Do rumor de racismo à ciência de hotel, por Cilene Victor

As mídias sociais, que a cada dia aprimoram suas técnicas para fomentar a polarização de temas polêmicos, ficaram enlouquecidas com o rumor de que o neurocientista norte-americano Carl Hart havia sofrido racismo no Hotel Tivoli Moffarrej.

Para quem não se preocupa muito com o significado das palavras, vale lembrar que rumor não é uma mentira, mas também não é uma verdade. Trata-se de uma informação que precisa ser verificada – tarefa elementar do jornalismo.

Nestes tempos de mídias sociais, a propagação de rumores ganha velocidade e intensidade inimagináveis.

Curtidas, comentários e compartilhamentos em minutos ou horas após a divulgação das informações fazem o rumor se impor como verdade.

Poucos discutem o que está por trás de sua propagação. No caso de Hart, fica evidente que um grupo estava mais propenso a acreditar na versão de racismo, principalmente porque o Brasil desenvolveu formas mais perversas de praticar esse crime, entre elas a de fazê-lo parecer algo pontual, relacionado à resistência da sociedade diante de qualquer possibilidade de ascensão profissional e intelectual dos negros. Ontem foi Maju, hoje Hart, mas todos os dias esse crime é  cometido contra aqueles que não têm voz na imprensa. Por isso, o apelo à espetacularização é o pior recurso – causa impacto, mas imensamente efêmero.  

Outra explicação para a aceitação de um rumor é o clima maniqueísta adotado pela imprensa e pelas mídias sociais na abordagem dessas temáticas. Em uma sociedade dividida em dois grandes grupos, cegos pelo cólera e pelo revanchismo, histórias de discriminação, envolvendo um hotel de luxo e um grupo privilegiado de cientistas, palestrantes e uma plateia branca, são rapidamente aceitas, sem questionamento.

E o caso de Hart é bastante emblemático. O rumor do racismo foi livremente propagado. Somente no dia seguinte, ou seja, uma eternidade depois, os jornais resolveram fazer o que deveriam ter feito desde o início: checar as informações.

Ainda no calor da discussão, a Folha foi ouvir a versão do hotel, momento em que teve acesso ao vídeo de segurança, cujas imagens fragilizaram a primeira versão sobre a discriminação sofrida pelo cientista.

Com essas informações, a reportagem da Folha entrou em contato com Hart que, por e-mail, segundo o próprio jornal, teria desmentido a história, dizendo que entrou livremente no hotel.

Esta nova versão dos fatos foi um prato cheio para os que definem o racismo no Brasil como “excesso de mimimi” (expressão estupidamente infantil para temas densos). Há quem já acuse o cientista de “cavar” a história para ter mais visibilidade. E as opiniões, sobretudo as mais surreais, são propagadas com a mesma velocidade e intensidade de um rumor, pois alimentam a ira que diariamente ajudamos a construir durante o exercício do jornalismo e na mediação particular dos fatos do mundo.

Desmentir a versão de que Hart sofrera racismo já foi o suficiente para amenizar sua crítica em relação à ausência de negros no evento. E nem precisaríamos de Hart para esse tipo de constatação, pois essa é uma realidade escancarada e só não a vê quem realmente não quer.

Embora a discussão sobre racismo seja urgente, outro tema precisa também ganhar relevância: o dos eventos científicos realizados em hotéis de luxo.

E aqui o leitor precisa ficar atento porque não me refiro especificamente ao 21º Seminário Internacional de Ciências Criminais, do qual Carl Hart foi um dos palestrantes, mas parto de um evento científico realizado fora do ambiente acadêmico para ascender essa discussão ao nível necessário.

Há uma expressão chamada “scam conferences, que significa “conferências-golpe”, tema de uma excelente matéria assinada por Maurício Tuffani (Eventos Científicos “caça-níqueis”, preocupam cientistas brasileiros), publicada na Folha de S.Paulo, em março deste ano.

Essas conferências custam horrores, basta acessar a tabela de preço de suas inscrições, e costumam apelar para os chamados cientistas midiáticos. No exterior, como Tuffani aborda no seu texto, a validade e a seriedade desses eventos já são questionadas pelas instituições científicas.

