Entrevista de Serra ao Valor desmonta balão de ensaio

Entrevista desmente que tenha acertado ser vice de Temer e comprova que Serra não foi aceito no pacto de governabilidade.

A entrevista de José Serra ao “Valor Econômico”  (http://migre.me/rcQNt) traz duas informações relevantes e duas críticas impróprias.

A primeira informação relevante é a confirmação de que não passava de balão de ensaio (empinado pelo próprio Serra) a história de que ele seria o Ministro da Fazenda em um futuro governo Michel Temer.

Era um balão acompanhado de visão prospectiva: ele seria Ministro da Fazenda em um mandato Temer e depois saltaria para a presidência da República, assim como Fernando Henrique Cardoso no mandato Itamar.

A entrevista mostra que o balão murchou.

A segunda informação relevante é que fecharam a porta do pacto de governabilidade a Serra. Agora, ele monta no escaler da mídia para tentar escalar a lateral do navio.

A primeira crítica imprópria é quanto ao “vácuo de poder”.

É correta, porém imprópria partindo de quem a formula. Ao longo de sua vida pública, Serra escondeu-se em praticamente todos os momentos de crise que enfrentou.

Alguns exemplos:

  • Sumiu no segundo semestre de 1995, quando os juros do real jogaram a economia em uma crise sem paralelo e a dívida pública explodiu.

  • Enquanto governador de São Paulo sumiu durante as enchentes que devastaram o estado e não coordenou uma reunião sequer da Defesa Civil.

  • Escondeu-se quando a Polícia Civil cercou o Palácio, por não ser recebida por ele. Cedeu imediatamente a todas as demandas, desdizendo tudo o que dissera antes sobre responsabilidade fiscal.

  • Na crise de 2008 escondeu-se dos industriais da Abimaq, a ponto de eles ameaçarem cercar o Palácio junto com os metalúrgicos da CUT e da Força Sindical.

  • Em todo seu período de governo do estado, sequer comandou uma reunião de secretariado.

Portanto, se estivesse agora à frente do país, seu comportamento não seria muito diferente do de Dilma.

A segunda crítica imprópria é quanto à ausência de uma política industrial.

Com todos os problemas, Dilma implantou uma política industrial com o pré-sal e com o PDP (Política de Desenvolvimento Produtivo do MInistéiro da Saúde), a Embrapii, Territórios de Inovação. No governo de São Paulo, Serra foi de uma inércia a toda prova e, em plena crise de 2008, promoveu um arrocho fiscal sem precedentes com a implementação da substituição tributária. A mesma política que critica agora em Dilma.

Governando um estado com os melhores institutos de pesquisa e universidades do país, a maior rede de cidades médias, as maiores empresas, foi incapaz de articular uma política mínima de competitividade.

Mesmo o PSDB tendo em seus quadros os principais formuladores de políticas de inovação, não assumiu uma iniciativa sequer na área, porque sua mente persecutória passou a tratar como de inimigos todas as iniciativas que vinham da área acadêmica.

Nas universidades, a figura símbolo da era Serra não foi Britto Cruz: foi João Grandino Rodas.

Sobre a política econômica

As críticas em relação à política econômica são corretas.

Não se imagine Serra com conhecimento e experiência para trabalhar os instrumentos de políticas públicas. Ele é um observador da realidade. Seria um bom colunista de economia, jamais um bom Ministro.

Durante o Real, embora Ministro do Planejamento, manteve-se mudo nas discussões acerca dos desdobramentos do plano, pela incapacidade de entender plenamente a posologia das políticas cambial, monetária e seus efeitos sobre a inflação. Nas poucas vezes em que interveio espantou os economistas do Real pelo desconhecimento da matéria.

Mas é um analista de bom senso que, na entrevista, centra fogo nos seguintes pontos:

  • as metas fiscais irrealistas;

  • elevação dos juros sem haver os pressupostos da atividade econômica aquecida, inflação de demanda ou crise do balanço de pagamentos;

  • o impacto dos juros na elevação da dívida bruta;

  • as operações de swap cambial, com um custo fiscal altíssimo;

  • o descompasso entre o Banco Central, Fazenda e Executivo.

Nesta entrevista, a facilidade com que Serra distribui números é típica de respostas escritas. E a citação de uma frase em francês – idioma que ele não domina – poderia induzir os críticos a imaginar que tenha voltado ao velho método de se auto-entrevistar.

A suspeita é reforçada pela pergunta abaixo, típica das entrevistas que, nos anos 80, ele enviava para publicação na Folha com perguntas e respostas prontas:

Valor: Seu mandato tem alta taxa de sucesso. É campeão de propostas aprovadas. A parceria com o presidente do Senado, que comanda a pauta, ajuda?

Luis Nassif

28 Comentários

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  1. Hoje é uma espécie de Serra

    Hoje é uma espécie de Serra Day (rs). Entrevista pre-preparada pro Valor e de noite respondendo as perguntas do Roda Amiga, quero dizer, viva (rs). É uma vida dura essa, não? rs 

    1. obrigado pelo o aviso

      Roda amiga, bom jogo de palavras… obrigado por me avisar não vou assistir.

      Prefiro o documentario sobre a ultima rainha de Portugal na francesa TVMonde 

      1. O criador desse jogo de

        O criador desse jogo de palavras ( roda viva -roda amiga ) é o nosso melhor analista político atualmente = o zé simão rs 

  2. AInda bem que Nassif  matou a

    AInda bem que Nassif  matou a charada. O poder sem limites não faz bem, a vaidade sempre trai o poderoso (prás mídia dele), na realidade, pretenso poderoso. 

  3. “Valor: Seu mandato tem alta

    “Valor: Seu mandato tem alta taxa de sucesso. É campeão de propostas aprovadas. A parceria com o presidente do Senado, que comanda a pauta, ajuda?”:

    Alguem avise o presidente do senado que Serra o vai trairar e ja o esta planejando.

  4. Este descaramento do vamp da

    Este descaramento do vamp da Mooca é antigo .

    Foi eleito para a Câmara Federal (assembléia Constituinte de 1988) junto com a boiada eleita no golpe do cerco ao boi no pasto no farsesco plano Cruzado do Sarney .

    Aproveitou a carona PMDBesta/PSDBesta e transformou-se no senador da paulicéia descerebrada .

    De lá pra cá, virou isto aí . Um traste ! 

  5. O Valor do Otavinho

    O Valor do Otavinho “entrevistando” o Serra é me engana que eu gosto puro. Muito diferente fêz o Mino ao entrevistar o Lula. Todos sabem que ele o apoiou nas eleiçoes e o registrou em editorial, inclusive. Mas mesmo assim, não havia pergunta combinada, muito pelo contrário, Mino fez pergutas duras contra o PT. 

