Dilma reage e disputa presidencial segue em aberto

Jornal GGN – A reeleição da presidente Dilma voltou ao topo das apostas. As recentes pesquisas de opinião aumentam sua vantagem no primeiro turno e diminuem a diferença em favor de Marina Silva no segundo. A mudança começou quando o foco da campanha foi alterado. Lula discursou à militância política e começou a reação: “Nós ficamos economicistas; não nos faltam obras, mas política. Temos que demarcar o campo de classe dessa disputa: é preciso levar a política à propaganda”.

Enviado por Webster Franklin

Uma semana para não esquecer

Saul Leblon

Da Carta Maior

A eleição está longe de ser definida a favor de Dilma. Há flancos preocupantes. Mas quem relativiza o que aconteceu nos últimos 5 dias não entendeu o principal.

A semana termina com uma inflexão na disputa presidencial que devolve a reeleição da Presidência Dilma ao topo das apostas.

A evidência mais óbvia está na convergência das pesquisas.

Mas são as decisões políticas que cavalgam os números.

A elas devem ser creditadas as lições de uma semana para não esquecer –seja para orientar o passo seguinte da atual disputa, ou o futuro que vier depois dela.

Em sete dias, a candidatura progressista passou a ditar o ritmo do jogo: todos os levantamentos apontam na direção de uma vantagem ascendente de Dilma no 1º turno, com liquefação da liderança de Marina na fase final do pleito.

O empate técnico no 2º turno –43% a 42%, com Marina à frente, sinalizado pelo Ibope desta 6ª feira, deixa no ar um leve aroma de virada.

No início do mês, o Datafolha buzinava a hipótese de uma vitória esmagadora de Marina, que àquela altura abria uma vantagem de 10 pontos sobre Dilma no returno da eleição (50% x 40%).

Há uma semana, o Ibope indicava que a vantagem caíra para ainda apreciáveis sete pontos (46% a 39%).

Agora ela foi comprimida em um.

As mudanças na superfície refletem correntezas que antecipam o rumo da marcha.

Por exemplo: a percepção positiva do governo melhorou.

Expressiva maioria dos brasileiros –cerca de 70% do eleitorado—considera a administração Dilma entre regular (33%) e ótimo/bom (38%).

O percentual de ótimo e bom cresceu sete pontos desde junho.

A candidata Dilma ainda enfrenta elevada taxa de rejeição (42%). Mas a Presidenta vê sua aprovação crescer lentamente: ganhou sete pontos para somar agora robustos 48% ( 41% em junho).

São nove pontos mais que a intenção de voto no 1º turno, registrada na última sondagem do Ibope.

O que falta para essa aprovação flutuante se traduzir em apoio efetivo à reeleição?

A pergunta é pertinente diante da mudança observada no humor do eleitorado, mas, sobretudo, das possibilidades abertas por novidades que vieram para ficar.

Os 11 minutos disponíveis pela coligação de Dilma no horário eleitoral abriram uma clareira em uma narrativa econômica articulada à especulação financeira, e determinada a materializar a profecia de uma nação demolida, embora no limiar do pleno emprego.

Um exemplo desse intercurso pode ser constatado nesta sexta-feira.

O BC anunciou uma expansão do PIB de 1,5% em julho –a maior taxa dos últimos seis anos para o mês.

No mesmo dia a Bovespa desabou.

A queda acumulada na semana, da ordem de 6%, vem a ser a maior desde a crise mundial de 2008.

O que explica o paradoxo de uma Bolsa que esfarela quando a economia se expande, e isso é reportado pelo colunismo isento como sintoma de uma economia em estado terminal?

Explica-o a perda de densidade da candidatura ostensivamente simbiótica com os interesses do mercado financeiro.

Mal ou bem, dispõem-se agora de um contraponto ordenado e regular de crítica e esclarecimento das consequências antissociais e antinacionais subjacentes a essas investidas cinematográficas do dinheiro contra a vontade soberana da sociedade.

A lição de que a pluralidade informativa faz diferença no discernimento da sociedade e, portanto, na qualidade da democracia está marmorizada nas pesquisas que sugerem maior receptividade à reeleição da Presidenta Dilma.

