Escravos libertos voltaram para a África, carregados da cultura brasileira

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de MiriamL

do OperaMundi

Festa do Bonfim na África: livro discute ‘comunidade brasileira’ que atravessou Atlântico após escravidão

Em “Amanhã é dia de santo”, historiadora Angela Fileno conta como cultura brasileira influenciou Costa Mina e outras regiões africanas

 
No livro Amanhã é dia de santo, a historiadora Angela Fileno da Silva explica como escravos libertos no Brasil formaram comunidades na África após cruzarem o Atlântico no caminho de volta para casa.

“Procurei entender como esses escravos libertos aqui no Brasil, ao se reestabelecerem em território africano, construíram comunidades que tinham entre si uma identidade brasileira”, explica a autora. 

Para analisar aspectos sociais e econômicos da volta de africanos para terra natal, Angela Fileno pesquisou traços culturais, sobretudo de festas populares, das novas comunidades que se formaram na África, sobretudo na região da Costa Mina – principal destino do retorno de africanos após a escravidão.

Amanhã é dia de santo fala da Festa do Bonfim em Salvador e depois de sua realização na África. O objetivo era saber porque, entre tantas festas em Salvador,  ela se estabeleceu no outro lado do Atlântico. Com a pesquisa, descobri que a Festa do Bonfim foi para Áfica, pois ela já era uma festa africana em Salvador. E assim foi possível entender características dessas comunidades brasileiras na África”, analisa Angela.

Além da Festa do Bonfim, o intercâmbio cultural entre Brasil e África também é assunto central em Amanhã é dia de santo. Por exemplo, como azeite de dendê e cultos religiosos vinham da África e como o catolicismo e a arquitetura do Brasil chegaram em território africano.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Nenhuma novidade
    Impressiona-me que essa moça diga que descobriu isso e descobriu aquilo, como se, antes dela, existisse apenas Pierre Verger!
    Na verdade todas essas coisas não apenas são conhecidas pelas pessoas razoavelmente informadas no Brasil (veja-se, por exemplo, o belíssimo documentário “Atlântico Negro. Na Rota dos Orixás”, de 1998: http://www.youtube.com/watch?v=5p5TyNcGiY), como já foram objeto de estudos muitíssimo mais aprofundados, como o que realizou o meu colega beniano Hippolyte Brice Sogbossi, doutor pela Universidade de Havana e pelo Museu Nacional (UFRJ), e atualmente professor da Universidade Federal de Sergipe (http://lattes.cnpq.br/5695892590451822).
    Confesso que essa arrogância uspiana me dá “um pouco” de asco.

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