Dilma define o norte: voltar ao governo e convocar novas eleições

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Presidente afastado pelo processo de impeachment, Dilma Rousseff disse em entrevista publicada pela BBC Brasil, nesta segunda 1/8), que sua proposta é retornar ao governo e convocar um plebiscito para antecipar a eleição presidencial. Segundo Dilma, é isso que constará na carta aos brasileiros que ela pretende publicar nesta semana. A estratégia é a única que poderia fazer senadores indecidos sobre o impeachment derrubar o “golpe” e ajudar Dilma a fazer o plebiscito.

Para isso, além de derrotar a equipe de Temer no assédio aos senadores, Dilma teria de conseguir aliados para vencer uma segunda etapa: fazer que o plebicisto seja aprovada via PEC (proposta de emenda à constituição) por maioria simples (metade mais um dos que estiverem presentes na sessão) no Senado. Aliados de Temer afirmam que ele já possui mais de 54 votos necessários para afastar Dilma definitivamente.

Dilma reconheceu que o plesbicito é a única proposta que poderia restabelecer a democracia e devolver a decisão sobre o futuro do país ao povo, uma vez que, com o impeachment sem crime de responsabilidade provado, o que se vê é uma “eleição indireta”.

Pesquisas recentem indicaram que a maioria dos brasileiros quer novas eleições ainda neste ano. Apesar disso, há setores do PT e alguns movimentos sociais que discordam da medida, o que atrasou uma definição por parte de Dilma.

A presidente afastada também disse que não vê no interino Michem Temer a “grandeza” necessária para firmar com ela um pacto de renúncia para viabilizar as novas eleições antecipada. Por isso, ela descartou a atitude.

Quando você tem um julgamento de um presidente sem crime de responsabilidade, nada mais oportuno do que esse presidente gentilmente sair da pauta. Não renuncio. Eu volto para o governo e faço um plebiscito. É essa a proposta. Não tem hipótese de eu fazer esse gesto tresloucado: renunciar”, afirmou.

“Eu acho que eu vou ser conhecida também como a primeira (presidente) mulher que, apesar de tudo, não deu um tiro no peito, e também não renunciei”, reforçou Dilma, “afastando a sombra de Getúlio Vargas”.

“Estou defendendo um plebiscito porque quem pode falar o que eu devo fazer não é nem o Congresso, nem uma pesquisa, ou qualquer coisa. Quem pode falar é o conjunto da população brasileira que me deu 54 milhões e meio de votos”, afirmou.

Ela também disse que quer “muito ir” ao Senado fazer a própria defesa, e isso deve ocorrer na fase final do impeachment, quando a sessão será presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.

Questionada sobre se a eleição antecipada poderia criar mais instabilidade política, Dilma rebateu: “Essa argumentação foi a última que a ditadura militar fazia. ‘Sabe por que a gente não pode fazer eleição? Primeiro, porque causa instabilidade política; segundo, o povo não é capaz de votar e escolher devidamente; terceiro, nem sempre a maioria é lúcida’. Essas três razões nós deram 20 anos de ditadura”.

Na quinta (4), a comissão especial do impeachment deve aprovar o relatório do tucano Antonio Anastasia contra Dilma. Eles sustentam que ela cometeu crime de responsabilidade fiscal. O Ministério Público Federal, contudo, analisou seis tipos de pedaladas de Dilma e concluiu que não havia dolo, crime fiscal nem desrespeito ao Congresso nas medidas adotadas por Dilma.

O julgamento final deve sair em setembro.

Com informações da BBC Brasil

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

22 Comentários

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  1. A se confirmar, nunca

    A se confirmar, nunca entenderei novas eleições apenas para a presidência.

    Isso seria jogar meu voto no lixo.

    O problema político brasileiro é o congresso.

    Claro que estabelecida situação de crise pode se pensar em antecipar eleições … GERAIS.

    Já pensou, por exemplo, elegermos o Lula para tentar governar com esse parlamento?!?

     

    1. Calamidade pública

      O PMDB é a “calamidade pública” do Rio de Janeiro.

      Este parlamento do PMDB é uma calamidade pública.

       

    2. Concordo

      E não apenas isso.

      O plebiscito teria que ser amplo, incluindo reforma política e eleição de constituinte especial, com duração limitada até 2018 e sem direito a reeleição.

  2. Dilma está se movimentando muito pouco pelo Brasil. Ela deveria

    Dilma está se movimentando muito pouco pelo Brasil. Ela deveria estar visitando todos os Estados brasileiros para denunciar o golpe e angariar apoio da população brasileira. Desde quando foi lançada a campanha para financiar suas viagens ela visitou apenas quatro Estados (Pará, São Paulo, Piauí e Sergipe).

    Ela deveria visitar um Estado por dia no mínimo até a votação final do golpe!

  3. É de se rir!

    1. Se quer um plebiscito para novas eleições, então por que se candidatou às últimas? Para não cumprir o mandato?

    2. Se quer propor novas eleições, então é sinal de que reconhece que não tem mais condições para governar. Então, por que não deixar correr o impeachment ou então renunciar?

    3. A essas alturas do campeonato propor isso?… casuísmo? oportunismo? ou falta de projeto?

    4. Se isso é parte de uma iniciativa “democrática”, por que não foi apresentado para ser construído a tempo, com a companhia, apoio e cumplicidade de outras forças e movimentos populares?

    Por tudo isso, parece que a Dilma não é nada mais que uma bola murcha que não sabe mais aonde quicar.

  4. Pelo que entendi, a opção da

    Pelo que entendi, a opção da presidenta Dilma em convocar o plebiscito é uma condição para que alguns senadores votem contra o impeachment. Não porque ela defenda essa tese. É a luta pela chance mínima existente para voltar ao cargo que lhe foi dado legitimamente pelo povo brasileiro. E tomado via golpe. Mesmo assim, não está garantida a volta dela, pois o acordão das elites dominantes ganha força a cada dia. O golpe reuniu os diversos setores das classes dominantes, que controlam as instituições, incluindo o congresso, e contou, obviamente, com os lobotomizados da classe média. Verdadeiros analfabetos políticos.

  5. Se é pra ter novas eleições,

    Se é pra ter novas eleições, Dilma tinha que ter, antes da votação do impeachment no congresso (que blasfêmia chamar aquilo que vi de congresso ) dizer que ela era favorável a eleições pra presidente. E que a constituição prevê isso = com a renúncia dela e do vice, em 90 deve haver novas eleições pra presidente. Claro que Temer não teria forças pra dizer que não renunciaria = ele seria devorado pelos tucanos (dossiês contra Temer iam vir à tona em segundos ). E aí Lula se canditataria e poderia até voltar a ser presidente – pelo menos haveria algum traço de chance disso. Enfim, se evitaria que o que há de mais reacionário no Brasil em todos os setores recebesse a presidência da república de mãos beijadas. Infelizmente, Dilma em nenhum momento consegue dar a resposta mais adequado e no timing correto. Isso lhe custou um doloroso impeachment capitaneado pelo que há de mais podre na política – e pode custar ao país um retrocesso que fará os militares morrerem de inveja, pois os milicos puseram o país nas trevas tendo que usar da violência, rasgando a consituição, enquanto Temer e sua gangue fazem isso tudo legalmente, como atesta o nosso STF ( que blasfêmia chamar aquilo de suprema corte). O horror do horror, enfim. 

  6. “Aliados de Temer afirmam que

    “Aliados de Temer afirmam que ele já possui mais de 54 votos necessários para afastar Dilma definitivamente”

    Alguém está mentindo, mais de 54 votos, só se alguém que não votou pela admissibilidade agora vai votar pelo impeachment.

    Admissibilidade – 55 pró

                             22 contra

                               4 não compareceram.

    Ou eles estão contando com os 4 votos que não compareceram na primeira votação, ou com alguma traição nos que não votaram pela admissibilidade.

    Acho pouco provável que os 22 que votaram contra a admissibilidade mudem de voto agora, pois a maioria é de esquerda.

    É mais fácil a traição partir do grupo dos 55 pró, simplesmente não comparecendo à votação.

    Agora, certeza mesmo só no dia da votação. Acredito que as ruas poderá influenciar alguns senadores.

    Os Democratas terão que conviver com essa agonia até o dia da votação.

  7. O GGN nos posts anteriores,

    O GGN nos posts anteriores, garantiu que a Dilma tinha jogado à toalha e o PT/Lula tinham desistido.

