Encontrada mais uma criança sequestrada pela ditadura argentina

Estela de Carlotto, presidente da organização Avós da Praça de Maio

Jornal GGN – A organização Avós da Praça de Maio informou que mais uma criança sequestrada pelo ditadura militar da Argentina foi identificada. Testes de DNA confirmaram que uma mulher, hoje com quase 30 anos, é filha dos ativistas Gladys Castro e Walter Domínguez, integrantes do Partido Comunista na Argentina.

De acordo com a ONG Avós da Praça de Maio, mais de 300 pessoas foram sequestradas quando bebês ou crianças pelo ditadura argentina e ainda não foram identificadas. A organização incentiva pessoas com dúvidas sobre sua identidade a realizar testes de DNA.

Da BBC Brasil

Avós da Praça de Maio encontram mais um bebê ‘roubado’ pela ditadura argentina

Mais uma criança sequestrada pelo governo militar da Argentina (1976 – 1983) foi identificada, segundo informou a organização Avós da Praça de Maio.

Testes de DNA confirmaram que uma mulher, agora com cerca de 30 anos, era filha dos ativistas Gladys Castro e Walter Domínguez, integrantes do Partido Comunista Marxista Leninista da Argentina.

Ambos viviam na cidade de Mendoza (norte) e foram capturados na casa em que moravam em 1977. Na época, Gladys estava grávida de seis meses e deu à luz na prisão no ano seguinte. Gladys e Walter nunca mais foram vistos.

Segundo a ONG, há mais de 300 pessoas que foram roubadas quando bebê ou crianças pelo regime militar e ainda não foram identificadas.

Leia mais: Após ajudar a encontrar mais de 100, avó da Praça de Maio acha o próprio neto

O sequestro de bebês era parte de um plano da ditadura argentina e ocorria de maneira sistemática, segundo grupos de direitos humanos.

O objetivo era dar os filhos de pessoas que o governo considera subversivas a famílias de militares e seus aliados. Na lógica da ditadura, isso evitaria que fosse criada outra geração do que os militares consideravam radicais da esquerda.

Prêmio pela luta

A organização Avós da Praça da Maio foi fundada em 1977 com o objetivo de encontrar os filhos roubados e adotados ilegalmente durante o governo militares.

Ao longo dos anos e de muitos protestos e lutas, a ONG conseguiu muitos frutos.

Um deles ocorreu em 2014, quando o neto de Estela de Carlotto, a presidente da ONG, foi identificado após mais de 30 anos de buscas.

Para muitos, a identificação de Guido foi como um prêmio para a vida de luta de Estela. Ele se submeteu ao teste de DNA por conta própria, após desconfiar de sua verdadeira identidade.

A filha de Gladys e Castro é a 117º pessoa a ser identificado pela ONG.

O grupo possui um amplo banco de dados genéticos de familiares das vítimas da ditadura. Foi a partir desta base de dados que os bebês separados dos pais biológicos – e agora com mais de 30 anos – foram localizados.

A organização costuma veicular anúncios em jornais, TVs e rádios incentivando pessoas com dúvidas sobre sua identidade a procurar a ONG e realizar o local e realize o exame de DNA.

Redação

2 Comentários

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  1. encontro de mais um bebê sequestrado pela ditadura argentina

    Que maravilha! A luta incansável dessas mães, pais e avós, que nunca desistem de procurar seus filhos e netos desaparecidos, torna a humanidade melhor, apenas por existir. E persistir.

  2. A memória de todos nós, por Eric Nepomuceno

    Um livro devastador sobre o horror das ditaduras do Uruguai, Argentina e Chile. A parte dedicada à Argentina, com o sequestro dos bebês recém nascidos filhos de militantes presos é inacreditável. Recomendo.

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