A tese conservadora de que a mastigação diuturna do governo refletiria a virtude de uma mídia independente no papel de contrafogo ao poder de Estado, soa, portanto, risível.

Mesmo assim, o site Manchetômetro resolveu fazer a prova do pudim.

E comparou o tratamento dispensado à campanha pela reeleição de Dilma, com a cobertura dedicada a Fernando Henrique Cardoso, em 1998, quando o tucano tentava igualmente um segundo mandato contra Lula.

O resultado (leia nesta pág.) confirma a percepção de um sistema de comunicação que se fantasia de objetividade na tentativa de manter um poder tutelar indevido sobre Presidência, o Congresso, as urnas e o desenvolvimento do país.

A segunda lição da semana não é estranha a essa, mas reveste-a de maior abrangência.

O fato é que a reordenação das intenções de voto em direção à Dilma dificilmente teria ocorrido não fosse a determinação política de usar essa janela de informação para transmitir uma mensagem clara ao eleitor.

Ela foi formatada, como registrou Carta Maior (leia ‘A arca de Marina e o dilúvio antipetista’), depois que a direção do PT fez um balanço crítico da campanha no último dia 5, em São Paulo. Foi também quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso à militância, encarou a perplexidade petista diante da desabalada liderança de Marina nas pesquisas até então.

Em duas frases, Lula esquadrejou a areia movediça ao redor e identificou um pedaço de chão firme onde instalar a alavanca para uma reação: ‘Nós ficamos economicistas; não nos faltam obras, mas política’, diagnosticou para prescrever o antídoto: ‘Temos que demarcar o campo de classe dessa disputa: é preciso levar a política à propaganda’.

A partir de então a essência radicalmente neoliberal embutida no programa de Marina Silva passou a ser floculada do espumoso caudal de 241 páginas .

O extrato obtido foi exposto à luz do sol em uma narrativa pedagógica, determinada a tipificar um a um seus riscos estratégicos e sociais.

Na mesma chave narrativa, a Presidenta Dilma passou a dar nomes aos bois. E ao berrante, que alguns preferem chamar de educadora, embora funcione como um agregador da boiada e de tudo o mais que acompanha o tropel.

A eleição está longe de ser definida a favor do campo progressista.

Há flancos preocupantes.

O Nordeste não é mais uma trincheira coesa; Dilma não terá palanques em estados onde candidatos a governo do PT estarão fora do 2º turno; a mídia e o dinheiro grosso não vão desperdiçar a chance real de vitória à bordo da desfrutável candidata que lhes oferece o carisma que nunca tiveram. Num 2º turno, a vantagem do tempo de televisão desaparece.

É tudo verdade. Mas quem relativiza o que aconteceu nos últimos cinco dias não entendeu o principal.

As adversidades já estavam postas antes. O que mudou e sacudiu as placas tectônicas que pareciam cristalizadas foi uma nova dinâmica política impulsionada por motores que vieram para ficar. Espera-se que fiquem definitivamente no aggiornamento político reclamado por Lula.

O PT e sua propaganda redescobriram que não se faz política sem definir o adversário, dizer o que ele representa, por que deve ser derrotado, as perdas e danos de se entregar o país ao seu corolário de poder.

Isso não é pouco.

Não apenas pelo efeito esclarecedor que exerce na opinião pública, hipnotizada pelo jogral do Brasil aos cacos.

Mas, sobretudo, pelo papel reordenador que tem no discurso progressista, adicionando-lhe clareza, coerência, prumo e um alvo imenso, despudoradamente marcado por metas de natureza anti-popular e antinacional.

Em dúvida, recomenda-se rever a sabatina de Dilma à equipe de colunistas do Globo, realizada na última sexta-feira.

Estava todos lá, as mais ostensivas cepas do conservadorismo midiático, em sua gordurosa peroração de sempre: o Brasil é uma cloaca entupida de corrupção e desgoverno.

Dilma deu-lhes um banho com o sabonete desfolhante da clareza técnica esfregada com a bucha da argúcia política.

Tirou o couro. E expôs a matéria bruta dos interesses por trás da santa inquisição, reduzida a um auditório gaguejante, diante da consistência e desenvoltura da entrevistada.

