Eleição na Grécia: uma bela resposta aos empresários e banqueiros de Davos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por José S. Faro

Os ventos que sopram da Grécia

No blog História, Cultura, Comunicação

Bela resposta receberam os banqueiros e empresários reunidos em Davos: na contramão da euforia monetarista que marcou o encontro, os gregos elegeram a coalizão de esquerda Syriza para governar o país. O líder do grupo, Alexis Tsipras, ao lado de Pablo Iglesias, do movimento espanhol Podemos, representa o amplo sentimento de rejeição às políticas de austeridade econômica que a Europa sofre há mais de 5 anos – sem que o crescimento do desemprego e a recessão tenham sido revertidos. Com exceção dos bancos e das grandes empresas, nenhum outro segmento das sociedades europeias tirou qualquer proveito das práticas neoliberais festejadas na Suiça na semana passada.

Uma resenha de boas notícias sobre as eleições gregas pode ser encontrada nas indicações abaixo, mas é curioso que a vitória da esquerda na Grécia tenha ocorrido em seguida aos dias de glória vividos pelo titular da pasta da Fazenda no Brasil, Joaquim Levy. Depois de ser louvado na deselegante e pretensiosa entrevista que Armínio Fraga deu a seu respeito no Estadão (leia aqui), o ministro foi humilhado no tratamento que recebeu dos banqueiros em Davos que o consideraram o “queridinho” (matéria de Clóvis Rossi, na Folha) das práticas ortodoxas que fartam de lucros o grande capital.

É bom que a presidente Dilma respire fundo quando sentir no rosto esses ventos que sopram da Grécia. Eles podem ser uma sinalização para que, ainda em tempo de evitar uma catástrofe social, o Brasil mude o rumo de sua política econômica.

Sugestões de leitura (mas não se impressionem com o adjetivo “radical” que os grandes jornais colam em Tsipras):

http://www.valor.com.br/internacional/3877642/esquerda-radical-vence-na-grecia-e-promete-acabar-com-austeridade

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/25/internacional/1422185411_230504.html

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/24/internacional/1422118216_545673.html

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/25/internacional/1422222053_695294.html

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/24/internacional/1422114357_429065.html

http://www.jn.pt/opiniao/default.aspx?content_id=4362738

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. Bela resposta para quem? Quem

    Bela resposta para quem? Quem vai se ferrar são os gregos, o governo de esquerda fabrica dinheiro?

    A Grecia tem a maior frota de navios do planeta, tanto em petroleiros como em granel e carga seca.

    a navegação grega NÃO PAGA IMPOSTOS NA GRECIA, são os maiores sonegadores do planeta, a malandragem é a maior profissão da Grecia, dão nó em judeus e arabes, pegaram dinheiro da Europa e não vai pagar.

    1. “A Grecia tem a maior frota de navios do planeta…”

      A Grécia não, os armadores gregos. Não é uma disputa entre nações, é uma luta da maioria da população contra as oligarquias cada vez mais gananciosas e cegas.

      Parabéns, Grécia. Boa sorte na dura luta à frente.  

  2. Os gregos na hora de pegar

    Os gregos na hora de pegar dinheiro da União Europeia e pegaram muito, eles são de DIREITA. Na hora de pagar, eles viram de esquerda, ja foram quase comunistas logo depois da Segunda Guerra, depois ultra direita na deposição do Rei Constantino pelos coroneis, depois foram as duas coisas de forma alternada.

    Outra malandragem, os gregos de hoje não tem nada que ver com os gregos da antiguidade classica, são hoje levantinos produtos de grande miscigenação através de seculos de dominação de turcos e outros povo.

  3. Pronto!
    A.A foi mais rápido
    Pronto!

    A.A foi mais rápido do que grande mídia corporativa mundial e já incluiu a Grécia no “eixo do mal”.
    Temos agora um país bolivariano na Europa. O primeiro deles apenas, já que a fila que vem atrás é bem grande.
    E diga-se aqui que os eleitores gregos deram uma lição para a esquerda brasileira que flerta com politicas econômicas de direita. O partido socialista grego que apoiava a troika desapareceu de cena.
    Lição dada.

  4. “Convém lembrar algumas

    “Convém lembrar algumas regras do sistema eleitoral grego. Ao vencedor são atribuídos de forma automática 50 lugares para facilitar a formação de uma maioria parlamentar. O número de votos necessários para alcançar os 151 lugares – ou seja, a maioria absoluta – depende do número de votos nos partidos que falhem um lugar no parlamento (cujo limiar mínimo são os 3%).” fonte: Público, jornal português, http://www.publico.pt/mundo/no

    isto é, há cláusula de barreira e há cláusula de governabilidade: partido mais votado “ganha” mais 50 cadeiras

    syriza: 99 eleitos + 50 de bônus

     

     

    1. Voto é em listas, o que

      Voto é em listas, o que fortalece os partidos

      É distrital, com número de deputados por distrito, desde 1 até 44, proporcional ao número de elitores registrados por distrito.

      A distribuição dos eleitos ocorre após a eliminação dos votos em partidos ou coalizões que não alcançaram 3% dos votos.

      Se o vencedor for uma coalizão, não tem direito à bonificação de 50 deputados.

       

  5. Dicionário

    Tradutor de economês ortodoxo para o português

    – medidas ortodoxas – aumentar impostos (para os pobres, lógico), cortar empregos, extinguir direitos e aumentar os juros.

    – governo populista – governo que beneficia o povo, desacelerando o enriquecimento dos muito ricos.

    – medidas corajosas – aumentar tarifas públicas, produzir recessão, aumentar impostos (para os pobres, lógico).

    – medidas amargas – o mesmo que “medidas corajosas”, “medidas ortodoxas” e “austeridade”.

    O povo grego começa a entender esse dicionário. Por isso deu a vitória ao Syriza. Com a palavra, o povo espanhol, português, italiano, francês. A decisão é simples: votar em políticos que governam para os ricos ou votar em políticos que governam para o país.

  6. é uma boa lição para os que

    é uma boa lição para os que não acreditam em política!!!

    é a polítca, estúpido!!!
    para o bem ou para o mal, (representado muito bem por

    esse capitalismo selvagem financeirizador de tudo)

  7. Pois é….

    O Syriza formará o novo governo com os representantes de um partido nacionalista de direita, que se posiciona radicalmente contra a Europa e contra os imigrantes. Marine Le Pen.   

    Rita Dinis
    Depois, de Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, que tem ganho avanço nas sondagens com um discurso anti-euro: saúda a vitória do Syriza, que politicamente se situa no extremo oposto ao seu, e enaltece o “início do julgamento da austeridade”.

    Le Pen saudou a “enorme chapada democrática que o povo grego deu à União Europeia”.

     

    http://observador.pt/2015/01/26/merkel-e-bce-uma-voz-fecham-porta-renegociacao-da-divida/

  8. Eleição é uma coisa, governo

    Eleição é uma coisa, governo é outra. O novo governo vai se reunir com a União Europeia para tentar chegar a um

    rearranjo dos acordos economicos, a Grecia não tem como romper com tudo porque depende de ter linhas de credito para importar. Alugns refrescos o novo Governo pode dar de imediato como esticar o seguro desemprego, religar a luz de casas com luz cortada por falta de pagamento, passagens gratis de onibus para desempregados.

    O problema da Grecia foi causado por excesso de gastos, altissima corrupção, péssimos governos, não foi a Europa que

    qubrou a Grecia, foram governos gregos.

    1. .

      É correto que excesso de gastos, corrupção altíssima e governos desastrosos estão nas causas dos problemas gregos, mas os parceiros europeus fecharam os olhos e até incentivaram, enquanto tinham lucros com a situação, principalmente os respectivos bancos.