Não há irregularidade alguma em cobrar taxa de inscrição para um evento científico, mas como pesquisadora formada com dinheiro público, de fomento à pesquisa, questiono os preços praticados para ouvir palestras de cientistas, na sua maioria, formados com dinheiro público e que, portanto, deveriam fazer a sua parte para tornar o conhecimento científico menos elitista e menos restrito a esses gabinetes.

Do mesmo modo, não há irregularidade alguma na realização de eventos científicos dentro de um hotel, mas sim uma discrepância sem precedentes em relação ao papel da ciência.

Não fazemos nem compartilhamos ciência dentro de um hotel, isso é criar bolhas e muros que, há anos, os divulgadores científicos tentam derrubar. Diante da complexidade do mundo, o abismo entre a produção científica e a sociedade precisa ser urgentemente reduzido e não ampliado.

Levar um debate de extrema relevância social para um hotel é, no mínimo, elitizar a ciência, o que, de imediato, já causa vergonha alheia.

Em janeiro, durante reunião com a diretora de uma importante instituição de pesquisa da Alemanha, fui questionada sobre as razões de o Brasil realizar eventos científicos fora das universidades, em hotéis e em centros de convenção de luxo. Constrangida, lembrei-me rapidamente da falta de estrutura física de muitos campi universitários, da falta de bons auditórios, de segurança e logística para receber bem os cientistas e o público, mas também não tive como esquecer que esse desmantelamento das instituições públicas de ensino e pesquisa ocorre com a nossa chancela.

Algumas universidades e faculdades particulares gozam de excelente espaço para sediar conferências científicas, garantindo a atmosfera que o compartilhamento e a transferência de conhecimento demandam.

Um evento científico realizado em um hotel, com preços à altura da infraestrutura oferecida, é o que há de mais contraditório nestes tempos de chacina no Brasil e de embarcações de refugiados na Europa.

O mundo não precisa de castas científicas, precisa do papel da ciência e do comprometimento dos homens da ciência.

Redação

23 Comentários

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  1. Mea culpa

    Fui um os que compartilharam a primeira informação sobre o racismo praticado pelo neurocientista, isso ainda à tardinha.

    Já de noite vim a saber da segunda versão, tambem pelo face, ao que parece, a verdadeira.

    Imediatamente compartilhei, como forma de me desculpar pelo primeiro compartilhamento. É como tem que ser feito, afinal a primeira informação parecia tambem muito verossímel.

     

    1. Interessante é que agora você errou de novo…

      Ao escrever que, quem praticou racismo, foi o neurocientista…

      Melhor revisar os teus “cabos”; parecem estar “em curto”.

  2. Nao é culpa dos cientistas, em geral Pelo menos na área d Letras

    O alto preço dos eventos nao é causado por pagamentos aos cientistas (a nao ser quando “encomendam” gente de fora). O “pagamento” aos cientistas daqui costuma ser garantia de publicaçao. E passagens e diárias, claro, para pagarem os gastos, mas até mesmo isso muitos pagam do próprio bolso, quando as universidades a que pertencem nao cobrem esses gastos. O que torna os eventos caros sao convidados estrangeiros e o gasto com as acomodaçoes em hotel. 

  3. Barrado ele não foi. Mas um

    Barrado ele não foi. Mas um segurança ir atrás do “sujeito que não deveria estar ali” é o quê? Ou seja: barrado ele não foi, mas teria sido, não fosse a intervenção de terceiros. Se houve excesso em afirmarem que ele foi barrado, há também um exagero canalha em dizerem que “nada aconteceu”. Da ultima vez que fui uma livraria na Paulista os segurancas me seguiam e me senti horrivel com a situacao e fui falar com o Gerente, depois de um longo bate papo fui embora sem comprar nada, pois, tinha perdido a vontade de comprar minhas lembrancinhas! Para voces brancos que tem tratamento VIP o que aconteceu nao e racismo ne? Veja a entrevista do Professorhttps://www.youtube.com/watch?v=WM32wZ-iiM8

