Delegado quer mudar depoimento de ciclista que atropelou idoso

 
Jornal GGN – Para o delegado do 23o Distrito Policial, o ciclista que atropelou o aposentado Florisvaldo Carvalho Rocha “pode ter se confundido” ao dizer que não estava na ciclovia, e sim na rua, no momento do acidente.
 
No depoimento, o administrador de empresas Gilmar Raimundo de Alencar, de 45 anos, condutor da bicicleta, diz que entrou na Avenida General Olímpio da Silveira alguns quarteirões antes do ponto da colisão, e que, como já sairia da via, optou por não pegar a ciclovia, continuando na rua.
 
“Ele deve ter desviado da pilastra e atingido a vítima, não tem como ele estar na rua”, insistiu o delegado Lupércio Dimov. A reconstituição do caso será nesta sexta (21).
 
Do Estadão
 
Polícia suspeita que atropelamento de zelador tenha acontecido em ciclovia
 
Um dia após dizer que o delito havia ocorrido na rua, delegado afirma que ciclista ‘pode ter se confundido’; reconstituição será nesta sexta­-feira 
 
O delegado Lupércio Antônio Dimov, titular do 23.º Distrito Policial (Perdizes), que investiga o atropelamento e morte do zelador aposentado Florisvaldo Carvalho Rocha, disse nesta quinta­feira, 20, que o ciclista que atingiu a vítima “pode ter se confundido” ao dizer, em depoimento, que não estava na ciclovia, mas sim na rua, na hora do acidente. O crime ocorreu sob o Minhocão, em Santa Cecília, no centro, na tarde de segunda­-feira. 
 
O posicionamento é diferente do que o delegado havia dito na quarta, quando deu as primeiras entrevistas sobre o caso. “Pode ter alguma confusão por parte dele. Devia estar na ciclovia, até porque não tinha como ele acertar a vítima se estava na rua”, declarou o delegado. Nesta quarta-­feira, o policial não havia questionado o depoimento do administrador de empresas Gilmar Raimundo de Alencar, de 45 anos, condutor da bicicleta. O ciclista foi interrogado no começo da tarde. 
 
Defensora de Alencar, a advogada Juliana Alencar de Andrade Silva disse que não há nenhum novo elemento que justifique a desconfiança da polícia com relação às informações prestadas pelo administrador de empresas. “Nada mudou em relação ao depoimento oficial que ele já prestou.” 
 
Alencar afirmou à polícia e a jornalistas que, no dia do acidente, voltava de um almoço no centro e havia entrado na Avenida General Olímpio da Silveira alguns quarteirões antes do ponto da colisão. Disse que, como já sairia da via, optou por não pegar a ciclovia, permanecendo na rua.
 
Ele informou ainda que trafegou pela faixa da direita até o trânsito fechar, quando então mudou para a faixa à esquerda, exclusiva para ônibus. Foi nesse instante que Rocha apareceu em sua frente, sendo atingido. 
 
“Ele deve ter desviado da pilastra e atingido a vítima, não tem como ele estar na rua. Ele se confundiu”, insistiu o delegado, nesta quinta. Ele recusou acesso ao depoimento formal de Alencar. “Está sob sigilo”, afirmou. 
 
Investigação. A reconstituição do caso está marcada para as 14 horas. Segundo o delegado, os peritos farão um tipo de laudo chamado Croqui Dinâmico do Evento, que verificará as informações prestadas pelo ciclista. O ciclista confirmou que participará da reconstituição e levará sua bicicleta – que não ficou danificada no acidente. À polícia, o administrador teria afirmado que acreditava estar a uma velocidade de cerca de 20 km/h. “É a perícia que vai dizer como foi o atropelamento. Ele (Alencar) vai lá, é fotografado, e os peritos analisam”, explicou Dimov. 
 
A Polícia Civil pretende ouvir, também amanhã, outras duas pessoas: o filho de Rocha e a síndica do prédio em que o zelador aposentado vivia. 
 
Estatística. Na manhã desta quinta­feira, durante reunião do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT), o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, declarou que, não fosse a cobertura da imprensa e a manifestação da população nas redes sociais sobre o caso, a morte de Rocha seria “mais um atropelamento na cidade, como acontece todos os dias”. 
 
“Teve essa repercussão toda primeiro porque foi um idoso, segundo porque foi um ciclista, terceiro porque tem uma ciclovia embaixo do Minhocão. Não fosse isso, seria mais um noticiário de rodapé que a gente vê, infelizmente”, disse o secretário, completando o raciocínio dizendo que “ia virar um número”, não fosse a repercussão. 
 
A ciclovia vem sendo criticada por haver pontos cegos que trariam insegurança. O secretário afirmou também que a Prefeitura “não vai se conformar” com o acidente. 
 
