Dilma diz que rebaixamento não é “catástrofe”, e Lula, “que não significa nada”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O ex-presidente Lula e sua sucessora no Planalto, Dilma Rousseff, minimizaram nesta quinta-feira (10) a notícia de que a agência de classificação de risco S&P rebaixou a nota do Brasil, retirando do País o grau de investimento e a marca de bom pagador. Segundo informações do Estadão, Lula, em passagem por Buenos Aires, disse que o rebaixamento “significa que apenas a gente não pode fazer o que eles querem. A gente tem que fazer o que a gente quer.”

Lula ainda teria dito que acha “muito engraçado” que a agência de risco tenha tomado essa decisão agora e criticou que os mesmos critérios não são usados para “países quebrados da Europa.”

O Estadão lembrou que, em 2008, quando o Brasil ganhou grau de investimento pela S&P, o então presidente disse que isso era uma conquista do povo brasileiro. “É uma vantagem extraordinária nesse mundo globalizado”, apontou. 

Já Dilma teria dito, durante reunião emergencial com sua equipe de coordenação política, que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil não configura um “cenário catastrófico” para o País. No entanto, ela teria pedido urgência no anúncio dos cortes de gastos públicos que o governo fará para demonstrar que está disposto a cortar na própria carne para garantir desempenho adequado na economia.

Do lado da oposição, senadores e deputados aproveitaram o rebaixamento do Brasil para reafirmar que Dilma não tem mais condições de governar. Uma frente suprapartidária que busca o impeachment via Câmara foi lançada hoje pelo PSDB, DEM, PSC, PPS e alguns membros do PMDB. 

No Twitter, o senador Roberto Requião (PMDB) observou que “apesar da aparente chantagem da Standard, a chinesa Dagong dá nota A+ para o Brasil.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

17 Comentários

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  1. A história da perda do
    A história da perda do “investment grade” português

    Após a perda do grau de investimento do Brasil pela S&P, um grande alvoroço se formou na imprensa e nos mercados. A catástrofe anunciada haveria acontecido.

    Mas como foi a história da perda do investment grade em outros países?

    Uma das mais ilustrativas é a de Portugal, que perdeu o investment grade em julho de 2011 e desde então ainda não o recuperou.

    Antes da quebra do Lehman Brothers, Portugal vinha pagando um rendimento em torno de 4% nos títulos de 10 anos. Com a perda do grau de investimento, o rendimento pago por esses títulos saltou de 10,93% em 30 de junho de 2011 para 16,42% em dezembro de 2011. Cabe lembrar que não houve impacto durante o mês de julho que encerrou com rendimento de 10,79%, abaixo do registrado no último mês de investment grade.

    Desde então, o “junk” dos títulos portugueses, que ainda não possuem o grau de investimento, reduziram seus rendimentos para 1,83% em janeiro de 2015, muito abaixo dos tempos de bom pagador. Ainda neste ano, Portugal viveu uma situação inusitada quando seus títulos de 6 meses tiveram rendimento negativo, ou seja, o mercado estava pagando para emprestar a Portugal.

    Salta aos olhos nesse processo a enorme lentidão das agências de rating, que apenas sacramentaram os movimentos do mercado. A maior alta nos rendimentos dos títulos portugueses ocorreu antes do fim do selo de bom pagador. Em 2011, enquanto as agências de rating e os mercados davam chiliques, Portugal conseguiria reduzir o déficit público praticamente pela metade.

    A história portuguesa é bastante elucidativa ao mostrar que o rating tem um impacto mais sobre o curto prazo do que no longo prazo. De fato, a dinâmica interna das políticas monetárias e fiscais é mais importante que a avaliação de risco. Ao mesmo tempo, a história portuguesa também evidencia o completo despreparo dessa agências.

  2. Agências sem credibilidade

    Agências sem credibilidade alguma …

     

    Todas sem exceção são ferramentas do neoliberalismo e portanto sem credibilidade.

    Todas deram notas triplo AAA para titulos nem valiam o papel que foram impressos.

    Todas estão fazendo acordo bilionários com o governo americano para fugir das responsabilidades da crise de 2008.

    Portanto todas não tem credibilidade alguma.

    Este tipo de agência só terão credilidade quando não estiverem atreladas a bancos de investimentos de um certo país.

    Enquanto isto só servem para chantagear e gerar crises a serviço do capital americano, nada mais.

     

  3. O capitalismo não perdoa

    “significa que apenas a gente não pode fazer o que eles querem. A gente tem que fazer o que a gente quer.”

    Como brasileiro torço para que Lula tenha razão. Mas o capitalismo é cruel e não perdoa os supostamente mais fracos e  não alinhados com o mundo ocidental do hemisfério norte.

  4. Deputados questionam

    Deputados questionam credibilidade da Standard & Poor’s para rebaixar Brasil

    A agência foi condenada a pagar multa de US$ 1,37 bilhão às autoridades americanas por enganar investidores sobre a qualidade dos créditos imobiliários nos Estados UnidosDeputados questionam credibilidade da Standard & Poor’s para rebaixar BrasilPOLÍTICA#GrauDeInvestimento Por: Agência PT, em 10 de setembro de 2015 às 09:15:41Com a credibilidade abalada por seu papel desastroso durante a crise financeira internacional iniciada em setembro de 2008, a Standard & Poor’s divulgou relatório nesta quarta-feira (9) rebaixando a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil de “BBB-” para “BB+”.Após condenação judicial anunciada em fevereiro deste ano, a S&P terá de pagar multa de US$ 1,37 bilhão às autoridades americanas por haver enganado investidores sobre a qualidade dos créditos imobiliários “subprimes”, especialmente do banco Lehman Brothers, cuja falência deu início à crise financeira que teve como epicentro a economia dos EUA.Segundo o deputado Enio Verri (PT-PR), a Standard & Poor’s, ao reclassificar o Brasil, assumiu uma postura precipitada e equivocada na avaliação que fez acerca do nosso cenário econômico, repetindo a mesma conduta enganosa durante a crise financeira internacional que lhe custou pagar multa bilionária.“Quando uma agência faz uma análise desse tipo, ela tem que considerar também o cenário futuro a partir das medidas que estão sendo adotadas no momento atual. Embora os números não sejam favoráveis agora, o governo está tomando as atitudes para fazer o enfrentamento. E isso não foi considerado”, detalhou o deputado, que é professor licenciado do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá.“O próprio relatório da agência deixa claro que os motivos do rebaixamento são eminentemente políticos”, acrescentou Verri.O deputado Ságuas Moraes (PT-MT), um dos vice-líderes da bancada petista, também reforçou o argumento segundo o qual o grave erro cometido pela agência em 2008 compromete sua credibilidade para rebaixar a nota do Brasil. “Essa avaliação não pode servir como parâmetro e como palavra final e decisiva acerca dos efeitos da crise no País. Estamos num processo de crise mundial e os indicadores mostram que ela atingiu bem menos o Brasil que outros países mundo afora. É, de fato, mais um equívoco da agência”, rebateu Ságuas.“O Brasil tem a 7ª maior reserva cambial do mundo, é credor do FMI, fundador do banco dos BRICS e o 5º maior destino de Investimento Estrangeiro Direto do mundo. Nada disso é levado em conta para essa avaliação?”, completou o vice-líder petista.

     

  5. Confitos?

    “É O QUE A PRESIDENTA PENSA? E AGORA?

    “Lula diz que ajuste fiscal significa corte de salários e de empregos”

    “Para Lula, os programas de ajuste só fizeram aumentar as dívidas dos países que tentaram cortar gastos, e usou como exemplo o que, segundo ele, ocorreu na Europa e nos Estados Unidos.”

    http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/09/1679977-lula-diz-que-ajuste-fiscal-significa-corte-de-salarios-e-de-empregos.shtml

  6. Se fosse uma agência honesta ok! Mas não é, vende notas.

    Essa agência especula com suas notas, e há petroleiros bilionários pagando alto por uma maquiagenzinha nas notas de crédito dela. Outra coisa que salta aos olhos, no regime de partilha quem controla o óleo retirado do pré sal é a PETROBRAS, e ela saberá certinho quanto óleo é retirado diariamente dos poços do Pré sal. Já na concessão, quem faz toda a operação dos poços são os gringo, e a Petrobras não está presente para saber quanto foi retirado do nosso óleo excelente. Sem falar que sumirão os 30% que deverão ser aplicados em educação. Cunha, senadores e deputados e toda a oposição, ficaram aqpavorados com o rebaixamento das notas, só estão fazendo o que seus clientes, petroleiros bilionários anglo americanos querem e vão levar nova multa, lá nos EUA por manipulçarem notas de crédito ao sabor dos clientes.

  7. Claro, quando a nota se eleva

    Claro, quando a nota se eleva isso é fruto do governo muito benigno de Lula e Dilma.  Quando a nota cai, a culpa é dos malvados de sempre que não gostam de petistas.

    Sobre o executivo causar esse rebaixamento mandando um orçamento que não corta despesas mas aponta deficit, ou seja que planeja gastar mas não tem como pagar e antes disso mandou o superavit ou a meta de superavit pro brejo, aí se fazem de desentendidos 

     

  8. Eu também fico pensando

    É engraçado como as pessoas mudam de opinião de acordo com is ventos que estão soprando.  O que Lula disse em 2008 quando a agência deu o grau de investimentoao Basil e hoje. Mas é como jà dizia Adenauer: o que interessa o que eu falei ontém ?

    lula em 2008

    “O Brasil vive um momento mágico. Nós acabamos de receber a notícia de que o Brasil passou a ser ‘investment grade’. Eu não sei nem falar a palavra, mas se a gente for traduzir isso para uma linguagem que os brasileiros entendam, é que o Brasil foi declarado um país sério, que tem políticas sérias, que cuida das suas finanças com seriedade e, que por isso, passamos a ser merecedores de uma confiança internacional que há muito tempo o Brasil necessitava.”

    “ O grau de investimento já deveria ter sido dado há muito tempo. Passamos a ser donos de nosso próprio nariz.” 10 de setembro de 2015 – O que Lula diz após a perda do grau de investimento”É importante que a gente tenha em conta de que o fato de que eles diminuíram o ‘investment grade’ de um país não significa nada, significa que apenas a gente não pode fazer o que eles querem.””Eu fico pensando: é engraçado, como é que eles têm facilidade para tomar medidas quando a dor de barriga é na América Latina. Ou seja, todo mundo sabe quantos países da Europa estão quebrados e eles não têm coragem de diminuir o ‘investment grade’ de nenhum país.” 

    1. a s&p perdeu credibilidade

      basta ler a notícia da multa que a s.p. recebeu, que saiu por esses dias, apontada em comentário do edson tadeu abaixo.

      essas agências e, se não me engano, a própria s.p entre elas, deu um triplo “a” para a islândia, uma semana antes dela dar um calote monstro e enfiar o presidente do banco central local em cana em 2009.

      e ficou todo mundo quietinho …

      quando o lula disse aquilo, ele e ninguém sabia mais, no brasil, que essas agências não têm credibilidade nenhuma.

      ele mudou de opinião em relação a elas porque “a verdade é a única filha do tempo”. 

      1. A nota conta, mas o Brasil cresce quando a nota é baixa

         

        Mauro Silva1 (quinta-feira, 10/09/2015 às 18:31),

        Não vejo razão para questionar a validade, confiabilidade, ou credibilidade das Agências de Riscos. Elas existem, há fundos que só fazem investimentos seguindo a orientação dessas Agências. E uma vez ocorrido o rebaixamento da classificação ou o aumento do risco, esses fundos são obrigados por estatuto a retirar o dinheiro do investimento realizado.

        Ainda assim, não custa apontar o que Paul Krugman disse na época que a Standard & Poor’s rebaixou a classificação dos Estados Unidos. Na UOL há o artigo “Standard & Poor’s não tem credibilidade para avaliar dívida dos EUA” de terça-feira, 09/08/2011, há portanto, 4 anos, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/paul-krugman/2011/08/09/standard–poors-nao-tem-credibilidade-para-avaliar-divida-dos-eua.htm

        E vale também a repercussão deste artigo em matéria na Exame intitulada “Paul Krugman chama analistas da S&P de “palhaços’” de segunda-feira, 08/08/2011 (A repercussão deve ter sido com base no texto original de Paul Krugman que deve ter saído no New York Times no dia anterior, da publicação do texto dele no Uol) e que pode ser visto no seguinte endereço:

        http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/paul-krugman-chama-analistas-da-s-p-de-palhacos

        Bem, agora eu como leigo em economia, não fico submetido aos ditames do mercado. E venho dizendo há bem mais tempo que Paul Krugman que essas notas das agências de riscos devem ser tomadas como se a classificação fosse invertida, de cabeça para baixo. Não que eu pense exatamente assim, mas há alguns tipos de classificações de que eu desconfio bastante. Nesse sentido serve como exemplo a classificação da percepção de corrupção em um país. Eu tenho por mim que em um país muito corrupto ninguém no país percebe a corrupção como elevada. Ou pode até perceber, mas não diz.

        Há, entretanto, um dado real sobre as classificações de risco feita por essas agências no que diz respeito ao Brasil. Se você fizer um levantamento vai verificar que sempre que o risco era alto, ou a nota era baixa, iniciava-se um processo de recuperação econômica do país. E o contrário ocorria quando a nota era alta. Pode ser só coincidência, mas pode ser que para nós brasileiros essa nota seja um bom presságio.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 10/09/2015

      2. Sim, eles já erraram. Mas se

        Sim, eles já erraram. Mas se dentro de alguns meses a economia brasileira se recuperar e eles elevarem o grau de investimento do Brasil novamente, quero apostar que a agência vai ter credibilidade nocamente ! E o governo, eufórico.

  9. O Governo Brasileiro não depende de financiamento externo

    A ação da agência Standard & Poor’s em relação é política deve ter ocorrido em função do risco de Impeachment da Presidenta Dilma, já que o Brasil não depende mais  do financiamento externo para rolagem da dívida pública, e a dívida pública em moeda estrangeira, cerca de US$ 70 bilhões, dos quais US$ 42 bilhões no mercado de títulos, representa menos de 7% do total da dívida bruta.

    Mesmo considerando a participação dos estrangeiros não-residentes na DPMFi de cerca de 20%, quase R$ 500 bilhões de reais, o que representa cerca de US$ 128 bilhões com o dólar a R$ 3,90.

    O Brasil deveria aproveitar a oportunidade para vender parte da Reservas Cambias no mercado à vista e resgatar o equivalente em títulos públicos, bem como resgatar antecipadamente parte da dívida externa, o que reduziria significativamente a dívida pública bruta.

    Caso fosse vendido US$ 70 bilhões das Reservas Cambiais no mercado á vista por R$ 3,80 o governo arrecadaria R$ 266 bilhões de reais, além disso poderia resgatar antecipadamente os  US$ 42 bilhões da dívida externa em títulos, restando apenas a dívida contratual.

    Lembrando que a maior parte dos US$ 370 bilhões das Reservas Cambias foram comprados quando o dólar estava abaixo dos R$ 2,00.

     

     

    1. ….
      Um impeachment da presidente Dilma Rousseff não é o cenário base da Standard & Poor’s (S&P), disseram analistas da agência de classificação de risco em teleconferência. Mas se ocorrer, a S&P vai avaliar como isso afeta a capacidade do governo de continuar funcionando. “Se isso acontecer, vamos ver as ramificações disso, o impacto na governabilidade e na execução”, disse o analista S&P Roberto Sifon-Arevalo nesta quinta-feira (10).

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