     

  4. Quanto ao episódio que quase

    Quanto ao episódio que quase houve de racismo, o professor explicou em entrevista que não foi barrado, mas que organizadores do evento lhe pediram desculpas por algo que o segurança do hotel esteve perto de fazer, mas que foi evitado em tempo. Infelizmente, redes sociais e mídia empresarial repercutiram o fato que quase houve. Talvez já seja tempo de saber quem iniciou o rumor, já que não foi o professor. Na mesma entrevista, o professor reforça que ninguém deve se procupar com ele, mas com a situação dos negros no Brasil. Infelizmente, essa parte tonou-se insignificante diante da polêmica.

    Quanto aos eventos de hotel, pelo que sei não são jaboticabas, pois acontecem em todos os países, principalmente nos EUA. Particularmente, não gosto da proposta, mas não sei se a condeno totalmente. As instalações da universidades públicas nem sempre recomendam a realização de eventos de grande porte, mas reconheço que eles acontecem assim mesmo. Mesmo concordando com a lógica da autora, confesso que me veio a sensação de patrulhamento. Se for um evento que comporta a presença de estudantes de graduação, por exemplo, o hotel pode tornar-se impeditivo. Se for um evento para um grupo específico de cientistas, não sei. Se não for um hotel cinco estrelas, melhor. Tem muita variável a ser considerada. Ou não?

  5. A fórmula BUV


    Um critério que sempre uso quando me chegam informações bombásticas de todos os naipes é aplicar-lhes a fórmula BUV.

    Pergunto-me se o conteúdo seria Bom de retransmití-lo; em seguida, questiono se o conteúdo será Útil a alguém  e ainda, principalmente, se aquilo que transmitiria seria Verdadeiro.

    Se não atender a um dos itens acima já é motivo para não re-encaminhá-lo.

    O item que mais falha na maioria dos casos é o da Verdade.

  6. O Hotel apavorado com a Caça

    O Hotel apavorado com a Caça as Bruxas dos fariseus politicamente corretos e do movimento negro Chapa Branca que procura racismo até de baixo da cama ( mas curiosamente nunca condenou o linchamento do Barbosa ) só de pensar em algo dessa natureza foi procurar o homem para pedir desculpa de algo que não existiu…rs

    1. Movimento negro chapa branca ?

      Vai te catar.Quantos jovens negros são mortos por ano ? Qual percentual de negros nas penitenciarias ? Onde mora a maioria da população negra deste país ? Qual o percentual de negros na elite,seja economica,intelectual,etc?

      Ah,vivemos uma democracia racial,não somos racistas segundo o Kamel,sei.

      Joaquim sofreu racismo quando de sua indicação ao supremo,e foi firmemente defendida por todos que hoje são rotulados de esquerdistas,petralhas,comunistas.Mas ele mesmo traçou seu destino,envergonhou,não sua raça,mas seu nome na história ao presideir um tribunal medieval em que jogou direitos,ritos,provas ,contraditórios na lata do lixo.Ele não merece defesa por ser negro,mas pela sua total falta de respeito a lei,faltou até mesmo um pouco de humanidade no caso Genoino,visto o estado fragil de saude em que se encontrava.O sistema de cotas antes de ser implementado foi massacrado pela midia e uma casta de pseudo intelectuais,todos brancos.Não se viu um unico debate entre estes e representantes de movimentos negros.

      Concordo em parte com a autora que devemos checar a veracidade de informações,mas ela tambem ter que ter a indulgencia frente a história do racismo no Brasil,principalmente nos ultimos anos em que as mascaras vem caindo,face ao anonimato, aimpunidade, propiciados pela internet e estamos saindo de mais um caso de racismo,alias isto é cotidiano no país,mas pegaram uma pessoa que estava sob os holofotes.

      Politicamente corretos,isto ja acabou no Brasil.

      1. Faco minha as suas

        Faco minha as suas palavras!!! Os negros no Brasil , infelizmente, estao ainda na senzala. E a observacao que o Professor fez da ausencia(ou quase) na plateia? Esse tema racismo e um tabu ai no Brasil  e o fato de nao tocar os negros estao ai a mingua!

