Dono de Engevix insinua que Lava Jato não aceitou sua delação contra Temer

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Valor Econômico, 4/5/2017

Jornal GGN – O jornal Valor Econômico publico na quinta (4) uma entrevista com José Antunes Sobrinho, empresário e dono da Engevix, na qual ele sinaliza que teve acordo de delação premiada interrompido pela Lava Jato em Curitiba, não por vontade própria. A reportagem perguntou a Antunes se ele desistiu de entregar informações sobre Michel Temer e aliados, como Moreira Franco, e o empresário respondeu: “Não fui eu quem desistiu”, e pediu para não falar mais no assunto.

(…)

Valor: Voltando à Lava-Jato, como o sr. avalia as delações da Odebrecht e seus desdobramentos?

Antunes: A Odebrecht foi um ponto fora da curva. Se você olhar os balanços da empresa em 2001, 2002, vai ver que ela estava quebradinha. Esse salto nos últimos 15 anos foi muito baseado na relação política que eles armavam como parte da estratégia em vários países: no Peru, Angola, nem se fale na Venezuela. Acharam um caminho de criar financiamentos estruturados para essas obras. Quando você traz o financiamento, o preço da obra é aquele que você quiser, dentro de certo limite. Aqui criaram estruturas políticas nos principais Estados e, em todos os níveis, no governo federal. É diferente de uma empresa como a nossa.

Valor: Por quê?

Antunes: As minhas relações não eram políticas, eram operacionais. Pelas circunstâncias, pela força de ser sócio de um grupo como era o nosso, eu me via obrigado a ter alguma relação política. Estive muitas vezes com o Moreira Franco quando ele era ministro da SAC (Secretaria de Aviação Civil). Tínhamos três aeroportos para a Copa do Mundo: além das concessões dos aeroportos de Brasília e de Natal, éramos contratados da Infraero para as obras de ampliação em Manaus. Sempre tivemos uma relação republicana. Ele é um homem probo.

Valor: Quando o sr. esteve preso em Curitiba, foram publicadas informações de que estava negociando delação premiada, inclusive mencionando o presidente Michel Temer. Por que desistiu?

Antunes: Te respondo só com uma frase. Não fui eu quem desistiu.

Valor: Então o sr. ainda está disposto a colaborar?

Antunes: Você me perguntou por que eu desisti. Estou dizendo que não fui eu quem desistiu. Ponto.

Valor: Mas o sr. confirma que tinha mencionado o nome de Temer?

Antunes: Tinha. Ficou só na menção [pede para mudar de assunto].

 

 

A entrevista completa está aqui.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Quem desistiu? Terá sido

    Quem desistiu? Terá sido Moro? Aquele que não deixou o Cunha fazer umas perguntinhas para o MT?

    Além de prender indefinidamente até que aceite cantar, no jargão polcial, o passarinho se cantar determinada nota “que não vem ao caso”, não vale, não será premiado.

    Essas delações da lava a jato são uma aberração jurídica que ainda um dia vão ser estudas no mundo inteiro como exemplo de como uma delação não pode jamais ser usada. É o Brasil querendo disputar o campeonato de pior justiça no mundo. Subiu muito na ranking 

  2. Nao “insinuou” nada.  Ele

    Nao “insinuou” nada.  Ele disse com todas as letras.  E a LavaBunda EH corrupta sim, e foi desde o comeco.

  3. Na quadrilha de curitiba

    comandada pelo amigo do traficante, o criminoso menor é um com a alcunha de japones, um reles contrabandista

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