Confira abaixo. É o corolário encorajador de uma semana para não esquecer:

http://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/sabatinas-o-globo-com-os-candidatos-a-presidente-1.html

 

 

Redação

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  1. Horário eleitoral e atuação nas redes sociais

    Após quase 12 anos de Governos do PT, uma parte do eleitorado não tem a experiência de ter vivido em governo anteriores ao PT, não conhecem o inferno da recessão e desemprego.

    Não é por acaso que a maior parte do apoio ao PSDB e a Marina Silva se dá  na faixa etária até 24 anos, além de não conhecer o inferno da recessão e do desemprego, está parte do eleitorado, não conhece os efeitos perversos do neoliberalismo econômico, como dolarização da dívida pública interna, aperto fiscal, redução dos gastos sociais, fome e redução real dos salários.

    Uma parte do horário eleitoral do PT e da atuação nas redes sociais, aliás onde é grande a participação desta parte do eleitorado, deve ser dedicada ao ataque aos governos anteriores e aos efeitos do neoliberalismo.

     

  2. Dilma continua favoritíssima

    O texto abaixo publiquei em 30 de Junho de 2013 (Atualíssimo) 

    Analistas políticos estão sofrendo de anorexia política

     Sei não, mas tenho a impressão que sei lá…parece que a maioria dos nossos melhores analistas políticos estão sofrendo de anorexia política. Olham para as manifestações de rua e veem cavalos marinho na lua.Para começo de conversa:Dilma é favoritíssima a reeleição – ganhar no 1º ou 2º turno é a questão -. Apenas duas coisas podem impedi-la de ser reeleita. Uma é a morte, a outra é Lula querer ser candidato. Como ele não quer, então que a oposição reze para Dilma continuar viva e que a surra não seja humilhante, porque se ela morrer… aí Lula e o PT esmagam a oposição.Isto esclarecido, vamos ao cerne da questão eleitoral e política em 2014. E qual é o cerne?O cerne é que o tucanato e sua turma estão vendo que Aécio Neves não tem cacife para ser candidato. Pesquisas qualitativas demonstram que o mineirinho pode levar o psdb a perder o posto de eterno vice do PT. No ninho tucano já ruge e para muitos urge pedir socorro a José Serra – na esperança que ele garanta o 2º lugar -.Portanto, que ninguém da oposição e tambem da base aliada se iluda, se empolgue, e se engane com o carcarejar do Pig contra Dilma e o PT. Eles fazem isso para abafar o pânico nas suas hostes.E firinrinfororó, edivigisefinórioTenho dito e repetido, anotem e me cobrem em 2014.

  3. Esse fim de semana foi

    Esse fim de semana foi perfeito, muito feliz, não pelos números apenas, que realmente me deixaram animados, mas, principalmente, pela sabatina, Dilma sabatinou sobre eles, foi genial, alguns pontos que me fizeram rir bastante, quando a presidente fez parecer que a sabatina parecia um talk show, “mas quem é que está sendo sabatinada aqui?” e a melhor “deu um apagão na globo, na globo”.  Dormi o sono dos justos, rsrs

  4. Chegamos a um ponto em que,

    Chegamos a um ponto em que, no fundo bem lá no fundo, até Marina deseja a vitória de Dilma. Porque Marina sabe que não segura a onda, por isso, o choro.

  5. Em 2012 já tinha alertado para os riscos da falta de politica

    “Utopia e Pragmatismo

    27/10/2012

    …”Este “estado de coisas estático” é percebido quando ouvimos as pessoas afirmarem que “não gostam de política”, ou quando observamos a cristalização de um conjunto de noções anti-políticas no senso comum. Esta expressão de tendências indica fenômenos bem mais amplos do que a simples “desinformação”.

    Ao sufocar a utopia e enaltecer o pragmatismo, o mundo pós – moderno estabeleceu mecanismos de reprodução sistêmica e tornou – se autômato, colocando em risco a própria democracia.”…

    Que venha a política

    1. Prezado Assis
      Acho que nós

      Prezado Assis

      Acho que nós tivemos na escola as matérias (OSPB e Educação Moral e Cívica) que foram tiradas da grade curricular quando os neoliberais fizeram a reforma (“pra pior”) da Educação e colocaram a maléfica Progressão Continuada.