      2. Quanto vitimismo…rs
        Quem

        Quanto vitimismo…rs

        Quem mata jovens negros teve seu perfil estudado?

        Pois se for lá ver vera que afrodescendentes são mortos por afrodescendees tanto na marginalidade como tambem em confronto com a policia.

        Lembrando que o policiamento ostensivo ( ao menos em S Paulo ) não é feito por Escandinavos.

        Sobre o percentual de negros nas penitenciarias é um aassunto redundante que beira a má fé pois obviamente apesar de pobreza não justifi car delinquencia ele tem um forte componente que não dá para ser ignorado.

        Já sobre o Joaquim, na ocasião da nomeação os movimentos chapa branca realmente defenderam ele, até que ele começou a falar e condenar a galera da esquerda, ai do nada o homem o homem virou persona non grata… 

        1. Mimi racista
          Joaquim foi criticado por sua conduta,não pela sua cor,raça que voçe tenta colocar no meio da discussão(como tentando mostrar inteligencia,esperteza).Ah,a policia é essencialmente em seu pelotão por negros ?então seus comandos tambem são? Agora pergunto este dado muda as estatisticas,a realidade do que citei ? Que a maioria dos jovens assassinados é negra,maioria nos reformatorios,penitenciarias,preiferias e comunidades? Repetindo,muda a realidade,oh jenio ?

    2. DE IMEDIATO

      eu pensei primeiro no Goleiro Barbosa, esse merecia ser defendido.

      O Excelentísismo Joaquinzão Barbosa foi grato, pois em entrevista afirmou ter votado em Lula e Dilma: “e não me arrependo”.              

                  Eu também não, exc. Joaquinzão Barbosa, o qual também fez críticas e falou sobre o “jeitinho” que os negros são tratados no Brasil.  Mas, como Presidente do STF devia ter ido mais fundo, feito mais a favor dos negros.

  7. Já que vocês insistem em falar em “raça”

    Em que categoria do racialismo se enquadraria, ou enquadrariam, o suposto “segurança” ou “seguranças” que também supostamente teriam racisticamente “desconfiado”  de um neurocientista “afro-americano” e que aparentemente também gosta de “causar” com os seus dreadlocks compridos (que não se encaixam de modo algum, bem como a sua posição em relação às drogas, no conceito habitual de “certinho”), quando do seu deslocamento desacompanhado, sem haver sido apresentado, e num ambiente em cujos espaços não é exatamente “comum” observar esses tipos?

    Fosse ele um “branco” com os mesmos paramentos e trejeitos, é 100% seguro que não passaria por isso (a observação)?

    O que de fato chamou a atenção dos seguranças: a cor da pele, ou os demais atributos, “atitude” e vestimentas do indivíduo?

    Por qual outra razão obscura estariam os seguranças ali, senão para isso: OBSERVAR, ACOMPANHAR E AGIR SE FOR PRECISO?

    O fato real é que a “não-notícia” (desmentida de modo inconteste pela própria e suposta vítima), branca ou preta não passou disso: uma “barriga” jornalística.

  8. Esclarecendo o caso do professor Hart e a malícia da Folha

    O professor, aparentemente, não afirmou que fôra barrado pela segurança do hotel. Não encontrei nenhuma fala direta dele afirmando o fato, salvo engano, pelo menos não da forma como foi noticiado.

    Segue um vídeo onde ele dá a sua versão do ocorrido:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=JTaW3tiMyb4 align:left]

    A primeira chamada para o suposto impedimento do professor foi noticiado pelo OperaMundi, 4 dias atrás, que afirma que o professor havia sido barrado pelo hotel.

    A Folha de São Paulo fez uma matéria dizendo que o professor “diz ter sido barrado em hotel”. Link para um snapshot da matéria original:

    http://naofo.de/76bt

    A Folha, sorrateiramente, dá a entender que foi Hart que afirmou ter sido vítima de discriminação ao ter sido barrado pelo hotel. O corpo da matéria, diferente do que o título afirma, não reproduz nenhuma fala do professor nesse sentido. Ou seja, chama a atenção para um título que distorce e insinua uma história errônea.

    Enfim, se a Folha buscava um esclarecimento acerca do ocorrido, deveria ter buscado de onde partiu realmente a afirmação que ensejou o boato, e não imputar a Hart a autoria do mesmo.

    Ele mesmo afirma que não foi barrado e que não originou a afirmação do suposto impedimento, mas a Folha dá a entender, em uma segunda matéria, que o professor amenizara o discurso. Eis o título:

    “Cientista negro diz não ter visto cena; hotel mostra que ele não foi barrado”

    Link para um snapshot da matéria:

    http://naofo.de/76cm

    Novamente o tendencionismo da Folha começa pelo título. Dá a entender que Hart estaria desmentindo o que afirmara de início. E, novamente, não esclarece que não foi ele que emitiu a afirmação.

    E, para delírio dos comentaristas de lá e de outros portais, já o acusam sem nenhum comedimento de se aproveitar da situação e se fazer de coitado.

    Parêntese: essa é uma forma corriqueira de ocultar ou minimizar o comportamento e o sentimento racistas é denunciar algum abuso ou exagero do ativismo racial, inserindo qualquer evento deste tipo dentro do contexto de vitimização. Ou seja, jogar tudo no balaio do “coitadismo”. O que se percebe nesse tipo de conduta racista é tão somente a espera de um pretexto para justificar opiniões racistas que em outro momento ou contexto seriam equiparáveis a calúnia criminosa. Muito ainda embalados e guarnecidos por força do maniqueísmo que impera hoje, os racistas encontraram nesse procedimento um terreno seguro para emitir desabusos sem serem tachados como tal.

    Ainda que os veículos de esquerda tenham superdimensionado o fato, vez que o próprio professor desmentiu o boato do impedimento da sua entrada ao hotel, isso não invalida ou fato do estranhamento pela segurança do hotel da figura do professor ter motivado inclusive um pedido de desculpas por parte da organização do evento. Mesmo se desconhecendo se o fato do professor ser negro, usar dreadlocks ou suas vestes não condizerem com as dos hóspedes corriqueiros do hotel, fato é que o professor não passou incólume pelo hotel.

    1. Importante esclarecer que o

      Importante esclarecer que o autor acima incorre no erro que ele imputa à Folha ao afirmar que destacar a sanha das Ongs e blogs progressistas sobre o assunto é o mesmo que ser racista…rs

      Oras ninguem é mais racisata do que aquele que crê em Raça!

      rs

      1. Favor comentar dentro do tópico

        Ao néscio rebatedor tergiversador, uma definição:

        ra·cis·mo

        (raça + -ismo)

        substantivo masculino

        1. Teoria que defende a superioridade de um grupo sobre outros, baseada num conceito de raça, preconizando, particularmente, a separação destes dentro de um país (segregação racial) ou mesmo visando o extermínio de uma minoria.

        2. Atitude hostil ou discriminatória em relação a um grupo de pessoas com características diferentes, nomeadamente etnia, religião, cultura, etc.

        —————————

        Então reconhecer ou identificar atitudes discriminatórias de cunho racial, segundo o tergiversador, é o mesmo que acreditar em raças e ser racista. É um exercício de silogismo simplesmente “jenial”…

        Tem que ser muito raso para afirmar isso. Só faz se enquadrar no perfil que descrevi.

        1. Oh loko nao perde a linha

          Oh loko nao perde a linha não…rs

          voce generalizou ao definir como racista qualquer pessoa que denuncie a histeria politicamente correta das Ongs chapa branca, não eu.

          Logo esta criticando a sí mesmo.

          a definição de racismo do ponto de vista tecnico todos conhecem, mas sempre há ( como todo advogado malandro) quem use de linguagem tecnica para disfarçar o obvio.

