Em busca de provas das delações, TSE pede ajuda a Moro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após a sequência de delações dos ex-executivos da Odebrecht, o ministro corregedor Herman Benjamin quer ter acesso a comprovações das informações prestadas pelo ex-presidente Marcelo Odebrecht, e pelos ex-funcionários Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho. 
 
Para isso, determinou que os três delatores encaminhem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) documentos que possam comprovar o que informaram nesta e na última semana. Também solicitou ao juiz da Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, que compartilhe documentos e provas que tenham relação com “eventual abuso de poder político e econômico da campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014”.
 
Neste último pedido, o ministro do TSE que é o relator da ação que pode cassar o mandato de Temer pediu a colaboração do magistrado do Paraná:
 
“Expeça-se ofício à 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, na pessoa do Exmo. Juiz Federal Sérgio Fernando Moro, solicitando sua colaboração no sentido de compartilhar com este Juízo provas documentais ou outras que, entre as ações criminais em curso perante aquela jurisdição, digam respeito ao objeto da presente Ação de Investigação Judicial Eleitoral, que é a ocorrência de eventual abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014”, disse Benjamin, em pedido feito nesta segunda (06).
 
Ao mesmo tempo que se avançam as informações contra a cúpula do PMDB no esquema de corrupção da Lava Jato, a Vara Federal de Curitiba caminha na tese de que os ilícitos ocorreram com o objetivo de que os demais partidos beneficiários, como PMDB, atuaram de forma a compensar o apoio político ao governo vigente, no caso do ex-presidente Lula e de Dilma Rousseff.
 
Foi o que mostrou, por exemplo, o pedido de condenação dos procuradores da força-tarefa de Curitiba contra Eduardo Cunha. Apesar de indícios de benefício contra o parlamentar e seu partido, a tese defendida pelos investigadores é que tratava de um esquema para, na verdade, apoiar o PT, conforme revelou o GGN em reportagem.
 
Ao passo que o ministro corregedor do TSE tenta entender como se dava o esquema na Petrobras para o financiamento de campanhas por meio de caixa dois, e dessa forma pedindo a ajuda de Sérgio Moro, Benjamin também recorre a outras medidas de confirmação das acusações.
 
Entre elas, além dos documentos solicitados aos próprios delatores que possam confirmar suas acusações, o ministro fará também uma acareação entre Marcelo Odebrecht, Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho. A audiência com os três busca tentar sanar possíveis divergências apresentadas nos depoimentos.
 
Um dos conflitos é que o se refere a quanto de caixa dois a Odebrecht teria repassado ao PT e ao PMDB. Enquanto Hilberto Filho afirmou um repasse de U$ 3,39 bilhões em caixa 2 entre 2006 e 2014, Alexandrino Alencar disse que a empreiteira pagou R$ 7 milhões a cada um dos partidos (PROS, PCdoB e PRB), e Marcelo narrou que quatro quintos das doações para a chapa tiveram como origem o caixa dois.
 
A audiência já foi marcada para ocorrer nesta sexta-feira (10), às 16h. 
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Confirmando mais um ato …

             Agora o golpe foi estabelecido e será bem sucedido, Herman Benjamin, colega de Gilmar Mendes, vai legitimar o golpe, esse fato vai gerar conflito entre as condenações das investigações lava jato e o entendimento do TSE, as explações que os acusados farão no TSE vai deslegitimar as teses da república de ” Marx e Hegel ” (Curitiba), as provas que irão inocentar os acusados no TSE vai inocentar os acusados na república de ” Marx e Hegel ” (Curitiba), e a tese dos acusados que serão inocentados no TSE vai permitir que os acusados sejam inocentados no tribunal federal 4° região da republica de ” Marx e Hegel ” (Curitiba), pois as teses no TSE terão o peso de ser um julgamento de um colegiado em quanto que na república de ” Marx e Hegel ” (Curitiba) tem o peso um juiz acusado de ser parcial, acho que é essa a grande jogada, e a república de ” Marx e Hegel ” terá que engolir e a grande tese da corrupção no Brasil, que está baseada na questão de financiamento privado dos partidos, terá o seu desfecho final.

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