      A pergunta que faço é: 

      Porque o PT ainda não reveu isto?

      Perdemos uma grande oportunidade de dar o minimo de educação política a estes jovens que hoje são mentencaptos no que tange a participação da sociedade na politica.

      Abração. 

  6. Finalmente o PT foi à luta

    “O BC anunciou uma expansão do PIB de 1,5% em julho –a maior taxa dos últimos seis anos para o mês. No mesmo dia a Bovespa desabou.”

    O trecho acima é o retrato da esquizofrenia de uma elite que vive da miséria de um povo há séculos. Imaginemos o que estes vampiros fariam com Marina no poder.

  7. Penso que realmente inflaram

    Penso que realmente inflaram Marina ( que tem chances claras..) além

    da conta, o que se lia não era o que se ouvia na rua, no trabalho,no boteco.

    E olha só …a militância nas redes sociais em geral esta muito ativa, parece

    que o pessoal do PSB foi pego com as calças na mão, mesmo a Sra. Neca

    e seu Itaú..aliás aliar um banco ( argh!!) a uma candidatura  é um tanto arriscado,

    quem  tem conta sabe disso. Como já disse nem todo manifestante de 2013 é

    sonhático..BBs..entre outros.

  8. O impressionante da

    O impressionante da entrevista em O Globo foi que a entrevista já começou com pergunta, sem nem focalizarem a Dilma direito, darem um bom dia/boa tarde à Presidenta, algo parecido, nem darem voz à Dilma.

    E dois pontos me chamaram atenção:

    1) Não houve uma pergunta positiva sequer, tudo negativo, o Brasil em frangalhos.

    2) Não houve nenhum elogio sequer, nem pelo pleno emprego, nem pelas políticas sociais e nem pela inclusão de milhões de brasileiros no sistema educacional para qualificação do trabalhador. 

    E Dilma deu uma rasteira em todos os entrevistadores. Foi excelente a entrevista. Para quem assistiu e tem um pouco mais de discernimento das coisas viu o desnudamento pleno da vênus platinada e como seus funcionários são, totalmente, submissos às ordens do patrão e oposicionistas ao Governo Federal em 100% das ocasiões.

    Quem tinha dúvidas da inutilidade de assistir, ler ou ouvir os meios de comunicação vinculados à Globo, no que tange à Economia e à Política não tem mais.

    A entrevista mostrou a urgente necessidade de uma Regulamentação dos Meios de Comunicação e a necessidade de quebra do monopólio da informação, pluralizando vozes e acabando com a propriedade cruzada.

  9. A consequência das jornadas de junho/13

    Não acredito que e eleição acabe no 1°turno. Em 2010, na véspera da eleição, quando inidicativos davam vitoria no 1° turno para Dilma, pressenti que teriamos um 2° turno. A decepção foi grande para muitos militantes naquele domingo, mas eu ja esperava. Dessa vez sera igual e diferente. Acho que teremos um 2° turno mais dificil, bem apertado e o final sera de lagrimas e grandes discursos de parte à parte. O PT e sua militância não podem deixar esse momento historico passar entre seus dedos. Temos que demonstrar com dados e fatos o quanto Marina é uma candidata inconsistente. E fazer isso requer muito mais diplomacia (jogo de cintura) do que parece. Conheço pessoas que estão com odio do petismo-esquerdista, como dizem, pela agressevidade com que se reage nas redes sociais. O momento requer muito cuidado.

  10. DILMA, entre os candidatos

    DILMA, entre os candidatos que se apresentam ao Planalto, é a única pessoa capaz de fechar as fronteiras do Brasil (um dos últimos) à invasão do Capital Especulativo. Já instalou as bases (vinculação da Taxa Selic ao rendimento da Poupança). Falta terminar o que já experimentou, com relativo sucesso em passado recente.

  11. brilhante análise.
    realmente

    brilhante análise.

    realmente uma semana inesquecível, onde vi

    os mais  conscientes ue entendem de economia

     desconstruirem o    papo furado      marinesco.