          Lamento colega, suas lindas palavras não mudam o lado pratico da coisa.

          para que exista o racismo é fundamental acima de qualquer coisa que algum nescio defenda o uso do termo, se para o bem ou para o mal tanto faz, dessde que um nescio insista em admitir esse critério nojento feito sob encomenda para separar pessoas …rs

          1. Perdeu o ponto o tergiversador

            O que a Folha fez não foi denunciar a “sanha” das ONGs e dos sites progressistas. Em nenhum momento as matérias da Folha fazem referência aos sites progressistas que, sim, erroneamente criaram e superdimensionaram o caso. Ou eu li errado? O que a Folha fez foi de modo indireto e subjetivo imputar a criação do factoide ao professor, como se ele tivesse afirmado algo que não afirmou. Se você se deu ao trabalho de ler o que eu coloquei teria entendido isso.

            “voce generalizou ao definir como racista qualquer pessoa que denuncie a histeria politicamente correta das Ongs chapa branca, não eu.”

            Onde é que eu fiz isso? Pode apontar exatamente como eu defini dessa forma? Não ficou claro em nenhum momento como e onde eu fiz essa generalização. O que eu afirmei foi, em um parêntese à parte, que os racistas se valem do guarda-chuva que o rótulo do “coitadismo” abrange para abrandar ofensas racistas. E se você se sentiu pessoalmente atingido por essa definição então você a absorveu por conta própria, ainda que eu não tenha a dirigido de modo pessoal a ninguém. Você quer achar um erro no meu argumento onde não existe. Pelo menos não esse ridículo que você tentou apontar.

            “a definição de racismo do ponto de vista tecnico todos conhecem, mas sempre há ( como todo advogado malandro) quem use de linguagem tecnica para disfarçar o obvio.”

            A única definição que eu concebo e ratifico é aquela onde há discriminação em maior ou menor grau em virtude, nesse caso específico, de etnia. Que foi a que eu elenquei para você. Mas parece que você não entendeu ou não se esforçou pra isso.

            “para que exista o racismo é fundamental acima de qualquer coisa que algum nescio defenda o uso do termo,”

            Olha, eu já vi argumentos bem melhores que esse para tentar inverter o ponto da discussão. Explicar para ignorante é complicado, mas lá vai: a constatação da existência da discriminação racial, da segregação ou do comportamento discriminatório, que leva o nome de RACISMO (mas se você quiser chamar de “paçoca” tanto faz) e o consequente uso do termo não faz com que aquele que o utilize seja racista. Foi isso mesmo que você tentou sugerir? Se foi, meus pêsames, porque já vi defesas muito mais convincentes que essa.

          2. Salvo a hipotese de não ter

            Salvo a hipotese de não ter sido vc o autor do paragrafo abaixo:

            “… Parêntese: essa é uma forma corriqueira de ocultar ou minimizar o comportamento e o sentimento racistas é denunciar algum abuso ou exagero do ativismo racial, inserindo qualquer evento deste tipo dentro do contexto de vitimização… “

             

            Voce incorreu em uma argumentação linear sim senhor…rs

            Sobre seu conceito envolvendo Etnia, é interessante ( embora tardia ) sua ressalva.

            Pois o texto não fala de etnia, fala em termos raciais e a leitura racialista usada pelo jornal e pelos blogs, Ongs de teor progressista.

             

            Sobre o ultimo paragrafo, sua distinção é digna de um advogado.

            Pode até não fazer desse alguem um racista, porém é aquela se não falo contra logo sou a favor, por ação ou omissão ( com o agravante que essa omissão valida diretamente o conceito em questão)

            logo talvez seja mais interessante para voce já na primeira cartada ” esclarecer ” qual seria sua visão sobre o assunto…rs

          3. Tergiversando

            Com relação ao parágrafo, continue a ler, mas leia o comentário todo. Mas como você tem algum tipo de lapso para entendimento, reproduzo-o na íntegra:

            “Parêntese: essa é uma forma corriqueira de ocultar ou minimizar o comportamento e o sentimento racistas é denunciar algum abuso ou exagero do ativismo racial, inserindo qualquer evento deste tipo dentro do contexto de vitimização. Ou seja, jogar tudo no balaio do “coitadismo”. O que se percebe nesse tipo de conduta racista é tão somente a espera de um pretexto para justificar opiniões racistas que em outro momento ou contexto seriam equiparáveis a calúnia criminosa. Muito ainda embalados e guarnecidos por força do maniqueísmo que impera hoje, os racistas encontraram nesse procedimento um terreno seguro para emitir desabusos sem serem tachados como tal.”

            Quem já é predisposto ao racismo, ou quem nutre sentimentos racistas usa deste artifício. Mas não necessariamente quem critica os exageros do ativismo é necessariamente racista. E é por isso que eu expus isso: quem é intolerante racialmente se vale da crítica ao ativismo racial para ocultar o sentimento discriminatório. Mas o oposto pode não ser verdadeiro. Entendeu agora? Você confundiu a proposição condicional com a condicionante. Você entendeu errado e insiste em reafirmar o seu erro de entendimento.

            E, como afirmei, é uma forma corriqueira usada por gente racista. Não tenho um exemplo concreto aqui do site, mas conheço pessoas que são assim, agem assim, e confirmam o excerto que expus. E não são poucas.

            “Pois o texto não fala de etnia, fala em termos raciais e a leitura racialista usada pelo jornal e pelos blogs, Ongs de teor progressista.”

            Embora não sejam exatamente a mesma coisa, raça (traços caracteírsticos físicos e biológicos comuns a certos grupos de indivíduos) e etnia (origem geográfica) se equivalem em muitos contextos. E usei o termo etnia como sinônimo de raça apressadamente, mas a diferença é irrelevante para o entendimento do modo como a Folha tratou o caso e também do que eu tentei expor.

            “Pode até não fazer desse alguem um racista, porém é aquela se não falo contra logo sou a favor, por ação ou omissão ( com o agravante que essa omissão valida diretamente o conceito em questão)”

            É isso. Na falta de algum argumento melhor, começa a interpretar meu discurso e enrolar e sair pela tangente. Fui claro o suficiente quanto a isso e à sua falácia de atribuir o cunho de racista para quem usa o termo. Ou seja: que basta usar o termo “racismo” em algum contexto e temos aí um exemplar de racista.

      2. Racismo

        Caro amigo,

        Eu e você, mais as pessoas minimamente esclarecidas sabemos que o conceito de Raça não tem base científica.

        Mas, no “mundo real”, pessoas que acreditam (o tempo de validade do conceito pesa…) discriminam, prejudicam, agridem verbalmente, espancam e chegam a matar outras por conta dessa crença errônea.

        No “mundo real”, ainda, pessoas que acreditam  nesse conceito equivocado sinceramente agem e trabalham na perspectiva de que as diferenças raciais são irrelevantes ante o fato incontornável da unidade humana, em vários níveis.

        Por isso,  o melhor modo de lidar com essa, digamos, ignorância, não é ampliar forçadamente o rol dos que chamamos de racistas, como você, creio que equivocadamente, fez.

        Enquanto isso, os racistas cujas atitudes devemos combater são em primeiro lugar aqueles que sentem aversão ou desprezo pelas pessoas que têm a cor da pele diferente. Isso é um fator de cultura, que eles naturalizam. Importam menos sutilezas da factualidade genética que o injustificado preconceito, baseado, como sempre, em aparências, em fatores superficiais. 

    2. Retificando

      Apenas uma retificação:

      A imagem do título que afirma que Hart diz que teria sido barrado é a abaixo:

      Aparentemente mudaram o título original, o que só piora o caso.

  9. O MAIOR CANALHA

    é aquele que tenta justificar a escravidáo dizendo que na África também existia escravidão entre os próprios nativos.

    Todos os povos da terra enfrentaram alguma forma de escravagismo. Filmes e livros de todos os países relatam a luta dos mais pobres, dos mais fracos contra os poderosos.

           E os exércitos, forças dos escravagistas sempre tiveram em suas fileiras pessoas de todas as esferas sociais, principalmente, é óbvio, oriundas exatamente de onde se encontram as vítimas.

           No Brasil os grupos de caçadores de escravos eram compostos por negros e hoje não é direfente.

           É lamentável que  a Polícia Militar se preste a este triste papel de isolar os mais pobres, os negros, como acontece no  Rio de Janeiro.

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