    Já lá no jornal piguento finge-se que o Serra não é o candidato dos Frias para todas as horas e eleições. E também finge-se que as perguntas não foram elaboradas em duas mãos pelo entevistado e entrevistador. Uma entrevista sob encomenda para “vender” o Serra como candidato ideal do grande capital, esse mesmo que acabou de dar um chega para lá no playboy do Leblon

  6. Coitado de Serra, tantos serviços à pátria e tão maltratado aqui

     

    Luis Nassif,

    Utilizar a entrevista de José Serra para fazer a crítica à política econômica do governo da presidenta Dilma Rousseff e ao mesmo tempo criticar José Serra pelo que ele diz como político só se torna compreensível quando se se reconhece que você perdeu qualquer lógica em suas diatribes contra o senador paulista.

    Aliás, criticar as críticas políticas de José Serra (e elogiar as críticas dele à condução econômica ou seja à política econômica do primeiro governo e do início do segundo governo da presidenta Dilma Rousseff), é um atestado de que você não lê os textos do seu amigo José Arthur Giannotti nem mesmo agora quando Sergio Saraiva, no post “Qual o futuro da Operação Lava Jato?, por Sérgio Saraiva” de sexta-feira, 14/08/2015 às 19:41, fez a bela recuperação do artigo “Acusar o inimigo de imoral é arma política, instrumento para anular o ser político do adversário” que José Arthur Giannotti publicara na Folha de S. Paulo de quinta-feira, 17/05/2001.

    O bom dos seus textos contra José Serra é que eles são repetitivos. E com certa razão uma vez que José Serra também fica cada vez mais repetitivo. Devo abrir o Valor Econômico hoje à noite e provavelmente vou ver a entrevista dele, mas tudo deve já ter estado presente na entrevista anterior que ele concedeu ao Valor Econômico e saiu publicada na terça-feira, 28/04/2015 e você comentou no post “Serra, o camaleão desenvolvimentista” de quarta-feira, 29/04/2015 às 19:08, aqui no seu blog e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/serra-o-camaleao-desenvolvimentista

    Bem, vou então transcrever a seguir os dois comentários que eu enviei para junto do comentário de Alfredo Machado enviado quarta-feira, 29/04/2015 às 12:40, lá para o post “Serra, o camaleão desenvolvimentista”. A minha intenção era fazer três comentários. No primeiro que eu enviei quinta-feira, 30/04/2015 às 13:46, eu dei destaque à arrogância propedêutica falaciosa dos discursos que ele profere. No segundo, enviado sexta-feira, 01/05/2015 às 17:39, procurei pinçar trechos da entrevista que revelam uma vaidosa megalomania fantasiosa nos argumentos do senador tucano. E no terceiro comentário que não tive tempo para elaborar eu iria me dedicar a expor a presunçosa sapiência fictícia de que José Serre se arvora.

    Transcrevo a seguir o meu primeiro comentário para o qual eu fiz a seguinte chamada: “A entrevista é fraca e essa era a crítica a ser feita”. Disse eu lá:

    – – – – – – – – – – –

    “Alfredo Machado (quarta-feira, 29/04/2015 às 12:40),

    Não sei se a expressão correta para qualificar José Serra seja pessoa má. Principalmente quando se está em discussão a entrevista que ele deu ao Valor Econômico e que saiu publicada na terça-feira, 28/04/2015.

    O Luis Nassif continua naquela de dar uma no cravo e uma na ferradura. E tudo fica mais aceitável e também mais fácil se a crítica é genérica e se observa que o que é ferradura hoje foi cravo ontem. A crítica a entrevista de José Serra no Valor Econômico apareceu um dia após o texto de Luis Nassif criticando a política econômica de Joaquim Levy. Trata-se do post “Os resultados iniciais do pacote Levy” de terça-feira, 28/04/2015 às 19:33. As críticas que Luis Nassif faz no post “Os resultados iniciais do pacote Levy” aqui no blog dele não diferem muito da crítica de José Serra, apenas que esse último, antes de criticar Joaquim Levy, aliviou a barra do economista de Chicago repassando a responsabilidade pelos problemas fiscais ao governo do presidente Lula.

    A entrevista de José Serra pode ser vista no seguinte endereço:

    http://www.valor.com.br/brasil/4024148/serra-critica-custo-fiscal-de-swa

    Infelizmente o acesso a íntegra da entrevista é somente para assinantes.

    A íntegra do post “Os resultados iniciais do pacote Levy” pode ser vista no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/os-resultados-iniciais-do-pacote-levy

    E recomendaria também que se fizesse uma leitura atenta do discurso do senador José Serra no Senado Federal e que pode ser visto junto ao post “Pronunciamento do senador José Serra na tribuna do Senado” de quinta-feira, 05/03/2015 e como foi que o senador Jose Serra intitulou a transcrição do discurso dele realizado em 04/03/2015, e que pode ser visto no seguinte endereço no site dele:

    http://joseserra.com.br/pronunciamento-senador-jose-serra-na-tribuna-do-

    Há um endereço no site do Senado Federal onde é possível escutar os discursos no Senado. Vale a pena escutar o senador José Serra falando. Ele não dá ao tom de voz aquele vigor tonitruante mais próprio daqueles que querem convencer pela retórica e emoção. Não faz um discurso grandiloquente, pois desenvolveu bem o tom professoral. Utiliza o modelo professoral porque quer consolidar o convencimento com base na autoridade técnica. Não deixa, entretanto, de ser um discurso retórico e falacioso em que a história é contada a maneira dele apenas para louvar a si próprio e criticar os adversários, mas ela não se sustenta nos fatos e nem na teoria.

    Na época do discurso dele no Senado Federal eu não acompanhei bem as repercussões. Não sei se houve algum post específico no dia seguinte em que se comentasse este discurso. Um pouco depois, entretanto, houve aqui no blog de Luis Nassif uma crítica a este discurso. Trata-se do post “Análise preliminar do discurso de José Serra” de quinta-feira, 19/03/2015 às 09:40 originado de chamada de texto publicada no Brasil Debate para artigo do sociólogo Marcelo Zero intitulado “Falácias do Discurso de José Serra 1”. Achei tanto a chamada como o artigo de Marcelo Zero fracos, mas era o melhor que se tinha. O endereço do post “Análise preliminar do discurso de José Serra” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/analise-preliminar-do-discurs

    No post “Análise preliminar do discurso de José Serra” há também o link para o site no Senado Federal onde é possível acessar os discursos.

    Bem, ia escrever um comentário para Luis Nassif, com críticas a ele pela forma como tratou a entrevista do senador José Serra ao jornal Valor Econômico, mas resolvi antes ver um comentário de que eu gostasse e que me agradasse comentar. Há uma birra imensa contra José Serra aqui no blog de Luis Nassif. Salvo quando o comentário é emitido pelos comentaristas bem manjados, de cima para baixo todos falavam mal de José Serra. Até a Lenita, levemente razoável nos comentários dela, excedeu-se nas críticas que fez a José Serra. Parecia querer ir na jugular de quem para mim cada vez mais se assemelha ao pobre vampiro brasileiro.

    Eu sou muito crítico da crítica de Luis Nassif a José Serra. No início da década de 90, eu considerava sofrível o endeusamento que Luis Nassif fazia de José Serra. Para Luis Nassif, José Serra era o mais preparado brasileiro para ser presidente da República. Depois Luis Nassif virou de ponta a cabeça. E aqui no blog salvo as exceções de práxis, todo mundo acompanha o Luis Nassif na crítica que ele faz a José Serra.