      É muito difícil o novo governo sair da rota e enfrentar o poderio do capital europeu e é um engano ter muitas esperanças em guinadas políticas, da mesma forma que o mundo se enganou com a eleição de Obama, anos atrás.

  9. Infelizmente não há resposta bela possível para a Grécia

    A questão não é ser contra ou a favor de ninguém, e sim sair do Euro, o que é direito da Grécia. Como está hoje não dá, ela está sofrendo horrores para manter um modelo insustentável, apenas com o objetivo de ter a mesma moeda da Alemanha e da França, e de usufruir as mesmas vantagens. Ora, isso é absurdo. Já passou da hora da Grécia pular fora; se o novo governo eleito quer isso, não está errado. O problema é que adotar o Dracma também significará uma tremenda desvalorização da moeda nacional, inflação muito maior, empobrecimento da população e transferência de poupança externa de volta aos credores europeus. Não adianta adotar o Dracma e tentar valorizá-lo, não valerá nem papel de pão. A situação grega infelizmente não tem saída fácil, pois é um país tremendamente credor em termos históricos e culturais com o Ocidente, se eles ganhessem royalties com o que inventaram nos últimos dois milênios, estaríamos pagando até hoje.

    O problema do novo governo (se ele quiser isso) é querer ficar no Euro e não pagar a dívida, isso também é absurdo, pois significa que o contribuinte alemão de 65 anos terá que sustentar a sociedade grega corrupta e pouco produtiva. Tem que haver um prejuízo comum, o erro foi ter admitido os caras no início da Comunidade, agora todos tem que rachar o prejuízo.

    PS: Na realidade o Euro teria que ser somente da Itália p/cima, o resto provou que não tinha condições de competir com cachorro grande…

  10. GRÉCIA AVANÇA, MAS PRECISA FAZER O DEVER DE CASA!

    Parece que estão em boas mãos, pelas reportagens dos links citados, sobre o líder do Syriza:

    “Também declarou que seu herói é Franklin D. Roosevelt por sua condução da crise de 29 e eliminou um retrato de Che Guevara de seu escritório.” 

    A grécia precisa fazer seu dever de casa. As nações imperialistas têm culpa por sua crise, porque enfiaram uma ditadura goela abaixo no povo grego, como aqui no Brasil. Portanto, precisam ser muito generosas nas negociações da dívida. Só que o dever de casa é o mais importante. Como o Brasil, a Grécia é dominada por meia dúzia de famílias, que se entupiu de dinheiro durante a ditadura, e nos períodos posteriores. O povo grego também é saqueado de todas as formas por uma espiral de corrupção, que abocanha todos os recursos do Estado. É fundamental para a Grécia, que seu povo conquiste os direitos fundamentais das modernas democracias:

    DIREITO DE PROPOR E DERRUBAR LEIS POR INICIATIVA E VOTO POPULAR:

    Fundamental para que o povo possa se defender de medidas arbitrárias, e possa convocar referendo para derrubar leis indesejadas. E também para que tenha direito de propor, convocar, e votar plebiscitos, como única forma de superar a corrupção, que paga  para que o parlamento seja omisso. Com o direito de convocar plebiscitos, o povo passa a fechar cada brecha deixada por eles à corrupção, como se faz nos EUA, por exemplo:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/502648843204116/?type=3&theater

    DIREITO DE CASSAR POLÍTICOS, JUÍZES, PROMOTORES, E DELEGADOS, POR INICIATIVA E VOTO POPULAR:

    Trata-se do RECALL, ou referendo revocatório de madato, ferramenta mais eficiente contra a corrupção. Enquanto eles próprios julgarem uns aos outros, sempre haverá proteção, e os corruptos prevalecerão. Se o povo dá o emprego, e paga o salário de todos eles, também deve ter direito de demiti-los. Saiba mais sobre o assunto:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/303097703159232/?type=3&theater

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