Eleição interna do PT: esquerda do partido fala em esgotamento do modelo de governo

Sugerido por Gunter Zibell – SP

Da Folha

Esquerda do PT vê esgotamento de modelo de governo

DIÓGENES CAMPANHA
MARINA DIAS

Os candidatos da chamada “esquerda do PT” na eleição interna do partido apontam esgotamento do modelo adotado pela sigla no governo federal, com promoção de inclusão social por meio de políticas públicas.

Uma ala prega que, para implementar mudanças estruturais como as reformas política e agrária, vale a pena até sacrificar uma eventual reeleição da presidente Dilma Rousseff e romper com grande parte da base governista –especialmente o PMDB, maior aliado.

O partido do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP), é o principal alvo dos que defendem que o PT expurgue “legendas capitalistas” para produzir um governo “de esquerda”.

Markus Sokol, candidato da corrente O Trabalho, vem se referindo a Temer desde junho como “sabotador” da reforma política, em referência ao plebiscito proposto por Dilma após as manifestações que tomaram o país.

Nos debates eleitorais do PT, ele defende que o partido restrinja suas alianças ao PC do B e a “setores do PDT e o PSB que tenham afinidade com nosso projeto”, mesmo que uma coalização menor enfraqueça as chances de Dilma nas urnas em 2014.

Serge Goulart, da Esquerda Marxista, vai além e rejeita também o apoio do PDT e do PSB, além de PP, PTB e, claro, PMDB. Refere-se a eles como “inimigos do povo”.

Paulo Teixeira, candidato da Mensagem ao Partido, defende a “qualificação da aliança”, com a participação do PMDB.

MUDANÇA DE ROTA

Desde meados da década de 90, quando José Dirceu assumiu a presidência do PT, o partido adotou como linha de ação uma proposta defendida por Lula e pelo ex-ministro da Casa Civil: em vez de reformas populares que tivessem como objetivo final o socialismo, a sigla deveria adotar políticas públicas para vencer o neoliberalismo.

Esse pensamento norteou os governos petistas desde 2003, quando Lula assumiu a Presidência.

“A estratégia adotada pelo PT para governar se esgotou. Encerrou-se um ciclo”, diz Valter Pomar, candidato da tendência Articulação de Esquerda à presidência.

“O máximo que dava pasta fazer seguindo esse modelo, a gente já fez. Daqui pra frente, o PT precisa se reciclar e fazer reformas estruturais no Brasil”, conclui.

Ele defende que a campanha de Dilma para o Palácio do Planalto, em 2014, proponha “um novo compromisso” para o país. O risco, segundo Pomar, é que a presidente tenha um eventual segundo mandato inferior ao primeiro, colocando em risco a continuidade do partido no poder a partir de 2018.

No discurso de todos os candidatos as reformas agrária, urbana, política e tributária, além de medidas para a “democratização da mídia” e melhorias do serviço público aparecem como prioridades para o PT e o governo.

Rui Falcão, presidente do PT que concorre à reeleição, assume que a correlação de forças no Congresso e na sociedade dificulta as reformas, mas afirma que também as defende, apesar de ter uma “compreensão diferente das outras chapas”.

Falcão assumiu o comando do partido em março de 2011 com a licença médica de José Eduardo Dutra. Na eleição marcada para 10 de novembro, é o favorito, uma vez que sua chapa teve 55% dos votos na última eleição, em 2009. Com o apoio explícito de Lula, a tendência é ampliar a votação no pleito deste ano.

Redação

15 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Isso me dá uma esperançca

    Isso me dá uma esperançca  maior para o próximo quatriênio. Que o partido parta para aumentar sua participação no parlamento em vez dessas coligações espúrias. O elietorado vai com a Dilma e ela, junto com o Lula, deveriam pugnar pela eleição seus partidários e de aliados com afinidades programáticas. concordo que esse modelo se esgotou. 