    E o pior que a crítica é enviesada. Parece que ninguém quer procurar a racionalidade para se expressar. Dizem imparciais e para demonstrar que são fazem críticas a torto e a direito, como se o ser humano pudesse ser imparcial. Deveriam buscar ser racionais que é qualidade identificativa do ser humano. O Valor Econômico quase caiu no meu conceito quando deu oportunidade para fazer uma pergunta que parecia conversa de botequim. Após dar oportunidade para José Serra falar sobre o primeiro governo Dilma em que José Serra diz o seguinte:

    “Ela devia ter feito um plano, que era turbinar a economia em três setores: infraestrutura, comércio exterior e petróleo. Mas eles atrasaram as concessões, não avançaram nos acordos comerciais, pois ficaram atrelados ao Mercosul e, na área do petróleo, eles deram nó em pingo de óleo. Eles vieram com o método da partilha de produção, que foi feito por motivações eleitorais. O método da partilha atrasou investimentos”.

    Um dos dois ótimos jornalistas do Valor Econômico, Ribamar Oliveira e Alex Ribeira interfere na resposta e acrescenta perguntado: “Mas a presidente Dilma criou a nova matriz econômica…”

    A fala de José Serra era uma fala político em que prevalecia a retórica. E é um direito do político assim proceder. Cabe ao outro lado rebater a crítica. É claro que o outro lado sendo jornalista não pode tomar a defesa do governo, mas não poderia ter sido mais desajeito ao fazer pilhéria. Pilhéria que pelo menos para mim pareceu infantil. Tão infantil que o próprio José Serra perdeu a orientação e apenas disse:

    “Sim, mas isso são palavras”.

    Então o jornalista se corrigiu a tempo e complementou:

    “Mas o governo não reduziu os juros, promoveu uma desvalorização cambial, fez desonerações tributárias e ampliou os recursos do BNDES para investimentos?”

    Foi então que a crítica de José Serra que se identifica com a crítica de Luis Nassif, se fez presente de forma mais contundente, mas não a Dilma e sim a Lula, e ele responde assim:

    “Mas o câmbio, na média, ficou muito atrasado. Na verdade, veja a herança que ela recebeu do Lula, ou do governo Lula-Dilma. A pior coisa que um governo pode receber de outro é câmbio hipervalorizado, pois não tem margem de manobra. O Lula recebeu do Fernando Henrique Cardoso um câmbio hiperdesvalorizado, graças ao “efeito Lula”. Ou seja, com um raio de manobra tremendo para controlar a inflação”.

    Como José Serra, Luis Nassif ao fazer a crítica ao câmbio valorizado fica no meio do caminho. É bem verdade que Luis Nassif até que andou um pouco mais porque há uma frase e dois parágrafos dele lá no post “Os resultados iniciais do pacote Levy” em que ele parece querer dizer um pouco mais quando ele afirma:

    “Com o sistema de metas inflacionários, o jogo mudou.

    Agora, em caso de aumento da inflação, em vez de atuar diretamente sobre os segmentos pressionados, o BC aumenta mais que proporcionalmente as taxas básicas de juros para preservar o capital financeiro de qualquer perda. Quanto mais elevada a inflação, maior é a taxa de juros real (a diferença entre a Selic e a inflação esperada).

    Essa elevação compromete as contas públicas, joga um peso excessivo sobre o emprego, ao afetar a demanda agregada como um todo, e sobre a atividade econômica real, ao encarecer o crédito. Mas preserva os ganhos financeiros”.

    Só que o andar um pouco mais que o Luis Nassif realiza é quase como, a partir do meio do caminho, ir de um lado para o outro de cada margem.

    Sem dúvida que para ganhar a eleição em 2010, Lula aumentou os gastos públicos, forçou o crescimento econômico e permitiu a valorização do real quando ele havia chegado a 2,4 em dezembro de 2008. Só que a grande e perversa amarração que se fez na economia brasileira foi deflagrar um Plano Econômico que acabasse com a inflação de uma vez em um ano eleitoral para eleger um candidato e um candidato que não fora sequer presidente de um grêmio recreativo na juventude. E depois ter que sustentar este Plano em uma época de desvalorização de moedas dos países de periferia, forçando via dólar desvalorizado e, portanto, via inflação baixa, a população a pressionar o Congresso Nacional para aprovar a emenda da reeleição, e depois garantir a reeleição e depois no segundo mandato introduzir o câmbio flutuante e o regime de metas de inflação.

    A valorização do real que Fernando Henrique Cardoso produziu no primeiro governo é que desencarrilhou o Brasil. Só que a valorização do real não foi fruto do acaso ou da prepotência de G. Henrique de Barroso F., ela foi fruto de toda a lógica do Plano Real. Foi a valorização que estragou o Brasil, mas foi ela também que nos deu a inflação de primeiro mundo. E é bem verdade foi a valorização que permitiu que a disputa presidencial ficasse entre o PT e o PSDB e não por algum partido de Paulo Maluf ou alguém semelhante.

    E depois no segundo mandado Fernando Henrique Cardoso permitiu que se criassem as amarras que fazem o Brasil retroceder. A desvalorização veio no segundo mandato, mas primeiramente em decorrência da arruaça no Banco Central com a introdução da Banda Diagonal Exógena e mais à frente mais em virtude do problema do apagão elétrico no meado de 2001, da crise na Argentina no final de 2001 e do período eleitoral em 2002. E para o Plano Econômico ter êxito no combate a inflação de uma vez de tal modo que se satisfizesse o eleitorado, foi preciso subir bastante o juro e deixar a dívida pública crescer assustadoramente e valorizar a moeda. Tudo isso era sabido antes do Plano Real ser deflagrado.

    Se tiver oportunidade volto a comentar a entrevista de José Serra, mas o farei mais para enfatizar o quanto ele desenvolveu aquelas características que são próprias do tucanato: a vaidade arrogante da presunção autoritária da pretensão da sapiência. Construo essas frases utilizando como modelo Fernando Henrique Cardoso e José Serra. O autoritarismo é mais de José Serra. Fernando Henrique Cardoso não é autoritário. É claro que eu poderia aumentar essas qualificações, com a hipocrisia megalomaníaca de José Serra ou o cosmopolitanismo alienante de Fernando Henrique Cardoso.

    Uma leitura mais atento da entrevista vai servir para mostrar todas essas facetas de José Serra. A entrevista faz de José Serra pequeno. E Luis Nassif se volta ao passado para criticar José Serra como se quisesse dizer a entrevista é boa, mas ele não me engana. Sim, para Luis Nassif, a entrevista do senador José Serra deve soar boa porque o senador diz exatamente o que o Luis Nassif vive dizendo.

    José Serra nunca me enganou e menos ainda na entrevista. Ainda assim a entrevista sozinha pareceu mais vexatória para ele. Ter sido presidente da UNE não é algo para qualquer um. José Serra tem qualidades. O passado dele é melhor do que ele é hoje. E o que ele é hoje é o que se vê na entrevista. E a entrevista dele foi muito fraca. Não se precisava voltar ao passado para criticar José Serra. O que se tem de criticar, ou elogiar no caso de quem vê méritos no que ele diz, é o José Serra de hoje.

    Para mim, se eu fosse criticar a entrevista do senador José Serra eu precisaria somente de buscar as minhas críticas às análises de Luis Nassif tanto à política econômica de Lula como a política econômica da presidenta Dilma Rousseff no primeiro mandato. Também faço a crítica às análises que Luis Nassif faz em relação à política econômica atual do governo brasileiro. Infelizmente no caso da análise de Luis Nassif da política de Joaquim Levy ela vai se mostrar correta na medida em que a esperada elevação do juro americano não acontece e o dólar não vai para um patamar que seria bom para o Brasil (Algo entre 3,1 a 3,5 de modo a assegurar um saldo mensal na Balança Comercial de 1 bilhão de dólares).

    Sem precisar ir nos conteúdos, há muitos trechos que eu pretendia reproduzir aqui neste comentário, em especial as manifestações dele com mania de grandeza, que mostrariam a fraqueza da entrevista. Deixo, entretanto, para outra oportunidade. Ainda assim, reproduzo três trechos que me fizeram lembrar de uma crítica que Roberto Pompeu de Toledo fez ao Nelson Jobim por ele sempre se expressar de forma professoral, mas bastante primária, dando a informação técnica complementar para aquilo que todos sabiam. Na edição 2034 de 14/11/2007, da revista Veja, na página 190, com o título “Autoridade é uma coisa, eficácia é outra”, Roberto Pompeu de Toledo menciona situações em que o Nelson Jobim manifesta o viés de propedeuta que nele habita. E dá dois exemplos assim. Primeiro em que Nelson Jobim diz que “Precisamos caminha para uma percepção de segurança. Uma coisa é ter segurança, e outra é que as pessoas percebam isso”. Ou então “O problema aéreo é composto de três patamares: segurança, regularidade e pontualidade”. E os três trechos de José Serra são os seguintes. Primeiro um em que ele demonstra o que ele afirma via tese e hipótese. Transcrevo todo o trecho a seguir:

    “A estabilização exige, para dar certo, que você dê um horizonte de médio e longo prazos para a economia. É importante isso. A presidente Dilma não deu isso no primeiro mandato, quando o centro da política não era a estabilização, e não está dando isso agora. Tem uma questão que é crucial, o custo Brasil, que piorou. Em uma entrevista ao Valor, logo que tomou posse, o ministro Joaquim Levy [da Fazenda] disse que para a economia crescer no médio e longo prazo é preciso integrar as cadeias produtivas e equalizar as taxas de juros. Se for isso, e depender disso, nós estamos roubados”.

    Então o repórter do jornal Valor Econômico quer saber a razão para a afirmação de José Serra e pergunta:

    “Valor: Por quê?”

    E José Serra responde com o jeito propedêutico:

    “Porque integrar a cadeia produtiva, quem é contra? Isso é supor o problema resolvido. Tese: preciso resolver o problema brasileiro. Hipótese: o problema está resolvido. Não integra porque é caro. Tem o custo Brasil no meio. Será que alguém é contra fazer cadeia produtiva no Brasil? Os índices de proteção tarifária são baixos, inclusive no Brasil. Hoje as barreiras não comerciais são essenciais”.

    Um segundo exemplo propedêutico se deu quando o repórter perguntou sobre a questão do Swaps. Transcrevo primeiro a pergunta:

    “É um tema que o sr. tem levantado no Senado”.

    E então o senador José Serra emendou:

    “Quando o Tombini [Alexandre Tombini, presidente do Banco Central] esteve aqui na CAE [Comissão de Assuntos Econômicos], eu perguntei a ele, como fiz também ao Levy, qual era a razão para o aumento dos juros. Se temos no Brasil queda de demanda, produção caindo e uma inflação de preços administrados, por que subir os juros? Isso é uma autotelia, que é um fenômeno cuja causa é ele próprio. É assim, porque é assim. Na verdade, eles não deram uma explicação. O argumento é que é para acalmar as expectativas. Mas temos que confrontar isso com os efeitos fiscais. No Brasil, não se leva em conta esses efeitos. Eu tenho dever, como parlamentar, de levantar essas questões”

    E a terceira manifestação professoral segue transcrita e decorreu de uma pergunta sobre o ajuste fiscal. O repórter pergunta:

    “Feito o ajuste fiscal, o Brasil volta a crescer?”

    E no seu tom propedêutico, o senador José Serra responde:

    “Não necessariamente. A União Europeia está há cinco anos fazendo o ajuste, e crescer que é bom… Todo ajuste tende a ser um tanto desajustado. Com o perdão pelo oximoro. O nosso ajuste tende a ser mais desajustado do que o de costume, não só por causa do tamanho dos desequilíbrios, mas porque não é um ajuste que veio em cima de uma economia bombando. Suponha que a economia está bombando, inflação lá em cima, demanda explodindo, e você vai lá e põe o pé no freio”.

    Bem, Fiquei só na questão da propedêutica. Depois vou levantar a parte da megalomania. E se tiver tempo relaciono as análises dele para mostrar que ela não tem conteúdo”.

    – – – – – – – – – –

    No segundo comentário que eu intitulei “A megalomania é feia, mas só deprecia o próprio José Serra”, eu disse o seguinte:

    – – – – – – – – – – –

    “Alfredo Machado (quarta-feira, 29/04/2015 às 12:40),

    Em meu comentário acima enviado quinta-feira, 30/04/2015 às 13:46, eu dei a entender que falaria do que eu poderia chamar da arrogância propedêutica falaciosa e da vaidosa megalomania fantasiosa de José Serra e da presunçosa sapiência fictícia de que José Serre se arvora. Todas essas características podem ser vistas e ouvidas também no discurso que ele fez no Senado Federal em 04/03/2015 e para o qual eu deixei o link no meu comentário anterior, tanto do texto no blog dele como do áudio no Senado Federal, sendo que nesse caso do áudio, o link está junto ao post “Análise preliminar do discurso de José Serra”.

    No meu primeiro comentário eu dei destaque à arrogância propedêutica falaciosa dos discursos que ele profere selecionando alguns trechos da entrevista que ele deu aos jornalistas Ribamar Oliveira e Alex Ribeiro do jornal Valor Econômico e que saiu publicada na terça-feira, 28/04/2015, que mostravam bem esse traço da personalidade de José Serra.

    O caráter arrogante da propedêutica falaciosa que ele utiliza na intenção do convencimento é mais perceptível no tom da exposição dele e esse tom só é captado no áudio do discurso proferido no Senado Federal. A arrogância de José Serra não é expressa. O tom da voz dele é sempre calmo e tranquilo. A arrogância é implícita. É preciso conhecer sobre o assunto que ele está falando para perceber ali arrogância.