    é que o sistema midiático hegemonico do tal pig

    consorciado com os intreresses seus e de marina silva

    partiram para uma cobertura  que

    lhes interessava

    isto é, uma cobertura

    sacumé

      daquela ditas matérias humanas,

    vaculhando sentimentalmente a campanha da dona marina,

    humanizando-a mais do   que o normal.

    enquanto isso so blogs ditos sujos, resolveram discutir o programa economico  da

    dona  marina e sua equipe economica neonliberal.

    e mostraram cabalmente todos                

    os interesses em jogo,

    e a tentativa desses grupos     aliados a marina retomar  a era fhc,

    com

    desemprego, alta dos juros e talvez até

    o  fim dos  programas sociais.

    pois em função  das   propostas estapafúrdias desse novo neonliberalismo  e dessa

    dita nova política travestida de   rançoso          e  envenenado neoliberalismo,

    ficou mais clara a situação da sociedade brasileira

    com essa dita muudança marinista  que não passa da volta ao passado mais escroto,

    impregnado de ruínas.

     

     

     

    1. “a Globo a retirou (a entrevista) rapidamente do G1”

      É ou não é campanha partidária descarada e desavergonhada?

      É ou não é auto-censura?

      É ou não é desserviço à informação e ao eleitor?

      Armaram uma matilha covarde para pegá-la e ela acabou com eles!

      Quero ver se Dilma não for mais ao JN ou similares, se vão dizer que “estão prestando serviço ao eleitor” e ela não foi…

      (eu esnobaria armadilhas em véspera de eleição e faria comunicado via horário eleitoral, aliás solicitaria a entrevista, já que ela foi a entrevistada, e passariaq no horário eleitoral).

  12. Jânio de Freitas: Um Campanha Indigna

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/185577-uma-campanha-indigna PS-Se fosse um Argolo(o qual não conheço sufici-entemente),se é um Nickname(não sei se há alguns outros no blog),em notas/comentários semelhantes p/aqui publicados ANTES da do Jânio e ANTES da Carta Capital,passam subestimados,”ingênuos”,”de direita”,”de santo homem”.Há criticas ou pseudo-críticas entre candidatos e seus adeptos q despolitizam.Será q num blog como este seríamos tão politizados? Precisam-se reverenciar,acriticamente,doutores?(e caímos na armadilha chamada “Argumento de Autoridade”).A pluralida- de de esquerdas, sinteticamente,(v. Fora de Pauta)eis em: “A esquerda mundial após 2011”, Immanuel Wallerstein.

  13. Até parece que Lula leu os meus comentários aqui

    E ensinou à cambada o que fazer para reverter o quadro. Eu já tinha dito o que Lula disse quando pediu para trazer a política para o programa. E eu também disse que era preciso mostrar para o eleitor os riscos e as falhas do programa de Marina. Isso foi feito e Dilma subiu nas pesquisas.

    Se dependesse dos discursos dos aloprados de sempre, Dilma não teria mais a menor chance, como ainda tem.

    Se bem que a rejeição é um problema grave. É o maior de todos para a releição de Dilma nessa altura da campanha. A rejeição a Dilma se concentra precisamente na imagem do PT que foi construída pela mídia hegemônica em todos esses anos, desde que Lula assumiu o poder. A imagem da corrupção, a do grupo sedento pelo poder, planejando esquemas para não sair nunca do controle do país. É a imagem da corrupção como instrumento de Governo e de projeto de poder.

    E aí está o “x” do problema: o PT tem condições e armas para enfrentar essa questão, com a transparência exigida, lavando a roupa suja e em tão pouco tempo de campanha?

    Não me parece que tenha. Dilma, por exemplo, esteve no Jornal Nacional e perdeu a oportunidade ímpar de detonar o mensalão, de se desvincular de vez daquele tipo de prática, como fez, em certa medida, no caso do assim chamado pela grande imprensa de “Petrolão”.

    O cerne da rejeição repousa sobre esse ponto da imagem do PT que foi construída pela grande imprensa. Saber como mitigar os efeitos dessa tática da oposição é a chave para a reeleição de Dilma.

