisa para demonizá-lo.

    mas estes têm problemas que só o tempo há de saná-los.

  8. Esses depimnetos me deixaram

    Esses depimnetos me deixaram ver claramente do que acontecia. Alguém ligava em nome de outro e pedia a grana, sem verificar se a pessoa mesmo tinha pedido e nem pedir documento assinado por este. Assim dado que em paraíso fiscal se pode abrir conta apenas dando um nome sem compravar nada, por exemplo, alguém pode ter  aberto conta em nome de Lula e depois ligou para esse pedindo que depositasse nessa.

  9. E ainda tem 2 jatinhos para

    E ainda tem 2 jatinhos para esta famíglia esplicar . . . . . além lógico do contrabando de lixo em pneus . . . . pesada esta quadrilha . . . . . .

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