“Temos de buscar mecanismos para que isso não aconteça mais.” Para Tatto, uma série de fatores levou à colisão do ciclista com o idoso. Tatto diz acreditar que, antes da política de implementação de ciclovias na cidade de São Paulo, os ciclistas eram “invisíveis”. “Eles existiam, mas as pessoas faziam conta de que não.” 
 
Redação

24 Comentários

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  1. Que mundo hipócrita meu

    Que mundo hipócrita meu Deus.

     O réu no caso é a ciclovia. 

    A ciclovia mata… Ciclovia assassina..

    Haddad matou um senhor com uma ciclovia,,, 

    Haddad pegou uma ciclovia, pintou de vermelho sangue para disfarçar e matou um pedestre a sangue frio,,,

    As mlhares e milhares de morte no transito nao vem ao caso não é.?

  2. É ridículo, mas é a imprensa paulista.

    Eles já estão fazendo a campanha do adversário de Haddad, seja ele quem for. Como as ciclovias são um sucesso, Folha e Estadão estão em campanha contra elas. Tentam mostrar que são “perigosas”.

    Carros, motos e até caminhões invadem a ciclovia e, ao invés de culpar os criminosos que assim fazem, ou cobrar o policiamento, eles responsabilizão o Haddad por criar um ciclovia que pode ser invadida por outros veículos.

    Ontem, na Folha, um “especialista” consultado declarou que em função do acidente que resultou na morte do idoso, os responsáveis pela ciclovia deveriam responder criminalmente.

    É ridículo, mas é a imprensa paulista.

  3. Em uma guerra a primeira

    Em uma guerra a primeira vitima e a verdade.

    A politica basicamente é uma guerra não declarada, alguns estão em combate outros não acreditam nem que ela exista.

    Tudo isso para atingir Haddad?

    Sim eu defendendo um petista, não faça aos outros o que você não quer que seja feito a você e o básico da civilização.

    A esquerda já faz guerra politica a muito tempo,a direita agora que começou a reação, mas não deve replicar os mesmos métodos sujos da esquerda.

     

     

        1.  
          Se vosmecê aliançaliberal

           

          Se vosmecê aliançaliberal fizer essa mesma pergunta ao Demóstenes Torres. Outro cafajeste, parceiro, e correligionário da mesma estirpe dos citados. Sua aliança com o rebotalho que imagina prestar, vai entrar em profunda crise moral.

          Orlando

        2. Por que será que Aliança

          Por que será que Aliança Liberal, um estudioso das ideias racistas disseminadas pelo Inst. Mises, é admirador de Caiado e Bolsonaro?

          Esses defensores da ditadura são um exemplo da sociedade “liberal” que Aliança defende.

  4. Meus sentimentos a familia
    Meus sentimentos a familia desse senhor.
    Essa tipo de fatalidade tem que ser cinsiderada pelos “cientistas” que desenham as ciclovias.
    Eu não acho que didir a calçada com bicicletas seja uma boa idéia. Bicicletas chegam a 30km por hora fácil. Qualquer impacto, machuca e pode ser essa fatalidade.
    Eu acredito no depoimento do ciclista.

    1. Poucos são os ciclistas que

      Poucos são os ciclistas que chegam a 30km/h, e os que fazem isso estão errados. Como qualquer via pública, ciclovias têm um padrão de comportamento que deve ser imposto. Não é local para treino de alta performance, por exemplo.

      Nesse caso, há diversas circunstâncias que têm que ser consideradas. 1. pedestres são o elo mais fraco e devem ser protegidos; 2. a faixa de pedestres estava sendo ignorada, pessoas atravessando em qualquer lugar; 3. a ciclovia virou calçada e muitos caminham por ela e se expõem ao risco, até em locais de pouco espaço de passagem; 4. Você não tinha o fluxo de pedestres por lá, antes das obras da ciclovia.

      As partes vão se adequar, mas isso não significa que inexistirão acidentes. São 500+ atropelamentos por ano, uma hora aconteceria, infelizmente. Ainda mais com todas as partes assumindo comportamentos arriscados.

       

       

      1. Seria uma oportunidade ótima para…

        voltar  aquela campainha mecãnica do tempo de nossos avós:   ao andar em via movimentada  ou com pedestres a vista, acione-a como se fosse uma ambulância  e  todomundo sai da frente……bicicleta-ninja  é que não dá mais !!!

        simples assim,,..

  5. Avesso do avesso…

    Pelo que eu entendi, o ciclista declarou estar na rua depois de ter sido noticiado que ele estava na ciclovia.

    Cooptação de quem?

    1. O cara deu um depoimento

      O cara deu um depoimento OFICIAL na delegacia, dizendo que estava na rua, não na ciclovia. O depoimento está lavrado nos autos. Se a imprensa divulgou que ele estava na ciclovia, quem está cooptando quem?

  6. Algumas considerações sobre o

    Algumas considerações sobre o caso:

    – Aquela ciclovia, desviando de pilastras, ficou realmente esquisita.

    – Todos os dias, morrem dezenas de atropelados por automóveis. Na primeira vez no ano em que morreu alguém atropelado por uma bicicleta (!), vira manchete de jornal. Motivação política? Imagine.

    – Aparentemente, o delegado presenciou o acidente, já que está desmentindo a versão do próprio ciclista.

  7. Ciclista e Honesto

    O ciclista é um administrador de empresas de 45 anos.

    Não deve ser um idiota.

    É inclusive muitíssimo honesto.

    Seria muita mais fácil para ele admitir que estava na ciclovia. Ganharia de imediato a simpatia

    da mídia, delegados e juízes.  E ainda poderia botar toda a culpa na “ciclovia comunista”

    Ao se comprometer a dizer a verdade, está sujeito a responder por algo mais sério pois estava

    circulando na rua, quando havia uma ciclovia ao lado.

    Parabéns á atitude desse ciclista.

    A tragédia aconteceu. Apenas mais uma entre as dezenas de pessoas que perdem a vida todos

    os dias nas ruas de SP.

    O destaque só houve por causa das benditas “ciclovias do Haddad”.

    Esse joiguinho da mídia já encheu o saco,

    Desprezível.

  8. Não ví na Mídia: A informação que aquele ponto tem barramento do

    dois lados da ciclovia justamente pra impedir passagem de pedestre.

    Isso foi muito bem feito , se não existisse tal barramento lateral na pilastra aí sim podeeríamos reclamar da ciclovia.

    è necessario sinalização(para o ciclista) em todos os pontos das ciclovias que tem passagem autorizada de pedestre.

  9. Bandnews

    Vi esse caso na Bandnews ontem, e citaram outro caso, de um ciclista que foi atropelado por uma van quando entrava em uma ciclovia, e morreu.

    Claro, culpa da ciclovia.

    Hoje voltaram ao assunto, mesma reportagem de ontem, com um adendo: a mãe do rapaz atropelado pela van chorando e dizendo que a culpa era da ciclovia.

     

    Os carros não matam mais ninguém? 

    Pelas regras do CNT,  automóveis devem manter distância das bicicletas.

  10. Olha a solução imediata para o risco no Minhocão…

    Basta  a colocação de mini-lombadas junto  às pilastras.

    Isso fará com que os ciclistas reduzam a velocidade ( quase parem ) e  possam ver e ser vistos  pelos pedestres  mesmo a  1m das pilastras…..

    Rápido, barato e  de fácil instalação…..Só ao lado das pilastras é o suficiente….

  11. lombadas na ciclovia

    É preciso ser mais epecífico, não se trata de criticar genericamente as ciclovias e tampouco de defende-las cegamente, tal atitude inclusive dificulta as mesmas de serem aperfeiçoadas…

    E no caso desta ciclovia da Amaral Gurgel, ela realmente ficou perigosa para os pedestres, especialmente por irrresponsabilidade de alguns ciclistas, que nela trafegam em alta velocidade. 

    O pedestre que cruza a Amaral Gurgel (avenida de duas vias) nos cruzamentos e obedecendo aos  semaforos, inevitavelmente tem que atravessar as ciclovias,  justamente nos pontos cegos formados pelas pilastras…Concordo com a sugestão de fazer lombadas um pouco antes das pilastras.

    Outra coisa, se um pedestre está caminhando embaixo do viaduto, a cada pilastra (pontos cegos…), ele forçosamente tem que caminhar sobre a ciclovia por alguns metros, pois não foi deixado espaço de passagem para os pedestres.

  12. Muito estranha

    Não quero criar nenhuma suspeita contra o delegado, mas torna-se muito estranha a sua mudança de posicionamento sobre o relato do ciclista. Sabemos de cor que São Paulo é uma selva tucana e o que município de São Paulo, quando é governado por não tucanos sobre bombardeios incessantes de políticos, da imprensa, do empresariado e até do judiciário. Porém, com muita dignidade, competência e inteligência, Fernado Haddad tem se saído cada vez melho r mais forte.

  13. Delegado Lupércio Antônio Dimov altera documentos publicos

    O delegado Lupércio Antônio Dimov, antigo titular do 1 DP de Santo André, seria de prache vindo dele alterar documento publico, para ganhar umas migalhas de suborno, o mesmo ex-delegando de Santo André recebia dinheiro de caça niquel e casas de prostituição, acusava pessoas inocentes somente para dar ganho de causa em suas diligencias, o mesmo possui varias midias em seu nome que ele mesmo se alto promove, nenhum site de com credibilidade de informação fala bem dele.

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