  2. cadê o PT ?

    o pt não participa das decisões.

    questões fundamentais são decididas pela presidência sem ouvir o partido.

    barbaridade!!!!! o ministro de minas e energia é o mesmo que serviu fegacê !

    no mais, continuamos sendo governados por meio de medidas provisórias. isso exclue os partidos e consequentemente os representantes do povo, deputados e senadores.  passa a ser governo de tecnocratas.

    quando o executivo tem interesse em ver aprovada alguma lei, ele deveria encaminha-la à câmara dos deputados através do seu partido, que já faria uma discussão prévia, no seio do partido.

    da forma que está tudo é resolvido por voto de liderança!  deixem o Tiririca falar!

    e a “coisa” mais parecida com um partido no Brasil é o pt. imagine os outros!

    são um aglomerado de altos funcionários, ciosos de seus privilégios que querem ver mantidos ” ad eternum”!

    eo o Brasil? e o povo? …………..ora, o povo…………..

     

  3. Eu gosto dessa democracia do

    Eu gosto dessa democracia do PT… Eles discutem de tudo, alianças, candidatos, forma de governo… e aí vem o LULA e diz o que tem que ser feito… grandes KKKKKK!

  4. Esta visão considera apenas o

    Esta visão considera apenas o cenário nacional. Meu receio é que este “purismo” coloque em risco as eleições e as posições do Brasil contra o entreguismo geral dos liberais. Vão vender a Petrobras e entregar o pré-sal? Vão lotear o Brasil, Vão lotear a procuradoria? Vão se vender para o PIG? Se bem que o PT já deveria ter rompido com o PIG e não foi corajoso o suficente. Tenho dúvidas se devemos considerar apenas o cenário da justiça social ou se o cenário geral como o do pré-sal não seja um norte para mais políiticas sociais e para a educação? Vale a pena arriscar a eleição?

  5. Me mostre somente UMA vez que

    Me mostre somente UMA vez que a falha teorizou a respeito de uma “ala direita” no PSDB.

    Ainda mais falando em esgotamento de modelo!

    O item foi publicado porque fala nesse assunto, isso eh, em alguma “dissidencia interna” do PT.

    Acontece que eles tem direito pleno de discutirem entre si sobre o que quizerem.

    Pra informacao:  O “modelo esgotado” eh o do PSDB, eh por isso que eles nao ganham eleicoes.

  6. A Marina apoia tudo isso que

    A Marina apoia tudo isso que esse cara falou. Se ela quisesse infiltrar um Cabo Anselmo no PT seria exatamente isso. Na próximas manifestações, esses caras vão aderir aos black blocs.

    O problema do governo Dilma não é ser ‘de direita”, o Lula era tão ou até mais. E todos que reclamaram, saíram já em 2003, quando Meireles foi para o BC. Os que ficaram sabem há muito tempo qual é a proposta do governo Lulilma. 

    O que mudou então? A política, onde o Lula é um craque, e a Dilma está penando, não descobriu que o cargo de presidente é político, não de gerência

  7. O tucano Gunter

    O tucano Gunter Zibell preocupado com o PT. Vide este post e o do Marigoni. Então tá. Que tal postar sobre as mazelas do PSDB? E as candidaturas Alckmin e Aécio, a quantas anda? 

  8. Uma coisa é a correlação de

    Uma coisa é a correlação de forças desfavorável, outra é o próprio PT reforçar essa situação ajudando a direita.

    – Como eleições estaduais e nacionais são na mesma data, o PT precisa aumentar bastante as candidaturas próprias nos estados (governador, senador), pois o governador influencia muito mais que a presidenta nas eleições legislativas.

    – Também precisa evitar grandes coligações proporcionais e procurar aliados com programas em comum.

    Com mais visibilidade, um crescimento considerável da bancada petista é inevitável. Se repetir a estratégia de 2010 o PT pode é perder deputados, com isso nem voto na Dilma pois seu 2º mandato será igual ou pior e prefiro evitar constrangimentos para o PT.