    Existem as formas de se fazer isso, para além dos manjados argumentos tu quoque (“o PSDB é mais corrupto” etc), e elas cobram um preço caro. O eleitorado não vai mais acatar esse discurso que nivela por baixo, até porque a polarização não é mais com o PSDB. Entre dois corruptos e uma terceira opção ainda não considerada corrupta, ao menos não na mesma dimensão dos principais adversários (não se pode esquecer que Campos foi acusado de fazer parte do Petrolão, o que poderia atingir Marina, mas essa vinculação vai ser muito difícil de ser feita), a escolha é óbvia. A questão é se o PT está disposto a pagar o preço pela reeleição de Dilma. Talvez a omissão do PT em enfrentar o problema como deveria, observada em boa parte do tempo em que esteve no poder, gere os seus efeitos nessa eleição, o que não resultará em outra coisa a não ser em derrota.

    O que será uma pena para Dilma, pois ela foi a única liderança petista que nunca fez declarações propriamente condescendentes ou irrazoáveis sobre corrupção. O único erro neste sentido foi a errada avaliação sobre o que poderia ter dito sobre o mensalão e não disse naquela entrevista no Jornal Nacional. A culpa disso foi da estratégia de campanha e não propriamente dela. A questão é: o PT vai enfrentar o tema como deve ser enfrentado ou vai insistir em não fazer a auto-crítica, desvinculando-se disso de uma forma correta?

    A postura correta passa por jogar na lata do lixo, seu devido lugar, todo aquele discurso de negação do mensalão, todo aquele discurso de dizer que não houve nada demais, que foi uma farsa, que o STF se aliou à grande imprensa para atacar o PT, etc. Essa postura é interpretada por parte do eleitorado de forma negativa e ajuda a fomentar a rejeição. É ela hoje quem puxa Dilma para baixo. E se não for mudada, seguramente causará a sua derrota nessas eleições. No segundo turno, esse será o tema central da campanha de Marina contra Dilma, com o apoio maciço da grande imprensa. Se o PT não souber enfrentar isso, será defenestrado do poder, como quando se joga algo imprestável pela janela.

    1. Não é bem assim….

      A questão do mensalão já provocou duas grandes derrotas ao PSDB

      Em  2006 diante da possibilidade impugnação de mandato do Presidente Lula em função das denúncias do mensalão,  FHC preferiu deixar que as urnas “enterrasse o Presidente Lula e o PT”.

      Resultado o Presidente Lula foi reeleito em 2006, provocando mais uma derrota ao PSDB.

      Em 2010 a oposição PSDB e seus representantes na maior da grande mídia, tinham certeza de que o julgamento do mensalão ao vivo e a cores seria mais do que suficente para derrotar a candidata do PT, Dilma Rousseff e os candidatos do PT na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

      Resultado, além da eleição da Presidenta Dilma,  o PT foi mais votado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, impondo mais derrota a oposição PSDB, principalmente no senado federal.

      1. E perderam a cidade de São Paulo em 2012…

        Para mais um “poste”…

        Nem o perfeito sincronismo da AP470 funcionou…

        A crença no “maior escândalo blá, blá, blá” continua movendo montículos!

        1. A maior cidade a America Latina, uma das maiores do mundo.

          Tem razão, havia esquecido de fato tão importante, vou prestar mais atenção nos próximos comentários.

          Muito obrigado.

      2. O ano é 2014, após junho de 2013 e Dilma com 42% de rejeição

        Some-se a tais detalhes o fato do mensalão ter sido julgado pelo STF e lideranças petistas terem sido condenadas como corruptas. Como se não bastasse, mais um escândalo sinaliza no horizonte, dessa vez na Petrobras, onde inúmeras denúncias de corrupção surgiram nos últimos tempos.

        Tudo isso ajuda a entender a rejeição de 42% de Dilma, como registrou o IBOPE. A situação é muito diferente de 2006 ou de 2010 ou de qualquer outra eleição recente. Lula não é Dilma, Dilma defende o seu segundo mandato, isto é, não se baseia mais no mandato de Lula, como em 2010, e Marina não é do PSDB.

        A situação, como se percebe, é agora muito diferente.

