Eletrobras estuda criar programa de demissão voluntária

Jornal GGN – A Eletrobras está avaliando a possibilidade de criar um programa de demissão voluntária. O presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr disse que a medida faz parte de uma estratégia para reduzir custos.

“Precisamos negociar com os sindicatos. Não é uma decisão unilateral da companhia. Para ser sustentável, tem que haver consciência das pessoas. O colaborador tem que olhar a sustentabilidade da Eletrobras como algo importante para a sua própria aposentadoria”, afirmou.

A estatal possui atualmente cerca de 23 mil funcionários concursados. A nova gestão quer reduzir esse número. “Tem que haver um esforço muito grande de racionalização de custos. Além de trabalhar o tema de [redução de] pessoal, que normalmente é uma alavanca que tem se buscar, é preciso uma estrutura organizacional enxuta”.

Do Valor Econômico

Eletrobras pode criar programa de demissão voluntária, diz presidente

Por Rodrigo Polito

A Eletrobras avalia a implementação de um programa de desligamento voluntário de funcionários, afirmou nesta terça­feira o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr. Segundo o executivo, a medida faz parte da estratégia da companhia de reduzir custos.

“Estamos avaliando essa alternativa agora [demissões voluntárias]. Precisamos negociar com os sindicatos. Não é uma decisão unilateral da companhia. Para ser sustentável, tem que haver consciência das pessoas. O colaborador tem que olhar a sustentabilidade da Eletrobras como algo importante para a sua própria aposentadoria”, afirmou o executivo, em conversa com jornalistas, antes de participar de reunião na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), no Rio. “Com certeza, nós precisaremos ter algum tipo de incentivo, mas não decidimos ainda.”

O grupo Eletrobras possui hoje cerca de 23 mil funcionários concursados. Segundo Ferreira Jr., a companhia também planeja reduzir o número de prédios que utiliza no centro do Rio de Janeiro.

“Tem que haver um esforço muito grande de racionalização de custos. Além de trabalhar o tema de [redução de] pessoal, que normalmente é uma alavanca que tem se buscar, é preciso uma estrutura organizacional enxuta. Temos aqui seis prédios nessa região [do centro do Rio]. Óbvio que acabamos tendo uma estrutura de suporte maior do que seria necessário do que se fosse um prédio só”, disse.

A redução de número de empregados e de outros custos faz parte do objetivo da nova gestão da Eletrobras de tornar a companhia sustentável. Segundo Ferreira Jr., o resultado do segundo trimestre deste ano, um lucro de R$ 12,7 bilhões, foi contábil e não operacional, influenciado pela reconhecimento das indenizações que a empresa tem a receber por investimentos não amortizados em ativos antigos de transmissão cuja concessão foi renovada.

“A boa notícia foi voltar para o lado azul do balanço. Mas isso não é suficiente na nossa avaliação para garantir sustentabilidade para a empresa. Meu compromisso com a companhia é de recolocar a Eletrobras de forma sustentável nos seus resultados. Para isso ela obviamente terá que investir em eficiência”, afirmou o executivo.

Petrobras

A Eletrobras iniciou na última semana conversas com a Petrobras para chegar a um acordo sobre a dívida das distribuidoras com a petroleira, relativa ao fornecimento de combustível para geração de energia em áreas isoladas do Norte e Nordeste, afirmou o presidente da Eletrobras.

Ferreira Jr. já existe um acordo para o pagamento de cerca de R$ 10 bilhões, que está em dia. Agora, o objeto de negociação entre as companhias é da ordem de R$ 5,4 bilhões.

“Nós começamos a tratar na semana passada. Esteve comigo e com o Armando [Casado, diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras] o diretor financeiro da Petrobras [Ivan Monteiro]. Começamos a avaliar as alternativas para que a gente possa obviamente quitar essa dívida. Ter um equacionamento de tempo que permita as empresas pagarem. Que tenham garantias associadas a esse eventual financiamento, que possam permitir a Petrobras utilizar esse crédito potencial como algo que possa fazer sentido no fluxo de caixa dela”, disse Ferreira Jr.

Segundo o executivo, a maior parte da dívida é relativa às distribuidoras do Amazonas e Roraima, que possuem uma maior parte da rede em sistema isolado.

A negociação entre as empresas se dá ao mesmo tempo em que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) trabalha em cima dos cálculos do valor a que as distribuidoras da Eletrobras têm direito a receber, de encargos setoriais relativos ao custo de combustível para geração de energia em sistemas isolados. Ferreira Jr. Lembrou que a portaria 735 do ministério de Minas e Energia, permite às distribuidoras ter reconhecimento de recursos de encargos que antes não era possível porque elas estavam inadimplentes.

Ferreira Jr. ressaltou que, após negociada toda a dívida das distribuidoras com a Petrobras, os débitos serão das distribuidoras e serão repassadas com elas para o comprador dessas empresas, após a privatização prevista para ocorrer em 2017. Segundo ele, a Eletrobras não ficará com essa dívida.

O presidente da Eletrobras disse ainda que espera concluir o mais breve possível a negociação com a Petrobras sobre a dívida em aberto das distribuidoras.

Com relação ao acordo de confissão de dívida, da ordem de R$ 10 bilhões, Casado explicou que as parcelas estão sendo pagas em dia. “Esse é um contrato de confissão de dívida, de R$ 8,6 bilhões, que atualizados dá R$ 10,2. Está mantido e está pago exatamente em dia todas as prestações, de acordo com a portaria interministerial 652, que permitiu que esse débito fosse parcelado em 120 vezes. E vem sido cumprido rigidamente isso”, disse.

Redação

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