    É o contrário de Fernando Henrique Cardoso. Fernando Henrique Cardoso é arrogante explicitamente mais como uma necessidade de afirmação. Como ele manifestou, por exemplo, uma vez em uma mesa redonda na televisão para discussão de resultados eleitorais provavelmente em 1982 e com Claudio Lembo, provavelmente o líder da Arena ou já PDS em São Paulo. Em determinado momento Cláudio Lembo tentou por duas ou três vezes mencionar o brasilianista Samuel Huntington, e era sempre questionado por Fernando Henrique Cardoso que alegava que Samuel Huntington defendia o regime militar, até que Fernando Henrique Cardoso virou para Cláudio Lembo e disse algo como: “se for para discutir sociologia eu ponho você de cabeça para baixo”. Ai há arrogância, mas é uma arrogância de um lado fruto da vaidade presunçosa da sapiência e de outra um tanto por necessidade de afirmação.

    Foi com a mesma vaidade presunçosa da sapiência que ele manifestou ao responder aos repórteres que o questionavam pelo fato dele um sociólogo assumir o cargo de Ministro da Fazenda. Fernando Henrique Cardoso então disse: “Quando Antonio Delfim Netto dava aula de Estatística eu dava aula de História do Pensamento Econômico”. Era uma manifestação mais com caráter de necessidade de afirmação do que com caráter de arrogância.

    Em 1989, quando perguntado sobre o Plano Verão de Maílson da Nóbrega, Fernando Henrique Cardoso foi mais humilde e disse que ele não entendia de economia e esta pergunta deveria ser dirigida a Luis Carlos Bresser Pereira, o economista do Partido dele. Estranho o Fernando Henrique Cardoso ter mencionado o Luis Carlos Bresser Pereira e não o José Serra. De todo modo, a arrogância de José Serra jamais o deixaria indicar outro prócer do partido para falar sobre determinado assunto.

    A história envolvendo Cláudio Lembo e Fernando Henrique Cardoso pode ser vista na crônica escrita por Marcelo Coelho e publicada quarta-feira, 05/04/2006, na Folha de São Paulo, no caderno Ilustrada, com o título “A estranha sina dos vices”. Fiz menção a esta crônica indicando o link para a Folha de S, Paulo e transcrevi uma parte dela no comentário que enviei segunda-feira, 25/08/2014 às 21:35, para Lionel Rupaud junto ao comentário dele enviado sexta-feira, 22/08/2014 às 19:51, para o post “O Mercado de Notícias, por Marcelo Coelho” de sexta-feira, 22/08/2014 às 16:56, aqui no blog de Luis Nassif e que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://72.55.165.238/noticia/o-mercado-de-noticias-por-marcelo-coelho

    Bem feito esse preâmbulo passo a relacionar os trechos da entrevista do senador José Serra que revelam a vaidosa megalomania fantasiosa do discurso do tucano. No início até que o senador José Serra foi sóbrio e destaca mais por fazer crítica à política econômica e monetária do segundo governo de Lula e do primeiro da presidenta Dilma Rousseff. Só mais à frente é que ele inicia o discurso vaidoso megalomaníaco fantasioso.

    O primeiro exemplo se refere a trecho em que ele questiona, utilizando da arrogância propedêutica falaciosa que a ele e característica, a proposta do ministro Joaquim Levy de integrar a cadeia produtiva por considerar a frase vazia se não se diz como isso será feito. Eu os repórteres perguntam: “E como se chega lá”. Então José Serra dá a solução:

    “Tem que reduzir o custo Brasil e fazer entendimentos comerciais, aproveitar o tamanho da importação brasileira. Vou propor que o Brasil faça um acordo bilateral de comércio com os Estados Unidos. Bilateral. Não multilateral, não com o Mercosul, isso e aquilo. Vamos fazer um acordo com os americanos. É muito mais vantagem. O Brasil tem tamanho para isso. Não tem que ficar arrastando outros países. Eu vivo repetindo isso há décadas: o Mercosul é uma trava”.

    Não é a primeira frase que interessa, mas a segunda em que ele afirma que vai fazer e acontecer. Agora aqui eu não posso deixar de referir ao conteúdo da resposta dele. Observe que, como eu mostrei no comentário anterior, o senador José Serra dá uma aula impregnada da arrogância propedêutica falaciosa que a ele é próprio para mostrar que falar em “integrar a cadeia produtiva” é fácil, o difícil é fazer a integração. E sai logo com a história do “custo Brasil”. Terminologia anacrónica já na década de 80 quando ela passou a ser adotada para referir-se a muitos problemas que emperrariam a economia brasileira em especial a carga tributária brasileira. A observar que a carga tributária que chegou a 27% no último ano do governo de Ernesto Geisel, caiu para 24% no final do governo de João Figueiredo quando Antonio Delfim Netto estava no Ministério da Fazenda e caiu ainda mais no final do governo de José Sarney chegando a 22% do PIB (Embora muito dessa queda fosse decorrente do aumento da inflação no período, em razão do efeito Tanzi que é a perda da receita devido a diferença de tempo entre o fato gerador e o pagamento do tributo com a consequente corrosão do tributo pela inflação).

    Então para substituir a retórica, mas moderna, pelo menos é um termo da década de 90, expressão “integrar a cadeia produtiva”, o senador José Serra surge com a caquética expressão “custo Brasil” e a introduz do mesmo modo que Joaquim Levy, isto é sem explicitar como é que se reduz o custo Brasil.

    Depois, na sequência da pergunta “sobre a equalização das taxas de juros proposta por Levy”, o senador José Serra passa a falar sobre gastos públicos que não aparecem no orçamento. E então há a pergunta: “Mas não é um problema esse subsídio não orçamentário do BNDES e os aportes de recursos que pressionam a dívida bruta?” Ai então o senador José Serra vem célere com a resposta pronta:

    “Claro, como tem também outras operações. Por exemplo, os swaps cambiais. Quem pagou isso? Isso não está no Orçamento. Já viu alguém reclamando disso? Ninguém reclama. Por que só o BNDES? Eu quero que esteja no Orçamento. O Brasil é o país onde a política de metas de inflação tem mais implicações fiscais. Em geral, essa é uma política de sintonia fina, de ajustes na margem. Esse fenômeno não é, em geral, considerado. No Brasil, isso tem um aspecto central. A conta que eu fiz é que, neste ano, com a despesa decorrente do aumento de juros pós-reeleição e mais as perdas com as operações de swaps, chega-se a R$ 87 bilhões. São R$ 21 bilhões a mais do que a meta de superávit primário para o setor público (fixada em R$ 66,3 bilhões). E R$ 32 bilhões a mais do que a meta do governo federal. Vejo pouca discussão em torno disso”.

    Ai está o José Serra da vaidosa megalomania fantasiosa: “Eu quero que esteja no Orçamento” . . . . “A conta que eu fiz é que, neste ano, com a despesa decorrente do aumento de juros pós-reeleição e mais as perdas com as operações de swaps, chega-se a R$ 87 bilhões”.

    E os repórteres dão corda, pois a pergunta que vem na sequência é: “É um tema que o sr. tem levantado no Senado”. E ai o senador José Serra se esbalda e diz:

    “Quando o Tombini [Alexandre Tombini, presidente do Banco Central] esteve aqui na CAE [Comissão de Assuntos Econômicos], eu perguntei a ele, como fiz também ao Levy, qual era a razão para o aumento dos juros. Se temos no Brasil queda de demanda, produção caindo e uma inflação de preços administrados, por que subir os juros? Isso é uma autotelia, que é um fenômeno cuja causa é ele próprio. É assim, porque é assim. Na verdade, eles não deram uma explicação. O argumento é que é para acalmar as expectativas. Mas temos que confrontar isso com os efeitos fiscais. No Brasil, não se leva em conta esses efeitos. Eu tenho dever, como parlamentar, de levantar essas questões”.

    Foram duas vezes em uma só frase que ele chama atenção para a importância e superioridade dele diante dos demais: “eu perguntei a ele, como fiz também ao Levy”.

    Não é só pelo emprego do eu que se vê a vaidosa megalomania fantasiosa, é mais no que ele põe depois da expressão que ele explicita a megalomania. E no final, quando ele até parece despretensioso ao dizer “Eu tenho dever, como parlamentar, de levantar essas questões” não se deve ver ai a humildade. Se há humildade é a humildade cínica da hipocrisia. O que ele quer dizer é que os outros por não terem competência não fazem, mas ele o supra sumo da sabedoria supre essa falta.

    Acho que a entrevista está pela metade e a vaidosa megalomania fantasiosa de José Serra ainda não acabou. Os repórteres também ajudam e perguntam: “Se o impacto fiscal dos swaps está também errado, isso não torna o impacto fiscal do BNDES certo…”

    O senador José Serra se sente em casa para responder. Diz ele:

    “Também acho. O FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador] quem colocou fui eu, na Constituição. O PIS e o Pasep já existiam. Mas nós pusemos nas disposições constitucionais transitórias que 40% dos recursos do FAT iriam para o BNDES aplicar. E o FAT passou a ser um dinheiro mais barato. A moda era subsídio. Subsídio uma ova. Estou arrecadando, o custo é de arrecadação, eu estou pagando o custo de arrecadação. Mas o FAT secou. E o FAT não secou apenas, embora isso seja importante, por causa das fraudes do seguro-desemprego. O elemento básico é o salário mínimo, que duplicou. No fundo, essa linha de financiamento [empréstimos do Tesouro ao BNDES] veio substituir o FAT. Agora, aí você tem um problema mais grave que é a inexistência de financiamento de longo prazo privado no Brasil. Que não depende só de incentivos não, porque a Selic acaba sendo o piso. E ninguém vai investir para pegar um dinheiro para um investimento de 10 anos ou 15 anos com a taxa Selic. Tira o cavalinho da chuva”.

    Não estou negando méritos de José Serra, mas ficar lembrando de tudo que fez revela uma memória muito seletiva além de esquecer os malfeitos ou uma vida de poucos feitos. Enfim, é ele mesmo que se desmerece.

    Há uma sequência sobre o financiamento no exterior em que ele também extravasa o veio vaidoso megalomaníaco fantasioso. Os repórteres perguntaram se “Algo tem que mudar no modelo do BNDES”? E o senador José Serra vai firme na resposta:

    “Você pode dizer, evidentemente, que faltam critérios e prioridade aos empréstimos do BNDES. Aí estou inteiramente de acordo. Ouço falar de grupos econômicos sólidos, até competentes, que tem crédito até para se expandir no exterior. Eu não daria o menor incentivo. O Brasil é um país que precisa de capitais, não de exportar capitais. Não é que vou discriminar contra exportar capitais. Mas não vou subsidiar. Não tem cabimento isso. Nesse sentido falta uma política. Agora, a culpa não é do Luciano Coutinho [presidente do BNDES]. Quem tem que fixar prioridades é o governo. Certamente não é fusão… Eu teria a lista do que não pode ser. Seria um avanço”.

    Não sou economista, mas pareceu-me até que o veio vaidoso megalomaníaco fantasioso superou a presunçosa sapiência fictícia que acomete a ele e ele desandou a falar aquilo que até ele mesmo não acredita. Volto a esta questão em outro comentário. Assim, retiro a parte de análise teórica do parágrafo que transcrevi acima e deixo só as expressões dele reveladoras da vaidade megalomaníaca fantasiosa: “Eu não daria o menor incentivo” . . . . “Não é que vou discriminar contra exportar capitais. Mas não vou subsidiar” . . . . “Eu teria a lista do que não pode ser. Seria um avanço”.

    Há de reconhecer que o senador José Serra não está sozinho nessa tarefa de multiplicar a vaidade megalomaníaca fantasiosa dele, pois os repórteres ajudam. Na própria pergunta eles já abrem espaço para o senador José Serra exercitar a verve que lhe é própria. Eles então lançam a pergunta:

    “Mas o senhor está de qualquer forma preocupado com o descontrole fiscal, tanto que está apresentando um projeto sobre um certo controle sobre a dívida”.

    É claro que quando se vai perguntar um parlamentar tem-se que voltar para a atividade precípua dele e que consiste na proposição de projetos de lei. Assim não culpo tanto os repórteres pela pergunta. A natureza do parlamentar também é mostrada pela qualidade da resposta ou da proposta que o parlamentar defende. A proposta de José Serra é sobre o limite do endividamento da União.

    Aqui a discussão é também sobre presunçosa sapiência fictícia de José Serra que é matéria para outro comentário quando também devo fazer a transcrição da resposta de José Serra. Eu só lembro que o limite da dívida, embora fosse utilizado pelos democratas para pressionar Ronald Reagan e George Herbert Walker Bush, o pai, ainda que com um viés mais para aumentar os impostos, é hoje utilizada pela direita americana contra o governo de Barack Obama. Como é a direita que está votando no PSDB, embora os PSDBistas fundadores não sejam de direita, o senador José Serra está cumprindo o designo parlamentar de representar os eleitores do partido.

    Após a exposição de José Serra sobre a proposta de impor limite da dívida à União os repórteres fazem a seguinte pergunta: “O que mais precisa ser feito?”. A pergunta tinha que ser mais apropriada para a resposta que viria. A pergunta deveria ser “O que o senador José Serra vai fazer para resolver este problema do endividamento da União”? Tivesse sido essa a pergunta a resposta do senador José Serra ficaria de bom tamanho, pois ele respondeu:

    “Vou também ser nomeado relator de outra proposta que cria o Conselho de Gestão Fiscal. Na verdade, o que eu quero é pelo menos padronizar, harmonizar procedimentos contábeis, até para resolver dúvidas. Você terá um conselho que não é bem de controle, como o TCU, no sentido que interfere, manda fazer isso e aquilo. Mas ele produz um material que vai servir, incluindo para imprensa e o governo, as autoridades econômicas”.

    E por fim há pergunta sobre se a discussão sobre o modelo de partilha para a exploração de petróleo vai voltar e para a qual José Serra tira mais um projeto do fundo do bolso dele. Os repórteres perguntaram: “A discussão sobre a partilha vai voltar”? E o senador José Serra mais que ligeiro respondeu:

    “Tenho um projeto que é tirar a obrigatoriedade da Petrobras participar de todos os empreendimentos. Não sou contra acabar a partilha, mas aí é uma luta. Já tem, já tem uma área, então deixa lá. Mas tira a obrigatoriedade da Petrobras entrar em tudo e por 30%. Quando for bom negócio, pode entrar, quando não… Tirar pelo menos isso. Que acho que seria outra coisa boa. Mudar o sinal. Tem aí varias coisas que mudam expectativas, que o governo não faz. É uma coisa incrível. Aí entra a coisa da inépcia, de visão, de tudo mais”.

    Provavelmente o Senador José Serra tinha outros projetos para serem comentados mas havia só uma página no jornal para colocar toda a entrevista, então eles não foram abordados.

    Esses dois primeiros comentários meus são perfunctórios. Eles servem só para mostrar o lado da arrogância propedêutica falaciosa e da vaidade megalomaníaca fantasiosa, mas essas característica apenas revelam fraqueza de personalidade sem criar maiores problemas para o país, salvo pelo cinismo hipócrita da contrafação.

    O cinismo hipócrita da contrafação é a mentira deslavada com que eles esmeram em enganar o eleitor. Antigamente eles defendiam o que eles acreditavam com argumentos falsos. A inflação é o mais injusto dos impostos, pois recai sobre os mais pobres diziam eles para justificar o combate a inflação. É argumento falso, falacioso, uma contrafação. O que recai sobre os mais pobres é o desemprego.

    Hoje eles defendem o limite de teto, algo que muito provavelmente não acreditam. Esse caráter de cinismo hipócrita da contrafação é pernicioso, pois deseduca. Um dos grandes problemas políticos da humanidade é o desconhecimento em que cresce o eleitor em razão do péssimo esclarecimento político de que fazem uso os representantes. Efeito ruim direto não tem nem a arrogância propedêutica falaciosa e nem a vaidade megalomaníaca fantasiosa, mas são características que deseducam o eleitor e por isso devem ser combatidas.”

    – – – – – –

    Tenho certeza que não há novidades no que José Serra voltou a dizer para o Valor Econômico, mas pelo menos talvez eu encontre tempo para como leigo comentar os laivos de presunçosa sapiência que o senador tucano está sempre disposto a declarar.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 17/08/2015

    1. O falso sábio.

      Clever Mendes de Oliveira. Parabéns pela sua análise sobre o pensamento e propostas de José Serra. Fico feliz em ver um profissional que se diz não economista ser capaz de perceber com muita clareza as falácias e os sofismas do José Serra, demonstrando a ignorância do Senador sobre assuntos econômicos e confirmando a personagem criada por ele para representar e defender os interesses da FIESP, talvez em razão da saída do Delfim Neto, onde obrigatoriamente via financiamento de campanha teria de ser substituído por outra figura megalomaníaca e propedêutica, que não vai além da má, deficiente e equivocada introdutório. Mas, para o poder econômico o que menos conta é a razão.

  7. O negócio do José Serra é

    O negócio do José Serra é entregar o Pré-sal aos gringos. Sem isso ele não pode esperar novos presentes da Chevron.

    1. Vocês ficam metendo o pau

      Vocês ficam metendo o pau nele mas me diga se na vida política deste senhor, aparece um unico tostão roubado. Eu venderia o Pre Sal, a Petrobras, e demais empresas privadas deste País pois infelizmente o brasileiro tem muita garganta e lingua afiada mas no quesito competência para gerenciar e governar sem roubar, deixamos a desejar.

    2. Vocês ficam metendo o pau

      Vocês ficam metendo o pau nele mas me diga se na vida política deste senhor, aparece um unico tostão roubado. Eu venderia o Pre Sal, a Petrobras, e demais empresas privadas deste País pois infelizmente o brasileiro tem muita garganta e lingua afiada mas no quesito competência para gerenciar e governar sem roubar, deixamos a desejar.

  8. Serra é um calça frouxa

    Discordo quando leio que Serra seria um bom colunista de economia. As afirmações que ele faz não são dele e sim elaboradas por uma equipe de analistas econômicos que trabalha nos bastidores para preparar discursos no PSDB.

    Em todas as vezes que ocupou cargo no executivo percebeu-se sua ausência. E não esqueçamos de quando usou a Prefeitura de SPaulo como trampolim.

    Eu diria sem sombra de dúvida que PT no poder é uma herança da derrota de Serra como candidato à presidência da república em 2003. Ele não conseguiu inspirar maior credibilidade do que um sindicalista bêbado e semi-analfabeto. Desde aí Serra está acabado na política para mim, mesmo tendo vencido Suplicy.

    Espero que não pense em se candidatar para 2018, disputando presidência contra o PT de novo. Mas acho que isto não vai acontecer. O PSDB não é bobo. Repetir a história seria uma desgraça.

  9. Serra deve ter muito dinheiro

    Serra deve ter muito dinheiro para comprar apoio politico, porque é um mediocre.

    Pelo menos aqui na grécia do sul ele é irrelevante.

    Vocês enchem muita a bola desde homem.

    Pode ser a estratégia de criar uma falsa oposição para que uma real não se crie, e a unica coisa que justifica tanto foco.

    1. E você não poder fazer nada deve ser acachapante

       

      Aliancaliberal (segunda-feira, 17/08/2015 às 14:03),

      Como a história do relógio, parece que você acertou desta vez, pelo menos fechou com chave de ouro seu comentário.

      É bem verdade que eu seria mais assertivo e diria:

      “A estratégia de criar uma falsa oposição para que uma real não se crie é a razão para tanto foco”.

      E não é fácil aceitar que isso seja feito pelo PT, um partido morto, em conjunto com o PSDB, que também acusam de estar depenado. E imaginar que à direita não seja dada nenhuma oportunidade de imiscuir no assunto da campanha presidencial mostra a força vencedora dessa estratégia.

      E vendo do alto como torcedor chega a dar pena perceber que por incompetência a direita não descobriu que foi descartada da arena. Agora o que pensar da situação da direita que percebe a estratégia e não tem força para a impedir de ser exitosa?

      Em um país de desigualdades tão absurdas não deixa de ser salutar a direita perceber como é dura a vida de peão. Talvez assim ela cria juízo e se preocupe também em combater a desigualdade.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 17/08/2015

      1. Você tem uma visão distorcida

        Você tem uma visão distorcida do que é ser de direita fruto talvez da doutrinação esquerdista.

        Veja DSI, doutrina social da igreja para entender o conservadorismo e o “plano” dos conservadores para reduzir as desigualdades sociais..

         

  10. serra

    Amigos, esse traidor e cretino, Serra, pede que Dilma renuncie!

    Seu tutor, o traidor mor do Brasil, FHC, também pede!

    Gente, esse pessoal não tem vergonha, só hipocrisia!

  11. Onde está o analista de bom senso?

    Concordo que o Serra nada entende de economia porque até hoje não ouvi um só pronunciamento do Serra que fizesse sentido ou tivesse consistência quando analisado a luz do pensamento econômico e, muito menos, em conformidade com as teorias ou princípios econômicos. Se algum dia estudou economia certamente esqueceu. Há uma contradição ao dizer que ele é um analista de bom senso porque centra fogo em pontos como: 1. As metas fiscais irrealistas – meta em economia não pode ser realista porque economia depende das decisões de entes jurídicos e pessoais de difícil mensuração, pois nem eles sabem quais serão as suas decisões futuras. O que o economista pode fazer é traçar diretrizes e calcular possibilidades. Somente os adivinhões podem construir metas econômicas com precisão, mas isto está longe das possibilidades de um economista sério, qualificado e habilitado, portanto esta é uma análise completamente errada. 2. Elevação dos juros sem haver os pressupostos da atividade econômica aquecida, inflação de demanda ou crise do balanço de pagamentos – este é outro erro técnico porque os juros altos para conter inflação não significam juros para controlar a inflação, pois juros não sevem para o controle da inflação. Alimentar juros está dentro das obrigações do Banco Central para cumprir com suas obrigações legais, como: conter a inflação por excesso de moeda em circulação, quando a inflação é de papel-moeda ou decorrente de política monetária e assegurar o valor da moeda nacional; haja vista que juros altos atraem Dólar, segurando a alta por ter uma maior oferta. A inflação ocorre por excesso de demanda (inclusive porque o aumento da demanda requer aumento da renda, gerando excesso de moeda), escassez de produtos e serviços ou excesso de moeda, tudo mais é justificativa ou explicação. Exemplo: inflação de custo: é gerada pela elevação dos custos de produção, especialmente das taxas de juros, de câmbio, de salários ou dos preços das importações. É mais uma justificativa ou explicação para a alta do preço final porque ouve aumento de outros preços em decorrência do excesso de moeda, escassez de bens e serviços intermediários ou excesso de demanda da matéria-prima. Logo o Banco Central é obrigado a fazer sua parte e o restante do governo a sua. 3. O impacto dos juros na elevação da dívida bruta – este impacto já está calculado com exatidão em razão de se saber o montante da dívida e a taxa de juros, portanto não há uma peripécia. 4. As operações de swap cambial, com um custo fiscal altíssimo – este é um seguro para o poder econômico, portanto obrigatório diante do poder das empresas e é realizado com um risco calculado, passível de ser administrado. 5. O descompasso entre o Banco Central, Fazenda e Executivo – este é um descompasso inseparável da economia, pois as demandas ao executivo sempre ultrapassará as suas possibilidades de atendê-los, logo o executivo buscará sucessivamente o Banco Central e a fazendo no intuito de viabilizar as demandas da sociedade e da economia. Portanto, Onde está o analista de bom senso? É crítica sem consistência. “Em geral a crítica não é ciência: é um ofício em que se precisa mais de saúde que de espírito, mais trabalho que capacidade mais hábito que gênio. Se vier de um homem que tem menos discernimento que leitura, e se exerce sobre certos capítulos, corrompe os leitores e o escritor” – La Bruyère.

    1. Foi bom poder ler comentário seu aqui no blog novamente

       

      Diógenes Sá (segunda-feira, 17/08/2015 às 16:48),

      Você andou afastado aqui no blog de Luis Nassif. Como eu sou leigo, via com bom grado a sua fundamentação bem elaborada quando discordava de Luis Nassif. Como mais discordo dele do que concordo, sua ausência nos posts de Luis Nassif sobre economia foi em meu desfavor. Eu poderia contar com uma boa âncora para jogar pedra no Luis Nassif.

      Não significa que temos ideologias muito convergentes e às vezes me parecia que você, como o filosofo Harry Gordon Frankfurt, no pequeno livro “Sobre Falar Merda”, queria interditar o debate para os leigos. Eu até concordo que os leigos não devam debater, mas só sobre aqueles pontos em que a doutrina acadêmica já chegou a um consenso. Como não vejo muito consenso em economia, eu me recuso a não falar merda.

      Recentemente Simon Wren-Lewis fez referência ao livro de Harry Gordon Frankfurt, mas dando uma interpretação um pouco diferente da que eu tirei do livro “Sobre Falar Merda”. É o que se pode ver no post “Is deficit fetishism innate or contextual?” de segunda-feira, 03/08/2015, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://mainlymacro.blogspot.com.br/2015/08/is-deficit-fetishism-innate-or.html

      Segundo eles (Simon Wren-Lewis menciona outros autores que utilizam o jargão de Harry Gordon Frankfurt), falar merda é diferente de mentir, pois o falar merda significa apresentar histórias falsas que não guardam relação com a verdade.

      Bem, queria dizer que quando da outra entrevista de José Serra ao jornal Valor Econômico, eu, conforme mencionei em comentário anterior que havia enviado hoje segunda-feira, 17/08/2015 às 13:37, para Luis Nassif aqui neste post “Entrevista de Serra ao Valor desmonta balão de ensaio” de segunda-feira, 17/08/2015 às 11:42, fiquei de fazer uma crítica a análise econômica do senador José Serra. Depois do seu comentário, o que eu tinha a dizer, como leigo, talvez fique desnecessário. De todo modo deve existir um pouco de comichão a incitar o leigo a falar sobre merda o que provavelmente me levará a fazer um texto só com as críticas que eu tenho ao que José Serra disse sobre a política econômica e o Luis Nassif bateu palmas.

      Já estava pronto para enviar este comentário quando abri o post “Entrevista de Serra ao Valor desmonta balão de ensaio”, para ver o horário do meu comentário e vi um comentário seu, enviado segunda-feira, 17/08/2015 às 18:06, junto ao meu e o elogiando. Fico feliz e agradecido. Só fiquei triste porque este meu comentário após o seu pode gerar a impressão de ser fruto de cabotinismo. Posso até ser cabotino, mas não foi o caso.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 17/08/2015

  12. Se alguem tivero seguinte

    Se alguem tivero seguinte video, por favor poste o link: eh um video em que Serra critica Lula pela politica adotada contra a crise de 2008. Ele diz que o mundo inteiro cortou gastos e o brasil estaria na contra-mao. 

    agora vemos o Serra criticar o Levi. (Poderia ate ser feita uma montagem).

     

    pra mim o PSDB ta perdidinho. Criticas ao levy, justamente o cara que pensa como eles

  13. Valdívia da política.

    Este senhor é uma espécie de Valdívia da política. Imagina ser craque, mas na verdade, é só um “firulinha” inútil.

    Infeliz do país que tem um “guru” como este.

    E o diploma de economia? Afinal, é verdadeiro ou não?

    O grande problema de sua megalomania é poder causar sérios estragos ao Brasil, como entregar o Pré-Sal para os EUA. Este senhor faz qualquer coisa para chegar ao Planalto. Que Deus seja brasileiro mais uma vez e livre nosso país deste cálice.

  14. Este senhor velho de idéias,

    Este senhor velho de idéias, velho de rancores e velho em tudo o que possamos chamar de digno só pode posar de analista de crises em um país dominado pelos cartéis da informação. Pergunta final: quem lê o Valor Econômico hoje com entrevistas como esta, uma vez que este jornal surgiu para arejar as análises dos movimentos e da política econômica do Brasil ? 

    Como dar importância para um sujeito capa preta como Serra? Só mesmo esta mídia venal que desaparecerá em breve…com Serra ou sem Serra no poder.

     

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