    Alguém está sendo enganado.

  8. Será que todos desaprenderam a ler?

    No artigo está claro que se Temer tiver a grandeza de fazer um pacto pela renúncia da chapa, ela concorda.

    “A presidente afastada também disse que não vê no interino Michem Temer a “grandeza” necessária para firmar com ela um pacto de renúncia para viabilizar as novas eleições antecipada. Por isso, ela descartou a atitude” .

  9. Dilma só volta

    com uma revolta popular violenta… quebrar tudo, congresso, STF, MPF e e o escambau, só assim.

    Pelas mão desse senado canalha ela não volta mesmo, nem também pelas mãos do STF.

    Fora disso é apostar muito na seriedade desses pulhas.

    1. Penso que não há
      Penso que não há alternativas para a Presidente. Com esse ato, atrairia o campo popular de esquerda e enfraqueceria os golpistas. Não há outra saída.

  10. Até que enfim

    Dilma pedir plebiscito é a coisa mais acertada. Se não tem condições de lidar com o serpentário que virou o Congresso, e não tem mesmo, que deixe pra outro resolver. Ou alguém quer que ela chame o Zé Cardozo de volta para o Ministério da Justiça?

    O perfil de Dilma não bate com o perfil de guerra, bate mais com uma dona de casa que frita omeletes em programas televisivos. Para enfrentar este  Congresso, é preciso um Ciro no mínimo.

    Nada de errado em fazer um recall eleitoral, Dilma não mudou, a situação politica no Brasil é que entrou em mares turbulentos após as eleições de 2014, para enfrentar a tempestade perfeita, o mar em fúria, precisamos de um capitão do nível de Shackleton, no mínimo.

    Que venham as eleições.

     

  11. Luta Pacifista

     

    Nenhuma convulsão social, nenhuma raiva, nenhum quebra quebra resolverá nada, só irá deflagar um novo AI-5 no Brasil. Foi-se o tempo que Revoluções se resolviam com povo na rua, como o foi na queda da Bastilha. Mesmo na Revolução Francesa, o povo foi só coadjuvante, os verdadeiros responsáveis pela vitória foram General Napoleão com seus exércitos, e a burguesia francesa, que o financiava. Hoje em dia, existem armas muito mais potentes do que na Revolução Francesa que os Estados usam contra manifestantes e povo. Protestos violentos são loucura, e só igualam uma pessoa a um coxinha sem Dignidade.

    A única forma de protesto que resolve nos tempos modernos, é a luta pacifista, como fez Mahatma Ghandi, com jejuns, e sem violência. Muito mais Digna e Honrada.

    ———–

     

    O Verdadeiro Mestre Zen, sabe que o verdadeiro inimigo a ser vencido não está nos outros, mas em si mesmo. A guerra está dentro de nós. A única batalha real a ser vencida é a pela Serenidade e Paz Interior.

    Provavelmente, se Mahatma Ghandi estivesse aqui, iria jejuar até a morte, pelo fim do desemprego.

    1. Nossos pobres só deixaram de

      Nossos pobres só deixaram de fazer jejum Pacífico com Lula, e enquanto passaram fome nada foi resolvido.

  12. Tolice da presidenta. Se é

    Tolice da presidenta. Se é pra voltar, é pra terminar mandato eleito legitimamente. Essa história de eleições antecipadas é revestida de non-sense. Voltar pra ser Rainha da Inglaterra com faca no pescoço.

    Só existe duas opções: ou volta ao cargo, ou volta pra casa.

    1. tolice…

      Agora Dilma? Agora esquerda? Nunca houve um projeto de país ou de governo. Exisitu um projeto de poder. A redemocratização, a nova Constituição foram falácias que prioduziram uma infima parcela de algo próximo a democracia.  Como qualquer país civilizadamente democrático deveriamos ter parlamentarismo com todas as suas reponsabilidades agregadas. Então cairia todo governo Dilma ou Collor ou outro qualquer e novas eleições forçariam a estabilidade política. A pressão da vontade popular exercida aí sim de forma impositiva nas urnas. Agora eleições? Agora plebiscitos? Hipócrtas, na ânsia pelo poder paralisaram este país desde a década de 1980  E o pior, estamos retrocedendo para lá novamente.

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