     

  9. A FSP continua “perdida” e

    A FSP continua “perdida” e mentindo para confundir. Veja abaixo carta de Markus Sokol aos jornalistas que fizeram a matéria, denunciando a invenção de frases não ditas (Atenção para o detalhe abaixo (em negrito, sublinhado e em itálico).

    https://constituinteporterratrabalhoesoberania.wordpress.com/2013/11/02/folha-distorce-opiniao-de-markus-sokol-veja-carta-do-candidato-a-presidencia-do-pt/

    Caro Diógenes Campanha, da Redação da Folha de S. Paulo,

    a/c Marina Dias

    A matéria “Lula aposta em eleição interna” da edição de hoje (sábado, 02.11.2013), creditada a Marina Dias e Diógenes Campanha, distorce gravemente as minhas opiniões.

    Afirma que “nos debates eleitorais do PT, ele (Sokol) defende que o partido restrinja suas alianças ao PCdoB e a ‘setores do PDT e o PSB que tenham afinidade com nosso projeto’, mesmo que uma coalização menor enfraqueça as chances de Dilma nas urnas em 2014”.

    Ora, eu nunca disse “mesmo que enfraqueça Dilma em 2014”!

    Sou contra essa coalizão, é certo, mas creio, até ao contrário, que a coalizão com o PMDB tira votos da candidatura do PT: o governador Cabral (PMDB) nos tira votos no Rio, o senador Renan (PMDB) em Alagoas, Barbalho (PMDB) no Pará, Sarney (PMDB) no Maranhão, enfim, a lista é longa.

    O jornalista Diógenes pode consultar a gravação feita a seu pedido, corretamente, da nossa conversa.

    O problema é relevante, porque a 2ª manchete da página 2 poder 2 destaca que “Corrente sustenta que vale a pena romper com PMDB e sacrificar a reeleição de Dilma por reforma política e agrária”, transformando o erro numa distorção completa da posição da corrente que represento, neste processo eleitoral interno do PT, como se propuséssemos “sacrificar” Dilma – uma acusação indigna!

    Solicito que esta informação errada seja corrigida na próxima edição.

    Markus Sokol
    Candidato a presidente do PT pela chapa Constituinte por Terra, Trabalho e Soberania

  10. Provocação

    O artigo é uma provocação da FSP e do Gunter, pois ambos são contra o PT e suas gestões. Não é nem facil e mais ainda nem sempre é possível, em sistemas políticos estáveis, fazer-se rupturas com grandes mudanças. Isto leva a “prejudicar” muitos interesses arraigados a muito tempo no tecido do país. Grandes ruptura somente são feitas (e a história prova isto) com revoluções (morte e/ou desterro de grande parte dos “opositores ou perdedores”), eliminado-se assim as possíveis contra revoluções.  Mudança políticas (dentro do ssitema estabelecido) são feitas com conta-gotas e demandam longo tempo e de trabalhos intensos e constantes. Acredito que a eleição de 2014 será ganha pela Dilma, desde que as forças oposicionistas não criem um grande fato político/midiático.  Porem para 2018 o assunto deverá mudar de figura. Os cidadão criados dentro de um governo mais justo e com vizão social (comparado com os anteriores) não terão nas suas memórias o mal que poderá lhes causar um goveno retrógrado. Um novo FHC ou semelhante, disposto a vender o país a interesses extrangeiros, aos bancos e aos rentistas de plantão, suportados por um mídias que sabemos que são contra os interesses da classe média e dos mais pobres, financiados pelos bancos e empresas estatais (empresa privada não irá gastar nada), levará dentro de 4 a 8 anos o país ao estado encontrado no final do governo FHC. Vamos rezar para que consigamos insuflar dentro dos mais jovens os perigos que a direita e liberalismo representa para eles. Mudanças rápidas e radicais só com revoluções!

  11. eleições internas no PT
    Se verdade for, tomara que a “esquerda” do PT não ganhe.
    Se ganhar, e sacrificar a próxima eleição prá presidente – foi o que o Véio entendeu – babaus… adeus Tia Chica…foi-se a égua com a cinta…
    Mais 50 anos de choro e ranger de dentes…
    O cavalo não passa encilhado duas vezes…
    Não se dá asa prá cobra…
    Melhor é continuar no governo e fazer o melhor possível.
    Sinceramente, acho que a oposição está perdida.
    É hora de “Carga e carnificina” (no Rio Grande, “carga e degola”) diziam os antigos.
    Saravá

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador