Dirigente da CTB diz que centrais sindicais não estão divididas

Da Rede Brasil Atual

As centrais não estão divididas, afirma dirigente da CTB
 
Para sindicalista, governo interino, considerado “ilegítimo” pela entidade, assim como a CUT, não apresentará nenhuma proposta aceitável. “O ministro da Fazenda já disse o que ele quer”

Apesar de posições contrárias em relação ao presidente interino, Michel Temer, as centrais sindicais não racharam, disse hoje (24) o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, durante seminário no Dieese sobre combate ao desemprego. “As centrais não estão divididas. Elas são dos trabalhadores. É esse o entendimento que a gente deve ter”, afirmou. Isso não significa, no entanto, que a CTB participará de qualquer mesa de negociação que envolva o governo interino. Também é essa a posição da CUT, apesar de esforços de dirigentes de outras centrais, que têm tentado convencer CUT e CTB a negociar. As duas consideram o governo “ilegítimo”.

Quatro centrais (CSB, Força Sindical, UGT, Nova Central) entregaram a Temer um documento com reivindicações antes mesmo da aprovação da admissibilidade do impeachment de Dilma Rousseff no Senado. E integram um grupo de trabalho, formado pelo governo interino, para discutir a reforma da Previdência. CUT e CTB recusaram-se a participar. “A gente não acredita que venha proposta nenhuma que possa ser aceita pelas centrais. O ministro da Fazenda já disse o que ele quer”, diz Wagner Gomes.

Ele afirma que as centrais discutirão em seu próprio fórum, para tentar tirar propostas de consenso. “Discutir com o governo mesmo não nós vamos.” Segundo ele, isso só poderia acontecer se o afastamento de Dilma tornar-se definitivo, ao fim do julgamento do processo. “Se ele (Temer) virar presidente de fato, podemos ir, a contragosto.”

No debate promovido pela manhã até o início da tarde pelo Dieese, na região central de São Paulo, com participação de cinco centrais (CTB, CUT, Força, Nova Central e UGT), Gomes disse que as sinalizações do governo interino são negativas. “Se tiver essa visão de diminuição do Estado e enxugamento dos investimentos em todas as áreas, o problema (do desemprego) vai crescer”, afirmou. “Tem um ministro da Fazenda que, se depender dele, privatiza até o presidente da República”, ironizou.

O secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou o país tem uma estrutura sindical e legal que dificulta as negociações de abrangência nacional e a organização no local de trabalho. “Precisamos valorizar cada vez mais as negociações nacionais, como o programa de renovação da frota.”

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT), Wagner Santana, avaliou que o movimento sindical ainda age “reativamente”, e não de forma preventiva, contra as crises cíclicas do capitalismo. Para ele, foi o que aconteceu no período recente, em que o movimento sindical participou da disputa política no país, intensificada nos últimos 12 meses.

O dirigente avalia que é momento de discutir questões como o uso de parte das reservas internacionais (“Temos a necessidade de ter US$ 370 bilhões, US$ 380 bilhões?”) e retomar pautas como a da redução da jornada. “Esse debate tem de voltar como fator de estancamento do desemprego.” Segundo o dirigente, qualquer discussão sobre mudanças na legislação precisa estar “amarrado a um forte esquema de enraizamento do sindicato no local de trabalho”.

 

Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. Paulinho é traidor dos trabalhadores

      Paulinho da Força está usando os direitos trabalhistas como moeda de troca a fim de que seus processos judiciais sejam estancados.

      Todos reconhecem que Paulinho é parceiro incondicional de Eduardo Cunha. Precisa dizer mais alguma coisa ?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador