Doria decide priorizar plano urbanístico na zona sul de São Paulo

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Foto: Hamilton furtado/Wikimedia Commons
 
Jornal GGN – A gestão do prefeito João Doria (PSDB) resolveu que vai dar prioridade para incentivar o desenvolvimento de uma área chamada de Arco Jurubatuba, entre as regiões da Avenida Luiz Carlos Berrini e do autódromo de Interlagos.
 
O projeto prioriza o desenvolvimento em direção à zona sul da cidade. A gestão tucana também arquivou o projeto do chamado Arco Tietê, proposto por Fernando Haddad (PT) e que priorizava o desenvolvimento urbano na zona leste da cidade. 
 
Segundo a Folha de S. Paulo, especialistas em urbanismo tem se preocupado com o projeto do Arco Jurubatuba. A área tem 1.400 hectares para a edificação de imóveis e cerca de 150 mil habitantes, o equivalente a 1,25% da população de SP. Ainda de acordo com a Folha, alguns dos terrenos são públicos e poderão ser vendidos. 
 
Fernando Túlio Franco, presidente do  IAB/SP (Instituto de Arquitetos do Brasil), questiona o projeto. “A avaliação do IAB é que a minuta é extremamente genérica, feita com diretrizes abstratas”, diz.

 
Ele aponta que a região tem questões ambientais, urbanísticas, habitacionais, sociais e de mobilidade que precisam ser discutidas, para não criar uma região desigual. Ele também questiona o “interesse público” de se desenvolver tais áreas.
 
Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo, critica o arquivamente do Arco Tietê.  projeto foi amplamente debatido e está em concordância com o Plano Diretor”, afirma. 
 
A gestão de João Doria afirmou que retirou o projeto para realizar análises e “avaliações criteriosas por causa da complexidade e do tamanho da intervenção proposta”. 
 
Através de uma postagem nas redes sociais, o ex-prefeito Fernando Haddad criticou o projeto atual, classificando-o como um “crime urbanístico-ambiental”. “Os velhos desequilíbrios serão reforçados ao invés mitigados”. 
 
Haddad afirma que a cidade sempre priorizou o desenvolvimento para o chamado “vetor sudoeste”, que afasta o desenvolvimento da região leste da capital – onde está a maior parte da população – e também induz a ocupação de áreas de mananciais. 
 
Para o ex-prefeito, o objetivo do Arco Jurubatuba é viabilizar a privatização do Autódromo de Interlagos, uma das principais bandeiras da campanha de Doria.
 
Um dos apoiadores do projeto na zona sul é o presidente da Câmara dos Vereadores, Milton Leite (DEM). A base eleitoral do vereador fica na região de Interlagos. 
 
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Redação

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  1. UM CRIME URBANÍSTICO-AMBIENTAL

    Fernando Haddad – 4 h · 

    UM CRIME URBANÍSTICO-AMBIENTAL

    Desculpem o textão, mas o assunto é sério.

    O desenvolvimento urbano de São Paulo seguiu a lógica do desequilíbrio. Da Sé para a República, da República para a Paulista, da Paulista para a Faria Lima, e de lá para a Berrini e Chucri Zaidan. Esse chamado vetor sudoeste traz duas desvantagens para a cidade: afasta o desenvolvimento da Zona Leste, onde mora a maioria da população, e induz a ocupação dos mananciais.

    Um dos méritos do nosso Plano Diretor é induzir uma “volta ao centro”, vetor oeste-leste, pelo chamado Arco Tietê, reorganizando a ocupação das antigas várzeas hoje subaproveitadas. Duas medidas foram tomadas: a viabilização definitiva da mudança do Ceagesp, uma das iniciativas mais importantes da nossa gestão, e o envio da lei do Arco Tietê.

    A notícia hoje veiculada pela Folha revela que a Prefeitura retirou a lei do Arco Tietê da Câmara Municipal (desrespeitando o Plano Diretor) e vai encaminhar a lei do Arco Jurubatuba para viabilizar a venda de Interlagos (40 vezes maior do que o Parque Augusta) para a especulação imobiliária.

    Os velhos desequilíbrios serão reforçados ao invés de mitigados. Um crime urbanístico-ambiental que infelizmente conta com a cumplicidade de alguns arquitetos que até outro dia eu respeitava.
    Triste.

  2. Público/privado

    Entrou milionário, sairá biliardário, o João Trabalhador, o Agripino.

    O prefake celebridade faz aquilo para o qual foi eleito, apenas cumpre o script.

  3. O grande projeto de São Paulo

    O grande projeto de São Paulo será a renovação de areas antigas e decadentes mas já completamente dotadas de infra estrutura do Centro Velho em direção ao Bras, Mooca, Penha e dai para a zona Leste que tem grandes claros desocupados.

    Foi o segredo da renovação de Londres com a recuperação da area de docas, o Canary Wharf, de Buenos Aires com o Puerto Madero. As Avenidas Celso Garcia, Rangel Peestana, Radial Leste, do Estado, Tiradentes, tem quarteirões arruinados e vazios mas com toda a infra estrutura na porta. Leis especiais de reurbanização e ordenamento pela Prefeitura recuperariam esses espaços otimos para multiuso de comercio, serviços e habitação.

    A Zona Sul é o pulmão verde, o respiradouro de São Paulo em torno das represas. Ocupar ainda mais essa area vai prejudicar a dispersão da poluição e sufocar os mananciais. Um grave erro de planejamento, uma visão curtoprazista sem urbanismo.

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