         

        1. Rejeição Ibope/CNI 12 setembro de 2014

          —O Ibope informou que foi feito um acordo com a CNI para avaliar o índice de rejeição apenas dos três candidatos com maior intenção de voto. O Ibope informou ainda que não é possível comparar o índice com outras pesquisas anteriores porque a formulação das perguntas foi diferente neste levantamento.

          Nas pesquisas anteriores, uma lista com os 11 candidatos foi apresentada aos entrevistados com apenas uma pergunta: “em qual destes candidatos você não votaria de jeito nenhum?”

          Na pesquisa divulgada nesta sexta, a avaliação foi feita candidato por candidato e foram dadas cinco opções de resposta para os eleitores: “votaria com certeza”; “poderia votar”; “não votaria de jeito nenhum”; “não conhece o suficiente para votar”; “não sabe ou não respondeu”.—-

          Ibope mostra Dilma com 39%, Marina com 31% e Aécio com 15%
          Pesquisa foi feita antes do levantamento do Datafolha divulgado na quarta.
          Na simulação de segundo turno, Marina tem 43% e Dilma, 42%.
          Do G1, em Brasília—12/09/2014 10p0 – Atualizado em 12/09/2014 21p8
          —-Rejeição
          De acordo com a pesquisa, Dilma Rousseff tem a maior taxa de rejeição (percentual dos que disseram que não votam em um candidato de jeito nenhum). A CNI divulgou somente as taxas de rejeição de Dilma,  Aécio e Marina. Veja a seguir:
          – Dilma Roussef: 42%
          – Aécio Neves: 35%
          – Marina Silva: 26%

          O Ibope informou que foi feito um acordo com a CNI para avaliar o índice de rejeição apenas dos três candidatos com maior intenção de voto. O Ibope informou ainda que não é possível comparar o índice com outras pesquisas anteriores porque a formulação das perguntas foi diferente neste levantamento.

          Nas pesquisas anteriores, uma lista com os 11 candidatos foi apresentada aos entrevistados com apenas uma pergunta: “em qual destes candidatos você não votaria de jeito nenhum?” Na pesquisa divulgada nesta sexta, a avaliação foi feita candidato por candidato e foram dadas cinco opções de resposta para os eleitores: “votaria com certeza”; “poderia votar”; “não votaria de jeito nenhum”; “não conhece o suficiente para votar”; “não sabe ou não respondeu”.

          url:

          http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/noticia/2014/09/ibope-mostra-dilma-com-39-marina-com-31-e-aecio-com-15.html

        2. Rejeição Datafolha 10 setembro de 2014

          Dilma tem 36%, Marina, 33%, e Aécio, 15%, diz pesquisa Datafolha
          Em simulação de 2º turno, Dilma e Marina estão empatadas tecnicamente.
          Instituto ouviu 10.568 eleitores nos dias 8 e 9 de setembro.
          Do G1, em São Paulo—10/09/2014 20p8 – Atualizado em 10/09/2014 20p6

          Rejeição
          A presidente Dilma tem a maior taxa de rejeição (percentual dos que disseram que não votam em um candidato de jeito nenhum). Nesse item da pesquisa, os entrevistados puderam escolher mais de um nome.

          – Dilma Roussef: 33%
          – Aécio Neves: 23%
          – Pastor Everaldo: 22%
          – Marina Silva: 18%
          – Zé Maria: 18%
          – Levy Fidelix: 17%
          – Eymael: 16%
          – Rui Costa Pimenta: 15%
          – Luciana Genro: 15%
          – Eduardo Jorge: 14%
          – Mauro Iasi: 13%.
          url:
          http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/noticia/2014/09/dilma-tem-36-marina-33-e-aecio-15-diz-pesquisa-datafolha.html
           

        3. Rejeição Vox Populi/CartaCapital 10 setembro de 2014

          Vox Populi/CartaCapital
          Dilma tem oito pontos de vantagem no primeiro turno e empata com Marina no segundo
          Pesquisa mostra petista com 36% dos votos, contra 28% de Marina e 15% de Aécio Neves (PSDB)
          CartaCapital—por Redação — publicado 10/09/2014 11:00, última modificação 10/09/2014 14:49

          —Uma maior parcela de eleitores, 45%, afirmou não votar de jeito nenhum no tucano. O índice de Dilma é de 42% e o de Marina, 40%.—

          URL:
          http://www.cartacapital.com.br/politica/dilma-tem-oito-pontos-de-vantagem-no-primeiro-turno-e-empata-com-marina-no-segundo-7754.html

        4. Rejeição Ibope/Globo-Estadão 3 setembro de 2014

          Dilma tem 37%, Marina, 33%, e Aécio, 15%, aponta pesquisa Ibope
          Em simulação de segundo turno, Marina tem 46% e Dilma, 39%.
          Instituto ouviu 2.506 eleitores entre 31 de agosto e 2 de setembro.
          Do G1, em São Paulo—-03/09/2014 18h02 – Atualizado em 03/09/2014 18p7
          —-Rejeição
          Dentre os 11 candidatos a presidente, Dilma Rousseff tem a maior taxa de rejeição (percentual dos que disseram que não votam em um candidato de jeito nenhum). Nesse quesito, o entrevistado pode indicar mais de um candidato. Veja os números:

          – Dilma Roussef: 31%
          – Aécio Neves: 18%
          – Pastor Everaldo: 18%
          – Levy Fidelix: 12%
          – Marina Silva: 12%
          – Eymael: 11%
          – Zé Maria: 11%
          – Luciana Genro: 10%
          – Mauro Iasi: 10%
          – Rui Costa: 9%
          – Eduardo Jorge: 7%
          url:
          http://g1.globo.com/politica/eleicoes/2014/noticia/2014/09/dilma-tem-37-marina-33-e-aecio-15-aponta-pesquisa-ibope.html

        5. Eleição se ganha depois da apuração

          O índice de rejeição da Presidenta Dilma Rousseff está em 32% no Ibope/Globo estadão e no Datafolha/Globo, e na faixa dos 42% nas pesquisa do VoxPopuli/Carta Capital, na CNT/MDA e no CNI-Ibope, em função de diferenças metodológicas.

          Vale lembrar que no VoxPopuli/Carta Capital de 10-09-2014 o índice de rejeição de Marina Silva é de 40%.

          Em função de 12 anos de Governos do PT uma parte significativa dos eleitores não tem a experiência de ter vivido na fase adulta em governos anteriores, o que facilita os ataques que estão realizados pela maior parte da grande mídia contra o PT e o Governo da Presidenta Dilma.

          Toda eleição tem suas particularidades, e está não é diferente, mas diria que era muito parecida com a 2010 até acontecer o imponderável, a morte de Eduardo Campos.

          O fato de a candidatura de Marina Silva não ter passado pelo processo tradicional de escolha dos candidatos e da formação de alianças políticas, permitiu que a maior parte da grande mídia tratasse Marina Silva como salvadora da pátria, e represante dos anseios da manifestações de junho de 2013, o que provocou uma subida espetacular de Marina Silva nas pesquisas eleitorais.

          Apesar de faltar poucos dias  para a realização das eleições, o PT no  horário eleitoral e nas redes sociais, pode e deve tentar demonstrar que Marina Silva não representa nenhum dos anseios das manifestações de junho de 2013, muito pelo contrário.

          O PT pode e deve demonstrar que Marina Silva representa os interesses da grade mídia em derrotar o PT, e os representantes dos grande grupos econômicos que são contra ao  o atual processo de distribuição de renda, e também representa os interesses daqueles que defendem o liberalismo econômico e a independência do Banco Centra do Brasil.

          Todas as eleições do PT foram muito difíceis e está não será diferente, mas mesmo assim com Lula na rua liderando os militantes do PT será possível vencer até no primeiro turno.

          Vamos aguar as próximas pesquisas, amanhã hoje deve sair o do VoxPopuli/Rede Record, e no decorrer da semana o Ibope/Globo-Estadão e Datafolha/Globo.

          Além de verificar a intenção dos votos, também verificar o índice de rejeição.

    2. Não é bem assim….

      E ainda o PT elegeu o prefeito da cidade de São Paulo em 2012, com mais 3,3 milhões de votos no segundo turno, tendo como adversário a principal liderança da oposição PSDB em São Paulo e no Brasil.

      Na maior da cidade da América Latina, uma das maiores cidade do mundo.

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